Love Story escrita por Lady Rogers Stark


Capítulo 10
"Sabe porque os anjos estão bravos comigo? Porque envés de sonhar com eles eu sonhei com você!". – Marjory Conceição.




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P.O.V Laura

Já era noite quando escuto a campainha é tocada. Sorrio e dô pausa no filme Lanterna Verde. Não faria diferença, filme horrível mesmo.

Abro a porta e sorrio abertamente quando vejo um buquê de rosas enormes segurado por um certo namorado meu.

–São para mim? – perguntei e ele retirou o rosto de trás do buque revelando um sorriso tímido.

–Se você gostou, são suas – ele fala e sorrio e pego o buquê de suas mãos. Sinto o cheiro delas e ele me puxa pela cintura beijando meus lábios.

–Senti saudades – falei ainda próxima a ele.

–E eu ainda mais – fala e me rouba outro beijo. Toco seu rosto aprofundando o beijo.

Sorrimos assim que nos afastamos.

–Eu vou colocar essas rosas num vaso – falo dando espaço para ele entrar. Procuro um vaso qualquer, que seja grande o suficiente para caber e encho de água – Como foi lá? – pergunto assim que voltei a sala.

–Nada demais. Apenas foi uma pequena invasão a uma associação criminosa – falou se sentando no sofá e me sentei ao seu lado, ele enlaçou meu corpo me puxando para mais perto, descansei minha cabeça em seu peito.

–Mas aonde foi? – perguntei.

–Itália – falou e sorri.

–Sério? E voltou em tão pouco tempo?

–São aviões, muito rápidos. Vão daqui ate a china em duas horas – fala e arregalo os olhos surpresa.

–Ah, preciso te contar uma coisa – falei me sentando direito para ver seus olhos.

–O que foi? – ele pegou minhas mãos e as enlaçou.

Olhei em seus olhos, como senti falta deles.

–Você conhece Nicy Fury? – perguntei e ele me olhou assustado antes de suspirar e tocar a própria testa.

–Ele te chamaram, não é? – ele perguntou passando a mão pelo rosto parecendo já saber de tudo.

–Foi.

–E como foi? – ele perguntou.

–Assustador – falei e ele sorriu.

–Fizeram alguma coisa com você?

–Apenas me sedaram duas vezes, na ida e na volta – falei e ele fechou os olhos com força.

–Segundo eles, faz parte do protocolo.

–Me disseram isso também.

–Agora me conta, com detalhes, como foi lá – ele olha em meus olhos e sorrio.

Então conto tudo, com detalhes, e me esforço para tentar lembrar das perguntas que Nick me fez. Steve apenas presta atenção em tudo e perguntando ocasionalmente.

–Ah Laura... – ele toca meu rosto depois que contei tudo – Eu não vou deixar isso acontecer de novo – fala firmemente e sorrio.

–Tudo bem, a culpa não é dele por eu ter chorado, é minha, eu sou muito medrosa mesmo – falo e ele ri.

–Não, você não é – fala tocando meu rosto carinhosamente – Com toda certeza, você não é.

Sorrio e toco sua mão.

–Quero sair – digo e ele sorri.

–Tenho um lugar ideal – fala e sorrio.

Depois de estar toda pronta, com um vestido tomara-que-caia rosa ate a altura do joelho, um casaco sobre-tudo rosa claro, um sapato de couro laranja com um salto baixo e um coque bem desgastante que doeu meus braços ao fazê-lo. Me olhei no espelho pela última vez e sorri, eu estava bonita.

Deixei o banheiro e o encontrei na sala, de terno e gravata, lindo demais! Meu Deus... Deixei escapar um suspiro e ele sorriu.

–Você está... Linda! – ele falou surpreso e sorri envergonhada.

–Acho que não vou deixar você sair não, as garotas vão ficar olhando para você direto – brinquei e ele sorriu um pouco vermelho.

–E os rapazes para você – ele disse e sorri – Bom, vamos?

–Claro – enlacei meu braço no seu e saímos do meu apartamento.

Enquanto descíamos as escadas, senti o seu cheiro. Meu Deus...

–Que perfume bom – comentei e ele sorriu.

–Foi você que me deu esse perfume – falou e olhei surpresa para ele.

–Não... Foi outro – falei.

–Tenho certeza de que foi o mesmo.

