Love Story escrita por Lady Rogers Stark


Capítulo 49
Capítulo 49 (depois edito o título)




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Vejo o sorriso maroto estampado nos lábios do moreno. A minha cara chocada com uma mistura de felicidade prova que quero explodir bem onde estou. Ele me puxa e me abraça forte. Andrew é um ótimo amigo...

—Quero ganhar! – grito alto, mas alto demais. Eu estava animada, queria pular se não fossem pelos saltos. Mas gritei alto demais e perto de mais do ouvido do moreno, que se afastou com a mão sobre o ouvido esquerdo. Me desculpei risonha.

—Tá com o bilhete? – alguém pergunta para mim e me para Ray, que olha para mim com um grande sorriso no rosto.

—Quero ver é o time do meu país fazendo vocês comerem terra! – gritei ainda mais alto e posso ver pela cara do chefe de Andrew que ficou contente com a interação. E não sei o que deu em mim, mas acho que posso explodir a qualquer momento. Estou dizendo isso demais, preciso me acalmar... Ou não!

—Vocês ouviram? – pergunta Ray para a multidão e o meu rosto fica vermelho. Andrew ainda está com aquela cara surpresa com a minha interação com Ray. Ou eu por ter dito a coragem de dizer uma coisa assim. Claro, não era uma ofensa, mas vindo de mim é como eu pular de asa-delta, fora de cogitação – Ela acha que o time... Copacabana Futebol Clube pode vencer os lendários dos Yankees... – ele brinca e o meu rosto ferve de tão vermelho.

—Há uma primeira vez para tudo – grito de novo, apenas para colocar ainda mais lenha na fogueira. Meu deus... O que estou fazendo... Ainda bem que Jhones não está aqui. Mas de qualquer forma, ele vai ficar sabendo mesmo. Socorro...

—Não para o seu time, querida... – Ray responde e finjo jogar o cabelo, numa atitude muito “nem-aí”. Ele sorri satisfeito pela interação e a oportunidade de ter feito os funcionários rirem. Sim, eles riram de mim quando Ray duvidou do time brasileiro. Sim, quase todo mundo.

Andrew tocou o meu ombro e tinha a cara mais impressionada que eu já vi nele. E tudo porque eu o impressionei. Sorri orgulhosa do que eu fiz. Talvez fosse loucura, mas lembrarei como o da mais louco nessa empresa desde que comecei a trabalhar aqui.

—E eu já ia me esquecendo... A mocinha aqui me distraiu com suas provisões impossíveis – ele brinca dando uma pequena piscadela para mim. E em troca, ainda com o rosto vermelho, lhe mostro a língua, numa atitude super infantil. Mas ele sorri achando graça, ainda bem, né? – Os ingressos foram doados por um funcionário, Jhones, colega engenheiro meu. Uma pena ele não estar aqui, mas palmas para ele pessoal – Ray incentiva e só o que eu faço é deixar o meu queixo cair.

Então aqueles ingressos que eu tanto queria foram doados pelo meu chefe? Meu deus... Não sabia que Jhones gostava de futebol e muito menos tinha doado isso. Deviam ser caros... Entrada VIP, é muito caro. E porque ele não me falou sobre o sorteio? Eu teria comprado bilhetes!

—Então vamos para a parte mais emocionante e importante do sorteio. Descobrir os vencedores – e com um charme de dar inveja para alguém que está beirando os cinquenta anos, anuncia que os números serão sorteados agora – Andrew, por favor – e então ele chama pelo meu amigo, que sorri para mim.

—Me avisa se eu ganhar – ele pede baixinho e aceno com a cabeça surpresa, ele me entrega o seu bilhete e acompanho o seu caminho até estar do lado de seu chefe, em cima do palanque e perto do computador.

—Primeiro número é... – Ray faz mistério enquanto Andrew aperta o espaço no computador, que liga a tela e aparece vários números passando rapidamente, até parar no... 4! – Número quatro, pessoal! Número quatro! – Ray avisa no microfone. Ouço vários descontentamentos e fico surpresa ao ouvir o meu. Não fui sorteada. Que pena...

—O próximo é... – Andrew sorteia de novo pelo computador, que escolhe o número 46. E este e o primeiro número aparecem numa espécie de estante pelo programa. E eu acho que não vai dar para mim. Uma pena... Aqueles ingressos pareciam tão legais, e o som seria ótimo para a minha casa, e de repente Steve iria adorar aquele restaurante...

Os próximos números foram sorteados, eu estava desanimada, tanto que até parei de olhar o meu bilhete, ficou na minha mão. E no quarto número, foi anunciado o primeiro vencedor, o vencedor da reserva do restaurante. Uma moça que parecia trabalhar na fábrica. A felicidade dela contagiou todo mundo.

