Love Story escrita por Lady Rogers Stark


Capítulo 8
"A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar". – Rubem Alves.


Notas iniciais do capítulo

Antes que eu receba pedradas, quero justificar a minha demora. Semana de provas! Pois é! Isso sim é um pesadelo, e eu tive que me dedicar totalmente senão, a tia Bia aqui não vai poder ir para a Comic Con! Ordens da minha mãe!
Sei que parei justamente num momento crítico da fic, mas me perdoem, tá? Espero não fazer mais isso.



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–Steve, me explica isso, por favor – digo me levantando assustada, com a mão sobre a boca dando passos para trás ate bater na parede.

–Eu sou o Capitão América, um soldado que lutou na segundo guerra mundial que dormiu no gelo por setenta anos – ele explicou olhando para mim fechando a caixa novamente.

–Não, não, não – repito várias vezes ainda tentando digerir a informação.

–Essa é a verdade! Eu não saia para trabalhar, eu tinha que ir nessa S.H.I.E.L.D. Eles precisavam de mim, na verdade, sempre precisam de mim.

–Mas o que é S.H.I.E.L.D? – pergunto.

–É uma agência secreta. Lembra da invasão? Como você acha que os alienígenas foram retirados rapidamente? S.H.I.E.L.D. Quem você acha que mandou aquela bomba nuclear para dizimar Nova Iorque? S.H.I.E.L.D.

Tento digerir a informação, é muita coisa para minha cabeça.

–Tipo FBI? – pergunto.

–Sim, tipo o FBI, só que maior e no mundo inteiro.

–Mundo inteiro? No Brasil também? – pergunto e ele concorda com a cabeça.

–O tempo todo, somos vigiados, sempre, ate você – ele diz andando ate mim e pegando em meus ombros, mas como ainda estou estática, nem percebo.

Mexo no cabelo e ele me senta na cama.

–E o que você me diz? – ele pergunta depois de alguns minutos em silêncio, eu olhando para o nada, a parede de seu quarto e ele olhando para mim, acho que preocupado.

–Não sei o que dizer... – falo e o escuto respirar fundo – Tem mais alguma coisa para me dizer?

–Na verdade, tenho – ele se levanta e fica de frente para mim e pega em meu queixo, fazendo eu olhar para ele – Preciso te contar a minha história – ele dá um sorriso forçado.

–Então esse Loki foi quem destruiu Nova Iorque? -pergunto interessada depois de mais de quatro horas dele falando sobre a sua vida e nem sinto sono!

–Sim, foi ele – confirmou Steve.

Depois de contar como foi recrutado, como aconteceu o experimento, quando caiu no mar e quando acordou e o que fez, Steve estava me contando com detalhes a batalha de Nova Iorque.

–Impressionante – falei e ele se sentou ao meu lado.

–Um impressionante assustador – ele fala e concordo.

–Seres de outros planetas – repito, isso soa tão... Ficção-cientifica – Mas e ele? O Loki. O que aconteceu com ele?

–Foi enfrentar a justiça do planeta deles – falou Steve.

–Posso confessar uma coisa? – perguntei e ele sorriu.

–Pode.

–O Capitão América sempre foi o meu favorito – falei e ele abaixou o rosto sorrindo envergonhado – Sério! Quando eu passo em frente as lojas de brinquedos e tem aqueles bonequinhos imitando vocês, eu olho sempre pro Capitão América, é tão bonitinho o uniforme em miniatura – confesso e ele ri e rio junto.

–Então estou perdoado? – ele pergunta próximo a mim.

–Sim – respondo e ele sorri ainda mais.

Ele, lentamente, toca meu queixo, o conduzindo para perto do seu, assim, tocando nossos lábios, levemente.

–Mas e agora? – pergunto assim que paramos para recuperar o fôlego.

–Bom, vamos tocar para frente.

Sorrio e o beijo de leve novamente.

–Sabe que horas são? – ele pergunta enquanto enlaço seu pescoço com meus braços.

–Que horas são? – pergunto olhando em seus olhos.

–Onze da noite – ele diz e fico surpresa, o tempo passou tão rápido que nem percebi.

–Amanhã é domingo mesmo – falo, ele sorri e volto a beijá-lo.

Mais tarde...

Acordo e vejo que dormi da mesma maneira que cheguei, novamente... De vestido! Fala sério.

Resmungo e vejo também que estou em meu quarto.

