Lady Death I - Desires escrita por Leena C Anderson


Capítulo 2
Velhos Amigos


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridos leitores! Sei que eu disse que os dias de postagem são as sextas-feiras, mas eu não resisti e tive que postar esse capítulo antes. Mal posso esperar para que vocês conheçam o meu lindo e maravilhoso Henry! *0*
Boa Leitura!



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– Bom dia, bela adormecida...- ouvi Henry, meu velho amigo e segurança dizer, entrando no meu quarto enquanto eu me arrumava para mais um dia de trabalho e mais trabalho.

– E o que pode haver de bom em uma segunda-feira, Henry? - questionei, pressionando os lábios e analisando meus lábios carnudos, agora tingidos de vermelho, que brilhavam no espelho quase tanto quanto meus olhos azuis, em um tom translúcido.

– Tudo, senhorita Le Blanc, tudo...- vi um sorriso sínico se formar naqueles lábios. Henry não havia feito sua barba, coisa que o deixava tão atraente quanto seus cabelos negros levemente bagunçados. Ele realmente sabia como me provocar...

– Desde quando usa termos tão formais, amour? - me levantei da cadeira giratória branca que se encontrava na frente da penteadeira, repleta com todos os produtos de beleza imagináveis.

– Desde o dia em que eu percebi que você se sente atraída por mim, Lady....- ele abriu a porta para que eu passasse, continuando a exibir aquele sorriso que poderia causar milhões de suspiros apaixonados.

– Vá. Sonhando. - me virei para ele ao dizer essas palavras, com o tom mais provocante que podia.

Andei vagarosamente pelos corredores, fazendo o som dos meus saltos se destacarem no silêncio gritante. Henry me seguia, pronto para ouvir qualquer coisa que eu tivesse a dizer; mas não para responder sem ser irônico, sarcástico ou provocador.

– Vamos tratar de assuntos sérios...Quais são meus compromissos para hoje? - perguntei, sem nem ao menos me virar para ver se ele estava próximo ou distante de mim.

– Não sabia que havia sido promovido a seu empresário, muito menos a seu secretário...- ele disse, em total tom de deboche. Parei no final da escada, me virando e encarando-o seriamente.

– Eu já entendi. Você está bravo comigo. Qual é o problema?

– Nenhum, considerando que você sumiu ontem à noite sem nem ao menos dizer aonde iria...

– Henry...- suspirei - Você pode me conhecer desde sempre, pode ter cuidado de mim a vida toda a mando do meu pai, pode ter me namorado por quase um ano, mas...Sinto em te dizer, eu sou uma mulher adulta agora.

– Exato. - ele desceu alguns degraus vagarosamente, ficando bem na minha frente - Uma mulher adulta, que é dona de uma das revistas de moda mais famosas do país, uma modelo famosa no mundo todo, que é alvo das câmeras a todo instante, principalmente agora; e que a noite, é nada mais, nada menos do que a famosa e desconhecida Lady Death, chefe de uma das maiores máfias do mundo e filha de Lord Death, ou como a maioria das pessoas o conhece: Edgar Le Blanc. Eu não vivo atrás de você o tempo todo à toa, Emy... Seu pai não me disse pra proteger você com a minha própria vida à toa.

– Não aconteceu nada ontem à noite, Henry. - me virei novamente, andando em direção à porta.

– Ok...Você não quer me contar? Eu vou descobrir sozinho. É impossível que qualquer passo dado por Emilly Rose Le Blanc não seja fotografado e colocado na mídia. Você é a notícia da vez, querida Lady D.

– Ok, ok, que seja. Agora você pode, por favor, dizer qual é o compromisso inadiável ao qual eu tenho que comparecer hoje?

– Uma entrevista para o Hanna's Valence Show, diretamente de seu escritório, que irá ao ar no programa de amanhã. - Henry deu passos mais rápidos para alcançar a porta antes de mim e a abriu, como um perfeito cavalheiro.

– Obrigada, Henry.

