Desconhecido escrita por Um Alguém


Capítulo 5
Vince - Dane, o lindo / Megan - Telefonema


Notas iniciais do capítulo

Eram dois capítulos muito pequenos então resolvi juntá-los em um só. Espero que não tenha ficado grande de mais =)



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VINCE

Olhei para ela surpreso e maravilhado.

– Prazer, Vincent Masters. – apertei a mão dela estendida para mim.

Não consegui deixar de sorrir. O sorriso dela espalhava luz. Seu cabelo preto caia em ondas sob seu ombro esquerdo. Uma pequena covinha aparecia em cada bochecha dela e seus olhos cor de mel reluziam à luz fraca da manhã que invadia o quarto.

– Vamos lá, já que eu não te conheço, fale um pouco de você. – pediu ela se acomodando melhor na cama.

– Ok. – concordei – Tenho vinte e um anos, sou do signo de sagitário, faço faculdade de mecânica e todo o dinheiro que eu tenho, eu ganho apostando corrida.

– Então era isso que você estava fazendo quando me atropelou, né? – ela não estava brava, só se divertindo.

– É, e por sinal eu estava ganhando antes de você pular na frente do meu carro. – provoquei-a

– Eu pulei na frente do seu carro? – perguntou ela fingindo estar indignada – Você é muito sem vergonha!

– Você que é! Assume logo que você se jogou em cima do meu carro.

Ela caiu na gargalhada, sem conseguir responder. Ficamos rindo sem motivo nenhum. Só rindo.

– Tudo bem, tudo bem, vou fingir que fui eu que te atropelei, só para você ficar feliz. – disse ainda rindo um pouco.

– Ah, claro.

– Agora é a sua vez. Conte-me tudo sobre você. – exigi ficando o mais sério possível.

– Tenho vinte anos, sou de touro, faço faculdade de jornalismo e estou fazendo estágio em uma revista. – disse ela enfim parando de rir.

– Jornalismo? Não combina com você. – inclinei a cabeça de lado, avaliando-a.

– Não, é? E o que combina então? – ela estava mordendo o lábio inferior, tirando minha concentração.

– Psicologia, psiquiatria, coisas de maluco. – abri o sorriso mais debochado que consegui.

– tá me chamando de maluca? – ela me deu um tapa de brincadeira no braço e eu segurei sua mão. Não sei quando exatamente aconteceu, mas estávamos mais perto um do outro. Eu quase podia sentir sua respiração se misturando à minha.

De repente Dane entra no quarto gargalhando e falando alguma coisa. Quando me viu sentado ali, tão perto da Megan, ele cortou a risada bruscamente.

– O que esse fulano está fazendo aqui? – perguntou ele para Megan, como seu eu não pudesse ouvi-lo.

– Bom dia para você também, Dane. – cumprimente-o soltando as mãos da Megan. Ouvi sua risadinha ao ver a expressão de ódio do Dane me olhando.

– Você não tinha ido embora? – perguntou ele revoltado.

_ pois é, mas fiquei com saudade de você e resolvi voltar. – Megan e eu tentávamos conter o riso enquanto Dane parecia que ia explodir de tanta raiva. – Você está lindo. – comentei olhando-o de cima a baixo. Ele estava com uma camisa verde colada ao corpo, óculos de sol na cabeça e uma bermuda jeans, meio apertada de mais.

– Chega! Via embora, agora! – gritou ele escancarando a porta.

Megan caiu na gargalhada e eu comecei a rir também. Dane nos encarava incrédulo. Consegui parar de rir um pouco e me levantei da cama. Debrucei-me sobre a Megan, dando-lhe um beijo de leve no rosto.

– Se precisar de alguma coisa, qualquer coisa, é só me ligar, tá? – sussurrei para ela. – Quero me redimir com você.

Não esperei pela resposta dela. Comecei a ir embora. Quando cheguei na porta abri meu melhor sorriso e pisquei para o Dane, que ficou vermelho.

– Tchau, Meg Hill. – fechei a porta e ouvi a risadinha dela. Fui embora com um sorriso bobo no rosto.

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MEGAN

– Tem certeza que não quer que eu fique? – perguntou Dane descendo as escadas animadamente e parando ao lado do sofá. – Se você quiser eu ligo lá para loja e digo que estou passando mal.

– Não precisa, eu vou ficar bem. – assegurei-lhe deitada no sofá.

– Tudo bem. Se precisar, é só me ligar que eu venho correndo. – ele me deu um beijo na bochecha e saiu.

Detesto ficar sem fazer nada mas o médico me mandou ficar duas semanas em casa de repouso. Era meu terceiro dia e eu já estava enlouquecendo.

Fiquei deitada por alguns minutos, escutando o tic tac do relógio da cozinha. Cansei e comecei a andar pela casa. Voltei para o sofá, liguei a televisão e tentei achar alguma coisa interessante. Nada. Desliguei. Peguei o celular na mesinha de centro e entrei na internet. Também nada.

