Prim na 74º Edição dos Jogos Vorazes escrita por Anne Atten


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Obrigada PaulaHutcherson e Alex Izuna por favoritarem a história!



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Abro os olhos e Peeta está comendo alguma coisa.Dou um tapa em sua mão.
–Que é isso?
–Calma, é comida da Capital. – diz ele me mostrando um balãozinho de metal. –Cheire se quer ter certeza.
O olho com desconfiança, mas pego um pãozinho em minhas mãos e sinto seu cheiro.Ainda está quente, é mesmo da Capital.Como um deles em um piscar de olhos.
–Olhe, não quero ser chato, mas com esse temporal, não sei quando vamos conseguir mais comida.Então é melhor guardar um pouco. – diz Peeta.
Vou até a “porta” e vejo que está realmente chovendo muito forte.Não sei dizer se é dia ou noite.Volto para dentro.
–Como está sua perna?
–Melhor. – diz ele.
–Você é um péssimo mentiroso!
Vou até ele.A perna parece ter cicatrizado alguns cortes, mas está péssimo, ainda sai sangue.
Coloco a mão na sua testa, fervendo.
–Vou pegar...
–Não, Prim, não vá pegar água.Escute, os jogos estão quase acabando e se continuarmos aqui, voltamos para casa! – diz ele com convicção.
–Não podemos confiar no destino, você pode morrer se esses jogos durarem mais três dias, talvez dois!
Ficamos quietos depois disso.
Eu não queria ser grosseira com ele, deve estar doendo muito, mas é a verdade.Ele não vai aguentar mais se as coisas continuarem assim.Só restam 6 tributos agora, e nós dois precisamos voltar para casa.Mas os outros também precisam, esse é o problema.
–Vamos conversar para passar o tempo. – sugere ele.
Respiro fundo e me sento ao seu lado.
–Tá, sobre o que?
–Hum...o que você queria saber de mim?
Não sei quase nada sobre Peeta e nunca me perguntei alguma coisa sobre ele.
–Ahn...Katniss.Desde quando você gosta dela?Você disse ‘desde sempre’ na entrevista, mas esse desde sempre é desde quando?
–Desde que tinha 5 anos, meu pai tinha me levado na escola e viu a sua mãe.Ele me disse que ele gostava muito dela, mas que ela não quis ficar com ele.Então eu lhe perguntei o por que de ela preferir um cara que trabalhava nas minas e meu pai me disse que era por causa da voz dele, até mesmo os pássaros ficavam quietos enquanto ele cantava , eu não entendi na hora.
“Então a professora perguntou quem sabia cantar a canção do vale.Katniss usava um vestido vermelho, duas tranças ao invés de uma.Sua mão se ergueu no ar e ela começou a cantar.Os pássaros que estavam fora ficaram calados e todos também.Desde aquele momento, eu soube que eu amava Katniss.”
Minha boca se abriu em um O perfeito.
–E você nunca olhou para outras garotas?
–Claro que sim, mas nunca encontrei alguma como Katniss, eu só tenho olhos para ela. – bufou ele.
–Nós vamos voltar, Peeta. – assegurei a ele.

P.O.V Katniss
Os dias depois da entrevista comecei a pensar em Peeta e cada vez mais, depois de suas ações ajudando Prim, salvando-a, eu tinha uma vontade enorme de ver ele.Abraçar ele, agradecer ele.Eu estava ficando louca.
Então ele foi esfaqueado por Cato e eu voltei pra casa na mesma hora.Não queria chorar publicamente na frente de toda praça.
Depois fiquei me xingando, aquilo era ridículo, eu nunca tinha falado com Peeta antes.
Voltei para praça no outro dia, Peeta estava lá com a perna ensanguentada. Não via a hora de alguém ajudá-lo logo.Prim apareceu e o ajudou e agora eles estão na caverna.
Decidi ficar em casa, Gale apareceu por lá também.Clara estava dormindo.
Prim e ele começam a conversar, ela pergunta desde quando ele gosta de mim.Pronto, lá vem ele mexendo com a minha cabeça de novo.
–Desde que tinha 5 anos, meu pai tinha me levado na escola e viu a sua mãe.Ele me disse que ele gostava muito dela, mas que ela não quis ficar com ele.Então eu lhe perguntei o por que de ela preferir um cara que trabalhava nas minas e meu pai me disse que era por causa da voz dele, até mesmo os pássaros ficavam quietos enquanto ele cantava , eu não entendi na hora.
“Então a professora perguntou quem sabia cantar a canção do vale.Katniss usava um vestido vermelho, duas tranças ao invés de uma.Sua mão se ergueu no ar e ela começou a cantar.Os pássaros que estavam fora ficaram calados e todos também.Desde aquele momento, eu soube que eu amava Katniss.”
Arregalei os olhos, me virei para falar com Gale mas ele já estava bem próximo de mim e me beijou.Quando ele me largou, dei um tapa na cara dele.
–Idiota!
–O que? – perguntou ele com a mão no rosto.
–Saia daqui.
–O que?
–SAIA DAQUI!
–Mas Katniss...
–SAI DAQUI AGORA MESMO!
Ele se levanta e bato a porta na cara dele.
Que amigo é esse, afinal?Num momento de fraqueza ele decide me beijar?Depois da declaração de Peeta ele resolveu me beijar para tentar apagar isso da minha memória?Gale teria me beijado se não fosse essa declaração de Peeta?
Bufo de raiva e me jogo no sofá.