***

Antes mesmo de sair da limousine, já sabia que vários fãs estavam ao lado de fora do grande prédio da M.M., dando gritos histéricos e ansiosos para conseguirem autógrafos. Deixei de lado tudo o que tinha com que me preocupar e saí do carro, acenando e sorrindo como se eu não estivesse morta de cansaço pela longa noite anterior, ou como se eu não odiasse ser assediada o tempo todo. Você pediu por isso, Emilly. Agora aguente...

Depois de alguns autógrafos e fotos com fãs, enquanto Henry tentava manter minha sanidade mental alta, detendo algumas pessoas mais loucas, que tentavam me agarrar ou passar a mão em lugares impróprios, finalmente cheguei à entrada do prédio, onde Hanna Valence, uma das mais famosas apresentadoras da atualidade me aguardava, com seu típico sorriso simpático, que impressionantemente, não era falso.

– Hanna! É um prazer estar com você novamente. - disse, cumprimentando-a, com um sorriso - dessa vez mais espontâneo - no rosto.

– O prazer é todo meu, Emy...Será ótimo conhecer um pouco do prédio onde a revista mais lida do país é feita. - E onde os crimes mais comentados são milimetricamente planejados. Completei mentalmente.

Hanna e eu adentramos o prédio, sendo seguidas por câmeras e por seguranças, incluindo Henry, que provavelmente mantinha seu olhar fixo em mim, como se eu simplesmente pudesse evaporar de sua frente.

Meu sorriso era confiante e simpático, assim como o da mulher ao meu lado, que parecia estar se divertindo nesse tour quase como uma criança se aventurando nos parques de diversões da Disney.

Cada andar do prédio foi mostrado, desde a redação, onde todas as matérias e fotos da revista eram escritas e selecionadas, à sala de impressão, onde obviamente, as revistas eram impressas. Mas, como sempre, o pote de ouro está no final do arco-íris, e a parte mais esperada da entrevista ainda estava por vir, quando finalmente chegaríamos ao meu escritório, onde as perguntas começariam.

Depois de apresentações, sorrisos aparentemente falsos, interrupções no trabalho, e sem dúvida, muito trabalho para os seguranças, eu e Hanna entramos no elevador, indo diretamente para a cobertura, onde a minha sala ficava.

– E então, como vão os negócios, Emy? - ela questionou, com um grande sorriso no rosto, quase como se se orgulhasse de mim.

– A revista está indo cada vez melhor, e creio que a edição de Setembro fará jus a todo o sigilo em que a edição foi mantida. - respondi, fitando o espelho do elevador, assim como a mulher ao meu lado parecia estar fazendo. Às vezes é entediante responder sempre ao mesmo tipo de pergunta.

Quando alguém me pergunta como estão os negócios, minha mente vaga pelo império de Lady Death, a famosa HCM, Hades Criminal Hierarchy, máfia comandada exclusivamente por mim, onde nenhuma outra mulher está autorizada a se instalar. Infelizmente, sou obrigada a responder coisas rotineiras sobre minha revista e sobre a vida de modelo fotográfica, que causam tanta fama e reconhecimento.

– É o que as pessoas estão esperando... - a mulher ao meu lado exclamou, me tirando de meu transe temporário.

A porta do elevador se abriu, e logo após atravessarmos um pequeno corredor entramos em meu escritório. Pude perceber Hanna analisando o local, observando cada canto das paredes impecavelmente brancas, algumas decoradas com quadros - em sua maioria de arte abstrata - de artistas que eu não saberia nem ao menos pronunciar o nome. A mesa ao centro do cômodo, que estava impecavelmente arrumada, com um notebook, pastas, documentos e alguns pequenos itens de decoração, era feita de metal e refletia um pouco da luz solar que entrava pela parede atrás dela, feita exclusivamente de vidro e largas grades de metal, quase como uma janela gigante. Atrás da mesa, uma grande cadeira rotativa feita de couro, típica de empresas. Na frente da mesa, duas poltronas na cor cinza estavam excepcionalmente dispostas para o lado oposto, para que a entrevista pudesse ser realizada, e ao outro lado da sala vários móveis com gavetas - na mesma tonalidade acinzentada - eram dispostos, com alguns vasos e pequenas esculturas.

– É um belo lugar. - a mulher sorriu, olhando a vista da enorme parede vidro, que era típica na cidade: os vários arranha-céus de Nova York.