Me lembro do que aconteceu ontem... Steve revelando quem ele é de verdade, as emoções, as reações, foi tudo tão... Intenso que meu coração bate mais rápido.

–Bom dia – falou Steve abrindo a porta e interrompendo meus pensamentos.

–Bom dia – respondi enquanto me sentava na cama. Ele vinha com uma bandeja de café-da-manhã. Peraí! Uma bandeja? Eu vi certo? Ele trouxe café-da-manhã para mim na cama? – Isso é para mim? – pergunto ainda sem acreditar. Quantas surpresas ainda vou ter com esse homem?

–Claro, sua bobinha – ele diz colocando a bandeja sobre a cama e sentando nela com cuidado.

–Bom... Obrigada – sorrio e pego um pão com batata e requeijão.

–Eu só queria recompensar por ter mentido para você, eu me odiei profundamente por ter feito você sofrer com aquilo – ele diz olhando para as próprias mãos envergonhado.

Toco seu ombro e ele olha para mim.

–Eu entendo o porque de você ter mentido para mim, Steve, eu entendo. Saiba que você está 100% perdoado, estamos entendidos? – pergunto e ele sorri.

–Estamos – ele sorriu e lhe dei um selinho.

Olhei com mais atenção para a bandeja, havia pães de vários tipos, queijos, pedaços de bolo, dois copos de suco e algumas frutas.

–Eu acho que não vou conseguir comer tudo sozinha – falei e ele sorriu e pegou um pedaço de bolo.

Assim que acabamos e estávamos satisfeitos, Steve deitou comigo na cama, depois de eu ter trocado de roupa é claro, e ficamos conversando sobre nossas vidas e como era o passado dele.

–Então é por isso que você mal consegue mexer no celular? – pergunto e ele confirma com cabeça ajeitando a almofada que estava debaixo de sua cabeça.

–Sim – ele diz – Mas tem um amigo meu que está me ajudando.

–Que amigo?

–Você não vai acreditar, mas Tony Stark.

–O Homem de Ferro? – pergunto sem acreditar e ele confirma com a cabeça – Mas não foi ele te chamou de ‘’velhote’’?

–É o jeito dele, mas é uma boa pessoa.

–E o que você sabe fazer ate agora? – pergunto me virando e ficando de lado, ficando de frente para ele.

–Ligar um computador, acessar a internet, fazer ligações e... Só.

–Só isso?

–Tivemos poucas aulas – explicou – Parece que teve que resolver alguma coisa no Teneesee.

–Coisa séria?

–Muito séria – revelou e concordei com a cabeça.

–Mas e o Hulk?

–O que tem ele?

–Como ele está? Pelo o que você falou dele, parece ser uma boa pessoa.

–E ele é, uma pessoa extraordinária. Tony me disse que contratou ele nas empresas dele.

–Que bom.

–Parece que ele é chefe de alguma coisa de lá, não sei dizer o quê.

–Thor?

–Foi para Asgard junto com o Loki, como prisioneiro.

Concordei com a cabeça.

–Porque a curiosidade?

–Preciso saber como estão as pessoas que salvaram a minha vida – falei e ele pareceu surpreso – O que foi? Nunca pensou nisso?

–Não, não dessa maneira.

–Steve – toquei seu rosto o segurando – Você e os outros vingadores salvaram a Terra! Todo o planeta das mãos daquele deus maluco! – dei uma palsa e continuei – Todas as pessoas são gratas a vocês!

Ele sorriu e olhou para baixo. Levantei seu rosto mais uma vez.

–Obrigada – agradeci surrando e ele sorriu. Beijei sua boca com voracidade.

Enlacei seu pescoço com meu braços o aproximando mais enquanto ele segurava minha cintura.

Fiquei tão inebriada em nosso beijo que quando percebi, Steve estava sobre mim. Parei com o beijo para respirar e fiquei a observa-lo. Ele sorriu de volta e beijou minha testa carinhosamente.

–Quer ir para algum lugar? – ele perguntou baixinho.

–Que lugar?

–Você vai ver – ele saiu de cima de mim – Se arruma, te encontro em quinze minutos – falou enquanto saia do quarto e do apartamento e andava ate o seu.

Suspirei e peguei a roupa que eu usaria. Mas enquanto eu me vestia, meu telefone toca e já sei quem é.

–Oi Alicia – falei pressionando o celular com o ombro em minha bochecha pois minhas mãos estavam ocupadas vestindo o meu short.

