The Legend of Anorle escrita por Guskey


Capítulo 4
• Wild vultures •


Notas iniciais do capítulo

♦ Minha gratidão é tamanha pelos comentários que decidi escrever um capítulo especial para o Natal. Não propriamente dito, como um natal costuma ser, mas um que retratará a infância de um personagem e como ele foi parar na cidade de Drohat.

♦ Boa leitura! ♦



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Anorle não parava de tirar seu olhar da incrível vista, um poço do tamanho de Drohat, completamente cheio de água límpida onde peixes saltitavam de dentro para fora, alguns animais marinhos que o elfo jamais vira jorrava água metros acima. Ao lado do enorme poço tinha uma grande muralha feita de rochas, onde havia galerias que tinha como entrada buracos enormes. Abaixo da muralha apenas uma trilha estreita onde poderiam passar e atravessar a paisagem. Anorle hipnotizou-se, mesmo que fosse uma ilusão, ele jamais queria levantar-se novamente, preferia ficar ajoelhado e então visualizar aquilo, completamente lindo. Sua visão até propunha algumas luzes na água, um brilho incontrolável que era esvoaçado quando um peixe saltitava, ou então um animal jorrava água. Porém, Laak alertou a todos.

— O-o quê houve Laak? - Perguntou Valuge, o ogro. Olhou para todos os cantos, não via perigo a não ser caso alguém despenca-se no poço gigantesco.

— Observais o céu. - A elfa estava com a flauta em mãos e então esbeirou o objeto nos lábios, mas nenhuma melodia saia. Não era a hora de fazer uma cantiga.

Anorle levantou-se, mal conseguia tirar o olho do poço e da muralha. Fitou a elfa com seu cabela dançante e depois os céus. Pássaros negros sobrevoavam-os, eram abutres como aqueles que via-se em Drohat.

— Não se engane senhores. - Alertou o humano que tirou sua espada da cintura e mirou para um que esgueirava-se pelo vento e vinha em direção ao grupo.

Valuge retirou sua espada e então espero o pássaro aproximar-se. Era diferente, suas penas pareciam queimar e seu bico necessariamente identificava-se como uma agulha grossa e literalmente afiada. Os olhos na verdade não era um globo redondo, mas sim uma fumaça negra. O animal desfilou no vento gélido e então tomou direção para o ogro, que rapidamente elevou sua espada ao ar e decapitou o animal.

— Vamos nos esconder. - Disse Vanetac, o humano, guardava rapidamente sua espada.

Todo o grupo se esconderam por entre as árvores, estavam quieto e o único ruído eram as lebres saltitantes e o vento que assoprava nas árvores. O anão então revirou sua trouxa e dela tirou um óculos totalmente customizado, era preto e tinha duas lentes, era possível trocar de lentes com uma alavanca de dois centímetros instalada no objeto. Pofotta trocou de óculos e então olhou aos céus.

— Abutres selvagens, justo o que eu pensava. São animais com olhos de águias, atacam qualquer um que entrar em sua área. Atuam em bando, devoram em bando. - Disse o anão chamando todos para a trilha.

— Eis que somente um atacou-nos. - Disse Anorle com se arco armado e uma flecha sendo esticada na linha.

— Devido o frio, rapaz. O "olho biônico" desses abutres raramente são confiáveis durante o inverno. Olhe atentamente... - O anão entregou o óculo que tinha um zoom para Anorle. O elfo pegou sem saber como manusear direito, colocou nos olhos e viu que os urubus se aproximavam. - Garras afiadíssimas como as de um leão, bico como o ferrão de uma abelha (porém mais afiada e grossa), olhos como de águias. - Finalizou o anão e então pegou seu óculos.

— Uma cantiga seria uma boa, elfa. - Disse Valuge, o ogro. Quase não via os abutres direito devido ao elmo metálico que usava. Laak estava ao seu lado e então encostara a flauta nos lábios, novamente.

