Desconhecido escrita por Um Alguém


Capítulo 11
Megan - Lágrimas




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Eu estava deitada no chão da sala, olhando para o teto. Meus pensamentos giravam e se colidiam. Variavam do Dane para o Vince. Eu estava ansiosa esperando a Liz, o Dane ou os dois voltarem para casa. Eu não sabia a quanto tempo eles haviam saído mas parecia uma eternidade.

Eu quase havia pego no sono quando eles voltaram. Me sentei apressadamente mas eles pareciam não ter me notado. Estavam falando e falando, quase discutindo.

– Ei! - chamei - O que houve? - eles se entreolharam. Liz assentiu com a cabeça para Dane.

– Eu tenho uma notícia ruim para você. - disse Dane. Ele sentou no sofá de frente para mim. Liz sentou no chão, ao meu lado.

– Que notícia? - perguntei preocupada.

– Quando eu sai atrás do Dane, encontrei ele andando de um lado para o outro na varanda.- começou Liz.

– Aí a Liz sugeriu de a gente dar uma volta de carro. - disse Dane.

– Já que o lindo do meu namorado deixou o carro dele comigo. - completou Liz.

– Então nós fomos dar uma volta, conversar. Aí acabamos nos distraímos e quando vimos já estávamos na zona sul. - contou Dane.

– E foi quando a gente viu. - informou Liz.

– Viram o quê? - perguntei ansiosa.

– O Vince e ...- Liz deixou a frase no ar.

– Uma periguete. - completou Dane.

– O quê?! - eu estava chocada, sem reação.

– Ele estava saindo de carro com a tal garota. Ela desceu para fechar o portão da garagem... - Liz falava devagar, escolhendo as palavras certas.

– Com uma saia curtíssima que não tampava quase nada e uma camisa que provavelmente era do Vince. Devo dizer que ela tem cara de vadia. - Dane por outro lado não se preocupava tanto em escolher as palavras.

– Nós seguimos eles. - contou Liz - O carro dele era bem rápido mas tinha pouco carro na rua então dava para vê-lo até de longe.

– Ele deixou ela em um prédio de dois andares caindo aos pedaços. - Dane fez uma careta ao falar do prédio.

– Quando ela saiu do carro, antes de entrar no prédio, ela...

– Ela beijou ele. - interrompeu Dane. - Ela se debruçou na janela do carro e beijou o Vince.

Senti um aperto no coração. A imagem de uma garota qualquer beijando o Vince poluiu a minha mente. Meus olhos começaram a arder e eu precisei me controlar para não chorar.

– Vocês tem certeza que era ele? - perguntei com a voz embargada.

– Eu não conheço nenhum outro cara que tenha um carro daquele. - disse Dane. - E deu para ver bem o rosto dele quando ele estava saindo da garagem.

Parecia que eu ia desmaiar. Eu me forçava a respirar mas o ar parecia não chegar aos meus pulmões. Lembrei do Vince me beijando, depois o imaginei beijando outra garota. Era sufocante, angustiante e, principalmente, chocante.

Deixei Liz e Dane na sala e subi correndo para o meu quarto. Eu já não conseguia conter mais as lágrimas. Deitei na cama, em posição fetal, abraçando a mim mesma. Eu não sabia por que estava chorando, por que me importava tanto com o Vince ou por que o fato de ele beijar outra garota me machucava tanto, mas deixei essa angústia sair em forma de lágrimas.



Na manhã seguinte acordei com o barulho do celular. Li o nome do Vince no visor. Segurei o celular por alguns segundos pensando se atenderia ou não. Resolvi atender.

– Bom dia, Meg. - cumprimentou ele animadamente.

– Essa felicidade toda é por causa da noite de ontem? - deixei a voz o mais sem emoção possível.

– Claro. - ele não pareceu notar e minha frieza. - Eu bebi vodka com uma garota linda, dancei com ela, briguei por ela, depois tive a felicidade de beijá-la e ainda ganhei a corrida da qual participei.

– E depois de ter bebido, dançado e beijado essa garota linda, - desdenhei - ainda arranjou outra garota para terminar a noite, né?

– Hum...do que está falando, Meg? - perguntou ele com a voz insegura.

– Você sabe muito bem do que eu estou falando, e não me chame de Meg. - ordenei.

– Mas...

– Eu sei que você estava com outra garota ontem a noite. - disse-lhe; - Sei também que ela estava com uma camisa sua e que te beijou quando você a deixou em casa. Sabe, tem sempre alguém para ver aquilo que a gente quer que ninguém saiba.

– Não, não, não. - resmungou baixinho. - Não é o que você pensa, eu juro. Foi um mal entendido. Deixa eu ir aí na sua casa. Eu posso explicar tudo. - ele parecia desesperado.

– Não, Vincent. Eu não quero suas explicações, você não me deve satisfação. Só o que eu quero é que você fique longe de mim.

– Meg, não faz isso, por favor. - implorou ele. - Ela não é nada para mim. É só em você que eu consigo pensar.

– Chega, chega, eu não quero mais ouvir. Nunca mais me ligue ou me procure. Esqueça que um dia me conheceu. - pedi.

– Mas Meg, eu...

– Adeus Vincent. - desliguei o celular e o joguei contra a porta do quarto. Senti as lágrimas escorrendo por minhas bochechas.

Fiquei deitada a manhã toda, trancada no quarto. A cada dez minutos Dane batia na porta querendo saber se estava tudo bem.

– Megan, eu preciso ir trabalhar mas se você precisar de alguma coisa ´e só me ligar, tá? - disse Dane através da porta. - Estou deixando um pratinho com comida aqui na porta. Tente comer pelo menos um pouco, tá? Fica bem.

Ouvi seus passos se distanciando, depois sumindo. Continuei deitada até ter certeza que ele havia ido embora. Levantei, secando as lágrimas e comecei a a jogar minha roupas dentro de uma mochila. Peguei máximo de coisa que coube na mochila. Desci as escadas apressadamente.

Peguei um pedaço de papel, escrevi um pequeno bilhete e deixei-o sobre a mesa de centro da sala. Conferi rapidamente para ter certeza de que tinha pego tudo que precisava. Liguei para um táxi e pedi para ir me buscar o mais rápido possível.

Sentei nos degraus da varanda para esperar o táxi. Estava com medo que o Vince aparecesse, Fiquei aliviada quando o táxi chegou. Entrei no carro, jogando a mochila no banco ao meu lado.

– Para onde a mocinha vai? - perguntou o taxista.

– Rodoviária.

Ele acenou com a cabeça e acelerou o carro. Fechei os olhos, deixando uma última lágrima escapar.


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Notas finais do capítulo

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