E depois os vencedores do som. Foram dois amigos que racharam o bilhete. Dois estagiários. Isso não vai dar certo. Não vão conseguir dividir. E esse aparelho de som vai ser o responsável por separar dois bons amigos.

Mas porém, o vencedor dos ingressos não apareceu. Não estava aqui. Ray o chama várias vezes, repete os números duas vezes, mas ninguém aparece. Decepcionada por dispensarem ingressos tão bons... Eu queria tanto ganhar...

Olho para Andrew, que arregala os olhos querendo dizer alguma coisa. Aponta com o dedo para alguma coisa em mim. Minha saia, não era a minha saia. Depois achei que fosse o meu decote, ele não faria isso. Mas então percebo o papel em minha mão. O meu bilhete não era, mas aí lembrei do seu. Comparei os números e fiquei chocada. Ele percebeu, pois, abriu o maior sorriso de todos.

—Aqui! – grito alto e Ray olha para mim, abre um sorriso feliz e subo no palanque como todos fizeram. Entrego o bilhete confere rapidamente, para me devolver impressionado, enquanto eu tinha o maior sorriso de todos estampado no meu rosto. Não aguentei e abracei Andrew o mais forte que eu podia. É claro que ele ia me levar para o jogo, são quatro entradas, não duas! Ah! Vai ser incrível!

—São seus os ingressos? – pergunta Ray ao moreno que confirma contente. Ray bate no ombro do rapaz e se volta para a multidão – Então é isso, pessoal! O meu estagiário vai conseguir levar a namorada no jogo afinal! – o chefe de Andrew bate no ombro dele mais uma vez.

—Não, não! Não somos namorados! – explico e Ray continua com o sorriso de capa de revista e se coloca entre a gente tocando nossos ombros.

—Isso foi por ter enganado ele naquele dia – um sussurro baixo e ameaçador. Era? Como assim? Do que ele estava falando? Eu nunca enganei Andrew, só... Só por causa de Steve. Respiro fundo e tento agir como se nada tivesse acontecido. Mas fica estampado na minha cara que alguma coisa aconteceu.

Me passa pela cabeça que Ray saiba quem Steve é de verdade. Sabe? E como ele sabia? Só Tony sabe disso pois é um vingador assim como o loiro. Mas como isso aconteceu? É um segredo tão bem guardado e protegido. Poucas pessoas sabem disso. E como um engenheiro que Steve nunca ouviu falar saberia disso?

As pessoas aplaudem o sorteio. E aos poucos o refeitório se esvai. Andrew e eu estamos quietinhos no canto esperando Ray terminar de resolver com os amigos sobre o som. Ele explicava que seria entregue na casa dos dois. Ainda bem que moravam juntos, pensei que morassem separados.

—Do que ele falou naquela hora? – pergunto ao Andrew num riso divertido, para mostrar que eu não fazia ideia do que Ray disse. Mas eu estava preocupada, muito. E me passa pela cabeça que talvez tenha sido culpa minha. Eu me arrependeria o resto da vida e não faço ideia de como consertar.

—Do que? – pergunta o moreno confuso. Respiro fundo e lembro que Andrew não escutaria. Claro, foi um sussurro!

—Ele disse que tinha dito que éramos namorados por causa que eu enganei você – explico e já posso ouvir o encaixe das coisas dentro da cabeça do moreno. Fico curiosa e Andrew sorri se divertindo com a minha cara.

—Acho que mesmo que eu merecesse depois que quebrei o seu nariz, acho que Ray não viu da mesma forma – ele explica e deixa muita coisa em vago. Peço para explicar melhor e ele concorda – Lembra que você disse que iria me expulsa de casa porque eu quebrei o seu nariz sem querer no hospital? – pronto, está aí a resposta. Essa vez que eu o enganei! Agora entendi!

—Mas o seu chefe não sabia que eu tinha namorado e que isso pode causar uma confusão entre nós três? Eu, você e o Steve – lembro e vejo o moreno revirando os olhos com descaso – Isso para não falar entre eu, você e Mel! – o lembro, mas ele continua com aquela cara de quem não está nem aí.

—Ele só quis me vingar, Laura – Andrew explica risonho, mas não me convence – E além do mais, todo mundo viu você tentando se explicar e dizer que somos apenas amigos – ele tenta me convencer, mas se esqueceu das pessoas mais ao fundo que não conseguiram ver direito. Aqui não tinha telões para as pessoas mais distantes.