–Então o seu cheiro melhorou ele – comento e ele fica vermelho – Mas mudando de assunto – falo enquanto descemos as escadas – Aonde vamos?

–Surpresa – falou e olhei desconfiada para ele.

–Mas ontem teve uma surpresa, fomos para Boston – falei e ele concorda.

–É uma surpresa bem mais perto – fala e sorrio – Você vai gostar – revela e sorrio.

Finalmente chegamos ao saguão, ele abre a porta para mim enquanto ignoro os comentários do porteiro mal-educado novamente.

Depois de andarmos dois quarteirões em silêncio, já que eu estava tão curiosa que mal conseguia falar, resolvi tentar perguntar novamente, vai que ele fala.

–Steve, aonde vamos? – falo enquanto aperto o passo e o casaco que visto, o vento frio mesmo com o casaco me faz sentir muito frio.

–Calma Laura – ele diz enquanto me abraça de lado passando seu braço pela minha cintura – Você vai gostar – ele diz sorrindo.

–Eu sei que vou gostar, você mesmo já disse isso – digo e ele solta um riso pelo nariz – Mas o que eu vou gostar que está me intrigando – falo.

Ele ri e aperta o braço em volta da minha cintura me deixando ainda mais perto dele.

–Você verá – diz e reviro os olhos.

Depois de mais de três quarteirões andando, ele para em frente a um pequeno prédio aparentemente abandonado com algumas luzes acessas.

–Que lugar é esse? – pergunto enquanto entramos no prédio com uma portaria totalmente apagada, só vemos algumas coisas, por exemplo as escadas por causa da fraca luz da lua entrando pelas janelas velhas e imundas.

–É a casa de uma amiga minha – fala e olho curiosa para ele.

–Que amiga? – pergunto enquanto ele sobe o primeiro degrau.

–Esta com o seu celular? – ele pergunta e o pego do bolso do casaco.

–Para usar como lanterna? – pergunto e ele assente. Mexo no celular e ligo o flash de maneira ininterrupta – Pronto – lhe entrego.

–Obrigado – ele diz pegando o celular e iluminando os degraus da escada enquanto subíamos.

Depois de subir a escada, que era em caracol, subimos mais três andares, e já estava cansada.

–Steve, aonde vamos? – pergunto de maneira cansada e ouço um barulho vindo do próximo andar, como de uma coisa pequena andando, mas ignoro – Aqui tem rato? – pergunto.

–Não, nunca vi e espero nunca ver – responde e oprimo o riso.

–Você tem medo de rato? – pergunto.

–Não, claro que não! – responde firmemente e olho em seus olhos – Tá, tenho, mas é bobeira. E você?

–Não, sou tranquila. Onde eu... – digo mas então, vejo uma pequena criatura do tamanho da mão do Steve descer rapidamente os degraus da escada passando bem perto da gente, Steve pula e sobe alguns degraus respirando ofegantemente. Olho para ele com a cara de pânico e prendo o riso o máximo que posso.

–Eu não gosto mesmo dessas criaturas! – diz reclamando e não aguento, solto o riso, ate a minha barriga doer – Continua rindo, quero ver se fosse você.

–Não, o engraçado é que você é quem tem medo de ratos – digo e ele bufa.

–Não tenho medo de rato – se defende e reviro os olhos enquanto ele volta a subir as escadas.

–Espera – digo subindo os degraus rapidamente e finalmente ficando ao seu lado – Está chateado comigo?

–Não, claro que não.

–Então porque subiu assim?

–Não é nada – responde enquanto evita olhar nos meus olhos.

–Fica tranquilo, vou estar aqui para te proteger dos ratos, tá bom? – brinco e ele sorri.

Toca o meu queixo e beija os meus lábios de leve.

–Steve? – ouço alguém o chamar e nos separamos rapidamente. Olhamos juntos para de onde vem a voz e vemos uma senhora de cabelos brancos e pele enrugada vestindo um vestido laranja muito bonito.

–Peggy! – ele sorri enquanto sobe os degraus e puxa a minha mão para eu ir junto. Ao chegar perto da senhora, ela sorri e ele a abraça apertando enquanto segura minha mão – Laura – ele diz enquanto se separa da senhora que sorria de orelha a orelha – Esse é a Peggy, uma grande amiga – ele diz enquanto apresenta uma a outra.

