Capitulo XXXIV - A terceira gravidez parte 1

Na manhã seguinte, Gina tinha acordada mais disposta e feliz. A notícia que o Dr. Malfoy tinha lhe dado na noite anterior a deixou tão leve e alegre, que mal conseguiu dormi com tanta ansiedade. O que era bom, pois ela quis comer bastante no café da manhã e tomou todos os remédios sem reclamar ou enrolar. Ela, assim como o marido, estava disposta a ficar 100% bem.

– Bom, acabou de aparatar da Toca e deixar Rose lá. Os meninos estão bem, Gina, mas você sabe... Estão com saudades dos pais – Hermione sorriu sentando-se na beirada da cama da cunhada.

– Acho que pedirei a Rolf para levar Lorcan e Lysander lá mais tarde, os ambientes costumas ficar bem mais legais com um monte de criança – Luna comentou sentada em uma poltrona azul marinho, posicionada em um canto do quarto de Gina.

– Os meninos já devem estar com saudades daqueles dois – Gina sorriu para Luna.

– E minha princesa adora um movimento – Hermione comentou orgulhosa e do orgulho sua expressão mudou para travessa – Tenho uma novidade!

Gina prendeu a respiração. A primeira coisa que ela pensou foi no homem internado ao quarto vizinho. Parecia um absurdo, eles não tinha se visto ou visitado um ao outro desde o dia que Harry deu entrada no St. Mungus. Para a ruiva, além de absurdo era tortura não poder vê-lo.

– Conte logo, Hermione! – pediu Luna ficando em uma posição ereta e de total curiosidade.

A morena fez uma longa pausa com um enorme sorriso preso no rosto. Aquele suspense quase matou as suas amigas.

– Vocês vão ser titias de novo! – ela exclamou acariciando a barriga de uma forma muito carinhosa.

Gina foi capaz de soltar um gritinho de felicidade. Passou a mão pelo ventre, sentiu a própria barriga saliente e deixou algumas lágrimas passearem pelo seu rosto.

–Quando você soube? – perguntou Luna já abraçando a amiga.

– Bem... Eu estava aqui há um tempinho já. Fiz o exame e estava só esperando o resultado pra vim ver vocês. Passei pelo quarto de Harry primeiro, mas ele estava dormindo – Hermione explicou.

– Por que você não veio aqui enquanto esperava os exames? – quis saber Gina limpando as lágrimas.

– Gina, você não pode sofrer fortes emoções e se for pra sofre que seja de verdade – Hermione fez biquinho – E se fosse só alarme falso?

A ruiva acabou por rir e chamou a cunhada para abraça-la. As duas choraram um pouco, uma no ombro da outra. A felicidade era quase compelta.

– Eba! Teremos dois bebês de uma só vez! – disse Luna em um gritinho levantando os braços e se juntando ao abraço das amigas.

Passaram-se mais alguns minutos de conversa feminina e feliz no quarto de Gina. Mas logo depois Hermione teve que ir embora, tinha coisa a resolver no Ministério e tinha que preparar a forma mais romântica de contar a novidade para Ronald Weasley.

Quando Gina tinha terminado sua refeição do meio-dia, uma luzinha se acendeu na sua cabeça. Um sorriso involuntário, mas muito bem-vindo tomou conta do seu rosto. Ela esperou a enfermeira sair para comunicar a Luna da sua travessura.

– Luna, quero que me leve para vê-lo – ela disse assim que se encontraram sozinhas.

– Como pretende fazer isso?

Aquilo não era uma forma de dizer “Como, você pirou?”. Não era uma pergunta de desafio, como costuma ser na maioria das vezes. Luna foi clara, seu tom de voz a favoreceu. Ela queria realmente saber o que Gina faria para se locomover sem ser percebida por um pequeno espaço, porém muito movimentado, o corredor principal da ala de internação

– Quando bater o toque de recolher de todos os pacientes. Não fica ninguém nos corredores, tenho certeza – Gina respondeu, ainda sorrindo – Não me sinto segura para andar, você tem que arranjar uma cadeira de rodas. Sairemos na calada da noite. Eu vou vê-lo, eu preciso.

Luna bateu palminhas e deus pulinhos de euforia. As duas sorriram uma pra outra e trocaram confiança apenas no olhar.

Elas esperaram a hora de agir. Gina tentou se manter calma durante o resto do dia, assim como Luna, que tentou não passar nada de suspeito durante as visitas dos medibruxos e d família. Ambas tiveram sucesso.

