Vingardion High escrita por Patch, Luna Bizuquinha


Capítulo 7
Atividade na Floresta




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Em poucos segundos, a fumaça se dissipou em minha frente e estávamos em uma floresta, onde havia grandes árvores, algumas que tinham um grosso cipó pendurado que tocava o chão. Perto de nós, havia um grande rio, o que nos impedia de ir para o norte.

– Ah, ótimo. O nosso primeiro obstáculo é um lago! – falei sarcasticamente.

– Alguém aí sabe dominação da água o suficiente para andar sobre a água? – perguntou Arrow.

Todos olharam um para a cara do outro em esperança de que um de nós pudesse solucionar o problema, mas ninguém se manifestou.

– Posso dar um soco em Andrew, que o levaria para o outro lado e o deixaria sozinho e inconsciente por algumas horas, mas pelo menos ele teria atravessado e não teríamos de ouvi-lo por um bom tempo! – sugeriu Tábata sarcasticamente.

– Porque não transforma a água em pedra? Afinal, você é uma bruxa mesmo! – retruquei.

– Imbecil é outro nível mesmo... Não sou uma bruxa, sou uma espécie de ser mágico. Meus poderes são independentes dos elementos. Só posso atacar algo vivo e isso só me faz ter mais vontade de te petrificar!

– Olha aqui sua...

– Geeente, já chega! – gritou Dulce interrompendo-me – Vocês dois não fazem outra coisa além de brigar. Chega! Se não é para ajudar, calem-se!

– Concordo com Dulce! Vocês já estão enchendo a paciência! – disse Arrow.

– Eu tenho uma ideia! – Margot disse.

– Qual? – perguntamos todos juntos.

– Acho que devíamos nos separar e encontrar um jeito de atravessar o rio! Genial, não é? Isso é porque sou Margot – falou novamente jogando os cabelos para o lado.

– O que? Não, isso é suicídio! O professor disse que seria melhor se ficássemos juntos. – falei.

– Concordo com Margot! Seria ótimo ficar longe de Andrew. Nos vemos na relíquia de cristal! – disse Tábata.

– Não! Gente, isso não é aconselhável! Vamos ficar juntos e fazer isso como uma equipe! – Dulce sugeriu.

Não adiantou muito, pois as meninas já haviam saído andando pela beira do rio.

– Se é isso que elas querem, vamos fazer! Mas se elas se derem mal, não hesitarei em jogar na cara de Tábata que ela é uma inconsequente! – falei furioso.

Algumas horas depois, continuávamos caminhando pela costa do rio e não havia nada que pudéssemos usar para atravessar. De repente, ouvi um barulho vindo de dentro da mata.

– Hey, vamos nos esconder! – tentei falar o mais baixo possível, mas já era tarde.

– Ora, ora, o que temos aqui galera? Um grupo de novatos! Vamos fazê-los fracassar!

Todos os outros membros do grupo riram alto enquanto olhavam para nós como se fossemos presas indefesas. Eram cinco garotos fortes, de porte atlético, todos louros e bastante brancos. Dois tinham olhos azuis, dois tinham olhos castanhos e um tinha os olhos verdes.

–Venham para trás de mim, rápido! – Arrow gritou.

Dulce e eu obedecemos e fizemos o que ele disse. Arrow abriu os braços e as mãos fazendo seu corpo ficar em posição de cruz. Seus dedos começavam a se movimentar e ele falava algo baixo.

– Eritque ut camouflage! – recitou Arrow em voz alta.

– Ataquem! – disse o líder deles.

No mesmo momento vi bolas de fogo vindo em nossa direção, junto a raios de magia, mas eram barrados por uma barreira invisível na frente de Arrow.

– Vamos, corram! eles não conseguirão nos ver, nem ouvir por algum tempo! – gritou Arrow.

Enquanto corríamos, Dulce levantou as mãos e criou uma bola de fogo. Em seguida, jogou a bola de fogo para trás e iniciou um incêndio.

– Isso deve atrasá-los quando a magia de Arrow acabar! – disse Dulce enquanto corria.

Após um bom tempo correndo, já estávamos morrendo de cansaço. Paramos um pouco para descansar à beira do rio. Em seguida ouvi passos vindo em nossa direção. Em meio minuto, o grupo nos alcançou.