–Olá – ela fala sorrindo enquanto vem ate mim, sorrio e ela me abraça me pegando de surpresa, retribuo ao abraço e nos soltamos – Ele falou muito de você – ela revela e olho para o Steve que sorri envergonhado enquanto coça a nuca e olha para o chão – Mas só coisas boas – ela comenta divertida e sorrio.

–Ele também falou da senhora – falo e ela sorri.

–Por favor, nada de senhora, Peggy ou ‘’você’’, tudo bem? O que você acha? Que sou velha? – ela pergunta divertida e rio.

–Tudo bem, Peggy – digo e ela alarga o sorriso.

–Vamos subir, todos estão esperando por vocês – ela fala pegando na minha mão e me puxando para subir as escadas.

–Todos? – pergunto curiosa enquanto Steve sobe seguindo nós duas.

Ela confirma com a cabeça e sorri.

Subimos mais alguns lances de escada e logo escutei música a ser tocada, eu diria que as músicas são dos anos 40. Peggy puxa mais a minha mão subindo ainda mais rápido as escadas, quem diria que ela tinha mais de 70 anos?

Chegamos a entrada do apartamento e vejo vários casais idosos dançando com energia, com vigor e dançando tão bem. Eles sorriam para o seu parceiro de dança de maneira tão sincera e olhando um nos olhos do outro.

–Deixa eu pegar os seus casacos – ela diz e retiro o meu casaco e a entrego – Fiquem a vontade, tá bom? – ela pergunta enquanto Steve toca o meu ombro.

–E aí? Gostou? – pergunta e sorrio para ele surpresa, eu nunca pensei que houvesse um lugar desses.

–Se gostei? Eu amei Steve – digo e ele alarga o sorriso.

Vejo mais uma vez em volta. Vejo vários casais de idosos dançando e olhando para nós nos cumprimentando com um leve aceno com a cabeça. Várias mesas de comidas e bebidas e um grande aparelho de som tocando uma música antiga.

–O que estamos esperando? – pergunta Peggy aparecendo novamente – Vão dançar! – ela diz animada enquanto empurra nós dois para o centro da sala de estar.

–Eu não... – digo atrapalhada. Steve, delicadamente, pega a minha mão direita e toca o meio das minhas costas. Apoio a minha mão esquerda em seu ombro e ele sorri – Sério, eu não sei dançar – digo baixinho e ele sorri.

–Eu também não – diz e sorrio.

–Se eu pisar no seu pé, desculpa – falei.

–Acho mais provável eu pisar no seu – ele diz enquanto timidamente, começamos a nos movimentar, apenas de um lado para o outro parecendo pinguins.

Sorrio enquanto seguimos o ritmo da música, moderado.

Vejo em volta e vemos os casais rodopiando e girando, dando um banho na gente. Olho para ele e o vejo cantarolar a música baixinho.

–Você conhece essa música? – pergunto e ele confirma.

–É a música da festa de casamento dos meus pais – ele diz e alargo o meu sorriso.

Dançamos algumas outras músicas, umas três músicas, todas tão movimentadas quanto a primeira. Aos poucos, fomos nos soltamos e Steve já arriscava me rodopiar e me jogar para trás. Eu sorria e ele também.

Ele olha para mim enquanto acompanhamos a música e sorríamos um para o outro.

–Você quer descansar? – ele pergunta a mim e aceno com a cabeça.

–Só um pouco – digo e ele sorri e me conduz ate a mesa de comidas e puxa uma cadeira para eu me sentar.

–Vou pegar um ponche – ele diz e aceno com a cabeça.

–Olá querida – diz uma senhora doce e gentil usando um vestido amarelo.

–Olá – digo e ela se senta na cadeira ao lado da minha.

–Está gostando? – ela pergunta e concordo com a cabeça.

–Sim, muito – digo e ela alarga o sorriso.

–Que bom. Ah, onde está a minha educação? – ela pergunta para si mesma oferecendo sua mão – Marta Carter – ela diz e aperto sua mão.

–Laura Teixeira – digo e ela sorri – Você é a irmã da Peggy? – pergunto e ela sorri.

–Sou, mas irmã por parte de pai – ela diz.

–Tudo bem, o importante é que você é irma dela, não é? – pergunto e ela pega na minha mão sorrindo.

–Isso mesmo – ela olha para mim e dá um sorriso doce – Você é a namorada do Steve, não é?

