Tempo Perdido escrita por Raposa


Capítulo 15
O mundo deve ser redondo


Notas iniciais do capítulo

Novo capítulo!!!!!!!!!!



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P.O.V Narrador

Inocentes, como Ethan. Frágeis, como Mellonie. Geniosos, como Uriah. Intelectuais, como Julia. Ágeis, como Félix. E, confusos, como a tal que gosta de ser chamada de "Hazel". Todos eles, cada uma dessas almas (se ainda tem uma) estão prestes a serem manipulados e nem notaram. São estúpidos, podem ser gênios, mas são estúpidos de mais para não perceber. E enquanto a Cassie? E a nova garota Sara? Ah, e o morto Peter? Nunca duvidaram de alguém, por que não duvidar também de Ethan? Já que não se deve confiar em nenhum narrador.

Carter, Carter, talvez Uriah esteja certo, talvez eles não descubram nada antes de conseguir achar algo. Carter foi capturado com uma facilidade, não acham? Talvez perdeu as esperanças. Até gosto como as palavras soam enquanto conto esta história para vocês, Carter Kane, mago do combate, já se disse olho de Hórus, foi capturado e nem conseguiu se soltar! Preso em um trato.

Agora mesmo ele está com uma venda negra nos olhos permitindo que veja fagulhas de luz e sombras. Preso em uma cadeira de madeira, em um lugar que tem cheiro de mofo e corpos apodrecendo. Carter ouviu uma risada ecoar pela sala.

Sua cabeça pendia para frente, não existia mais nenhuma força existente em seu corpo. Hórus...? Tentou falar com Hórus várias vezes, mas nada dava certo nem sobrara forças para isso. Eles sentiu alguém desamarrando a venda, logo tudo que parecia se iluminar ficou mais escuro. As paredes tinham uma tinha beje meio marrom descascando, uma lâmpada fosforescente no teto alto, que parecia estar quase pifando, algumas janelas sujas de poeiras e uns três homens de preto estavam cinco metros dele. Mas, o que chamou a sua atenção foi um homem magro, com um manto negro como se fosse feito de penas, espera era feito de penas de corvo? Um sorriso longo mostrando seus dentes afiados, cabelo loiro como se fosse areia, tinha aparência de ter uns quarenta anos no máximo, mas nunca se sabe.

– Ora, ora, o que temos aqui hoje? - disse se agachando em frente de Carter e colocando sua fina e longa mão no queixo do Kane levantando sua cabeça. - Não esperava ver você assim, sorria! É um lindo dia veja! - disse com a voz cheia de sarcasmo.

Carter soltou um grunhido fraco e deixou escapar o ar da boca com dificuldade.

– Você está péssimo. - O homem se levantou e caminhou um pouco mais para perto dos seus ajudantes. - Está mais fraco do que parece, e bem mais estúpido. - disse sacudindo a cabeça em concordância. Carter poderia ter respondido algo, mas não estava com cabeça para o momento. - Sabe Carter, vocês ficam tão preocupados com os assassinos e nem percebem se pode ter um espião.

Nessa hora o coração de Carter oprimiu, sentiu uma enorme raiva, seus olhos arregalados com os cabelos todos bagunçados, conseguia-se ver no contorno do olho um vermelho vibrante, sua mão apertou forte a cadeira, parecia quase recuperado, mas era só a adrenalina.

– Está meio óbvio que é você! - brandou Carter cuspindo as palavras. Queria se livras daquelas cordas, queria escapar e só ver a cara de Sadie ou Zia novamente, queria o espancá-lo até a morte, mas não podia.

– Seu tolo! Você só consegue enxergar o óbvio?! - disse o homem quase gritando. Seu olhar era psicótico e sua cara estava vermelha. - Carter, por que não olhe em sua volta? - seu braço rodou em volta do corpo como se fosse de tecido. Então o largo sorriso, de novo, se iluminou e a raiva de Carter se incendiou ainda mais. - Você não quer ver? - disse suavemente.