E aí? Como foi? – ela perguntou com a voz arrastada.

–Ressaca? Não é? – perguntei já sabendo a resposta. Recebei um murmuro confirmando.

Mas enfim, fala, como foi?

Meu Deus... Agora que notei. O que eu digo?

–Steve trabalha mesmo, ele trabalha com uns negócios de segurança e a colega de trabalho dele tem mesmo 72 anos! – falei me surpreendendo com a minha habilidade de mentir.

Hum... Tome cuidado, está bom? Esses certinhos são sempre os piores – ela avisou e sorri.

–Pode deixar – falei.

Agora, me der licença, vou tomar banho para ver se essa dor de cabeça passa. Tchau – falou desligando enquanto eu ria ate ter dor de barriga.

Terminei de me arrumar e fui ate a sala e o vi observando os portas retratos.

–Essa é a sua mãe? Não é? – ele perguntou apontando para um porta retrato amarelo com estrelas do mar.

–É sim – confirmei andando e ficando do seu lado.

A foto era minha com a minha mãe no ano passado, no aniversário de casamento dos meus pais. Minha mãe me abraçava por trás enquanto o meu pai batia a foto.

–Muito bonita – ele falou e sorri – E parecida com você também.

–Puxei bastante a minha mãe.

–E cadê o seu pai?

–Aqui – mostrei um porta retrato azul com listras pretas. Mostrava a foto de mim e meu pai, cinco anos atrás no meu aniversário.

–Nossa! – ele falou surpreso – Ele parece ser bem...

–Assustador? – perguntei já rindo dele.

–Eu ía dizer simpático – ele corrigiu e ri ainda mais.

–Fica tranquilo, ele vai gostar de você – falei batendo em seu ombro.

–Espero que sim.

–Pois senão gostar, espero que você seja á prova de balas – falei e ele gelou – Tô brincando! - ele sorriu e peguei a minha bolsa de ontem – Vamos? Para sei lá aonde?

–Vamos – ele pegou sua jaqueta e as chaves da moto. Abri a porta e saímos juntos.

Chegamos a moto, ele me deu um capacete e enquanto pegava outro debaixo do banco.

–Comprou outro capacete? – perguntei enquanto colocava sobre a cabeça.

–Não, eu achei o outro – ele disse e sorri.

Se sentou na moto e me sentei logo em seguida. Ligou a moto e, com cuidado, entrou pelas ruas do Brooklyn.

Me agarrei em sua cintura e ele logo parou em um sinal vermelho.

–Qual é Steve! Deixa de mistério, me diga aonde vamos – falei.

–Não vou dizer – respondeu com a voz brincalhona.

–Isso é sequestro – brinquei e escutei sua risada.

–Então se considere sequestrada – falou e revirei os olhos.

Logo o sinal abriu e acelerou com a moto.

Depois de mais alguns minutos, percebi que a moto estava parando.

–Steve, o que aconteceu? - perguntei enquanto ele parava no acostamento.

–Não sei – ele verificou no pequeno painel e parou com a moto. Desceu dela e verificou os pneus, o cano de descarga, tudo, mas olhava sem entender o porque a moto não pegava.

Olhei pro painel e vi a setinha do combustível ficar no zero.

–Steve, isso é normal? – perguntei descendo da moto e retirando o capacete.

–O quê?

–Isso – apontei para a seta do combustível indicando que estava vazio.

Ele bateu na mão na testa e ri dele.

–Esqueci de abastecer – ele falou e eu ri ainda mais – Vamos ter que ir andando ate um posto por perto.

–Tudo bem. Mas aonde tem?

–Se eu não me engano, tem um, mas é um pouco distante.

–Tudo bem, vamos andando então – falei e ele retirou o capacete e colocou deixando do banco, no compartimento de capacetes e entreguei o meu que também guardou lá.

Ele retirou a chave e fomos andando pelo acostamento e ele empurrando a moto enquanto eu andava ao seu lado.

–Desculpa por isso – ele falou.

–Tudo bem, Steve. Não tem problema.

Ele sorriu.

Alguns minutos depois, com esse sol escaldante, finalmente chegamos ao posto. Eu diria que ficamos no mínimo, vinte minutos andando.

–Enche o tanque – pediu Steve ao frentista lhe entregando a chave.

–Vou comprar uma água, vai querer também? – perguntei.