Subi as escadas lentamente. Entrei no quarto e me joguei na cama. Tudo estava exatamente como na última vez. As prateleiras na parede em frente a cama estavam todas meticulosamente arrumadas. As fotos e os livros organizados. A janela na parede esquerda estava aberta e o vento balançava a cortina bege. O notebook fechado, ao ado do telefone, na escrivaninha do lado direito da cama.

Fiquei olhando o pequeno jardim atrás da casa pela janela. Rolei na cama por um bom tempo, tentando pensar em alguma coisa para fazer. Vi, de relance, um pedacinho de papel sobre o baú ao pé da cama.

Debrucei-me e peguei o papel. Reconheci-o na hora. O papel que o Vince me dera com o número dele. Segurei o papel por alguns segundos, analisando o número escrito nele. Puxei o celular do bolso e disquei o número.

– Alô? – Vince atendeu no terceiro toque.

– Vince, é a Megan. – ouvi minha própria voz soar vacilante.

– Olha só, Megan Hill. Que honra. – debochou ele alegremente. – Em que posso ser útil Srta. Hill?

– Você disse no hospital que se eu precisasse de alguma coisa eu podia te ligar, porque você queria se redimir. – lembrei-o.

– Sim, eu disse. – concordou.

– Pois é, eu estou entediada e quero a sua ajuda.

– Você é bem direta, né? – comentou ele distraído. – E abusada.

– Vai me ajudar ou não? – perguntei sem paciência.

– Pede com carinho. – exigiu ele. Podia sentir que ele sorria.

– Por favor, Vincent. – falei com a voz melosa – Eu preciso da sua ajuda.

– Tudo bem. – concordou parecendo satisfeito. – Eu estou ocupado agora então eu só vou poder te ajudar mais tarde.

– Mais tarde? Mais tarde que horas? – não queria ter que esperar até mais tarde. Meu tédio me mataria até lá.

– Eu estou indo para faculdade agora, resolver uns problemas. – explicou. – Vou sair de lá quatro horas.

– Quatro horas? Vou passar a tarde inteira sozinha do mesmo jeito. – reclamei.

– É pegar ou largar, Meg.

– tá bom, tá bom. Quatro horas.

– Até mais então. – ele desligou.

Deitei na cama de novo e fechei os olhos tentando pensar no que eu e Vince faríamos quando ele chegasse. De repente comecei a me sentir sonolenta como a muito não me sentia, e fui jogada em um mundo de luzes. Estava sonhando.

Acordei sobressaltada com o barulho do celular tocando ao meu lado. Peguei o celular atrapalhada e atendi.

– Megan, cadê você? – perguntou Vince gritando pelo telefone. – Eu estou na porta da sua casa a dez minutos, batendo na porta, tocando a campainha e passando mensagem para o seu celular!

– Desculpa, desculpa!

Ele desligou o telefone na minha cara. Sai do quarto e desci a escada apressadamente. Abri a porta. Vince parecia realmente nervoso.

– O que foi Megan? Você me liga e pede para eu vir te tirar do tédio, depois me deixa plantado na sua porta? – ele entrou e parou na minha frente. Fechei a porta.

– Desculpa Vince. Eu peguei no sono.

– Pegou no sono? Ou você estava muito cansada ou realmente gosta de dormir. – ele me encarava impaciente.

– Eu estava sem dormir desde que cheguei do hospital, e isso já faz três dias. – expliquei. – Não tenho conseguido dormir. Me sinto desconfortável, como se faltasse alguma coisa. E quando consigo tirar uma soneca, tenho pesadelos.

– Tudo bem. – os olhos verdes dele assumiram um tom calmo e tranquilo de repente. – Desculpa ter gritado com você. É que eu estava começando a ficar preocupado. Achei que pudesse ter acontecido alguma coisa com você. – ficamos nos encarando por alguns segundos.

– E então, - pigarreou ele, quebrando o silêncio repentino. – vamos sair?

– Tem algum lugar em mente? – perguntei.

– Tenho, mas é surpresa. Podemos ir? – ele pôs a mão na maçaneta, como quem fosse abrir a porta.

– Espera, eu preciso trocar de roupa.

– Por quê? – ele parecia chocado.

– Por quê? Olha só para mim. Não posso sair assim. – gesticulei para mim mesma, mostrando o que eu vestia.

Ele realmente levou a sério a parte do “olha para mim”. Ele me analisava de cima a baixo. Seu olhar começou nos meus pés descalços e foi subindo por minhas pernas de fora. Ele esboçou um leve sorriso enquanto olhava meu curtíssimo short rosa de algodão. Depois seus olhos foram para minha camisa branca de seda meio transparente que marcava o sutiã.

Meu rosto esquentou e eu sabia que estava vermelha. Cruzei os braços sobre o peito.

– Eu gosto dessa roupa. – disse com um imenso sorriso safado no rosto. – Gosto mesmo.

– Vincent! – repreendi-o – Eu vou trocara de roupa. Já volto.

– Não demora! – ouvi ele gritar enquanto eu subias as escadas.


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam de dizer o que estão achando da história e se gostaram do capítulo.


Próximo capítulo: Paraíso



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