A Culpa É Das Estrelas - Um final alternativo escrita por Pauline Lopes


Capítulo 7
Capitulo 32




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/448519/chapter/7

De manhã acordei muito bem, me desconectei do BiPAP e conectei-me ao Felipe. Eu estava bem entusiasmada, mas não sabia bem o porquê. Coloquei o vestido azul que usei quando fui ao Orange com o Augustus em nossa viagem e fui até a cozinha, como fazia frequentemente todas as manhãs. Minha mãe já estava preparando meu café.

Enquanto comia com meus pais na mesa, me engasguei acidentalmente.

Comecei a me debater em desespero tentando achar ar para que eu pudesse respirar... Meus pais vieram correndo para meu lado tentando me ajudar de alguma forma, a partir daquele momento não vi mais nada.

Acordei respirando com extrema dificuldade, e com muita dor de cabeça, meus pulmões estavam queimando. Olhei ao redor e percebi que estava na UTI, pois havia vários aparelhos ao meu lado bipando a todo o momento. Tinham também duas seringas, cada uma em um dos meus braços, me fornecendo algum tipo de medicamento. Fiquei em silencio tentando dar ar aos meus pulmões e lembrando a eles que estava tudo bem, ou melhor, que ia ficar tudo bem.

Tinha uma enfermeira na minha sala, era a mesma que havia ficado comigo na última vez que fui internada.

Fechei os olhos ao vê-la, e fiquei em silencio.

Meus pais estavam do lado de fora, conseguia ouvir os soluços de meu pai. Eles estavam falando com a Dra. Maria, eu reconheci a voz dela, tentei focar na conversa deles.

Dra. Maria: Fizemos tudo o que estava ao nosso alcance.


Mamãe: Como ela está?


Dra. Maria: Ela esta recebendo alguns medicamentos para ajuda-la a respirar. Mas chegará a um ponto que não será o suficiente.


Mamãe: Não há nada que possa fazer?


Dra. Maria: Nesses casos, geralmente fazemos uma cirurgia no paciente, mas no caso da Hazel, é muito arriscado, ela não resistiria.


Mamãe: Então o que pode acontecer?


Dra: Os pulmões dela vão trabalhar enquanto o medicamento estiver fazendo efeito, depois disso – ela fez uma pausa- Eu sinto muito.

Minha mãe começou a chorar, e meu pai deu um grito de dor.

Segurei as lagrimas, não queria que a enfermeira percebesse que eu havia acordado.

Então era isso... Eu não voltaria mais para a minha casa, eu não responderia mais aos e-mails de Lidewij, Isaac e Kaitlyn, eu não os veria nunca mais.

Sempre soube que ia morrer, mas eu não sabia quando, e saber que provavelmente eu não duraria nem duas semanas, era uma sensação horrível.

Fiquei imaginando a minha página com várias mensagens de pessoas com quem nem falo, pessoas que nunca fizeram o mínimo de esforços para me ver, dizendo o quanto farei falta, e meu nome sendo incrementado na lista de mortos do Grupo de Apoio.

Apesar de tudo isso, eu me sentia satisfeita, a vida foi bondosa comigo. Eu tive a oportunidade de conhecer o Gus, nós dois vivemos um amor curto, mas que teve mais significado do que muitos amores que duram uma vida inteira. A vida me deu a oportunidade de saber que o que eu e o Gus vivemos se tornaria um livro; deu-me a oportunidade de ver meus amigos felizes; de ter me aproximado dos meus pais, e a oportunidade de aproximá-los, eu sabia que eles conseguiriam passar por esse momento, juntos.

Definitivamente eu iria partir dessa vida em paz com tudo.

Abri um sorriso ao pensar sobre isso, e fiquei inconsciente.

***

Acordei, e ainda estava na cama do hospital. A cânula fora tirada de minhas narinas, inspirei o ar para dentro de meus pulmões e os expirei com satisfação. Os aparelhos que ficavam ao meu redor estavam todos desligados e não havia nenhuma seringa em meus braços. Eu estava me sentindo livre.

Percebi que havia um homem bem ao meu lado. Olhei para seu rosto.

– Augustus Waters?! Eu estou ficando lou... – Augustus me interrompeu, tocando com o dedo indicador em meus lábios, para que eu não pudesse falar.

– Eu lhe disse que nos veríamos em breve... – Falou, chegando mais perto de meu rosto e abrindo um sorriso bobo. Seus olhos azuis me olhavam com admiração.

Ele pegou minhas mãos e as levou até o seu rosto e continuou – A vida é uma metáfora, minha Hazel, eu lhe disse que existia um infinito por trás de tudo que vivemos.

Pensei naquilo por um estante, e recordei-me da carta que Van havia mandado um tempo atrás.

“A culpa, meu caro Bruto, não é de nossas estrelas / Mas de nós mesmos, que consentimos em ser inferiores.”

E nesse exato momento, fui obrigada a discordar da frase de Shakespeare; Tudo o que vivi, tudo o que passei, estava escrito nas estrelas, havia um por que para tudo aquilo que ocorreu, então a culpa era de nossas estrelas.

Sorri para Augustus.

Ele me deu um beijo suavemente e enroscou minhas mãos em seus dedos longos e finos, e assim caminhamos para o infinito

O nosso infinito.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom gente, chegamos ao final da continuação.
Espero que eu tenha alcançado as expectativas de vocês, assim como alcancei as minhas.
Obrigado por acompanharem!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Culpa É Das Estrelas - Um final alternativo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.