Carter ouviu passos ecoarem, olhou para seu lado e viu, ele viu uma menina com cabelos pretos como breu cobrindo o rosto de lado, mas um sorriso se estendia em sua pele pálida em volta de suas roupas pretas. Um suéter de gola alta, uma calça preta, coturnos pretos... Não conseguia ver quem era, mas... A garota ficou ao lado do homem e jogou o cabelo longo por cima do ombro. E... Não, não, não, não podia ser! Então as peças se encaixaram na cabeça de Carter, reconhecia-a de qualquer lugar, ela era uma das melhores aprendizes que já teve, sempre tão atenciosa... As palavras ficaram presas em sua garganta.

– C-cassie...? - perguntou não querendo obter as respostas.

Ela riu por prazer.

– Carter, nunca ouviu falar que o mundo é redondo? Os personagens deste cotidiano sem graça podem ter personalidades redondas, nunca leu nada disso em livros? Pensava que era esperto, Kane. - disse cruzando os braços. Riu mais uma vez. -Vamos dizer que eu e Peter tínhamos um plano na frente que não envolvia nenhum de vocês.

– Peter está morto. - disse Carter fraco com a voz ríspida.

– Eu mesma tomei conta disso. O próximo seria mesmo o Uriah, o garoto sabe demais, além do mais, é um seguidor de Anúbis e filho de Hécate, ele é perigoso, não acha? Talvez mataria aquela semideusa grega nova, Sara? Ou... - soltou uma risada. - Sadie.

– Pare.

– Não consegue aguentar a verdade?

– Só pare.

Ela o lançou um sorriso.

– Nah. As coisas vão acabar sendo divertidas de mais, vamos começar agora mesmo.

Ela deslizou sua mão ao cinto e puxou um aparelho de choque.

– Hmmm, dois mil volts basta?

–--

[Soundtrack:https://www.youtube.com/watch?v=v6opP57xgU8 ]

Por volta de meia noite, Uriah estava em um sono profundo, mas podia sentir tudo. Os choques atravessavam por seu corpo, as lâminas pareciam atravessar em seu corpo. Ele realmente gritava, mas não acordava, contorcia na cama tentando respirar, ele nunca suou tanto na vida. O ar ficou preso em seus gritos que ecoavam em seu quarto. A fria lâmina atravessava a sua barriga aos poucos, vários cortes no rosto, e o barulho simplesmente o amedrontava.

– Pare! - gritava para a lâmina invisível de seu sonho. - PARE! - seu corpo se iluminou com chamas roxas, seus olhos quando abriram adquiriram a mesma cor. Seus músculos todos tensos e seus punhos cerrados com as chamas. Tudo em sua volta parece ter ficado mais escuro, não tinha mais consciência do que fazia, levantou-se da cama como se fosse programado, e começou a andar iluminando os corredores. Achou uma porta familiar, não conseguia mais aguentar nada, tudo era de mais, quase arrancando a porta abriu-a e quando fez isso, um passo adiante quando as duas meninas se levantara, não recordava nenhuma dela. Elas gritavam seu nome, mas era impossível, Uriah simplesmente desabou no chão tremendo como se fosse eletrocutado e o quarto todo se iluminou.

–--

Algo gelado era jogado no rosto de Uriah, mas com delicadeza. Seus olhos tentavam se acomodar com a luz. Não se lembrava do que tinha feito no dia anterior. Essa era a parte que mais se odiava, tentava decifrar se era um sonho ou não. Não conseguia explicar a morte do pai, só se lembrava de ter pegado uma arma, mas também não sabia se era um sonho. Uriah era um caso perdido.

– Não se mexa. - disse uma voz que não recordava.

– Por favor me diga que não matei ninguém. - disse fraco quase em lágrimas. A voz suspirou como se ele não gostaria da resposta.

– Tentou, mas conseguiram impedir, não se preocupe.

Teve vontade de gritar, teve vontade de correr, teve vontade de espancar a parede até seu punho arrebentar.

– Q-quem foi dessa vez? - ele não gostaria de obter respostas, mas tinha qye aguentar a verdade.

– Uriah, você veio agarrando Félix pelo pescoço, você estava sob domínio de algo, Félix já estava desacordado, aquelas chamas... - Uriah não conseguia ouvir mais nada. Tinha quase matado o próprio amigo. Enfiou as mãos na cara e começou a gritar.

Pare!

Gritou a mesma palavra até sua voz se perder no eco.


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Notas finais do capítulo

E então??????



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