– Acharam que poderiam se livrar de nós com facilidade? – disse o líder acendendo uma bola de fogo em suas mãos.

Dulce veio à frente acendendo suas mãos como se fossem tochas.

– Você domina o fogo como eu. Tornarei seus poderes nulos! – disse Dulce em um tom severo.

Quando Dulce se tornou uma garota tão bravia? Quando ela deixou sua meiguice para trás? Nunca imaginaria Dulce em uma briga. – pensei.

– Dulce, não tente lutar, eles são muitos! – gritei.

– Escute seu namoradinho. Ele parece se importar com você! – disse o líder do outro grupo, segurando uma bola de fogo em mãos – Será o primeiro que mandarei para a enfermari...

Dulce lançou-lhe um raio de fogo no rosto. A bola de fogo nas mãos do garoto desaparecera.

– Então quer lutar? – o garoto sorriu diabolicamente – Tome isso!

Via raios de fogo vindo em direção de Dulce e ela fazia movimentos com as mãos que realmente, parecia anular os poderes dos oponente.

– Estão esperando o que? Ataquem também! – ordenou o menino.

Raios de magia vinham em nossa direção, um atrás do outro

– Pro maleficio – recitou Arrow.

Os raios de magia lançados pelos outros oponentes paravam no escudo que Arrow formara. De repente a água do rio em nosso lado subiu como uma serpente e atacou Dulce. Neutralizada, Dulce não conseguia mais utilizar sua magia. O que identifiquei como líder do grupo rival, formou mais duas bolas de fogo em suas mãos e as lançou contra Dulce. Ao acertá-la, a menina foi lançada para trás e bateu em uma árvore, onde perdeu a consciência.

– Dulce! – gritei.

– Menos uma! – comemorou o garoto da equipe rival, soltando uma breve gargalhada.

Raiva era o sentimento que me dominava neste momento. Não conseguia medir as consequências de meus atos e fui para cima do menino com intenção de socá-lo. Sentia algo estranho em minhas mãos. Uma pressão diferente, como se minha mão pesasse mais que meu corpo. Quando fechei minhas mãos armando-as para socá-lo, uma raiz saiu do chão e seguia os movimentos que eu fazia com a mão.

– Gosta de ser violento, não é? Tome isso então! – estiquei as mãos torcendo para que tudo aquilo fosse o que pensei.

Imediatamente as árvores em minha volta faziam tudo o que eu fazia com minhas mãos. Bati com minhas mãos uma na outra e as árvores fecharam todos os oponentes com raízes grossas. Enquanto eu utilizava a magia, pensava em acertar o menino bem na cabeça. As raízes foram fazendo tudo o que eu imaginava e da maneira que eu imaginava, deixando todos inconscientes e finalizando a luta. Depois me preocupei com Margot e Tábata. Um portal se abriu abaixo de nós. Peguei Dulce em meus braços e pulei dentro do portal – Arrow me seguiu – Assim que entramos, o portal se fechara e o que me lembro depois era de ter caído em cima de Tábata.

– Como você apareceu aqui seu idiota? – Tábata perguntava furiosa por eu ter caído em cima dela com Dulce em meu colo.

– Desculpe-me, é bom ver que estão bem! – falei.

– Como chegaram até aqui? Sentiram falta de Margot? – falou novamente jogando seus cabelos para o lado.

– Andrew, pelo visto, é da família dos guardiões. Nunca vi alguém que domina terra abrir portais. – contou Arrow.

– O que? Andrew abriu um portal? – perguntou Tábata surpresa.

– F-foi algo incrível. Eu est-tava com raiva e determinado a acabar com aquele garoto e de-derrepente as árvores me obedeciam. Não sei como, mas obedeciam! – falei atônito.

– Ótimo, então mova-se e transporte-nos para o outro lado do rio! – ordenou Tábata.

Tentei me concentrar no outro lado do rio, mas estava preocupado com Dulce, se estava bem, se não estava muito machucada.

– Você é um inútil mesmo! – falou Tábata com desdém.

Dulce acordou assustada fazendo suas mãos pegarem fogo de forma abundante.

– Acalme-se Dulce, você já está a salvo. Andrew nos salvou! – Arrow falava de forma suave e calma enquanto ela apagava as chamas.

