Tempo Perdido escrita por Raposa


Capítulo 10
Quando eu souber, vou saber. Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, depois de várias ameaças de uma certa cria de Ares... Aqui está!



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Eu me levantei.

– Ethan, não. – eu não o dei ouvidos.

Eu só me levantei, caminhei entre as pessoas. Ouvia a música tocando “The Callendar Hung Itself – Bright Eyes”. Todos dançavam animadamente, mas eu não eu só desviava de tudo isso, eu não iria sair tão cedo. Não sabia ao certo o que faria quando chegasse onde os vi se beijando, não sabia se batia no cara até perder a consciência, ou a beijava, ou corria para a casa e chorasse...

Então só andei pela multidão e parei uns três metros onde eles se encontravam. Fiquei olhando, aquilo me fazia sentir como se valeu apena ter que ver aquilo. Eu sofria, e muito, a minha mente estava cheia, já estava bebendo, então a minha cabeça girava mais ainda. Eu queria perguntar, mas fiquei para por um tempo os olhando incrédulo. Não era certo, nem um pouco, só não parecia estar certo. Seus braços envolvidos naquele pescoço, pressionando dos lábios do outro, se curvando para mais, não era certo.

– O que? – murmurei. Então a raiva assumiu o meu corpo, sinceramente eu não queria fazer aquilo, mas eu só fiz. Fui até lá, não me importava quem era o cara, eu puxei de Mellonie e o dei um soco bem eu seu nariz fazendo o cair no chão.

– Ethan! – gritou ela. Eu também não a ouvi.

Então comecei a espancar aquele rosto. Ele revidou, espancando o meu olho, isso só me deixou mais zangado. Mellonie colocou umas de suas mãos em meu ombro, eu só hesitei. Ele me chutou na barriga me jogando para o lado. Ele levantou, seu rosto ensanguentado fervia. Seu cabelo castanho estava com raspas de sangue, então ele chutou a minha cara, mais uma vez, ardia mesmo, tipo, até mais que caralho! Contorci-me de dor, mas não pude ficar parado. Eu não conseguia enxergar direito. Levantei-me e o empurrei na parede e ficamos nos olhando, ele imobilizado, eu com as mãos em seu terno o deixando parado. Nossas respirações ofegantes. Sangue escorria pelo canto do meu rosto. Seus olhos verdes me fitavam.

– O que você está fazendo aqui? – disse entre os dentes.

– Eu que pergunto.

Mellonie colocou de novo a mão em meu ombro.

– Ethan o solte. – disse ela calmamente.

Não virei o rosto.

– Cara, me solta, você não me conhece, mas posso te fazer um estrago que vai te mandar pra tua mãe.

Sim, agora eu perdi a minha mente. O soltei brutalmente. O joguei de na parede novamente com mais força, ele caiu novamente no chão inconsciente Mellonie soltou um grito e cobriu a boca com a mão, ela sentou perto dele e checou se respirava.

Eu não queria ter feito aquilo. Um nó se formou em minha garganta.

Ela se virou para mim com raiva e com lágrimas em seu rosto.

– Quem é você e o que fez com o Ethan?

Eu queria chorar. A música continuou rolando, mas todos pararam e se juntaram rodeando eu, Mellonie e o cara que nocauteei.

Logo, todos do baile vieram ver o que tinha acontecido, todos me olhavam completamente todos. O que eu fiz? O que Eu fiz?

– Desculpa. – falei baixo para ninguém ouvir. Saí correndo pela multidão com a cara abaixada. Ouvi passos me seguindo corri mais rapidamente. Então a voz falou:

– Ethan! – era a voz de Félix. O ignorei. – Ethan, eu só quero conversar.

– Me deixa em paz. – disse com a voz trêmula. Félix acompanhou o passo.

– Ethan, espera, eu entendo.

Naquela hora virei para trás com os olhos fechados e os punhos cerrados respirando ofegantemente.

– Não entende. – Respirei fundo. Abri os punhos, voltei a minha cabeça em sua direção abrindo os olhos. – Félix, eu poderia ter matado ele. Eu não estou mentindo.

Ele chegou mais perto, mas antes que ele viesse mais perto invoquei o meu cajado apontando para ele. Félix ficou perplexo. Eu só fiquei com a expressão monótona.

– Ethan. – alarmou Félix.

Eu continuei apontando o meu cajado para ele. “Simples assim, eu poderia matá-lo simplesmente com um feitiço.” Quis falar, mas fiquei mudo.

– Ethan, eu sou seu amigo. – ele colocou as mãos para cima evitando o cajado. – Por favor, eu só quero falar com você.

Eu só conseguia pensar nas palavras de Mellonie, sim, eu tinha virado um monstro. O rosto do menino que tinha nocauteado, eu nem sabia quem era. Nem sabia o seu nome. Lembrei-me do refeitório quando bati em outro cara. Lembrei-me de Chicago quando o Senhor Lee me avisou que os meus olhos teriam que estar abertos a tudo. O rosto do meu pai morto. Tudo isso veio de uma vez. Fechei os olhos estalei meu pescoço depois voltei a olhar para ele mais irritado, dei um passo para frente e coloquei o meu cajado com a ponta encostada em seu peito.

– Corra, antes que eu faça algo.

