Tempo Perdido escrita por Raposa


Capítulo 12
Vamos ter que agir rápido.


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu não consigo parar de escrever!!!!!!! Talvez eu poste amanhã também.



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. [soundtrack: https://www.youtube.com/watch?v=1LqLa0cx_s8]

– Ethan acorda! Ethan. – logo abri os olhos, eu não podia não abrir os olhos agora quando alguém gritava. Era Félix, ele me sacudia com os olhos cheios de lágrimas. – Ethan.

Levantei-me rapidamente mesmo sonolento.

– Félix. O que está acontecendo?

Félix balançou a cabeça em um tom de negatividade. As lágrimas começaram a escorrer de seu rosto, ele parecia desesperado, ele soluçava horrores. Fiquei desesperado, Félix tirou as mãos do rosto e falou entre soluços.

– Ethan... Eles... Eles... – então me abraçou, o garoto estava desesperado. – Não... Não...

Suas mãos cravaram em meus ombros.

– Eles a mataram! ELES A MATARAM! – ele começou a gritar, eu não sabia quem era ela, mas peguei Félix pelos ombros e olhei atentamente.

– Félix, quem matou quem? – perguntei não querendo obter a resposta. Félix estava sério, seus punhos cerrados tentando lutar pelas lágrimas, o quarto não fazia nenhum som. O meu coração batia mais rápido a cada minuto que se passava, a minha respiração já estava difícil.

– Lauren, Alaska Lauren. – De primeiro não entendi suas palavras. Então quando ouvi “Alaska” o peso do mundo caiu em mim, tudo. Minhas pernas balançaram e logo tive que me apoiar na mesa. Não a conhecia tão bem, mas, era a Lauren. As lágrimas escaparam de meus olhos, o desespero e a raiva cresceram dentro de mim. Então comecei a pensar, então, não conseguiria mais vê-la, nunca mais vou poder ouvir suas piadas, mesmo às vezes sendo sem graça “Já encarei o medo nos olho” fora uma coisa que me marcou. Logo caí de joelhos no chão. Não, não, não. Eles podem só estar brincando, uma risada saiu de minha boca, é tudo uma brincadeira, tudo. Comecei a rir. Tudo era mentira, não podia acreditar, não podia.

Olhei para o teto e gritei entre lágrimas:

– Então é isso que você quer?! Já matou os meus pais, você já me mandou até aqui! E agora?! Quem mais vai morrer??!! – afundei o meu rosto em minhas mãos que estavam frias. Ela se foi, ela se foi sem dizer tchau, simplesmente se foi.

Logo passei por Félix e todos da casa indo para a rua indo para qualquer lugar, qualquer lugar menos aquele. Felizmente ninguém me seguiu, não queria que soubessem aonde iria.

+++

– E o que você vai querer beber – disse um homem loiro com a barba para fazer, a camiseta manchada. Meus olhos estavam vermelhos de tanto chorar, estava cheio de raiva.

– O que você sugere para não lembrar muito do que aconteceu?

O homem se virou para a estante cheia de bebidas e perguntou sobre o ombro:

– Olhos vermelhos, lágrimas escorrendo pelo rosto... Alguém morreu, veio para um bar esquecer-se de tudo... – ele deu de ombros. – Você é o que? O Renato Russo?

Suspirei. Fechei os olhos.

– Que tal assim, estou prestes a morrer.

– Hmmmm, aquele amigo do House?

Mortais, ignorantes. Essa deveria ser a definição, deveria.

– Mais ou menos. – disse abrindo os olhos. Logo um copo grande com um líquido escuro estava em minha frente.

O homem colocou os seus braços na bancada e sorriu para mim, aquele tipo de sorriso me irritava.

– Gosto de você, garoto. Não porque está sustentando este lugar, mas porque eu consigo ver alguma coisa de diferente em você. Você não parece ser dos padrões normais, não me entenda a mal, mas não parece ser humano.

Ta bom... “Não parece ser humano”. Será que mudei tanto assim desde que entrei na casa do Brooklin? Talvez.