–Vou sim – falou e andei ate a loja de conveniência.

Peguei duas águas e paguei. Voltei ao Steve já tomando a primeira água. Lhe entreguei a segunda enquanto ele estava sentado na moto, ainda sem liga-la.

–Obrigado – falou abrindo e bebendo.

Sorri e tomei ainda mais, já estava pela metade.

Ele me entregou o capacete e o coloquei, ele também. Subi na moto e ele a ligou. Me agarrei nele enquanto o mesmo acelerava.

Cerca de quarenta minutos depois, com pausas no sinal vermelho, eu vi uma ponte, grande, vermelha e lotada de carros tanto indo e vindo.

–Essa é a ponte que liga Nova Iorque á Nova Jersey? – perguntei enquanto nos aproximávamos dela.

–É sim – ele falou e ainda não acreditei. Nós estamos indo para Nova Jersey?

–Nossa, é linda! – falei enquanto observava a ponte aumentar a cada vez que chegávamos mais perto.

–Então você vai adorar quando chegarmos aonde quero ir – falou.

Sorri por baixo do capacete.

Assim que cruzamos a ponte, eu fiquei encantada com Nova Jersey, é linda. Com aveninas largas, muito parecidas com Nova Iorque, mas com uma diferença crucial, não era tão movimentada e tão engarrafada como Nova Iorque.

–Já estamos chegando – falou e sorri ansiosa.

–Mas você ate agora não falou aonde vamos – falei.

–Olhe – ele falou e inclinei a cabeça levemente o suficiente, para ver, que no final da rua, havia uma pequena paisagem, bem pequena, mas que dava para saber bem o que é. Uma praia, com água verde cintilante, com areia branca.

–Nós vamos á praia? – perguntei.

–Sim – respondeu e meu sorriso se alargou ainda mais.

Ele acelerou com a moto e depois de alguns minutos de espera ansiosa, finalmente chegamos. Steve estacionou a moto debaixo de uma árvore e guardou os capacetes.

–Você vem muito aqui? – perguntei enquanto andávamos de mãos dadas pela calçada, ainda sem entrar na areia, que era limpa e aparentemente, macia.

–Poucas vezes – ele confessou e concordei – É linda, não é? – perguntou enquanto se virava para contemplar a paisagem da praia, a linha do horizonte, as pequenas ilhas verdes pelo oceano deixava a paisagem ainda mais bela.

–Muito – opinei e ele olhou para mim sorrindo. Ele se aproximou e me beijou, de leve. Agarrei sua nuca e aprofundei o beijo – Obrigada por me trazer aqui – falei e ele sorriu.

–Não precisa agradecer, é como um pedido de desculpas – falou e me surpreendi enquanto nossas testas ainda estavam coladas.

–Não precisa se desculpar, eu já te perdoei, lembra? – falei e ele tocou meu rosto de leve.

–Quer almoçar? – perguntou e confirmei com a cabeça – Então vamos.

Ele me puxou e andávamos pelo calçadão, e eu, empolgada para almoçar a beira da praia.

Logo achamos alguns quiosques, que serviam a poucos clientes. Nos sentamos e logo veio o garçom dos atender. Nos entregou o cardápio e vi camarões ao molho de tomate.

–Quero esse camarão ao molho de tomate – falei lhe entregando o cardápio.

–E o senhor? – perguntou com educação ao Steve que ainda escolhia.

–Essa casquinha de sirí? É boa? -perguntou.

–É sim senhor, muitos clientes pedem casquinhas de sirí – respondeu garçom.

–É bom Steve, eu já provei – opinei e ele sorriu.

–Vou querer então – falou entregando o cardápio ao garçom que sorriu e se retirou.

Ele olhou para mim e pegou minha mão por cima da mesa.

–Isso me lembra muito o Brasil – falei olhando em seus olhos.

–Sério?

–Aham. A praia, os quiosques, a comida...

–Saudade, não é? – perguntou acariciando minha mão.

–Demais – respondi.

–Fica assim não.

–Eu sei. Vou melhorar assim que chegar aqueles camarões, que meu Deus... Me deixou com água na boca – falei e ele sorriu.

"A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar".

–Rubem Alves.


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Notas finais do capítulo

E aí? Aprovaram? Espero que sim! Quero muuuuito reviews e se não for pedir demais, recomendações! Poxa, o meu esforço tem que ser retribuído, não acham?
Beijos!