–Sou sim.

–Saiba que você está com um grande homem – ela diz e alargo o sorriso.

–Também acho – digo.

–Aqui Laura – ouço o Steve falar e o vejo equilibrando dois copos quase completamente cheios.

–Obrigada – digo pegando um dos copos de sua mão.

–Ah, oi Marta – ele diz sorrindo colocando o copo na cadeira onde ele irá se sentar e abraçando a senhora.

–Olá Steve – ela diz – Estávamos falando de você agora mesmo -ela diz enquanto volta a se sentar.

–Jura? – pergunta enquanto pega o copo de sua cadeira e se senta nela.

–Juro – Marta diz enquanto cruza as pernas – Estávamos falando que você é um grande homem – ela diz e sorrio enquanto Steve sorri envergonhado.

–Não é para tanto, Marta – ele diz tomando um gole do ponche de cereja com o rosto vermelho.

Marta faz um sinal para o Steve se aproximar, ele inclina o ouvido para perto da Marta, isso se não fosse por mim no meio. Marta se inclina quase que por completo em cima de mim e aproxima a sua boca perto do ouvido do Steve.

–Ela já sabe? – ela pergunta baixinho enquanto sinto o peso da senhora no meu colo. Sorrio e afasto as mãos equilibrando o copo.

–Já sabe – ele fala mais alto e a Marta saí de cima de mim.

–Ah sim, então nós duas sabemos que ele está sendo modesto, não sabe querida? – ela pergunta sorrindo enquanto tomo um gole do ponche, ela me dá uma cotovelada amigável no meu braço que quase me faz soltar o copo.

–Ah claro! Ele tem mania de fazer isso – falo e o Steve sorri ainda mais envergonhado.

–Marta! Ficar incomodando o Steve de novo? – pergunta Peggy chegando perto de nós com as duas mãos na cintura.

–Não, de maneira alguma Peggy - ela tenta tranquilizar a irmã – Estou incomodando? – ela pergunta para nós e negamos imediatamente.

–Não, de maneira alguma – digo e ela sorri piscando o olho direito para mim.

–E você acha que os dois irão dizer que você é uma velha sem bom-senso? – Peggy pergunta e seguro o riso – E eu vi a senhora em cima da pobre Laura! E eu vi você piscando para ela! – Peggy diz e não consigo segurar o riso – Anda, o Mário está te procurando – ela diz pegando na mão da Marta e a puxando da cadeira.

–Tá bom, tá bom – ela diz se levantando e seguindo a irmã – Irmã chata aqui, desculpa – ela grita e sorrimos.

–Nossa – digo rindo dela.

–Ela é uma figura mesmo – Steve responde.

Dançamos mais alguma músicas e comemos mais algumas coisinhas. Steve me apresentou a todos e todos foram muito simpáticos, e parece que todos sabiam do segredo dele.

–Quer ir para casa? – ele pergunta enquanto dançávamos uma música mais lenta.

–Não, mas só acho que está um pouco tarde – falo

–É, amanhã você tem trabalho, não é? – pergunta ele e arregalo os olhos.

–Pois é, tenho – digo e ele dá um sorriso de lado – Tive que ligar para a senhora Mags e dizer que eu estava doente – digo.

–Eu achei que a S.H.I.E.L.D fosse resolver isso ligando para ela.

–Mas não fez, mas tudo bem, já resolvi – digo e ele sorri -Podemos voltar outro dia? – pergunto e ele alarga o sorriso.

–Claro – ele diz e andamos ate a Peggy que estava dançando com um homem de cabelos brancos e chapéu quadriculado verde escuro no estilo italiano. Um colete com botões e uma calça preta. Eles dançavam de maneira tão bela que deu pena interromper.

–Desculpa – Steve toca o ombro do senhor que sorri – Mas viemos nos despedir – diz ele e sorrio segurando sua mão.

–Mas já? Ainda são... – Peggy fala pegando no pulso do senhor e vendo seu relógio – São dez horas ainda – ela fala.

–Mas temos que ir, a Laura trabalha amanhã – explica Steve.

–Mas podemos mandar a Marta no lugar dela!- ela sugere e rio – Não, não iria dar certo – ela diz pensativa – Tudo bem. Mas vocês voltam outro dia, não é?

–Claro – digo e ela sorri – Eu amei esse lugar – digo e ela pega na minha mão.

