Vingardion High escrita por Patch, Luna Bizuquinha


Capítulo 17
Até o Por do Sol




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Havia um extenso campo por fora da mansão Owteman, no qual o gramado era extremamente verde, com flores de tudo que era cor... Uma linda paisagem a se admirar. Saí da mansão e fui em direção ao que tia Eleonor tinha como jardim...

Lá, enquanto andava pelo campo, fui chegando à beira de um penhasco, onde conseguia ver o anoitecer, através do sol que se punha mar adentro no horizonte. Enquanto admirava aquela paisagem, fui surpreendido por um barulho de graveto quebrando-se por trás de mim.

Ao me virar, havia uma linda moça, de um metro e sessenta e cinco, com curvas perfeitas, magra e uma cinturinha que me deixava louco. Ela usava um vestido longo, que marcava bastante suas curvas. O vestido parecia ser feitos de folhas negras de parreira na parte superior, onde essas folhas acompanhavam a forma do corpo da jovem garota. Na calda, o tecido parecia ficar transparente um pouco acima do joelho, parecendo tecido por teias negras de aranha. Os cabelos ruivos e cacheados da jovem, junto a seus olhos azuis estavam em evidência, deslumbrantes, maravilhosos.

– M-margot? – falei surpreso correndo para abraçá-la.

A linda Margot, quem eu já havia esquecido que era tão linda, respondeu-me com um sorriso em seus lábios vermelhos.

– Margot, – disse com uma enorme emoção – você está bem!?

– É claro que estou, seu bobo – respondeu-me com um sorriso em sua face.

– Por favor, perdoe-me por tudo, tudo o que eu te disse! Não devia te-la tratado tão mal naquele dia! – disse ajoelhando e pegando em suas mãos.

– Deixe de bobagem Andrew, não precisa se desculpar! Sou boa em perdoar, sou boa em tudo, sou Margot, lembra-se? – riu a menina enquanto jogava os belos cachos para o lado.

Abracei-a mais forte e um sentimento de alivio e felicidade me cobriu. Margot retribuiu o abraço. Podia senti-la sorrindo.

– Você está bem mesmo? Está se sentindo bem? Precisa de algo? – perguntei.

– Preciso que pare de me perguntar se preciso de algo. Já disse, estou bem! – respondeu-me sorridente – Olhe que lindo, o por do sol. Faz tanto tempo que não assisto este momento! Quer assisti-lo comigo? – perguntou a garota.

– Seria um prazer, Margot!

Nos sentamos à beira do penhasco, observando o sol que ainda não havia ido embora.

– Então, qual a ocasião especial pela qual está vestida assim? Está tão linda! – meus olhos brilhavam enquanto eu à observava.

– Obrigada Andrew! Não sabia que poderia me elogiar de tal forma algum dia... – respondeu-me sorrindo, com as bochechas corando.

– E então, vai me contar para onde vai?

– Não vou a lugar algum. Este é um de meus vestidos preferidos. Feito por minha mãe. Adoro vesti-lo e assistir ao por do sol com ele, mas geralmente estou sozinha, nunca acompanhada.

– Quer dizer que nunca viu o por do sol com ninguém, nem sequer com Pietro?

– Todos estão ocupados demais para vir assistir. Pensam sempre em meu bem estar, mas não sabem que a solidão é algo que me faz mal...

– Margot, você é tão popular, como pode ser sozinha? – Indaguei.

– Popularidade não é sinônimo de companhia, Andrew. Muitas me invejam, me idolatram, mas não ando com muitas pessoas. Não tenho muitos amigos, apesar de ser a linda Margot.

– Nossa, não sabia que se sentia assim! Mas veja só, eu estou aqui! Vou te fazer companhia sempre que precisar! Serei seu amigo! – Respondi em tom de ânimo.

Margot sorriu e seus olhos brilhavam, como se estivesse encantada pelo que eu disse. Em seguida, se levantou e chegou à beira do penhasco inclinando-se.

– Margot! – gritei segurando-a pela cintura para que ela não caísse – O que está fazendo?

– Arranjando uma desculpa! – disse-me sorrindo encantadoramente.

– Desculpa pra que? – perguntei confuso e pensando no porque dela ser tão doidinha.

– Para isso! – Margot fechou os olhos e me beijou. Seus lábios vermelhos eram macios, molhados, sua língua se enroscava na minha e não tinha mais domínio sobre meu corpo. Agarrei-a de volta e beijei-a com toda delicadeza que eu pudesse utilizar.

No momento em que nos beijávamos, o sol se pôs, fazendo com que a lua e estrelas ganhassem sua vez de brilhar. O vestido de Margot parecia cintilar em meio à claridade da noite. O beijo, por sua vez, foi quente, envolvente, apaixonante, inesperado.

Um estalo escutei, quando nossas bocas se desencostaram.

– Pelos cristais, me perdoe Andrew! Não devia ter feito isso!

– Não, Margot! Você não me beijou, nós nos beijamos! – falei vermelho de vergonha, acompanhada de um sentimento forte que agonizava dentro de mim, mas uma agonia boa.

– Estou tão envergonhada... – disse Margot encurvando o rosto para baixo, fazendo os grandes cachos vermelhos entrarem na frente de seu rosto.

– O que houve com seu cabelo? Ele não era ondulado? – perguntei para descontrair.

Margot levantou o rosto, ainda corada – Eu os enrolei mais cedo. Assim fico parecida com minha mãe! – respondeu-me soltando um leve sorriso.

– Ficou linda! – senti meu rosto corar ao elogiá-la. Estava com muita vontade de beijá-la novamente.

