Vingardion High escrita por Patch, Luna Bizuquinha


Capítulo 9
Assassino descoberto




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Acordei em meio a madrugada e saí da cama observando meu quarto. Pietro não estava em sua cama. Achei estranho ele ter saído no meio da noite sabendo que há um assassino a solta andando pelos corredores de Vingardion High. Porém, eu não aguentei ficar por muito tempo quieto e recolhido em meu quarto sabendo que Pietro estava lá fora vasculhando algo sozinho.

– Clausum reseret! – sussurrei.

O portal se abriu e na mesma hora pulei para fora do quadro. A torre estava silenciosa. Não se escutava nada além de um grilo que estava em algum lugar por ali. Fui andando pelos corredores da escola tentando encontrar Pietro. Quando cheguei em um cruzamento entre os corredores, ouvi um barulho. Vi uma sombra distante e resolvi segui-la. Meia hora de caminhada e vi que a sombra entrou em um corredor que seguia para a ala sul do castelo.

– Te peguei assassino! – pensei.

Quando entrei no mesmo corredor, não consegui ver nada além das tochas que iluminavam o caminho. Ao olhar para trás, vi Pietro me encarando com um olhar tão intenso que parecia que ele via minha alma.

– Aaaaaah! – gritei em reflexo ao susto.

– Isso, acorde o castelo todo! Vai acabar nos ferrando, idiota! O que está fazendo acordado a essa hora? – Perguntou bravo.

– Vim atrás de você! Pensa que a diversão é só por sua conta?

– Não estou atrás de diversão, mas atrás de descobrir quem matou Herman!

– Por que? O diretor já está fazendo isso!

– O diretor acha que o responsável é um bruxo de magia ancestral. Todo mundo sabe que eles são inofensivos! – argumentou Pietro.

– Talvez haja um que não seja!

– Acho improvável. Vou até a ala sul para ver se descubro algo! O assassino pode voltar até o lugar tentando alterar o rastro de sua magia.

– Acho impossível ele alterar algo. O diretor disse que usou o sangue de Herman para descobrir a identidade do assassino. O corpo de Herman não está mais naquele banheiro!

– Então vamos até onde ele está! – sugeriu Pietro.

– Cara, acho que isso é encrenca na certa!

– Bem, eu vou! Se não quiser ir, não ligo! O corpo dele deve estar na...

– Enfermaria! completei Ouvi boatos de que o corpo dele está na enfermaria!

Momentos depois, estávamos na porta da enfermaria. Quando tentei abrir, a porta estava trancada.

– Bem, nós tentamos – falei voltando-me para o corredor que levava à torre dos dormitórios.

Pietro segurou meu braço e olhou-me feio fazendo um gesto com a mão que pedia para eu parar.

– Isso aqui é moleza! – disse Pietro em um tom de superioridade.

Pietro movimentou o dedo indicador na frente da maçaneta e a porta se abriu imediatamente.

– Como fez isso? – perguntei.

– É apenas um truque, nada demais!

A enfermaria estava com todas as camas vazias, exceto uma que se localizava no final do cômodo. Nesta última cama, havia um volume coberto por um lençol. Pietro retirou o lençol e lá estava Herman. Pálido, com os olhos fechados, uma expressão de dor em seu semblante, seus cabelos eram ruivos e devia medir um metro e setenta e cinco.

– O que vai fazer, Pietro? – perguntei.

– Minha mãe me ensinou um feitiço que ajudava a descobrir se o corpo foi enfeitiçado para incriminar alguém. Vou recitá-lo e descobrir se este aqui está limpo!

– Então faça rápido, não quero que peguem a gente aqui. Poderemos ser incriminados injustamente.

Pietro ergueu as mãos sobre o corpo e fechou os olhos. No momento em que Pietro abriu a boca para recitar o feitiço, as portas da enfermaria bateram. Olhei para trás e lá estava o cara encapuzado que eu havia visto em meus sonhos.

– Pietro, aquele é o assassino! Vamos pegá-lo!

– Dignus est poena! – recitou Pietro apontando as mãos para o encapuzado.

