P.O.V. Narrador

Carter não consiga ficar um minuto sem olhar para aquela tela negra desligada, sim estou me referindo a TV. Desde que tudo mudou para o seu lado o seu sono nunca apareceu quando vinha a pensar no que os deuses deveriam estar escondendo. Ele sabia que algo estava errado, ele simplesmente sabia.

A noite estava mais fria do que costumava a ficar, este ar gélido mais fino que fosse era mais cortante do que qualquer metal, ele não sabe ao certo quando ficou tão frio, talvez quando Ethan veio. Talvez... Não isso é simplesmente loucura. Carter estava preocupado com esse pensamento, tão assustado com ele que soltou uma risada, não era de felicidade, não era qualquer tipo de risada que costumam dar, era uma risada de medo. Uma risada que ecoou em sua mente e o deixou com aquele sabor na boca, com o sabor de sua derrota contra si mesmo.

O silêncio só causava mais frio, com TV desligada ele já tinha pensado em liga-la, mas nunca fez isso. Tinha o receio de ficar com raiva desses mortais que não abriam direito seus olhos para o que acontecia. É, mas era bom assim, ele sabia. Ele não podia culpa-los. Mas o tédio o matava, como qualquer outro, ele odiava o tédio. Afinal, quem nos colocou este tal de tédio? Eu não sei, eu só queria saber quem foi esse.

Mas, ele sabia que esse silêncio poderia ser interrompido, e é claro que foi, com, bom, alguém batendo na porta. Carter se alarmou. Ele não deveria ficar com tanto medo, afinal tinha enfrentado coisas bem piores como alguém batendo na porta. Aquilo poderia não ser uma ameaça, mas Carter aceitou como uma ameaça. Com o seu Khopesh cravado no cinto e respirando fundo levantou-se para abrir a porta.

Seus dedos encostados no Khopesh e com sua mão livre ainda respirando fundo abriu a porta. Quando ele viu quem era...

– Carter! – disse com suas mãos para o alto e com um sorriso falso na boca, acreditem se quiser, o dono desta fala era Percy Jackson.

– Ah não. - Ele disse rindo de frustração. – Não, não pode ser. – Sua cara estava vermelha, ele pôs a mão que estava em seu Khopesh na cara com só amostra sua boca que esboçava sua boca rindo de frustração. Ele tirou a mão da cara o olhando. – E você tem coragem de vir na minha casa para o que? Deixe eu ver, me ver rindo de frustração? Ou, sei lá, me matar? Ah, melhor opção, tirar o meu sossego para eu ter que enfrentar mais uma merda de apocalipse?

Percy ainda com o seu sorriso falso na boca disse:

– Que tal a terceira mais a primeira? – Os dois ferviam de raiva. Carter estava com a cara séria, como Percy os dois se olhavam com olhares assassinos.

Mas, antes do que qualquer um avançar, a menina que acompanhava Percy colocou o braço na frente dele.

– Desculpa, todos estamos um pouco bem... Chocados. O que ele quis dizer, oque queremos dizer é que... Sim, estamos meio que... Precisando de mais ajuda o possível.

Carter se apoiou na parede e os olhou atentamente.

– E se eu disser não? – disse o seguidor de Hórus.

Percy parecia ter ficado mais bravo ainda.

– E se EU te disser que... Porra, Kane, imagine todos que você ama e que importam para você, seus iniciados, e quem mais esteja em sua vida, mortos. Você está incluído. – disse ele tentando controlar sua raiva. Carter saiu daquela posição e o encarou só pensando em poucos de sua vida: Sadie e Zia. – Kane, eu to sério eu não vim aqui brincar, eu não vim oferecer uma bebida, eu não vim aqui para te mandar à merda. Eu só vim por um simples motivo. Eu preciso de ajuda, nós precisamos de ajuda. É uma causa, não sabemos o que é aquilo, e aquilo já matou uns... Cinco campistas. Sem contar os do outro acampamento. E mais morreram.

Carter coçou a nuca, ele não queria morrer, mas também não queria que outros morressem porque ele falou um não quando pediram ajuda. Carter se estreitou e estendeu o braço para Percy. Percy apertou a mão de Carter rapidamente.

– Eu te ajudo, não por você, mas sim porque não irei embora sem lutar.

Percy sorriu e a garota ao seu lado disse antes de apertar a mão de Carter.

– Apropósito, o meu nome é Annabeth.

Carter também sorriu, não podia ficar sério para sempre.

– Então, eu acho que vocês também tem que falar com a minha irmã, ela ia gostar de saber. E, mudando de assunto, as acomodações, bom vocês vão precisar no mesmo quarto, se não se importarem. Têm duas camas em cada um.

Eles assentiram.

– Okay... Hã... Nós vamos falar com sua irmã ou você só vai nos olhar como o Octavian ver gregos.

Carter franziu a testa.

– Quem?

– Nada. – disse Annabeth.

Não era tão difícil achar qual era o quarto de Sadie. Um aviso se estendia na maçaneta, NÃO PERTURBE. Carter bateu na porta com força.

–Em que parte do não perturbe você simplesmente não entende, Carter?! – ouviram a voz de Sadie Kane perguntar com a porta ainda fechada.

– Temos visitas. – disse ele rapidamente. Ouviram alguns xingamentos, coisas caindo até que a porta se abriu com uma loira com mechas azuis se apoiando na porta com enorme sorriso torto cravado na cara.

– Olá querido só que não e único irmão. – disse Sadie com sua maior simpatia.

Carter se manteve sério.

– Sadie, temos assuntos para se tratar.

Sadie olhou ara as caras sérias de Carter, Annabeth e Percy e na hora soube o que se tratava.

– Não. – disse ela quase sussurrando com lágrimas brotando dos seus olhos. – Não, não, vo- vocês estão brincando. É tudo uma merda de piada, né? – disse ela se obrigando a rir, mesmo que no fundo sabia que estava errada. – Ha! Sabe de uma coisa vocês não podem fazer isso comigo, tudo de novo! Não, não.

Seus olhos estavam vermelhos, ela só conseguia negar. Carter não conseguia ver a irmã assim, ele sabia que odiava quando Sadie o irritava, mas eles eram irmãos. Carter abraçou a irmã que chorava em seu ombro.

– Tudo vai dar certo. – ele dizia.

A irmã simplesmente negou e afastou.

– Não Carter, não podemos contar para todos de manhã, o baile é daqui a dois dias, não podemos estragar essa noite.

– Mas Sadie... Você tem razão. Contaremos no dia depois dele. Até que isso aconteça – ele se virou para Percy e Annabeth – vocês devem agir como nada estivesse de errado.

– Nós vamos. – Falaram juntos.

Carter assentiu.

– Agora, vocês podem me detalhar o que era aquilo?