– Andrew, você está bem? – Dulce perguntou enquanto vinha em meu encontro e me abraçava.

Retribuí o abraço e fiz um pequeno carinho em seus cabelos enquanto ela se acalmava.

– Olhem! Pedras! Podemos atravessar o rio passando por elas! – disse Margot – Eu vou primeiro, pois não sou qualquer uma, mas sou Margot! – e jogou os cabelos para o lado.

A ideia de Margot realmente foi muito boa, conseguimos atravessar o rio, um a um. Ao chegar no outro lado do rio, já estava perto de escurecer. Mais perigos poderiam nos emboscar, mas não conseguiríamos seguir viajem até muito tarde, pois todos já estavam bastante cansados.

– Vamos seguir o quanto der! – sugeriu Tábata – se ficarmos aqui, seremos alvos fáceis e estaremos distantes de nosso objetivo. Consigo enxergar à noite e temos uma tocha humana em nossa disposição – falou olhando para Dulce.

– Realmente, aqui é muito fácil de algum grupo mais habilidoso nos encontrar! – Concordou Arrow – Minha magia não é algo forte longe de Vingardion High. Meu clã vive pelos arredores da escola e utilizamos magia ancestral. Tenho pouca magia longe deles, mas posso nos camuflar, se caso ficarmos em apuros!

– Dulce, está bem para seguir? – perguntei.

– Sim, não se preocupe comigo! Já me sinto bem!

A noite caiu depressa, mas continuamos rumo ao norte. Dulce iluminava o caminho com uma mão e Tábata seguia à frente do grupo, pois conseguia ver a longo alcance. Mais duas horas de caminhada e fomos emboscados por um vendaval.

– Acho que vocês tem muito azar de estarem aqui a essa hora da noite – Disse uma garota loira, de mais ou menos um metro e sessenta e dois, que estava junto a mais duas meninas e dois meninos. As duas meninas eram morenas e tinham a mesma estatura corporal da primeira. Os meninos eram gordos, muito brancos e ruivos.

– Não sei quem teve mais azar! – disse Tábata com um tom frio.

De repente, os cabelos de Tábata foram ficando grossos, e se separando em mexas. Já não eram fios de cabelo e sim várias serpentes com dentes muito afiados e olhos vermelhos brilhantes, como rubi. Seu rosto não foi possível ser visto, mas creio que não era mais um belo rosto, pois os meninos correram e das garotas só ficaram duas.

– Aaaahhh, o que é você, monstro!? – Gritou a menina loira apavorada – Tome um pouco de vento para que melhore esta cara – disse a menina lançando a mão para frente.

Margot estendeu uma mão para a frente dizendo – ForceField – criando uma barreira à nossa volta, por onde nada passava. Conseguia ver as árvores quase sendo arrancadas do solo.

Tábata se moveu como um vulto, chegando atrás da menina em fração de segundos. Olhou em seus olhos e a menina ficou paralisada. A outra que se preparava para atacar, com as mãos posicionadas para as árvores, se manteve parada a espera da liberação da amiga.

– Você ficaria ótima em minha coleção, mas hoje não te transformarei em pedra, pois não quero acabar com a diversão dos jogos durante o ano. Então sugiro que saia daqui quando eu te libertar, junto com sua amiga e eu não farei nada a você e ao seu grupo, mas se não saírem e atacarem algum integrante do meu grupo, prometo que a morte de vocês será lenta e muito dolorosa, pois cravarei meus dentes em vocês e não te libertarei até retirar sua última gota de sangue!

Neste momento consegui ver que os olhos de Tábata, eram como os olhos das serpentes. Também notei que seus caninos cresceram de forma exagerada, tornando-se tão grandes e afiados que se bobear, cortariam mais que uma faca amolada.

Quando Tábata soltou a menina loira, ela desaparecera em poucos segundos junto a sua companheira. Correram mata adentro tão assustadas que duvido que elas tenham a coragem para nos ameaçar novamente. Rapidamente as serpentes se abaixaram, transformando em mexas de cabelos negros e ondulados.

Margot abaixou a barreira sobre nós e continuamos a seguir viajem. Mais três horas de caminhada, conseguimos ver algo brilhando à nossa frente. Nos apressamos e chegamos até um losango de cristal que brilhava muito. Dentro dele, havia um nome gravado. "Sedecim"

– É o nosso! – afirmei.

