Desconhecido escrita por Um Alguém
Notas iniciais do capítulo
Desculpem a demora, estava com uns probleminhas.
Espero que gostem.
Uma hora depois de o Vince ter ido embora eu estava deitada no sofá, pensando no que havia acontecido. A boate, a briga, as vodkas e os beijos. Não conseguia entender nem acreditar que eu me sentia tão bem com alguém que eu mal conheço. “Pois é”, pensei, “eu mal o conheço”. Não sabia nada sobre a tal história de ele ter sido indiciado por homicídio. “E se ele for perigoso?”, afastei o pensamento. Se ele quisesse fazer algum mal já teria feito. Já teve oportunidade para isso, mas não fez.
Ainda estava perdida em pensamentos quando Dane chegou. Ele estava agitado, como sempre, falando e falando mas eu não prestava atenção em nada.
– Ei, Megan! – chamou ele acenando na minha frente. – Está me ouvindo?
– Desculpa, Dane. – disse sentando no sofá. – Estava distraída.
– Aconteceu alguma coisa? É fofoca? – perguntou ele animado sentando ao meu lado.
– Não, não aconteceu nada, eu estava só pensando um pouco. Nada de mais. Mas e você, o que foi? Por que toda essa euforia? – tentei mudar de assunto.
– Você não vai acreditar! Lembra do Thomas? Thomas Evan. – perguntou ele nem me dando tempo para responder. – Então, ele foi lá na loja hoje. Nooossa, ele está muito lindo!! Aí a gente ficou conversando um tempão e ele me chamou para sair! – contou ele empolgado.
– Sério? Que ótimo, Dane. E quando vocês vão sair?
– Eu ainda não sei. Ele me deu o número do celular dele e falou para eu ligar para gente poder marcar um dia!
Ele ficou falando do tal Thomas por pelo menos uma hora. Depois subiu para tomar banho e quando desceu me arrastou para a cozinha para comermos algo.
– Você comeu mais lasanha depois que eu saí? – perguntou ele quando abriu a geladeira.
– Hum... por que a pergunta? – perguntei
– Porque só tem metade da travessa e quando eu saí tinha bem mais que isso. – disse ele tirando a travessa da geladeira e me mostrando.
– Claro, claro, a lasanha, eu havia me esquecido. Comi sim. É que estava muito boa. – menti. Se eu não havia comido, só podia ter sido o Vince. Eu vou matar ele.
Dane me olhou desconfiado, sem acreditar muito na minha explicação. Mas acabou dando de ombros e indo esquentar a lasanha. Pôs um pedaço generoso no seu prato e um pedaço um pouco (muito) menor no meu. Ele comia vorazmente, enquanto eu remexia a lasanha de um lado para o outro sem comê-la. Comecei a passar a faca no tampo de madeira do balcão, fazendo pequenos riscos.
– Ok, Megan, o que está acontecendo? – perguntou Dane tirando a faca da minha mão.
– Eu já disse, não está acontecendo nada. Eu só estou um pouco distraída. – respondi mexendo na lasanha com o garfo.
– Está com saudade da sua família? É isso?
– É, também. – concordei.
– Também? Então tem mais alguma coisa. Pode falar, Meg.
– Por favor, não me chame assim. – pedi olhando-o nos olhos. Vince. Lembrei imediatamente dele me chamando de Meg.
Antes que o Dane pudesse continuar com seu interrogatório a campainha tocou. Ele me olhou como se dissesse “isso não acabou” e levantou correndo para ir abrir a porta. Peguei os pratos e levei para a pia juntos com a travessa vazia.
– Megan! Vem logo! – chamou Dane da sala.
Assim que cheguei na sala vi Elizabeth Carter, uma das minhas melhores amigas. Liz é bem magrinha e baixinha, com um cabelão loiro e olhos azuis. Suas bochechas são sempre rosadas e ela é muito, muito branca. Muita gente diz que ela parece uma boneca, o que realmente parece. Ela veio saltitante na minha direção e me abraçou. Dei-lhe o meu melhor sorriso.