– Como assim? – disse bebendo um gole da bebida, aquilo queimava, mas naquele momento poderiam me dar um tiro que eu deixaria que eu podia morrer naquele lugar, tudo pela Alaska.

– Eu sei quando vejo algo diferente, e você meu garoto, você não é comum.

Algo nele me fazia lembrar-se do Senhor Lee, ele tinha o aspecto dele. Não precisou me perguntar, só disse, ele parecia que já tinha visto tudo.

– Então, me diga como você vai morrer? – ele perguntou. Suspirei mais uma vez.

– De um jeito curioso. Bem curioso.

Ele assentiu.

– Todos iramos morrer de um jeito curioso, Ethan.

Arregalei os olhos, o cara sabia o meu nome. Levantei-me, invoquei meu cajado e apontei para o seu peito.

– Como sabe do meu nome?

Seu sorriso se alargou como se os cantos da sua boca iriam rasgar.

– Não me reconhece? – disse com a voz animada.

– Eu não vou ter que lutar de novo, vou? – foi a minha resposta. Ele soltou uma risada grave. E então seu rosto começou a mudar, ele começou a emagrecer, seu rosto tomou uma cor pálida, um manto apareceu descendo até o chão. Penas formavam-no, penas negras.

– Eu os matei, eu a matei, eu tornei a sua vida o inferno que está agora. Eu sou você, Ethan, eu sou você.

Cambaleei para trás rindo.

– Você não pode ser eu. Isso é impossível. – ele também ria.

– Então o impossível se tornou possível, saca? Logo todos vocês estarão mortos e a culpa toda será tua, espera, nossa. – E então ele desapareceu, eu odiava quando faziam aquilo. Sempre desapareciam, sempre. E aquele papo de eu ser ele... Tudo não fazia sentido.

Eu acho que deveria ser tudo coisa da minha cabeça, pois logo o homem que me atendia estalou os dedos na frente da minha cara e perguntou:

– E aí, vai pedir o que?

+++

A parte mais difícil daquele dia foi ver o corpo de Alaska morto, todos da casa estavam de preto. Um seguidor de Anúbis preparou a maior parte do funeral, eu não parava de chorar, mas os piores eram Félix e Uriah. Félix estava abraçado no caixão e Uriah de joelhos no chão com Julia ao seu lado.

Era um silêncio mortal, só ouvíamos choros. Eu não parava de pensar nela, não conseguia mais se lembrar de seu sorriso que queria tanto lembrar, eu me esforçava, mas tudo que via era seus olhos fechados.

Uriah se levantou sério com as lágrimas escorrendo gritou para o céu:

– Eu vou te achar, não importa onde esteja, eu vou te achar e você estará morto! Ouviu?! Mexeu com um de nós, mexeu com todos! – ele não aguentava mais ficar ali, ele só saiu.

Era a hora de falar palavras sobre a Alaska, Félix foi o primeiro:

– O nome dela de verdade ninguém nunca soube, seu nome não era Alaska Lauren, nunca foi. – sua voz estava trêmula, me sentia culpado por estar chorando e ter que ficar em pé ali. –Ah, ela ia querer que eu falasse tantas coisas dela... Talvez ela quisesse que eu falasse que ela era uma sacana, o que ela era. Ela ia gostar de nos ver tristes, não pelo lado ruim, mas sim porque se importamos com ela. Ela era uma irmã pra mim, na verdade a amava mais que uma irmã, mas nunca tive a coragem de dizer algo. Eu queria que isso tudo fosse uma brincadeira. – disse em um tom sério. – Mas, nada do que vimos até agora foi uma mentira. Vivemos nas partes claras mesmo estando em um lugar sombrio. Mas, a coisa que todos nós admirávamos na Alaska era que ela acreditava no lado bom da vida, uma coisa que quase nunca consegui fazer ou entender.

Olhei para o crepúsculo que se formava e pensei, ela não será esquecida, não tão fácil assim.


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Notas finais do capítulo

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