–E todos nós gostamos de vocês – ela diz sinceramente e sorrio.

–Ei, vocês já vão? – ouço a Marta perguntar.

–Já – responde Steve e ela pega na outra mão do Steve.

–Não vão! Não me deixem sozinha com ela – ela aponta para a Peggy que revira os olhos – Ela me obriga a dormir no sofá! – ela diz amedrontada, mas que sei que está brincando.

–Isso é mentira, ela só está fazendo manhã, como sempre – Peggy diz tocando nossos ombros e nos afastando da Marta.

–Cuidado, ela pode colocar uma bomba no bolso de vocês – ela avisa e rio ainda mais.

–Eu não sei o que fiz para merecer ela – confessa Peggy nos guiando ate a porta – Espero que vocês voltem logo mesmo viu? – ela diz pegando o meu casaco do gibiteiro e me entregando.

–Obrigada. E sim, iremos voltar – confirmo – O mais rápido possível – acrescento e ela sorri.

–Assim fico mais tranquila – diz e abre a porta para nós – Nos vemos em breve então – diz e confirmo.

Voltamos a descer as escadas escutando a música cada vez menos.

–Você gostou mesmo? – perguntou Steve quando já estávamos na metade do que faltava para chegar a portaria.

–Gostei – digo e ele sorri pegando na minha mão – Achei tudo tão lindo.

–É assim todo fim de semana.

–Sério? Eles se reúnem todo fim de semana? – pergunto e ele assente.

–Isso acontece a mais de quatro anos – ele diz e me surpreendo.

–Mas todos sabem que você é...

–Sabem – ele confirma – Todos foram soldados e enfermeiras da segunda grande guerra – ele diz e me surpreendo novamente.

–Sério? Todos eles? – pergunto e ele assente – Você conhecia todos eles na época? – pergunto e ele nega.

–Não todos, só uma pequena minoria, entre eles, a...

–Peggy – digo e ele confirma com a cabeça – Lembro que você disse que iria visitar ela, acho que foi dois ou três dias atrás – digo e ele sorri envergonhado.

–Dessa vez foi verdade.

–Mas então, porque você ficou tão nervoso?

–Não sei. Acho que foi o seu olhar desconfiado – ele diz e sorrio.

–Você mente mal para caramba – digo e ele concorda.

–Stark disso isso também – ele diz - esqueci de falar. Antes de eu chegar em casa, ele me ligou e fui ate a torre – ele diz e finalmente chegamos a portaria.

–E aí? – pergunto enquanto cruzamos a portaria.

–Prefiro falar disso em casa – ele abre a porta para mim.

–Tudo bem – falo enquanto fecho os botões do casaco e íamos ate em casa.

Depois de poucos minutos andando pelas frias ruas de Nova Iorque, chegamos ao prédio. Subimos as escadas e fomos para o apartamento do Steve. Jogo o meu casaco no gibiteiro dele enquanto o mesmo retira o paletó.

–Quer um vinho? – pergunta ele.

–Claro – vou ate a cozinha com ele. Ele pega uma garrafa e duas taças – Esse parece ser bem antigo – falo e ele nega.

–Presente da Marta – ele diz – Pisano, 2007 – ele diz abrindo a garrafa. Despeja o conteúdo igualmente entre as duas taças e me entrega uma.

–Bom – digo enquanto experimento.

–Ela me deu três dessa garrafa. Ela disse que não podia beber mais por causa da Peggy – diz enquanto me sento na cadeira da mesa de jantar.

–Então ela te deu? – pergunto tomando outro pequeno gole.

–Foi – confirma enquanto coloca a sua taça e a garrafa em cima da mesa e se senta na minha frente.

–Porque eles ficam naquele prédio?

–É um prédio que a Peggy encontrou, na época em que ela trabalhava. Ela trabalhava como engenheira – ele diz e me surpreendo – Mas antes ela era agente, mas enfim, ela encontrou o prédio, mexeu alguns pauzinhos na prefeitura, então, tecnicamente, esse prédio, não existe.

–Nossa. Mas porque?

–A música fica muito alta. Eles já tentaram fazer isso em outros lugares, na casa de muitos, só que os vizinhos não aguentavam as ‘’músicas antigas e chatas’’ deles – diz Steve fazendo aspas com os dedos e revirando os olhos.

