The Women's Revolution escrita por mrsbriel


Capítulo 22
Capítulo 22




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George e eu dirigimos por dias. Sozinhos, parando em alguns postos de gasolina e comendo em restaurantes na beira das estradas. Finalmente, encontramos a ajuda que estávamos necessitando. Nós dois, sozinhos, viajando, sem perseguições, sem medos comunitários da morte.

Ninguém pode nos rastrear e isso deve estar matando Derek e Bailee de preocupação. Mas, por incrível que pareça, a pessoa que deveria estar preocupada com esse quesito não está. George não está nem aí.

– Onde estamos indo? - Pergunto, na manhã em que acordamos no carro.

– Eu não sei. - Ele responde. - Não sei de tanta coisa...

Ele suspira.

– George. Acho que podemos voltar. Estamos, de certa forma, purificados, sabe?

– Sim. Podemos voltar mesmo. - Ele diz, fazendo um contorno violento na estrada. Eu faria isso caso estivéssemos em nossos tempos normais e eu estivesse no volante.

Dirigimos por mais dois dias, alternando no volante, até estacionarmos na frente da casa de Bailee e descermos do carro.

Assim que ouve o baque das duas portas ao mesmo tempo, Derek dispara para fora da casa e me fita com raiva. Eu já esperava esse tipo de reação, mas não por agora.

– Ei. - Digo.

Ele não me responde e entra para dentro da casa. Derek não entenderia o quanto George e eu precisávamos desse momento juntos. O quanto precisávamos nos curar dessa quase loucura que entramos.

– Bom...Bem vinda novamente ao hospício. - Diz George e caminha para dentro da casa, calmamente. Fico mais uns três ou quatro minutos encostada no carro e hesitando.

Tenho que voltar e encarar a minha realidade, sim. Mas pelo menos George está um pouco melhor e eu também. Essa viagem foi positivamente boa em relação ao que estávamos passando nos dias pós incêndio. Pós morte de Jake.
Subo os degraus da varanda de um em um, sem a menor pressa de voltar e encarar Bailee ou Dylan.

George está sentado em um dos bancos de madeira da frente da casa, aparentemente esperando por mim para entrarmos na sala da estar, onde óbvio, todos olharão para nós como se fossemos os mais irresponsáveis do mundo. Talvez, nós realmente sejamos. De loucos passamos para irresponsáveis. Ótimo. Vamos sempre ser rotulados, de alguma forma.

– Posso ouvir a respiração de Bailee aumentando. Tenho certeza de que ela vai gritar conosco. - Ele diz.

– Não importa.

– Se ela gritar comigo, vou gritar com ela também. - Ele avisa.

– Faça isso. Extravase seu ódio.

– Obrigado pelo conselho.

Empurro levemente a porta de entrada para localizar Dylan, Derek e Bailee sentados na mesa, junto com uma mulher completamente estranha. George e eu fitamos a cena, com curiosidade.

Nos entreolhamos por segundos até que Bailee se levanta da cadeira.

– George. Tessa. Esta é a doutora Jade Feltz. Ela é especializada em perdas e grandes choques. Recomendo que vocês tenham algumas sessões de conversa com ela, antes que eu enterre uma bala na cabeça de ambos por quase matarem todos de preocupação.

– Todos quem? - George pergunta.

– Todos. Eu. Derek. Dylan. Clover. Jamie. - Ela levanta a voz, como se estivesse nos dando uma bronca.

– Percebe que não está nos dando bronca, não é? Está só citando nomes. - Digo.

Bailee e Derek olham um para o outro.

– Ela voltou. - Derek diz.

– Sim, estou de volta. - Digo. - Tenho certeza de que George e eu estamos em perfeitas condições e não vamos mais fugir dessa casa sem aviso.

George concorda com a cabeça.

– Absolutamente sem nenhum indício de nova fuga formada em minha mente.

– Nós prometemos. - Imploro.

– Sem psiquiatra, por favor. - George reforça.

– Garotos, vocês terem consultas com psiquiatras não significa exatamente que vocês estão loucos. Significa que são humanos e que tem sentimentos. - A psiquiatra Jade se levanta e sorri para nós.

– Certo. Mas não estamos precisando no momento, obrigada.

– Tessa, você vai ter sessões. Não é um pedido, é uma ordem. - Derek diz.

– Ai meu Deus, eu odeio minha vida. Ter sessões com uma psiquiatra parece ser pior do que saber que meu amigo foi queimado vivo por causa da minha mãe.

– Seu amigo, é? - Dylan diz.

– Será que em algum momento em pronunciei o seu nome? Aliás, você ainda está aqui? Aliás, por que você já não morreu? - Digo, rispidamente.

Alguém desce as escadas depressa.

– Será que alguém pode me dizer aonde ficam as toalhas...? - Katy aparece em meu campo de visão, com uma toalha cobrindo seu corpo e seu cabelo molhado pingando no chão.

– Que diabos essa garota está fazendo aqui? - George grita.

– Definitivamente, George/Tessa precisam de tratamento. - Dylan comenta.

Resisto ao impulso de não envolver seu pescoço com as minhas mãos até que ele pare de respirar.