Volta o P.O.V pra Prim
Arrumo meu cabelo e Peeta tira um cochilo.Então o hino da Capital começa a tocar.Ele abre os olhos.
–Atenção tributos, convido-os para o banquete.Todos vocês tem alguma coisa que precisam muito. – mais remédio para o Peeta. –Amanhã, as sete da manhã, teremos o banquete.Contamos com sua presença.Que a sorte esteja sempre ao seu favor! - a voz de Claudius anuncia.
–Peeta, seu remédio!Posso pegar!
–Calma aí, Haymitch disse que isso ia me segurar até o fim dos jogos!
–Não, não vai, eu entendo, isso tá muito pior ao vivo.Haymitch está vendo pela televisão, ele não vê o que estamos vendo e o frasco é pequeno.Precisamos dar um jeito nisso, Peeta!Eu tenho que ir.
–Não, por favor Prim, você pode morrer lá.Por favor, por mim, não vá!
Peeta está suplicando para que eu não vá.
–Prim.Me escute, vai ficar tudo bem, eles vão se matar lá e ficaremos vivos e voltaremos.Tenho fé nisso.
Só há um jeito de resolver isso.
–Ok Peeta, não sairei, ficarei aqui com você.
Ele não parece acreditar totalmente, mas vejo que está aliviado.
–Obrigado.Agora, vamos dormir.
Concordo e fecho os olhos, amanhã tenho que dar um jeito de sair sem que ele me siga.

Acordo e Peeta também está acordado.
–Tinha que me certificar que não ia sair. – explica ele.
Pelo céu, são cinco da manhã.Tenho que estar preparada.
–Peeta, entenda, eu preciso ir pra salvar sua vida!
–Se for, eu vou junto.
–Não vai não.
–Como assim?Você não pode me impedir de te seguir.
Tem um balão de metal ao meu lado, o pego nas mãos.Peeta parece não estar entendendo.
–Desculpa, mas é pro seu bem.
Atiro o balão na sua cabeça e ele cai.Coloco a mão na sua cabeça para ele não bater na pedra.
Arrumo o arco e saio do nosso esconderijo.
A Capital deve estar ansiosa por mortes para fazer um banquete a essa altura do campeonato.
Saco a faca e coloco no casaco.
Chego na cornucópia e fico dentro do matagal, consigo ver a mesinha com as mochilas.O horário combinado é sete, mas poderíamos muito bem chegar mais cedo.
E agora, o que eu faço?Já estou aqui, com as armas prontas.
FoxFace corre e apanha a mochila com o número 5.Devia imaginar que ela faria isso.
Corro também e vejo Clove vindo em minha direção.Passo a mão pela mochila 12 e começo a correr sem direções.
Clove se joga em cima de mim.Ela é bem mais forte que eu, não consigo me livrar dela.
–Enfim nos reencontramos.Cato me assegurou que eu podia terminar com você. – diz ela com aquela voz de assassina. –Isso mesmo, vou te matar como matamos Rue.Mas por onde eu começo a gravar minhas marcas?
Ela passa a faca no meu rosto.
–Hein? – pergunta ameaçadoramente.
Ela crava a faca em cima da minha sobrancelha.Grito de dor, mas quem grita depois é ela.
Thresh a tirou de cima de mim e a prensou na cornucópia.Pelo que eu saiba o metal é muito forte.
–O que você falou de Rue?
–N-nada...
–Eu ouvi você falando dela!Você a matou não foi?
Ele aperta o pescoço dela.
–Cato! – ela grita.
Thresh começa a bater a cabeça dela no metal.Ouço o som do canhão, ela cai no chão.
Ele está com uma pedra na mão.
–Me mate, mas faça isso de forma rápida, por favor. – suplico.
Mas ele se afasta de mim.
–Só dessa vez 12, pela Rue.
Me arrasto para dentro do mato.