– Estava morrendo de saudade, Meg. – disse ela sentando no sofá ao lado do Dane.
– Não chame mais ela assim, Liz. – disse Dane com um tom debochado. – Ela não gosta mais de ser chamada assim.
– Por quê? A gente sempre te chamou de Meg. Qual o problema? – perguntou Liz, olhando alternadamente entre eu e Dane.
– Não tem problema nenhum, eu só cansei desse apelido. – menti. Sentei-me no chão ao pé do sofá.
– Cansou? Assim, de um dia para o outro? – perguntou Dane desconfiado. – Ou será que tem a ver com um garoto abusado, ridículo e levemente bonito? Ele te chamou de Meg no hospital.
– O Vince não tem nada a ver com isso. E ele não é só levemente bonito. – respondi lembrando dele. – Ele é muito bonito. – senti um sorriso bobo se espalhar.
– Eu sabia! Sabia! – gritou Dane dando um pulo do sofá. – Sabia!
– Quem é Vince? – perguntou Liz confusa.
– Um maníaco que atropelou a Megan. – respondeu Dane andando de um lado para o outro.
– Ele não é maníaco e não me atropelou de propósito, foi um acidente. – intervim.
– Eu não acredito! Você está defendendo ele! – acusou Dane. – O que está rolando entre vocês?
– Chega, Dane! Eu não tenho que te dar satisfação da minha vida! – esbravejei.
A sala ficou em silêncio. Dane parecia surpreso e desorientado. Liz me olhava sem entender nada. Escondi o rosto nas mãos, tentando organizar os pensamentos.
– Megan, o que está acontecendo com você? – perguntou Dane parecendo mais calmo.
– Eu... eu não sei. Não consigo parar de pensar no Vince e em como eu me sinto quando estou com ele. E se ele for, sei lá, perigoso? Nós nem nos conhecemos direito. – desabafei.
– Mas você não estava assim. O que aconteceu hoje para te deixar desse jeito? – perguntou Dane. Ele havia sentado no sofá. Sentei entre ele e Liz.
– Eu saí com o Vince hoje. – contei, sem olhar para o Dane.
– Espera. – pediu Liz. – Quando esse garoto te atropelou?
– Naquele dia que você me chamou para ir ao Denk’s. eu estava indo para lá, quando ele me atropelou. – expliquei.
– É sério? Eu achei que você não fosse por isso nem me preocupei quando você não apareceu lá. – disse Liz. – Então, ele te atropelou e ...- incitou ela.
– Me trouxe em casa, depois me levou para o hospital quando eu passei mal, ficou lá conversando um pouco comigo e só. Aí hoje eu estava entediada e cansada de ficar em casa, então liguei para ele. – contei.
– E onde vocês foram? – perguntou Liz animada.
– No Denk’s.
– Você foi para o Denk’s com aquele maluco?! Estava tentando ser estuprada?! – Dane estava surtando, de novo.
– Ele não é assim. – defendi-o. – Na verdade ele até brigou com um cara que estava tentando me agarrar.
– O quê?! Um cara te agarrou? – berrou Dane.
– Não! Um cara tentou me agarrar e o Vince me defendeu. – expliquei.
– E depois? – quis saber Liz, curiosa.
– Depois ele me trouxe de volta para casa e ... – deixei a frase no ar pensando se deveria falar ou não.
– E o quê?! – perguntou Liz ansiosa.
– Nós nos beijamos, uma ou duas, talvez três, vezes. – contei.
Dane deixou escapar uma espécie de grunhido. Seu rosto era uma mistura de surpresa, raiva, decepção e tristeza. Ele levantou abruptamente e saiu pisando firme e batendo a porta da sala com força. Olhei para Liz sem saber o que fazer.
– Eu vou atrás dele. – disse ela levantando e me dando um abraço. – Até mais. – ela saiu também. E mais uma vez eu fiquei sozinha, só com meus pensamentos.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Comentários são sempre bem vindos =)
Próximo capítulo: Jennifer, a tentação.