– Não dê opiniões sobre nosso estado mental, idiota. Você mal chegou aqui e pensa que tem o direito de comentar sobre algo ou até sugerir algo. Então vai aqui a sugestão de alguém que está aqui há muito mais tempo do que você, Dylan, e de alguém que não tentou iniciar uma rebelião dentro de uma rebelião quando não sofreu nenhum dano sendo escravo: Vai para o inferno e, de preferência, de boca fechada. - George diz.

– Engraçado. Você fala como se Katy o tivesse torturado, sendo que ela nunca o fez. - Dylan retruca.

– Você não sabe. Aliás, não sabe de nada. Permaneça em silêncio, cumprindo sua eterna insignificância. - Parto em defesa de George, como sempre.

– Vocês podem parar de brigar? - Bailee diz.

– Por favor. - Derek concorda.

– Sim, podemos. Inclusive estou cogitando a fuga no carro novamente, George.

– Podemos por favor conversar civilizadamente? - Katy diz.

– Não! - George e eu gritamos, em uníssono.

– Expliquem o porquê de ela estar aqui. - Falo.

– Estou aqui, porque estou buscando refúgio tanto quanto vocês. - Katy explica.

– Da mesma forma que você deu refúgio para mim no buraco da armadilha de Bailee, não é? - Sussurro.

– O quê? - George grita.

– Isso aí. Katy pisou em meus dedos que se agarravam à borda do buraco na armadilha, no dia em que fui pega. Ela me entregou.

George respira. Olha para o teto e sorri. O tipo de sorriso maníaco que eu vi durante os dias em que passamos no carro.

Ele avança para cima de Katy segurando seu pescoço no alto, encostando o corpo dela na parede.

– George, não! - Bailee grita. Dylan avança para cima da escada e tenta afastar George de Katy. Seguro o colarinho de Dylan e o jogo dois degraus abaixo da escada.

– George. - Seguro sua mão mais folgada no pescoço de Katy. - George, olhe para mim. Se não parar agora, vamos ter de passar em sessões de uma psiquiatra.

Ele a solta, lentamente.

– Ela tentou matar você. Tentou...tentou...matar você.

– Não importa. Estou viva, certo?

George olha para mim.

Katy cai no chão, arfando. É rápido, mas é a visão mais apropriada do que está acontecendo que ambos vemos. Um chip, instalado na mão esquerda de Katy.

– Um chip de rastreamento. - Consigo ler os lábios de George. É claro que ele está certo. Para variar.

Katy está aqui porque alguém está rastreando a nossa localização. Alguém. Possivelmente minha mãe.

George mergulha no chão para pegar a arma de Bailee que está caída. Ele levanta-se e aponta a arma para Katy.

Ela solta uma gargalhada.

– Olhe só para você. - Ela diz. - Apontando uma arma para uma garota indefesa.
Apanho meu arco e minha aljava, olhando para o rosto insano de George. Todo mundo tem razão. Estamos pirando, mas pelo menos, conseguimos ver o lado negativo de todas as coisas. O lado negativo é que com mais dez minutos, minha mãe e sua possível gangue nos acharão, por completa culpa de Katy.

– Derek. Vá para a garagem e ligue os carros. Estamos partindo.

– O quê? - Bailee, Derek e Dylan exclamam.

– Vocês estão surdos? Estamos partindo. Eles vão nos achar, graças a Katy. - George segura a arma levemente e agarra a mão esquerda da desgraçada. - Conseguem ver isso? Hein? É um dispositivo de localização. Ela está aqui porque quer que eles nos encontrem. Ela tentou matar Tessa e agora está aqui para acabar com todos nós.

– George, você está louco. - Dylan diz.

– Cale essa maldita boca, Dylan. Antes que eu desperdice uma flecha nessa sua maldita cabeça, seu desgraçado. - Grito, como nunca gritei antes. Como uma louca.

Derek sai da sala e poucos segundos depois, ouvimos o som de motores sendo ativados.

– Isso é um plano deles. Dylan está envolvido nisso. Ele deu a localização para Katy.

Katy solta outra gargalhada.

– Consegue ouvir quanta merda você fala, George? Aliás, consegue ver quanta merda você é?

Solto a flecha quando está mirada em sua mão esquerda. Ela solta um grito escandaloso e eu sorrio ao encaixar outra flecha em meu arco. George dá um sinal positivo com a cabeça e enterra uma bala na cabeça de Katy, seguido de uma flecha que pousa do outro lado de onde a bala parou. Ela desaba contra a parede e corremos para fora da sala. Bailee apanha a arma de George e entra num carro com Derek.

– Ei! - Grito antes que Dylan seja colocado à força no carro. - Não tente mais esqueminhas. Além de acabarmos com todos eles, dá próxima vez, na próxima mísera tentativa quem terá uma bala e uma flecha enfiadas em sua cabeça, é você.

Bato a porta do carro com força e George dá uma buzinada antes de ultrapassar o carro do meu pai. A janela de Dylan está aberta. George sorri daquele jeito maníaco e psicopata para ele.

– Mais um deslize e você é o próximo. - Ele sussurra.


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