O cara fora jogado contra a parede carregando consigo algumas camas.

– Pegamos o desgraçado! – disse Pietro.

Corremos em direção ao encapuzado mas ele se levantou erguendo as mãos para nós e lançando um feitiço rapidamente, o que nos fez ser jogados para traz e colidirmos com a parede. Pensei que iria morrer naquela hora, mas o cara encapuzado foi envolvido por uma nuvem de fumaça, a qual se dissipou no ar rapidamente fazendo com que ele sumisse.

– Desgraçado! – Pietro gritou.

Ouvimos barulhos de paços vindos do lado de fora da enfermaria e resolvemos correr para fora dali antes que nos pegassem.

– Era ele, aquele era o assassino! Eu tenho certeza! – falei furioso.

– Ele é um mago poderoso! Ninguém resiste à maldição da dor como ele, a não ser que saiba o contra feitiço. Mas ele não só resistiu, como nos lançou um encantamento! Tenho certeza de que ele não é um bruxo que utiliza magia ancestral!

– Como assim? Ele pode ter utilizado magia ancestral na gente, quando nos lançou na parede.

– Talvez, mas ele me pareceu saber bastante sobre magia negra! – disse Pietro pensativo.

– Olha, no momento eu só sei que estamos correndo perigo com este assassino a solta!

– Vamos voltar para a cama, teremos um dia longo pela frente. O diretor dará a notícia da identificação na hora do café da manhã! falou Pietro.

Voltamos para o quarto e Pietro dormiu rapidamente. Não consegui pregar o olho pois não parava de pensar naquela pessoa encapuzada. Eu havia a visto antes em meu sonho. Pior, eu sonhei com um assassino que nunca havia visto antes. O que me ligava a ele?

Ao amanhecer, fomos todos ao salão A, para que ouvíssemos o pronunciamento do diretor:

– Como lhes havia dito, ontem eu lancei um feitiço de reconhecimento da magia do assassino do sr. Herman. O rosto do assassino foi revelado através do sangue da vítima. Já nos encarregamos de levá-lo para a masmorra, onde ficará prezo até seu julgamento, no fim do mês! O réu poderá receber visitas de seu próprio grupo, porém, as visitas só serão liberadas após os términos das atividades diárias. – concluiu o diretor.

– Senhor, quem era o assassino? – perguntei

– Infelizmente, o assassino era o sr. Glossipct!

– Não, isso é impossível, Arrow não faria mal a ninguém! Diretor! – berrou Dulce chorando muito.

Margot estava estática com a notícia. Não se mexia, nem sequer piscava. Tábata olhava para o rosto do diretor de forma fria, fazendo com que eu não conseguisse decifrar seus sentimentos.

– Sei que é difícil para o grupo entender, mas o feitiço revelou o senhor Glossipct como o culpado. Agora ele terá de pagar por seus atos!

– Diretor, e se o assassino tivesse incriminado Arrow por tê-lo visto defender os bruxos de magia ancestral ontem à noite? – perguntei.

– Impossível sr. Owteman. Eu não me baseei em testemunhas, mas sim em magia. O colega de vocês, está na masmorra, onde aguardará o julgamento! – concluiu o diretor aparatando do salão.

Após o café da manhã, tive minha primeira aula de dominação do fogo. Dulce sentou-se ao meu lado na carteira dupla, mas não falava nada.

– Bom dia, sou Ostent Flammus, o professor de dominação do fogo de vocês! Abram seus livros na página um. Estudaremos hoje sobre o controle do fogo. Bem, o fogo, como qualquer outro elemento, é controlado pelos sentimentos, mas o sentimento que mais o deixa forte, é a raiva. Ela é uma das chaves para a dominação do fogo. Se controla a raiva controlará também seus poderes...

– Enquanto o professor falava, eu só conseguia pensar na noite anterior, onde eu tinha me encontrado frente a frente com o cara encapuzado. Mas se eu falasse que tinha ido à enfermaria naquela noite, eu e Pietro seriamos mais dois alunos presos na masmorra injustamente. O que eu poderia fazer para ajudar Arrow? Me negava a acreditar que ele era culpado. Mas o que eu poderia fazer por ele?

