Love Story escrita por Lady Rogers Stark


Capítulo 17
“Se tu choras por ter perdido o sol, as lágrimas te impedirão de ver as estrelas" - Rabindranath Tagore.


Notas iniciais do capítulo

Olá gente! É a primeira vez que venho testar esse serviço do Nyah para agendar a postagem do capítulo, e espero que funcione direitinho, pois eu gosto de manter um ritmo quanto a postar os capítulos, e não seria nada legal postar só segunda.

Então... Porque estou postando por agendamento? Bom... Depois de longos anos de espera por esse glorioso dia, ele enfim chegou! O dia em que eu finalmente irei conhecer a Bienal do Livro! Meu deus... Ainda não acredito que irei ir! Estou muito ansiosa. E se alguém for amanhã também, me mande um review, estarei acompanhando a postagens de comentários pelo celular durante a viagem, ok? ;)

Outra coisa, escrevi esse capítulo tem algumas semanas, mas infelizmente não o corrigi, então, se houver qualquer tipo de erro, me perdoem, e se puderem, me avisem pelos comentários que corrigirei o mais cedo possível.

É isso. Aproveitem o capítulo, uma boa leitura e nos veremos nas notas finais! Beijos! Fui!



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A noite havia chegado, e eu ainda estava dentro de casa tocando. Steve tinha aparecido a quase duas horas antes para me dizer um oi, mas eu não disse o que tinha acontecido, preferi contar outra hora, algum momento em que eu não estivesse tão bem comigo mesma. O meu humor estava leve e feliz, mesmo com a péssima notícia rondando minha cabeça.

Meu celular estava em cima da mesa o dia todo, mas nenhuma vez ele vibrou com alguma ligação ou mensagem, eu esperava uma ligação do Andrew, apesar que eu sabia que eu teria que ligar, não ele. Sei que Andrew está péssimo, era realmente muito ligado a avó, não consigo colocar em palavras a dor que ele deve estar sentindo.

Os dedos que apertavam as cordas doíam bastante, e a marca das cordas com certeza estariam gravadas na ponta dos meus dedos, e ainda meus dedos da outra mão doíam de tanto segurar o arco, mas o alívio por dentro estava maior do que qualquer dorzinha normal depois de tanto tocar.

Porém, meu bom-senso já estava apitando fazia um bom tempo, eu tinha que parar cinco minutos, tomar água, ir ao banheiro, e o principal, ligar para o Andrew, principalmente isso. Acima de qualquer coisa, ele é o meu amigo, tenho que dar assistência a ele, e saber quando é o enterro.

Coloquei o violino com o arco de lado, em cima do sofá e peguei o celular digitando o número do Andrew, demorou um pouco para atender, mas logo senti que ele não estava nada bem, tudo o que mais precisava agora era um amigo. Por isso, depois de menos de trinta segundos de conversa rápida, avisei que eu estava indo para a casa dele, ele não se opôs.

Troquei de roupa, penteei o cabelo e calcei um tênis, peguei a bolsa e saí fechando o apartamento, desci as escadas pegando um táxi assim que cheguei a calçada. O apartamento dele é próximo, o que me daria menos tempo de pensar no que dizer, não que exigisse todo um discurso, mas não acho que “eu sinto muito” seja o suficiente.

Eu tinha um plano, segundos depois de entra no táxi. Irei bater na porta do seu apartamento, e antes que ele dissesse oi, eu o abraçaria apertado, e o deixaria até ele se afastar, e dependendo do quanto tempo ele me abraçasse, demonstraria o quanto estava mal. Eu torcia que não fosse tanto assim.

Subi as escadas depois de pagar o táxi, e bati na porta e logo em seguida Andrew abriu, de pijama e com uma péssima cara, expressão clara que estava na cama fazia dias. Ele me deu espaço para entrar, mas parei na frente dele olhando para o seu rosto, e cercando meus braços em torno do seu tronco num abraço delicado e leve. Demorou, mas retribuiu enterrando seu rosto no meu pescoço.

Eu sabia que tudo o que ele precisava era de alguém com quem conversar, e eu também, por isso, assim que ele me soltou, o guiei até o sofá e nos sentamos quietos, acho que ambos pensando em como começar a falar, como colocar para fora o que estamos sentindo por dentro. Mas é mais difícil do que parece.

–Você está bem? – perguntei com as mãos unidas no colo sentada no canto do sofá e ele no outro canto, um sinal claro que ele queria o espaço dele, o que entendo perfeitamente. Porém, o que eu perguntei teria um melhor resultado se eu tivesse ficado calada, até porque a resposta era óbvia.