P.O.V Cato
Ouço Clove gritar meu nome, o que aconteceu com ela?
–Clove! – grito. –Clove!Estou indo!
Me aproximo da cornucópia e vejo-a jogada no chão, ouço o canhão.Me agacho ao seu lado.
–Clove? – começo a sacudi-la. –Clove?
Ela não responde.
–NÃO! – grito.
Ela não pode ter morrido, não pode.
Faço uma coisa que nunca fiz na minha vida, não que eu me lembre.Começo a chorar.
–Não... – digo entra soluços.
Seguro o rosto de Clove e a beijo.Eu precisava dar aquele último beijo nela, antes dela se ir para sempre.
–Eu te amo. – falo abraçando seu corpo, que está mole. –Eu nunca vou te abandonar, você nunca será substituída.Descanse em paz, Clove.
Me levanto e vou para onde costumava ser nosso abrigo.Chegando lá encontro um papel amassado.Abro-o.É a nossa foto.Trouxe-a comigo para a arena.
Se alguém poderia estar mais infeliz, esse era eu.Um carreirista, um que nunca teve carinho na vida, finalmente conhece uma garota e não só gosta dela, ama ela e ela morre na sua frente.
De repente não vejo mais motivos para estar vivo, a vida não faz mais sentido algum.

Volta o P.O.V pra Prim
Não sei bem ao certo como consegui voltar para a caverna, mas quando abro os olhos estou com uma forte dor de cabeça.
–Eu disse para não ir no banquete. - diz Peeta.Ele não está irritado comigo, eu preferia que ele tivesse, o que eu fiz foi burrada.Quase morri.
Levanto, tem sangue embaixo da minha cabeça.
–O que aconteceu?
–Você entrou cambaleante, não consegui te segurar a tempo, você bateu a cabeça, fora esse corte aí.
Que nojo.
–Consegui o remédio. - digo tirando do casaco. -Aqui.
Passo o remédio nos cortes do sua perna, ele grita.Aquele remédio com certeza era bem mais forte que o outro.
–Olha, veio com um pano. - digo.Faço um torniquete na sua perna.
Tinha cortado a calça da perna esquerda até o joelho, depois foi só dobrar.Agora ficou bem melhor com o torniquete, vai parar um pouco o sangue.
Saio e me lavo um pouco no lago.
–Quem morreu? - pergunta ele quando entro.
–Clove.Thresh a matou.
Ele faz um sinal com a cabeça sinalizando que entendeu.
–Vou fazer uma sopa pra você.
Preciso manter minhas mãos ocupadas de alguma maneira.
Pego um balãozinho e encho de água do lago.Coloco um pedaço de carne que recebemos da capital e pego uns gravetos.Já dentro da caverna, pego um fósforo de Rue e acendo uma fogueirinha, coloco o balãozinho ali.
Dá um pouco certo.
–Vai ter que beber. - me desculpo.Nem uma colher temos.
–Tudo bem.
Ele toma a sopa num piscar de olhos, mas ele está verde, parece que vai vomitar.
–Ficou tão ruim assim?
–Não, eu não estou conseguindo manter nada aqui dentro, acho que vou...
Ele vomita dentro do balãozinho.
–Me desculpe.
Peço o balão e jogo ele no rio.
–Você está péssimo.
Ele concorda fracamente com a cabeça.
–Não sei o que houve, mas está pior.
Peeta tomba e começa a dormir, dessa vez, tenho medo que ele não acorde de verdade.Ontem, ele estava pelo menos conseguindo se manter um pouco forte, hoje, não sei se posso dizer o mesmo.


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Notas finais do capítulo

Não deu pra postar antes, espero que tenham gostado.Com 3 reviews continuo!