– Mas-

– Vá! – disse gritando. Félix correu de volta ao baile parou alguns passos da porta me olhou atentamente e voltou abrindo a porta. Comecei a chorar. Andei sem pressa para fora daquele lugar. Tudo pareceu parar, sei que pode parecer clichê, mas o tempo estava perdido. Quando abria a porta para fora comecei a pensar por que eu tive que ameaçar Félix. Por quê? Ele só queria ajuda, não é? Claro que sim, idiota. Era só Félix. Mas, eu queria ficar ali sozinho, não queria ouvir um discurso.

Com o céu marrom, a luz era pouco, sem estrelas pela poluição, lâmpadas queimadas, e a rua estava molhada com várias poças de água. Só com um passo, voltou, eu comecei a ouvir do meio do nada a música que me lembrava dela, Sara do Ed Sheeran. Não, não estou delirando, abe que isso pode acontecer com qualquer pessoa? Ta bom, não sei da última parte.

Afrouxei a gravata, parecia que ela ia me enforcar daquele jeito, mas o sentimento não passou. Ainda parecia que eu estava sendo sufocado por mim próprio. Tudo dançava em minha volta. Até que ouvi algo que me fez congelar e segurar o meu cajado com as duas mãos, ouvi o som de novo, olhei em volta, nada.

O a escuridão era demais para enxergar. Recitei um dos únicos feitiços que sei:

A-Máx – murmurei para o meu cajado em que uma pequena chama se acendia para eu poder enxergar melhor. – Alguém ta aí?! – gritei.

De primeiro não vi nada, nem uma poeira. E então adentro da escuridão uma menina loira com uma enorme espada vindo em minha direção. Ela gritava algo que de primeiro não consegui ouvir direito então fiz o que faço:

– Hã?!

– Corre. Corre caralho!

E então sem saber o que fazia vi os meus pés se virando e indo cada vez mais rápido. Vi logo a menina ao meu lado.

– O que ta acontecendo? – perguntei a ela com a voz cansada.

Ela deu de ombros.

– Faço á mínima.

Revirei os olhos para cima. Ótimo, ótimo, continue a correr, Ethan, apenas continue, disse para mim mesmo. Eu não percebi o quanto as minhas pernas ardiam até que senti algo me parar. E sabia que este algo não era humano, sua respiração era pesada, sentia algum tipo de força a sua volta,mas não o encarei, sabia que a criatura era maior do que eu, bem maior. Apenas fechei os olhos e cerrei meus punhos em volta do cajado.

Senti algum tipo de garra rasgando o terno e logo só estava só com uma camiseta que ficava em baixo do terno. O pânico me atingiu, o que aquilo estava fazendo? Por que eu estava parado? Abri os olhos e vi que a menina olhava perplexa para a criatura até que eu virei. Logo engoli em seco. Aquilo era...

Ele não havia olhos, seus dentes brancos com uma gosma roxa meio preta cobria, viam para fora de seu lábio que era feito de carne preta arredondada. Seu corpo estava coberto por uma manta preta rasgada, seus braços eram finos, e suas mãos havia garras pretas gigantes. Tudo nele me dava medo, tudo.

Dei um passo para trás e a criatura rosnou com os lábios trêmulos.

– Atacaremos juntos, okay? – perguntou ela em um tom meio murmurado. Com um rápido movimento de cabeça.Não sabia se podia confiar nela, mas era ela ou o monstro. – Um. Dois... – o meu coração estava muito acelerado que podia ouvi-lo em minhas orelhas . – Agora! – ela gritou.

A partir daquele momento, esqueci-me da grande possibilidade da minha cabeça ser decapitada e como ela fez, corri em direção do monstro. Não sei por que gritava enquanto avançava da criatura. E então algo explodiu em mim, um sentimento de raiva enquanto corria.

A-Máx!– Gritei enquanto em meu cajado as chamas cresciam e voavam enquanto jogava- me em sua manta para incendiá-la. O monstro grunhiu logo que as chamas se encontraram com o seu corpo. Lancei meu cajado na direção de sua cabeça que logo um de seus dentes voou para o chão, sorri, mas não por felicidade. Olhei para o chão para ver se ela ainda lutava, não, ai não. Fala-me que ela ta viva. Seu corpo se encontrava do outro lado imóvel. Então pulei do monstro que seu sangue era roxo. Logo que os meus pés tocaram no chão, com um tremor, senti garras em minhas costas rasgando a minha pele, senti um gosto de ferro em minha boca. O sangue deslizava em minhas costas.

Antes que eu pude me virar a criatura se desfez indo na direção da escuridão.

Fui mancando até ela. Eu estava desesperado, não entendi porque as lágrimas brotaram em meu rosto.

Logo, com os joelhos no chão, coloquei seus braços em meu pescoço, segurei as suas costas com um dos braços e com outro suas pernas. Ignorando a dor insuportável que sentia nas costas fui em direção da casa do Brooklin.

Logo avistei a casa. Não sei o que sentia, felicidade ou tristeza.

Para a minha sorte Sadie, Carter, Jazz e mais duas pessoas conversavam no lado de fora. Só mais uns seis metros.

– Socorro! – gritei com a voz falhando.

Vi Jazz se virar e seu rosto tomou um ar de medo. A dor era mesmo insuportável, não sabia se eu podia mais andar. Quando fui dar outro passo o meu pé já estava fraco demais me fazendo cair de joelhos.

Ouvi passos em minha direção, não conseguia saber direito o que falavam. Logo pegaram a menina depois tudo girava senti mãos vindo até mim me levando para algum lugar. E antes de tudo desaparecer pude ouvir o que os meus lábios murmuravam:
– Ele volta.


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Notas finais do capítulo

E aí??????



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