Você se moveu até a cozinha na ponta dos pés, seguindo aquele cheiro divino e doce. Cheiro de bolo saindo direto do forno que virava sua cabeça ao contrário. Você abre a porta da cozinha vagarosamente, colocando apenas sua cabeça para fora. Oliver estava com a tigela cheia de massa nos braços, batendo nela furiosamente, de costas para você.

Aproveitando disso, você silenciosamente entra na cozinha e procura a forma que ele tinha acabado de tirar do forno. Você tenta pegar um bolinho ( mesmo quando ele estava sem a cobertura, era tão tentador!), a ponta dos dedos encostando no topo do bolinho e a boca salivando só de pensar no quanto deveria estar gostoso...

– (S/n), poppet! – Oliver disse se virando para você. – Quantas vezes eu vou ter que repetir?! Você só pode comer depois do jantar!

Ele continuou batendo a massa com força, com aquela carinha fofa de raiva. Você encheu as bochechas de ar e desviou o olhar dele, cruzando os braços como uma criança mimada.

– Mas eu estou com fome! – Você diz apontando para sua barriga.

– Isso não é uma desculpa!

– Ollie!

– Não, é não! – Oliver para de bater a massa prepara as pequenas forminhas de papel para guardar o bolo. – Além disso, eles estão sem cobertura.

Se sentando em cima do balcão da cozinha, você assistiu Oliver despejar a massa dentro dos copinhos. Ele parecia profissional: despejava o tanto certo, rápido e sem bagunça. Em menos de meio minuto, a forma já estava sendo levada para o forno. Ele limpou as mãos em um avental rosa que você tinha comprado para ele, escrito em letras grandes: “ Mr. Good lookin’ is cookin’”.

– Posso, pelo menos, lamber a colher?

– Hm. Why not? – Oliver te entrega a colher e a tigela, para que você possa lamber o resto da massa. – Desde que você me ajude a colocar chantilly nos cupcakes!

Você fez que sim com a cabeça, enquanto estava com a colher de bolo na boca. Ficou feliz em poder ajudar seu namorado na cozinha, já que era ele quem monopolizava o fogão. Não que você fosse um desastre total, mas sempre que cozinhava algo, Oliver sempre sabia fazer melhor. Uma hora estava muito seco, depois estava desmanchando fácil de mais, sem falar nas vezes que você queimava tudo. Era melhor deixar que Ollie cozinhasse.

Ele pegou duas latas de chantilly e as chacoalhou antes de te entregar uma. Você deixa sua massa de lado e também pega a latinha, espremendo a cobertura por cima dos bolinhos com cuidado.

– Ei, Ollie...

– hm? – Ele responde, ainda concentrado nos cupcakes.

– Você se lembra de quando eu te conheci?

– Er... Está tentando me convencer a te dar um cupcake?

– Não! – Você solta uma risadinha. – Seu bobo! Lembra?

– Oh~, mas é claro! Eu te chamei para dançar... Estava tocando uma musica lenta... – Ele foi ficando vermelho, os olhos azuis ainda concentrados no seu trabalho. – Como a musica era mesmo? “In my place... In my place..”

– “ Were lines that I couldn’t change…” – Você completou, espremendo mais chantilly. Sua latinha parecia estar engasgando um pouco.

– “ I was lost, oh yeah.” – Oliver cantou o resto, sorrindo para você.

Vocês deram uma risadinha boba, de gente apaixonada, antes de voltar ao trabalho. Sua latinha estava falhando, então você resolveu chacoalhá-la um pouco mais.

– Eu não entendo... A minha latinha está muito chata...

Você bateu na parte traseira da lata, o que foi a pior idéia de todas. O chantilly saiu com toda a força possível, sujando seu rosto inteiro. Oliver começa a rir descontroladamente, sua risada tão gostosa quanto de uma criança. Você tira a cobertura dos seus olhos, deixando os dedos sujos.

– Venha aqui, Oliver~! – Você canta, sorrindo para o rapaz britânico.

– Nã-ão! – Ele te responde cantando. Se afastando de você.

– Oliver!

Você corre em direção dele, com as duas latas na mão. Ele, é claro, foge correndo. Os dois correndo pela cozinha, pelo apartamento inteiro. A cobertura escorrendo do seu rosto e caindo no chão, sujando o carpete. Você ria e gritava o nome de Oliver, que gritava por socorro. O rapaz acaba tropeçando nos próprios pés, caindo no chão. Você aproveita e sobe em cima das pernas do inglês, o imobilizando.

– Poppet! No! Please!

Você despeja chantilly no rosto dele, sujando o chão também. Depois desse ato vitorioso, você sorri apreciando seu trabalho. Ollie gargalhando muito, com as mãos na barriga.

– Se lembra do que eu te disse... o que eu cochichei no seu ouvido enquanto estávamos dançando? – Oliver disse, se acalmando do seu ataque de gargalhadas.

–“ Você é a coisa mais doce que eu já vi.”

Oliver sorri, as bochechas sujas de chantilly ficando vermelhas enquanto ele se apoiava nos cotovelos e trazendo seu rosto mais perto do dele. O inglês vira sua bochecha, e lambe a cobertura da sua pele com os olhos fechados.

– Ollie...!

– Oh my... Sweet indeed...

Você sente seu rosto esquentar, e seu coração bater mais forte. Aquele sentimento familiar, que sobe e desce sobre seu tronco... Oliver vira seu rosto de novo e te beija afetuosamente. A língua do inglês entrando na sua, e circulando pelo território. Foi um beijo com gosto de chantilly e de tirar o fôlego, separando os dois depois de um tempo.

– I love you,poppet. – Oliver cochichou no seu ouvido.

– Também te amo...

Os dois olharam em volta e viram todo o chantilly no chão, depois se entreolharam.

– Então... Quem vai limpar isso tudo? – Oliver disse preocupado.

– Er... eu... Tenho que ir para lugares... – Você disse se levantando e fugindo. – Para... Fazer coisas...

– Poppet!