Sabrina

A ruiva checou as portas trancadas da velha sapataria do pai, embora o roubo não fosse comum ela sempre checava como seu pai havia lhe ensinado, ela era órfã e vivia do lucro da sapataria junto com alguns amigos.

– Tudo certo.- ela falou pra si mesma lembrando de quando era pequena e o pai lhe trazia para checar as portas fechadas, ela sentia falta dele.

– Falando sozinha?

– Sim.- a ruiva sorriu timidamente.- Posso lhe ajudar em algo?

– Seu pai me vendeu uns sapatos velhos antes de ser executado, mais eu não tinha terminado de pagar, aqui está.- a senhora lhe estendeu umas notas de dinheiro.

– Meu pai era um bom homem, pode ficar, ele não ia aceitar.- ela recusou o dinheiro.- Como vai a Brenda?

– Ótima, a febre passou e ela já quer sair pulando por ai.- a senhora riu.- tome isso, foi ela quem fez.- a senhora lhe entregou uma pulseira de madeira com um lobo entalhado e saiu.

A ruiva sorriu alisando a saia bege e saiu em direção a praça.

–

Henry

O garoto estava deitado no sofá da casa.

– Henry, já se aprontou pra colheita?

– Já mãe, nem sei por que agente tem que ir, eu nunca vou ser escolhido.- o garoto sorriu.

– Nunca.- ela sussurrou.- Bem mais é obrigatório, a capital não gostaria de ver você morto por não comparecer nessa besteira.

– É, bem mãe eu vou pra capital com você esse ano não é?- o moreno se levantou do sofá animado.

– Vai, mais não se anime, você não vai a nenhum evento especial.- ela o fitou.- Verde fica ótimo em você.- ela sorriu arrumando o conjunto de veludo.

– Espero que sim, eu vou pedir a Clary em namoro.

– O que?Henry você é uma criança, não vai pedir ninguém em namoro e nem vai sair de perto de mim.

– Eu tava brincando, bem e se eu quisesse namorar ela teria de pintar o cabelo de azul.- ele apontou o cabelo e saiu em direção ao quarto.

Henry era um bichinho de estimação da capital, Melanie quando foi aos jogos teve um caso com o tributo de seu distrito que havia se voluntariado por ela, e a mesma acabou gravida e lutou nos jogos sem saber de nada até vencer e voltar pra casa sem o pai da criança, e Henry desde de então era mimado pela capital, ele praticamente vivia lá, em eventos famosos, e ela só aturava isso para protege-lo dos jogos.

–

– O tributo feminino é, Sabrina Lammier.- Belinda anunciou sorrindo no palco.

A ruiva saiu do seu bloco andando devagar até o palco, com medo, e com alívio por seus amigos, mais sua expressão estava intacta, e ela ficou lá em cima encarando todos.

– Muito bem lindinha, agora o tributo masculino.- a mulher pegou um papel no globo.- Henry Roy.- e sua expressão era de surpresa, até mais do que a do menino que continuava parado.