Passei a primeira parte da minha vida sendo ensinada a temer a escuridão. Todas as formas de escuridão, desde dormir em um quarto totalmente sem luz, que era sinônimo de monstros em baixo da cama e dentro do armário, até quando tomei conhecimento do Lorde das Trevas, o exemplo vivo de que escuridão e mal eram profundamente ligados entre si.

Mesmo depois que descobri a verdade – a minha verdade – e a aceitei, permaneci temendo o escuro. Esse seria meu eterno bicho-papão.

Fui então surpreendida. Surpreendida por uma paixão que criou garras em meu peito desde a primeira vez que o vi. Paixão esta que pensava ser impossível, mas que acabou tornando-se a cousa mais importante na minha realidade.

E mais fascinante ainda foi o fato de que em seus braços eu acreditei totalmente em suas palavras, e me senti mais segura do que nunca antes havia sentido.

“Não tenha medo da escuridão, carinho. Enquanto eu viver, nada poderá lhe fazer mal”.

A promessa foi selada por um beijo ardente e por mais uma de nossas tórridas noites de amor, e foi mantida firmemente até o último dia de nossas vidas.