–Eu pareço bem, Laura? – perguntou ironicamente, e pude sentir um pouco de amargura também, não o culpei por estar assim – Mas irei ficar bem, só questão de tempo – avisou e assenti com a cabeça mais focada na mesinha de centro cheia de revistas do que no rosto do meu amigo – Como você ficou sabendo?

–Fui no hospital visita-la hoje de manhã – respondi um pouco constrangida. Uma parte de mim se arrependeu por ter vindo, mas outra sabia que além do meu dever como amiga, isso o ajudaria, ou espero que ajude.

–Desculpa não ligar e avisar, mas passei a manhã toda cuidando da papelada e do velório, e conversando com os meus pais pelo telefone, vão vir para cá hoje mesmo – disse com os cotovelos apoiados nos joelhos.

–Vai ser quando? – perguntei me afundando ainda mais no sofá observando o pequeno quadro a minha frente em cima de uma televisão velha de tubo.

–Amanhã de manhã – respondeu e assenti. Ouvi Andrew suspirar, passou a mão pelo rosto cansado, num claro sinal de cansaço mental do que físico. Me aproximo e coloco a mão nas suas costas tentando confortá-lo de alguma maneira.

–Você não está sozinho, saiba que você tem a mim para tudo – aviso baixinho, e o ouço murmurar que sabe disso. Sorrio e volto a abraça-lo apoiando o meu rosto nas suas costas, escutando sua respiração e seu coração batendo.

–Eu realmente não quero ir – disse com a voz abafada, assinto com a cabeça, penso que ele se refere ao enterro – Eu, realmente, não quero ir. Quero ficar, porque aqui eu fui feliz, muito mais do que naquela fazenda – revelou e entendi o que ele quis dizer. Viver o tempo todo no interior e de uma hora para outra se mudar para uma cidade movimentada é uma experiência fantástica.

–Mas você não vai passar a vida toda em Wisconsin, não é? – pergunto pensando se ele ficaria lá para o resto da vida – Você é novo, pode voltar para Nova Iorque quando quiser e voltar a fazer o seu teste, você mesmo disse – lembro e ele assente com a cabeça.

–Já foi difícil deixar meus pais permitirem me mudar para cá para morar com a minha avó, imagina morar sozinho – responde e assinto com a cabeça entendendo seu lado. Com meus pais não foi muito diferente, mas acabaram cedendo no final. Mas e se ele morasse com outra pessoa, mas não sozinho?

–Você pode morar comigo – sugiro antes mesmo que eu pudesse impedir, mas também não foi da boca para fora. Isso o ajudaria, porém não sei se é uma boa ideia, meu pai pode não gostar, e ainda tem o Steve...

Andrew se senta corretamente no sofá olhando para mim confuso, talvez tentando ver algum sinal de que eu estivesse brincando ou não levando a sério, mas querendo ou não, a proposta foi real, foi de verdade, tudo no intuito de ajuda-lo.

–Não seria ruim – respondo depois de alguns momentos, mas ele se levanta ficando de pé na minha frente – Meu apartamento tem um quarto só, mas quando eu voltar a trabalhar, posso comprar um sofá-cama e colocar na sala, que tal? – sugiro, e ele passa a mão pelo cabelo tão loiro quanto o meu.

–É sério? Você está falando sério? – pergunta realmente indeciso e não acreditando na minha proposta. Apenas assinto com a cabeça. Ele suspira – Tá, vamos supor que eu vá morar na sua casa com você. O que você acha que o seu namorado diria? Ou os meus pais? Ou até mesmo os seus pais!? – pergunta agitado e gesticulando com as mãos, mas eu sabia que ele estava certo.

–Bom, os seus pais eu não sei pois eu ainda não os conheço, mas posso dizer que o Steve e os meus pais vão entender ao ouvirem a minha explicação e que estou tentando apenas ajudar – respondo olhando em seus olhos, tentando ser o mais convincente, mas a verdade é que eu sabia que meu pai iria surtar, e o Steve teria crises de ciúmes a cada uma hora pelo menos.

–Laura, eu agradeço o que você está tentando fazer, mas não é realmente necessário – responde ainda agitado – Posso me virar sozinho, não preciso da sua ajuda – completa amargo e se vira indo até a cozinha. Me levanto agora quase irritada.

–Você não precisa fazer isso sozinho, Andrew – insisto o seguindo e parando no batente da porta enquanto o mesmo se servia de um café quente que saia fumaça da caneca.