–Aquelas músicas não tem nada de chatas, podem ate ser bem antigas, mas são muito lindas! E são boas, incríveis para dançar – digo e ele sorri.

–Concordo. Bom, e há quatro anos isso acontece nesse prédio e nunca deu problema.

–Mas a Peggy mora aí?

–Não, ela mora no Bronx – ele diz e lembro da Alicia e como ela não para de falar do Bronx.

–Mas como você conheceu ela?

–Longa história – ele diz enchendo a taça novamente – Promete não ficar chateada?

–Depende – digo bebendo mais um gole, dessa vez, maior.

–Ela foi a primeira mulher que me apaixonei – diz e arregalo os olhos surpresa.

–Sério?

–Sério – ele confirma – Tudo o que aconteceu antes você já sabe, mas o que você não sabe é isso, ela foi a primeira mulher que me apaixonei – ele pega minha mão – Aí veio o gelo e nos separou, literalmente – diz e toco suas mãos por cima das minha.

–Entendi – digo e ele sorri – Mas e sobre o Homem de Ferro, porque você não queria falar naquele lugar?

–Era melhor aqui – ele responde – Bom, como te falei, eu fui a torre Stark hoje. A gente conversou um pouco, nada demais, e ele me contou sobre o Madarim.

–Madarim? Ah! Aquele terrorista?

–Sim, e ele foi preso.

–Ah, ainda bem.

–Mas não era ele, era um outro o verdadeiro Madarim.

–Mas como assim?

–Ele era um ator, o Madarim que você viu na televisão, era um ator. Isso deve ir para a televisão em pouco tempo.

–Tudo bem.

–Mas o que você não sabe e, que fiquei surpreso em saber é que ele explodiu as armaduras e retirou o reator do peito – fala e arregalo os olhos.

–Ele explodiu as armaduras dele? Porque?

–Ele diz que foi um presente para a namorada dele, a Pepper.

Confirmo com a cabeça.

–Achei um bom presente. Poxa, ver o namorado andando naquelas coisas... Sei lá, acho perigoso – digo e ele ri pegando a minha mão – E isso também vale para o senhor – digo e ele fica surpreso.

–Porque eu?

–Porque também acho muito perigoso você ficar saíndo para missões assim. Poxa, eu fico preocupada – digo e ele sorri docemente.

–Não precisa se preocupar, não vai dar nada de errado, nunca – ele diz.

–Mesmo assim, não consigo pensar você com o escudo em ação e ficar tranquila – digo e ele aperta a minha mão.

–Vem cá – ele se levanta e me faz levantar também. Sorrio, e juntos, fomos a sala. Ele vai ate a estante e liga um pequeno aparelho de som.

–Eu nunca tinha percebido ele aí – falei e ele sorriu.

–Quase não uso – ele diz enquanto aperta alguns botões e a música começa a tocar.

Ele toca minha cintura e olha no meu olhos enquanto segura a minha mão, deixo delicadamente a minha mão sobre seu ombro e sorrio.

Uma música lenta e bonita, com uma voz doce e afinada. Com o violino fazendo um belo espetáculo. Mas o que mais me encantou, foi o sorriso e o olhar do Steve, essa música parecia faze-lo se lembrar de algo. Lhe dou um sorriso sincero enquanto encosto minha cabeça em seu peito. Ele beija o topo da minha cabeça enquanto começamos a nos movimentar de acordo com a música.

–Foi essa música dancei pela primeira vez – ele diz e sorrio.

–Então é bem importante para você – digo e ele assente.

Dançamos algumas músicas, poucas na verdade, mas foi tão lindo que eu queria ficar mais, mas não podia, eu tinha que trabalhar amanhã. Nos despedimos com um beijo lento e romântico e um boa noite. Fui ao meu banheiro e troquei de roupa. Me joguei na cama com um sorriso bobo nos lábios e sonhando acordada com ele, o dono dos meus sonhos, Steve Rogers.

"Sabe porque os anjos estão bravos comigo?
Porque envés de sonhar com eles eu sonhei com você!".

Marjory Conceição.


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Notas finais do capítulo

Roupa: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=114856120&.locale=pt-br

Música: http://www.kboing.com.br/judy-garland/1-1041792/

Música 2: http://www.kboing.com.br/rosemary-clooney/1-1053947/

Música 3: http://www.kboing.com.br/judy-garland/1-1041790/