A ruiva, com muita calma, se colocou em uma cadeira de rodas que a loira tinha arranjado de última hora. Luna guiava a cadeira com muita cautela e silencio. Da sua porta, se Gina olhasse para o lado conseguiria ver a do marido. A distância era de cinco passos exatos, mas para a ruiva parecia uma travessia de quilômetros.

Por fim, elas se trancaram dentro do quarto de Harry e Luna guiou a cadeira de Gina para o lado da cama do moreno, que dormia com a cabeça tendida para o lado em que a esposa estava. Seu rosto era tranquilo, já não tinha mais nenhuma marca de ferimentos. Ele parecia um anjo. Gina se permitiu chorar de novo, agora baixinho para não acorda-lo, mas foi uma tentativa sem sucesso.

Ele não se mexeu, mas piscou os olhos lentamente, tentando focar em alguma coisa, mas não conseguiria até que colocasse os óculos e Luna percebeu isso.

– Oh, só um minuto, amigo – ela sussurrou pegando os óculos no mesmo lugar em que os achou na tarde anterior e colocou carinhosamente no rosto de Harry – Surpresa!

Sim, ele estava realmente surpreso. Um alívio enorme invadiu seu corpo quando focou no sorriso pelo qual se apaixonou eternamente. A luz potente da lua que adentrava no ambiente por duas janelas, era a iluminação perfeita para aquele rosto.

– Oi – ele sussurrou para a esposa.

Gina nada respondeu, só alargou o sorriso e deixou que mais lágrimas caíssem. Não lhe era possível falar no meio de tanta emoção.

– Ei... Não chora, meu amor. Estou aqui... Me perdoe...

– Não há o que perdoar – ela respondeu soluçando – Você esta bem, isso é o que importa.

– Vou dar privacidade a você enquanto tomo conta da porta – Luna avisou baixinho se retirando em silêncio.

Gina aproximou a cadeira o mais próximo do rosto de Harry o possível. Conseguiu ficar lado a lado com sua face e depositou um beijo terno e cheio de saudades.

– Achei que nunca mais fosse ver ou sentir você – ela ainda chorava com a testa encostada na dele.

– Estou aqui... Estou aqui...

– Eu te amo tanto!

– Você sabe que eu também amo você, mais do que a mim mesmo – agora ele era quem estava deixando o rosto molhado.

Ficaram em silêncio por um tempo, com as testas coladas, escutando um a respiração e soluço do outro. Depois Harry estendeu o braço e acariciou a bochecha de Gina, olhou bem dentro dos olhos dela e selou suas bocas em seguida. Este foi um beijo mais demorado, cheio de amor e agonia, doía pensar que quase se perderam e era perfeita a sensação de provar que isso não aconteceu.

– Como você esta? – Harry perguntou quando separaram os lábios.

– Bem melhor agora – Gina respondeu ofegante.

– Dorme aqui comigo?

A ruiva sorriu em resposta.

Foi um pouco difícil para ambos se ajeitarem e acharem uma posição confortável. Acabaram por ficarem de conchinha.

A mão de Harry desceu para a barriga de Gina, seus olhos marejaram ao sentir a saliência.

– Mais um anjinho nas nossas vidas – ele sussurrou no ouvido da esposa.

– Não será fácil – ela foi realista.

– Vamos conseguir.

Um breve silêncio.

– Eu quero conseguir – Gina afirmou, mais pra si mesma do que para Harry – Quero ter meu filho nos meus braços e vê-lo crescer feliz ao lado dos irmãos e dos primos. Eu vou conseguir, eu estarei aqui para cuidar deles e de nós.

Harry apenas beijou o cabelo dela e deixou seus lábios ali por um momento, até sussurra algo em seu ouvido:

– Eu te amo, Ginevra Potter. Nós vamos conseguir, como sempre conseguimos.

Nada mais foi dito. Harry apertou um pouco mais Gina contra si e caíram no sono quase no mesmo tempo.

Luna teve tranquilidade ao lado de fora do quarto, não havia passado ninguém pelos corredores, mas já era hora de Gina voltar para a cama. Quando ela entrou no quarto para remover a ruiva, se deparou com a cena que achou incrivelmente fofa. Preferiu não interromper.

A loira acabou se aconchegando em um sofá branco que ficava encostado na parede oposta da cama de Harry e dormiu ali mesmo.

A manhã chegou e os três continuaram em seus sonhos, porém Luna teve que acorda devido a um cutucão de Draco Malfoy. O loiro quis acordar o casal também e dar-lhes uma bela bronca, mas eles dormiam com tanta paz, que mereciam cada momento de sono um ao lado do outro depois dessas semanas de sofrimento.