Pofotta deu o sinal. Laak então soprou no objeto, conduziu os sons formando uma das mais belas melodias que eles tinham ouvido. Os sons pareciam flutuar pelo ar ao invés de ondear para todo canto. O incrível ritmo fez com que os urubus entrassem em transe, pararam de sobrevoar o lago, desviaram-se do seu próximo destino e então entraram nas galerias rochosos da muralha. Estariam adormecidos aproximadamente pelos próximo trinta minutos. Laak guardou a flauta na cintura e então fora surpreendida pelos sorrisos dos garotos.

— Bela. - Disse Vanetac. Anorle ficou quieto, observou o rosto dela novamente antes de prosseguirem pelo caminho do poço e da muralha.

Organizaram-se e deram os primeiros passos, sentiram uma brisa ótima e melhor daquela que chegara em Drohat. Anorle não parava de olhar para o horizonte, onde a água era calma e os peixes ativos. Pofotta trocara de óculos e então usava o seu normalmente, olhou Anorle por um minuto com aquele olhar interessante.

— Você elfo, o que possui o tal dom. - Disse o anão olhando e caminhando.

— Eis que diz ser dom, estou grato. - Anorle sorriu para ele, e depois olhou Laak, e depois o humano, o ogro e por fim para frente.

— Qualquer habilidade é um dom. Maldição é apenas um nome usado para aquilo das trevas, do mal. Eu defendo minha posição quanto à isso. - Disse o anão.

— Vossa pessoa sabes bem. Eis que é prezado pela sabedoria. - Disse o elfo

Caminharam um pouco mais e estavam na metade do caminho, os abutres poderiam sair do transe a qualquer momento. Agilizavam os passos, alguns até correram para o fim da estrada de areia. Anorle deu uma última olhada antes de saírem do local. O próximo seria uma floresta, como as que caminhavam depois de Drohat. O ogro sentou-se no chão a então começou a comer algumas maçãs e um pedaço de queijo que havia trago num recipiente de alumínio. A elfa coletou algumas amoras de uma árvore frutífera logo adiante, o humano sentou-se junto com o ogro e então fez o mesmo.

Anorle e o anão sentaram, bebiam um pouco de suco de limão (Anorle), e o anão bebia um suco de cor esverdeado, mas não era limão.

— Sabia que essa paisagem não fora feita naturalmente né? - Disse o anão olhando para Anorle, que demonstrava curiosidade pelo local. - Havia os quatro espíritos naturais, os mais antigos e soberanos do mundo, digamos que nossos quatro deuses. Tinha o espírito do fogo, da terra, da água e do ar. Muito depois formaram o espírito da natureza e assim os sub-espíritos naturais. Longo tempo depois o espírito da água entrou em desarmonia com o da terra. Motivo? Bobeira, queriam expansão de suas partes. A água era a dominante pois é o elemento que mais ocupa no planeta. A terra queria mais e mais, sua ganância era forte. - Pofotta bebericou mais um pouco do suco, Anorle prestava a máxima atenção no que o anão dizia. - Assim, forçadamente as criaturas que pertenciam à um espírito batalharam com o outro. Animais marinhos contra animais terrestres. Não deu em nada, continuou do mesmo jeito depois da batalha, a água continuou a dominar e a terra nada. Aqui nessa paisagem foi um ponto triunfal. A muralha representa a o espírito da terra, o poço o da água. A floresta que rodeia é a natureza que tentava impedir, a trilha então fora feita pela terra, pois sabia que a ganância subiu a cabeça.

Anorle surpreendeu-se tanto que continuou a olhar mais ainda para a paisagem, lá ao longe, muito longe viu as duas estátuas dos espíritos primordiais de Drohat.

— Eis que sabes muita coisa, me impressiona e surpreende-me. Quem dera tivesse uma pessoa como você aos anos antigos, testemunharia que meu dom não era maldição. - Disse Anorle.

