Capitulo 6

Duas semanas havia se passado, eu agora trabalhava no hotel servindo as mesas do restaurante que havia ali. Caroline faz de tudo, limpa, cozinha, atende, e sempre faz isso sorridente e alegre, uma alegria de verdade que te contagia.

Eu me sentia bem ali, os clientes já me conheciam e me tratavam bem (muitos iam apenas pela comida de Caroline, que era divina), eu estava gostando. Meu quarto era descontado do salario até eu achar um apartamento de verdade, afinal não dava pra viver num hotel para o resto da vida.

– Elena, mesa cinco! – Caroline me passou a bandeja com batatinhas fritas e Coca-Cola e eu fui até a mesa, colocando-a ali. O cliente levantou o olhar e me encarou, era muito lindo.

– Está aqui, espero que goste – tentei sorrir simpática.

– Obrigada – assenti, virando-me, mas ele agarrou meu pulso e me fez ficar de frente com ele que se levantara da cadeira – À proposito, sou o Elijah.

– Belo nome Elijah, combina com você. Sou Elena, a nova garçonete, mas com licença, preciso voltar ao trabalho.

Elijah me soltou e eu sorri em agradecimento, voltando à cozinha, onde Caroline me encarava sorridente e sonhadora.

– Ah, você tem tanta sorte, olha o cara que acabou de fisgar – ela suspirou teatralmente, ela podia seguir essa carreira, se daria bem.

– Não viaja Caroline, ele apenas disse o nome, nada de mais – revirei os olhos, foi quando senti uma tontura, tive que segurar na pia para não cair. Enjoou.

Corri para o banheiro e vomitei na primeira privada que consegui chegar. Esta vez fora pior que as outras, já havia algum tempo que eu estava com estes sintomas, mas achava que era só um mal estar passageiro. É bom Caroline não ficar sabendo, ou ela me arrastará para o hospital.

– Elena! – Caroline já estava no banheiro quando eu lavava minha boca, ela me olhou reprovadora, aquele olhar que dizia “Conte tudo” – O que está havendo? Faz um tempo que você está assim.

– Estou bem, Caroline – tentei sorrir, mas saiu uma careta.

– Não, não está. E nós vamos agora para o hospital, Margaret dá conta dos pedidos – suspirei, já sabendo que não adiantava discutir.

– Não vai ser nada e vamos gastar passagem à toa – murmurei, ela me encarou séria.

– Elena, eu não sei nada sobre você ou sobre seu passado, mas sei que você já sofreu muito, vejo em seus olhos. Não quero que me conte tudo, apenas quero que confie em mim de agora em diante, porque quero ser sua amiga, de verdade. E com saúde não se brinca.

Eu nunca havia ouvido alguém falar daquela forma comigo, tão amável e preocupante, apenas minha mãe, ou seja, há muito tempo eu não lido com esse tipo de coisa, não sabia exatamente como agir, Caroline era incrível e não forçava a barra para saber minha vida, mas eu sabia que podia contar tudo a ela, ela iria me apoiar.

Fomos na caminhonete velha de Caroline até o hospital, todo o caminho ela me dizia como era importante cuidar da minha própria saúde, para deixar de focar tanto no trabalho e mais tantas coisas, Caroline sempre seria Caroline e nunca calaria a boca, ri internamente. Ela estacionou e fomos juntas até a recepção, fiz minha ficha e esperamos sentadas.

– Elena Gilbert – meu nome foi chamado e Caroline sorriu para mim.

Fui para a sala do doutor sozinha, afinal eu já era maior de idade e não precisava que ninguém me acompanhasse, por mais que Caroline quisesse.

– Boa tarde, Srt. Gilbert, sou o doutor Klaus Makelson – ele sorriu torto, sua voz saiu sensual no sotaque britânico – Sente-se.

– É um prazer doutor – sorri, sentando-me na cadeira em frente a sua mesa. Ele encarava minha ficha sério, com os lábios serrados.

– Bom, Elena... Está aqui que você está sentindo enjoos, tonturas, comendo demais.

– É grave? – indaguei preocupada.

– Se for o que eu estou pensando, não. Pelos meus cálculos, e eu nunca erro, você está grávida Elena.