Narração: Lady Carmelain

Há aproximadamente 17 anos que minha família tem essa tradição.Essa é a primeira vez que eu participo desse estranho reality show familiar.Quando cheguei a mansão do anfitrião da noite,os outros quarenta convidados permaneciam em silêncio,só aguardando que o barão Carmelain aparecesse.O brasão da família brilhava,um pouco acima da lareira crepitante,que só apenas uma pessoa poderia ver após o reality show familiar.

– Senhoras e senhores. - O barão tomou a atenção da sala. - Hoje teremos início ao ritual que seguimos intensamente durante dezessete longos anos.Nossos ancestrais,que deram a origem a nossa família,Carmelain,em junção com os franceses fundaram esta mansão,usada exclusivamente para o fim que temos hoje.Quarenta e uma portas e o mesmo número de pessoas.Ao último badalar da meia-noite as portas deverão ser abertas.E um só não morrerá.Os outros terão uma trágica morte,ou sobreviverão.

–Cinco para meia-noite! - Lorde Cannifall exclamou. - Vamos nos preparar!

Todas as mulheres e homens ficaram na frente de suas respectivas portas.Eu fiquei na quadragésima.Lorde Cannifall ficara na porta ao lado,a temida porta número quarenta e um.

***

O último badalar da meia-noite soou.Após o sinal do barão todos abrimos a porta.Algumas se fecharam.Entrei no escuro cômodo e me abaixei,com as mãos na cabeça e os olhos fechados.Ouvi os gritos horrorizados de homens e mulheres,e ouvi a sala do Lorde sem grito algum.Após os gritos se cessarem,me levantei e sinuosamente segui até a porta do Lorde.

– Alguém nos chamou? - um garoto loiro,com uma caderneta na mão e um lápis na orelha deu uma piscadela.

Lorde se encontrava deitado.Corri até ele e a garota de cabelos castanhos,usando ainda um uniforme de uma escola da Bulgária sorriu.

– Ele está bem,senhorita.E isso é um caso sério,Henry.

Preferi não falar com ninguém.Os pequenos aprendizes detetivescos me apontaram a saída por onde entraram eu coloquei meu xale cor de pêssego e saí,andando pela chuva,sem rumo e sem expectativas.