– Sr. Owteman, está me ouvindo? – perguntou o professor furioso.

– Ah, claro senhor. Perdoe-me!

– Gostaria de vir aqui à frente e demonstrar sua dominação de fogo, acertando no alvo? – perguntou-me o professor apontando para um alvo pequeno na parede.

– N-não senhor! Não me sinto preparado p-para isso ainda! – respondi nervoso.

– Sta Ignis? – disse o professor chamando Dulce – Senhorita Ignis, está me ouvindo? – disse mais alto.

– Ah, sim. Desculpe-me senhor! – respondeu Dulce.

– Será que todos tiraram o dia para ficar dispersos hoje? – indagou o professor – Sta Ignis, quero que acerte aquele alvo na parede! Vejamos se é boa de mira.

Dulce apontou o dedo indicador e o dedo anelar em direção ao alvo e em uma fração de segundos, um raio de fogo saiu dos dedos dela e acertaram o alvo em cheio.

– Parabéns senhorita Ignis! Ao menos alguém prestou atenção em algumas dicas para a dominação de fogo! Bem, para a próxima aula, quero que leiam os capítulos um e dois de nossa matéria. Faremos um combate no final da aula. Estão dispensados.

Dulce pegou seus livros rapidamente e saiu apressada pelo corredor afora. Corri para alcançá-la e quando consegui, reparei que ela permanecia séria.

– O que vai fazer agora? – perguntei para puxar assunto.

– Vou visitá-lo. Ele foi preso injustamente, precisa de nós!

– Não sei se é uma boa ideia! Espere mais um p...

– Não esperaria mais um pouco por nenhum amigo meu, e este não será diferente! Você me decepcionou Andrew! Espero que um dia seja mais solidário com seus amigos! – respondeu-me em um tom severo.

Dulce saiu apressada em direção à área central do castelo, onde havia a entrada que ia direto até as masmorras.

– Problemas com a garota, amigão? – disse Hugo chegando ao meu lado.

– Não sei, acho que sim! Não sei mais em quem confiar nesse lugar! Acho que pisei na bola com Dulce...

– Não sabe em quem confiar? Cara, se não confiar em mim vou te atacar durante a noite! brincou Hugo Hey, não fique assim Andrew, todos pisamos na bola cara! Converse com ela e diga como se sente. Ela vai entender!

– Valeu, mas vou pensar um pouco mais. Até mais, tenho aula de feitiçaria agora!

– Está bem, boa aula! Se precisar de mim, estarei na biblioteca!

Fui para a aula de feitiçaria, onde conheci mais um professor, o senhor Walter. Um homem baixo, gordo que usava um bigode incrivelmente horrível. Não consegui prestar atenção em nada da aula pois minha cabeça martelava na noite anterior, no momento em que o cara encapuzado apareceu. Tentei de todas as formas me lembrar de uma característica, mas no escuro, quem conseguiria se lembrar?

Após a aula de feitiçaria, fui para o meu quarto ler um pouco sobre a tarefa de andar sobre a água, dada pela srª Aquarium. Algumas horas se passaram e eu já não parava de pensar no acontecido. Pietro chegou no quarto e notou que eu o encarava.

– O que foi? – me perguntou.

– Você também acha que o Arrow é o culpado?

– Não sei. O cara tentou nos matar noite passada. É tudo o que sei. Quem é a pessoa já é uma coisa que não posso te responder.

– Cara, não vou conseguir pregar o olho esta noite. Só penso no que aconteceu e no como fui estúpido com Dulce, sugerindo que ela abrisse mão de prestar apoio a Arrow em uma hora tão difícil! falei sentindo um pouco de dor de cabeça.

– Vou te ajudar a dormir esta noite. Deite-se e farei o resto!

Fiz o que Pietro sugeriu e ele passou as mãos sobre minha cabeça recitando um feitiço.

– Sonnus! – recitou Pietro.

Na mesma hora, caí no sono e não vi mais nada até o dia seguinte.


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