– Obrigada, Andrew! – respondeu-me sorridente, com seu rosto avermelhado devido à vergonha.

Agarrei-a pela cintura novamente e beijei-a loucamente, como se minha vida, meu coração, como se eu dependesse daquilo para viver. O beijo de Margot era bom demais, sua língua roçando à minha, senti-la em meus braços era a melhor sensação que eu tive desde que eu havia ido para Vingardion High.

No fim do beijo, Margot me abraçou forte e apoiou sua cabeça em meu ombro esquerdo. Senti que ela tremia um pouco.

– O que foi, Margot? Estou aqui, irei te proteger! – falei quando notei que a menina estava chorando.

– Senti medo, Andrew! Senti muito medo!

– Medo? Mas sentiu medo de que, Margot? – perguntei confuso.

– De não conseguir te dar este beijo!

– Como assim? Eu não entendi! Porque não conseguiria?

– Minha magia está indo embora, Andrew! Era a única forma de eu encontrá-lo! Saiba que gostei de você desde a primeira vez que te vi! Quem me atacou foi o homem encapuzado! Ele queria me matar, pois ele está fazendo sacrifícios! Foi tudo o que consegui entender! – disse a menina com as lágrimas escorrendo.

– Margot, você não me disse que melhorou? Por que sua magia está indo embora?

– Eu não disse que melhorei, apenas disse que estou bem! Me faz bem estar com você, mesmo que não seja notada na maior parte do tempo! Minha magia é o que me segura, com ela acabando, vou-me embora! Pude te procurar, saindo do meu subconsciente e entrando no seu!

– Como assim? – perguntei não entendendo nada.

– Lembre-se sempre de mim, Andrew! A querida Margot! – disse jogando os cabelos para o lado, dando um sorrisinho meigo.

– Eu nunca te esquecerei Margot, você está comigo! – ao terminar de falar, ela me deu um beijo rápido e seu corpo começou a ficar transparente, até que desapareceu por completo. A Lua estava enorme e fiquei sozinho naquele campo.

Acordei com a tia Eleonor me chamando para almoçar. Tomei um banho e pensei em trocar de roupa, mas me lembrei que não havia levado nada à Vingardion e as roupas da escola ficaram na escola. Desci com a roupa que estava mesmo.

A sala de jantar da mansão Owteman era enorme, com uma mesa grande demais para mim e a tia Eleonor, que estava cheia de comida. Sentei-me em uma cadeira e comecei a arrumar meu prato de comida, já que tia Eleonor decidira não me esperar e já estava saindo.

Não conseguia parar de pensar no sonho. Cada vez que pensava em Margot, meu coração acelerava e me fazia um sentimento sufocante que me incomodava, mas ao mesmo tempo era bom.

Ao terminar de almoçar, saí da casa e notei que o jardim era muito parecido com o de meu sonho. Caminhei até o portão da frente e saí em uma rua residencial, onde haviam muitas casas do mesmo padrão. Ao caminhar um pouco, encontrei na caixa de correio de uma das mansões, o nome Tenebrarum. Não pensei duas vezes antes de entrar. Bati na porta e uma Ninfa atendeu à porta.

– Pois não? – disse a linda mulher.

– Oi, Margot está? – perguntei.

– A senhorita Margot está em seus aposentos, mas não pode receber visita. – revelou-me a moça, friamente.

– Sabe me dizer se ela está bem? – continuei a perguntar.

– Bem? Como pode perguntar se minha filha está bem depois do que ela sofreu? – uma voz surgiu detrás da Ninfa. Quando a mesma saiu da frente, pude ver uma mulher alta, branca como Margot, magra, sua cintura fina, parecia uma rainha, tinha cabelos ruivos com grandes cachos, como os de Margot no sonho.

– Senhora Tenebrarum, gostaria de saber como Margot está!

– E você é?

– Andrew, Andrew Owteman!

A mulher assustou-se ao saber quem eu era.

– E o que você quer com minha filha? Bani-la? Saia de minha casa, Margot não precisa ser banida, pelo jeito que sua magia está enfraquecida, não passará desta noite! Saia! – gritou a Senhora Tenebrarum impondo uma de suas mãos para frente, fazendo algum feitiço, que me lançou para fora da propriedade dos Tenebrarum.

– Não passará desta noite? Então o sonho era... Era verdade!!! – pensei, enquanto as lágrimas caiam de meus olhos.

Voltei para casa aflito. Não poderia deixar que Margot morresse. Não depois do que havia acontecido. Deus, porque agora? Eu estava apaixonado pela aquela garota, não poderia deixar que meu primeiro amor real morresse assim.

Ao chegar em casa, encontrei-me com tia Eleonor.

– Tia, por favor! Ensine-me a me transportar por magia!

– Andrew, eu já lhe disse que você não pode voltar para a Terra.

– Não tia, preciso ir até um lugar aqui em Vingardion! Prometo ficar o dia todo por lá. Quando precisar, me transporte de volta. Não lhe incomodarei e poderá resolver seus assuntos sem que eu interrompa.

– Certo! – disse tia Eleonor fazendo um círculo no ar com o dedo indicador.

Um portal se abriu entre mim e ela.

– Pense em onde quer ir e o portal te levará. Se estiver procurando alguém, pense nessa pessoa e ele te levará até ela. – explicou-me Tia Eleonor – Quando eu precisar de você, te aparato de volta.

– Obrigado tia! – disse entrando no portal com meu pensamento focado em uma única coisa: Margot Tenebrarum!


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