– Sente-se, vamos começar a entrevista. - indaguei, sentando-me em uma das poltronas e fazendo um gesto para que Hanna fizesse o mesmo.

Alguns homens da equipe posicionavam as câmeras no local, enquanto maquiadores insistiam em dar alguns retoques em nossas produções, coisa que eu achava completamente irritante. Depois de o que pareciam ter sido por volta de quinze minutos, a entrevista finalmente foi iniciada.

– Olá a todos. - a apresentadora começou - Depois de um maravilhoso tour pelo prédio cede da revista Manière Magazine, à qual eu tenho certeza de que todos vocês conhecem, aqui estou eu, com nada mais nada menos do que Emy Le Blanc, a dona, editora chefe e colunista da revista. E então, Emy, pronta para a entrevista?

– Com certeza. - respondi, com um sorriso confiante no rosto, e pedindo a todas as divindades que conseguia lembrar para que as perguntas selecionadas fossem ao menos um pouco mais originais, do que os tradicionais questionamentos que eu respondia quase diariamente, mais ainda nessa época do ano.

– Bem, estamos no final de agosto, e todo cidadão Americano sabe que a edição de Setembro é a mais aguardada de qualquer revista de moda. As informações quanto à capa e ao conteúdo da edição da Manière estão sendo mantidas em um sigilo quase policial, deixando, sem dúvidas, os leitores curiosíssimos, o que podemos esperar nessa edição?

– Eu acho que é diferente de qualquer outra edição da revista, porque eu passei os últimos dois meses em uma intensa pesquisa pra essa edição, e, além disso, acho que o resultado final foi surpreendente. Tenho que parabenizar toda a equipe que faz a Manière ser uma das revistas mais lidas do país.

– Ok, pelo visto o meu plano de tentar quebrar todo o sigilo não vai ser bem sucedido... - Hanna deu uma risada fraca - Mas, enquanto você mantém todo esse segredo, nós sabemos quem está na capa da edição de setembro da revista Curwalk ...- dei um sorriso fraco e meio tímido - Normalmente, as duas revistas tem um histórico bem parecido no número de vendas, que faz a mídia criar uma certa rivalidade entre elas, então, eu me atrevo a perguntar...Isso é um truque sorrateiro para ser o alvo dos holofotes até mesmo com os "inimigos?" - quase comecei a rir quando aquela hipótese foi apresentada. É horrível a maneira como algumas pessoas subestimam as atitudes alheias.

– Ao contrário. - respondi pensativa - Eu fui chamada para fazer as fotos da revista e também para ser entrevistada, então, é mais provável que a armação esteja vindo do lado inimigo... - dei um sorriso debochado - Não há nenhuma rivalidade verdadeira entre nós, isso...Isso são só rumores desnecessários. Além do mais, é um imenso prazer estar em uma revista de tão alto calão quanto a Curwalk.

– Percebemos que você é bem modesta, Emy...- Hanna comentou vagamente, recuperando o fôlego para outra pergunta; enquanto ela o fazia, vasculhei rapidamente a sala em busca de Henry, e uma sensação de pânico tomou conta de mim quando eu não o achei. Rapidamente me lembrei de que alguns fãs seriam premiados com a oportunidade de entrar no prédio; obviamente Henry estava acompanhando-os junto de outros seguranças.

– Aproveitando a deixa... - ela prosseguiu - De onde surgiu essa sua política de nunca usar sua própria imagem como modelo para divulgar a revista?

– Bem... - vasculhei minha mente, procurando pelas palavras certas - Quando a Manière foi criada, a minha carreira como modelo já era bem sólida, além do fato de eu já fazer algumas matérias de moda para outras revistas. Eu acho que seria muito fútil colocar a minha própria foto na capa da revista, seria quase como uma auto divulgação. A revista não fala sobre mim, então porque usar minha imagem para promovê-la? É claro que eu faço questão de fazer alguma matéria para a revista em cada edição, mas acho que as pessoas devem admirar o trabalho realizado na Manière como um todo, como o esforço de cada pessoa que trabalha aqui, e não simplesmente comprar e ler a revista por causa da minha imagem.

