O show foi às 8 horas. Bert acabou se atrasando um pouco, porque tinha levado quase meia hora decidindo que roupa usaria. Acabou resolvendo por uma calça jeans e camiseta preta do HIM.

Ele foi para o seu lugar preferido: o lado do palco. Todos da turnê já sabiam q era lá onde ele assistia aos shows, então ele nunca teve que disputar esse lugar. Lá ele já podia ver Patrick tocando, e dessa vez com emoção. Aparentemente ele não tinha notado Bert ali, embora Pete tivesse.

Bert até sentiu um pouco de ciúme ao ver Pete se encostado em Patrick, com a boca grudada no ouvido dele. Na verdade, sentiu muito ciúme. Mesmo que não tivesse direito nenhum de sentir.

Patrick não havia o notado. Bert se perguntou o que estava fazendo ali. Já estava quase indo embora quando ouviu a bateria familiar, e então o baixo, seguido pelo vocal:

- She says she's no good with words but I'm worse….

Ficou, porque gostava da música. Gostava do modo como ela o assustava e encantava ao mesmo tempo. E adorava o modo como Patrick a cantava.

Suspirou, não tirando os olhos do vocalista. Bert realmente não o merecia.

Já ia embora, mas então aconteceu: Patrick o olhou, diretamente nos olhos. Aquele olhar ia até a alma de Bert. O olhou enquanto cantava diretamente para Bert:

- I only want sympathy in the form of you crawling into bed with me…

E voltou a olhar para a platéia. Não olhou novamente para Bert pelo resto do show, mas só aquela olhada já tinha valido. Bert sentiu o seu fiapo de esperança crescer. Ficou por lá até o fim do show.

Mas mesmo depois do show ele não conseguiu achar Patrick. Em lugar nenhum, parecia que ele estava se escondendo ou seilá. Bert começou a pensar sobre o que aquela olhada significou. As palavras martelavam no seu cérebro:

- I only want sympathy in the form of you crawling into bed with me….

[i]eu só quero simpatia na forma de você entrando na cama comigo.[/i]

Não fazia sentido. Mas ao mesmo tempo fazia. Bert tinha uma idéia maluca em mente, mas não podia ser aquilo. Ou poderia? Ele faria papel de idiota se estivesse errado.

Mas ei, pensou, eu vivo fazendo papel de idiota.

***

Ele bateu. Por algum tempo ninguém respondeu. Pensamentos mais malucos ainda começaram a passar pela sua mente. Então a porta do ônibus foi aberta.

- Oi Bert.

- Oi Andy. Patrick tá aí?

- Tá, mas...

Bert não esperou resposta. Entrou no ônibus e foi até o beliche que já conhecia muito bem. Hesitou um pouco, mas respirou fundo. Podia sentir os olhares do resto do Fall Out Boy. Então puxou a cortina e olhou para Patrick.

- Me diga se eu entendi tudo errado. – e subiu na cama, deitando ao lado de Patrick. Este o olhou impassível. Então falou:

- Não. Você entendeu certo.

E sorriu. Aquele sorriso doce e inocente que Bert adorava. Ele nem podia explicar com palavras o quanto sentiu falta daquele sorriso. Também sorriu, e beijou Patrick com ferocidade incomum até pra ele mesmo.

- Eu sou um idiota. – murmurou, sua testa encostada na dele.

- Eu sei. – o outro sorriu, o abraçando. – Mas é o meu idiota.

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