E então os ingressos foram para as mãos do Andrew. Ray aproveitou e se desculpou pela brincadeira meio sem graça. Aceitei e as coisas ficaram assim. Fui para a minha sala pegar as minhas coisas, pronta para ir para casa. Tô meio cansada e quero deitar na cama e sentir o gosto do travesseiro.

Andrew e eu voltamos para casa. Joguei a minha bolsa para o sofá e Andrew jogando seu paletó na mesa da cozinha. Meus saltos voaram tão alto quanto os sapatos dele e caímos no sofá juntos. Suspirei cansada e descansando a minha cabeça em seu ombro sem ter um lugar certo para olhar. Decidi ficar pelo teto mesmo.

—Deixa eu só ver os ingressos... – pedi com carinho e curiosidade. Eu só tinha os vistos de longe, nas mãos de Ray. Eu queria ver se eram reais mesmo e qual a aparência deles. Andrew os tirou do bolso e me entregou. Os observei e pude ver que eu vou mesmo no jogo com as entradas VIP. Vai ser tão legal!

—Vai levar o Steve, né? – perguntou o moreno e afirmei com a cabeça. Por mais que Alicia fosse ficar ressentida em não a levar, ela iria entender. Eram quatro ingressos iguaizinhos, se fosse cinco, a última seria dela com certeza.

—E a Mel vai, né? Se não ela te mata! – brinco e o moreno concorda sacando o celular do bolso e observando as notificações. Já falei que Andrew é viciado em redes sociais?

—Tem que ver se ela vai estar livre no dia. E é melhor checar com o Steve também, vai que ele tenha que viajar de novo? – o meu amigo pergunta e sei que ele tem razão, mas o que ele não sabe que as viagens são do nada, Steve nunca sabe quando vai ter que pegar as malas e sair para uma missão que não sabe quantos dias durará.

—Vou sim – confirmo olhando o verso dos ingressos. Ali tinha informações sobre como conservá-los, as regras do que podia levar para um estádio ou não, essas coisas. Mas eu estava com a cabeça longe, o que eu iria fazer se caso uma hora antes de sair de casa, Steve avisar que foi para uma missão? Andrew e Alicia já pensam coisas ruins disso, não quero que Mel seja mais uma.

—E se ele desistir no dia... – Andrew ameaça e posso sentir o meu coração batendo mais lento com o medo dessa frase. Ele se levanta e encaro os seus olhos sem conseguir me mover – Eu vou infernizar a sua vida até você largar esse cara. E sei que Alicia vai me apoiar.

Quando a gente mais quer paz, mas ela é tirada de você.

Consigo entender o lado dos meus amigos, mas não posso admitir isso. Ameaçar? Fazer chantagem? Isso virou o quê? Novela da Globo? Em que há mentiras e ameaças para guardar um segredo e proteger quem amamos?

—Deixa de exagero, Andrew – jogo panos quentes, não quero discutir com ele e dizer que a vida é minha e posso fazer com ela o que eu bem entender, pois sei que ele só quer me proteger. Andrew tem essa vontade louca de proteger todos ao seu redor, mas não consegue proteger a si mesmo.

—Não, Laura, estou falando sério – seu tom é sério, ele está falando sério. Não é uma brincadeira ou uma provocação amigável – Steve é um cara incrível, acredite, eu sei. Mel adorou ele, o achou super gente boa. Mas eu sei como você fica com ele longe. Você deveria dizer para ele uma daquelas frases clichês: “eu ou o seu trabalho, baby” – eu riria se não fosse uma coisa séria.

Eu deveria? Por mais que eu já tenha pensado nisso milhões de vezes, não posso ter a coragem de ter isso. O trabalho com a S.H.I.E.L.D existia antes dele me conhecer. Não posso ameaçar isso. E muito menos atrapalhar. Eu que tenho que aprender a ser mais dura e digerir que ele não é um homem comum. Não é como os outros.

—Vou pensar no seu caso – brinco, mesmo que eu não tivesse clima. Apenas para terminar o assunto. Eu estava implorando para me livrar dessa conversa. E funcionou. Andrew sorriu e lhe devolvi os ingressos.

—Vou guardar antes que a gente perca – ele avisa e concordo imediatamente, não quero no dia do jogo procurar feito dois desesperados pelos ingressos – Vai querer alguma coisa para o jantar? – pergunta ele abrindo a geladeira e observando o que tem dentro. Uma coisa me vem a cabeça imediatamente.

—Pizza! – é quase um grito de felicidade. Pizza melhora tudo, poderia até melhorar o meu humor talvez. Andrew concorda e fecha pegando o celular. Aposto que hoje ele não estava a fim de cozinhar e vai pedir. Milagre, já que ele adora.


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