–Mas eu agradeço pela ajuda – repete sem se virar para mim e colocando açúcar no café – Mas eu preciso fazer isso sozinho – insiste e suspiro um pouco impaciente. Claro que não irei obriga-lo a se mudar para a minha casa, mas sua insistência em continuar sozinho me preocupa.

–Tudo bem, mas porquê? – pergunto cruzando os braços seguindo seus movimentos pela cozinha – Porque continuar sozinho quando tem amigos que só querem seu bem? – pergunto irritada, e até um pouco mais alto do que o normal, meus ânimos estavam exaltados. O loiro se vira para mim devagar.

–Amigos? Que amigos, Laura? Aqui eu não tenho amigos – responde dando passos calmos e lentos na minha direção.

–Claro que tem, você tem a mim! – respondo apontando para o meu próprio peito. Ele bufa revirando os olhos num ato totalmente esnobado.

Tudo bem, ele está mal, está de luto, isso é normal, bom, espero. Mas esnobar minha amizade? Tudo bem que não é perfeita, mas é tudo o que posso dar a ele, além de carinho, ajuda e compreensão.

–Só você, Laura! Só tenho você como amiga. E acabou! Não tem mais ninguém para quem eu possa ligar pedindo para sair e beber comigo, por exemplo. Não tem ninguém quem eu poderia ir ao cinema, ou até mesmo ir no velório comigo! – responde alto e com raiva. Raiva de si mesmo, e raiva da sua solidão – E você não é o suficiente.

Meus olhos focam no seu rosto, virado para mim, respirando ofegante e a boca entreaberta. Seus olhos esperam por uma reação minha, mas eu apenas fecho os olhos e viro as costas indo em direção ao sofá pegar a minha bolsa e ir embora pensando em o quão tola eu fui em tentar ajuda-lo, quando o que ele mais quer é continuar sozinho e se manter assim.

–Laura! – ele me chama correndo até mim, me impedindo de abrir a porta puxando meu corpo para ficar frente ao seu – Desculpa, tá legal? O que eu disse foi errado, eu só estou irritado com tudo isso, você não tem culpa nenhuma.

–Então a minha amizade não é o suficiente? – pergunto sem nenhum sinal de que eu estava satisfeita com aquilo, pelo contrário, aquilo doeu de verdade. Mas eu vi nos seus olhos que ele queria realmente pedir desculpas, vi o arrependimento neles.

–Sim, ela é! – ele exalta segurando meus ombros e colocando seu rosto a centímetros do meu, mas se afasta incomodado – Apenas esqueça o que eu disse, aquilo era besteira, foi da boca para fora – responde olhando os próprios pés no chão frio.

–Andrew, tudo o que te ofereci foi ajuda, e não te internar numa clínica de stress ou algo do tipo – digo tentando olhar em seus olhos, mas ele continua olhando para o chão – Estou aqui para ajuda-lo, e você queira ou não, vou continuar sua amiga e te ajudar a passar por tudo isso – afirmo e ele assente com a cabeça baixa.

–É que eu sinto a falta dela – explica baixinho, o suficiente para eu escutá-lo – Mesmo de cama, ela me fazia sorrir e rir, eu não precisava de amigos tendo a minha avó, ela era tudo para mim – conta e o abraço em seguida me segurando para não chorar, porém percebi que Andrew fez isso por mim, seus engasgos começam devagar e poucos, mas evoluindo para constantes e fortes.

–Eu também sinto Andrew, eu também sinto a falta dela – conto o abraçando mais forte e ele cerca meu corpo com seus braços me abraçando mais forte – Mas por favor, não pense que acabou, ok? – peço baixinho, perto do seu ouvido com meus olhos repletos de lágrimas – Ainda tem muita coisa pela frente.

Ele assente com a cabeça e o guio até o sofá, aonde ele continua a chorar no meu ombro, e eu apenas afago seu cabelo e digo que vai ficar tudo bem, murmuro palavras calmas e confortantes, mas sua dor é tão forte que me puxa e acabo me debruçando em lágrimas junto a ele.

Se tu choras por ter perdido o sol, as lágrimas te impedirão de ver as estrelas.”

Rabindranath Tagore.


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Notas finais do capítulo

Então gente... É isso. O que acharam? Me digam pelos comentários, tudo bem?

Espero que gostem e até duas semanas para o próximo capítulo! ;D Beijos!

Ps: Leitores de Thinking of You, ainda não postei a terceira temporada, Almost Lover, pois a capa ainda não saiu, a designer responsável ainda está trabalhando na capa, então não faço ideia de quanto tempo ela irá demorar mais, e não posso apressá-la e nem ficar em cima, contra as regras.