— Precisamos ir senhores. - Disse o humano que levantara do chão. Laak já estava na entrada da floresta, o ogro ainda deliciava as suas frutas. - Amanhã vai invernar e precisamos achar um abrigo. - Disse o jovem humano com sua espada na cintura e a túnica no corpo.

Anorle e Pofotta levantaram-se e então arrumar tudo. Viu os pássaros saindo das galeiras e então agilizou-se e entraram na calma floresta, ouvia-se somente assobios do vento e barulho de animais. Tinha uma trilha longamente ampla, começaram a caminhar por entre as árvores. Anorle não saia de perto do anão, queria conhecer mais e mais.

— Onde iremos? - Perguntou Valuge caminhando pesadamente no chão. Seu corpo que mais parecia um touro deveria ter um mesmo peso que o humano, os elfos e o anão juntos.

— Eis que devemos achar um abrigo, como disseste humano. - Disse Laak caminhando sorrateiramente.

— Iremos para Tanzta. - Disse o anão. - Lá encontraremos um oráculo para nos guiar, saberemos que mal aproxima-se de Drohat e demais cidades. - Finalizou o anão.

Anorle parou, ficou quieto, sua cabeça doía e então o seu dom entrou em mente, tivera uma sensação esquisita. O elfo rapidamente jogara sua trouxa no chão e então pulou em cima de Laak e ambos despencaram-se, uma flecha passou zunindo acima deles.

— Sais de cima de mim, agora. - Disse nervosa a elfa que sentia uma leve dor na costela. - SAIS. - Gritou fortemente.

Anorle levantou-se curioso, sentiu medo porém gostou da queda sobre o corpo tão macio de Laak. Pofotta olhou para os lados, olhou para trás e então deparou-se com um esqueleto arqueiro. Naquele momento o gro e o humano, Valuge e Vanetac seguiram para o monstro, os elfos e os anões ouvia-se somente o ruído das espadas em ossos, era atormentante aquele silvo.

— Mas esqueletos nessa região? Eles geralmente ficam muito depois da cidade de Tanzta. - Disse o anão ajeitando seu óculos e olhando de perto o a caveira do bicho.

— Eis que podes estar errado, anão. - Laak pronunciou. - Grata, Anorle. - Agradeceu Laak com um sorriso falso. Sim, ela não tinha gostado da atitude do companheiro de missão.

— Talvez. Ou então ele fora enviado por algo ou alguém. Quando encontra um jamais verá sozinho, outros estão vindo. - Disse o anão. - Anorle consegue sentir isso.

— Consigo. - Pronunciou Anorle que pegava sua trouxa no chão. - Partiremos agora. - Disse novamente fazendo um sinal positivo com a cabeça.

Começaram a andar velozmente pela trilha, já era tarde e em algumas horas anoiteceria. Anorle não tirava o olho de Laak, Valuge e Vanetac andavam juntos, conversavam sobre batalhas e treinamentos, como dominar uma espada, domar um falcão e outras coisas. O anão visualizava um mapa num pergaminho, era da região, mostrava Drohat, Tanzta, e então Anorle ficou interessado por várias cavernas perto da cidade de Tanzta.

— O que ser isso perto da cidade? - Perguntou Anorle olhando para o pergaminho.

— Dragões, oras. Tanzta é habitado por humanos e dragões, filhotes, jovens, idosos. Você vai adorar lá. - Disse o anão.

Laak olhou atentamente por um falha da relva da floresta. Vislumbrou um edifício feito de madeira, era como uma torre, havia ruínas, pedregulhos, musgos e relvas do tamanho de ursos.

— Sei onde iremos passar a noite. - Disse Laak.


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Notas finais do capítulo

♦ Amigos, gostaria de pedir que comentassem qual está sendo o(s) personagem(ns) preferido de vocês desta história e o motivo. Normalmente quando nos apegamos a um personagem de um livro é devido nos assemelharmos muito a ele, nos identificarmos e entendê-lo completamente o motivo de fazer isso ou aquilo. Eu ficaria muito grato conhecer um pouco de vocês através de meus personagens (*-*).