– Eu toco primeiro, pois sou Margot! – disse Margot jogando seus cabelos para o lado.

– Todos juntos, pois somos uma equipe! – sugeriu Arrow.

Todos concordamos. Margot fez um biquinho, mas aceitou. Ao tocar, a fumaça roxa que nos levou até lá, nos envolveu e ao se dissipar alguns segundos depois, estávamos no salão D, onde havia uma decoração idêntica ao salão A. As cento e oitenta mesas estavam quase todas completas. Muitos alunos estavam machucados, mas todos conversavam e saboreavam suas refeições.

Sentamos todos na mesa dos Sedecim e saboreamos nossa deliciosa torta de galinha.

– Acho que a atividade foi válida, se a principal tarefa era nos unir!– falei – Nunca imaginaria Tábata nos defendendo.

– Eu estava me defend...

– Tábata, você defendeu a todos nós. – disse Arrow interrompendo-a – "Se atacarem algum integrante do meu grupo, prometo que a morte de vocês será lenta e muito dolorosa, pois cravarei meus dentes em vocês e não te libertarei até retirar sua última gota de sangue". Creio que não falou só de si...

– Ah, que seja... – Tábata suspirou revirando os olhos.

– Eu fico com muito orgulho de nós, por estarmos todos vencendo nossas diferenças e nos unindo! – disse Dulce em um tom alegre.

– Você foi incrível, Dulce! Quem diria que uma menina tão meiguinha como você iria ser uma guerreira tão forte? Estou surpreso e orgulhoso de você, pequena! – disse Arrow sorrindo.

Dulce corou na mesma hora.

– Também estou orgulhoso de você, Dulce! Nos defendeu incrivelmente bem! Parabéns! – Falei sorrindo!

– Só precisa tirar essa franjinha de menina inocente, pois já tá me dando nos nervos essa carinha de anjo... – disse Tábata.

– Eu acho que, quem se saiu melhor de todos nós fui eu. Afinal, eu sou Margot! – jogou os cabelos para o lado novamente.

Todos rimos.

– Agora, tenho que dar os parabéns a você, Andrew!– disse Arrow – Se superou utilizando seus poderes e nos salvando. Teríamos sido destruídos se não nos tirasse dali.

Conversamos mais um pouco e depois fomos todos para nossos alojamentos.

– Este dia foi cansativo! – falei ao encontrar Pietro e Hugo conversando no quarto.

– Sério? Passei o dia na biblioteca! E você Pietro?

– Eu passei o dia lendo sobre maldições no pátio da ala sul.

– Como assim? Não foram para os jogos?

– Claro que fomos! – Pietro respondeu pelos dois.

– E saíram da floresta tão rápido assim? – perguntei surpreso.

– Demorei uma hora para sair de lá – disse Hugo.

– Demorei quarenta e quatro minutos para sair de lá. Meu grupo contém pessoas que utilizam sua magia de forma inteligente. Encontramos um rio como obstáculo, mas tínhamos uma dominadora de água, que fez o rio se transformar em gelo. Passamos e seguimos viajem.

– No meu caso, temos uma bruxa que lê bastante sobre feitiços. Ela já é do terceiro ano. Ela fez um feitiço que nos envolveu em uma bolha de ar e levitamos sobre a floresta até nosso cristal. Foi inteligente. Só foi entediante passar uma hora sobrevoando a floresta.

– Queria ter a sorte de vocês. Pelo menos meu grupo está se entendendo um pouco melhor! E isso já é bom!

– Bem, hora de dormir, né? – lembrou-nos Hugo – Estou cansado depois de tanta leitura.

– Também vou dormir. Gosto de acordar cedo – disse Pietro.

– Boa noite, amigos! Vou dormir também. O dia foi bem puxado e estou exausto! Até amanhã!

Pegamos no sono rapidamente. O toque de recolher havia sido adiado por algumas horas naquela noite, mas não foi esquecido.

– Atenção alunos, entendemos que alguns chegaram tarde, mas agora que todos estão nos domínios do castelo, o toque de recolher fora iniciado! Dirijam-se aos seus quartos para não serem punidos! Boa noite Vingardion High! – disse a voz "eletrônica".


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam dos jogos?