– Falando em imagem... Acho que uma das partes negativas da fama é a falta de confiança. Eu já tive muitas experiências de pessoas que ficaram perto de mim simplesmente por interesse, e acho que isso dificulta não só relacionamentos amistosos, mas também em questões amorosas. O que tem a dizer sobre isso?

– Eu não costumo cultuar muitas amizades, principalmente amigos em quem eu confio completamente. Esse é um dos motivos pelo qual eu mantenho Henry sempre por perto. Ele é quase como um irmão pra mim, o conheço desde que nasci, então é uma das poucas pessoas em quem eu realmente confio. Nesse mundo dos holofotes é muito raro alguém gostar de você por quem você é...As pessoas acham que é só pensar "Wow! Ela é famosa, rica e gostosa, vou investir nisso" e ter lábia para conseguir conquistar pessoas como eu, como nós...Henry está comigo o tempo todo, ele me ajuda a perceber quando as pessoas são simplesmente interesseiras. E, antes que pergunte, não, não há nenhum tipo de relação amorosa entre nós dois.

– Corram, solteiras...Há um grande bonitão no pedaço esperando ser conquistado. - Hanna brincou, com um sorriso debochado sendo esboçado nos lábios - Falando sobre interesses amorosos...Não poderíamos deixar as mais novas fotos dos paparazzi de fora. Há várias fotos rolando em sites, jornais e revistas semanais de você, e um homem misterioso se beijando. Uma das mulheres mais sexys da atualidade foi finalmente fisgada?

– Não. - eu respondi automaticamente, porém sem parecer desesperada - Quer dizer...Eu tenho vinte e quatro anos, quero me divertir um pouco. Estou tão sujeita a amores de balada quanto qualquer outra pessoa. E eu estava bêbada de mais até para lembrar o nome do cara... - menti, já que me lembrava perfeitamente do nome dele: Jack. Estava apenas protegendo a sua sanidade mental, impedindo que paparazzi e fãs alucinados o seguissem dia e noite simplesmente para terem uma confirmação de que eu realmente estava solteira, e de que não havia rolado nada além de um beijo. É eu tive que me acostumar com isso. Paparazzi malucos procurando ex-namorados e perguntando quantas vezes havíamos transado.

– Bem, minha cota de perguntas infelizmente chegou ao fim.... Obrigada, Emy, por mostrar um pouco de como a Manière é feita.

– Não há de que, foi um prazer conceder essa entrevista.

– Corta. - Hanna disse, em um tom quase desanimador. Me levantei rapidamente, pegado uma garrafa d'água depositada em minha mesa e dando um longo gole.

– Então... - ela fez uma pausa, também pegando uma garrafa d'água e ingerindo seu conteúdo - Não se lembra mesmo do nome dele? - ela tinha um sorriso malicioso em seu rosto.

– É claro que lembro. - respondi, esboçando um sorriso da mesma espécie.

Uma batida na porta interrompeu nossa pequena conversa. Henry entrou no escritório, vindo rapidamente até mim.

– Hanna. - ele cumprimentou a mulher à minha frente, que respondeu com um leve aceno - Emy, os leitores que entraram no prédio têm direito a uma foto com você, lembra? Não acho vantajoso deixá-los esperando por muito tempo, vão acabar surtando e roubando alguma coisa... - ele deu um sorriso cheio de escárnio.

– Tudo bem, eu já vou indo...

– Ok. - ele se afastou com um passo, mas logo depois regrediu, sussurrando em meu ouvido - Há um novo grupo querendo fazer uma irmandade com a HCH, devo convocar uma reunião?

– Não. Espere toda essa gente sair daqui, e depois me passe mais informações.

– Sim, senhora. - ele respondeu em alto e bom som, colocando uma das mãos na frente da testa, como um soldado. Seu sorriso era debochado. - Foi bom vê-la, Hanna. - ele disse, saindo da sala, porém antes de ir, deu uma leve e sexy piscadinha pra mim, fazendo a mulher ao meu lado arquear as sobrancelhas, maliciosas.

– Segredos e mais segredos... Não há mesmo nada rolando entre vocês? - seu tom era extremamente desconfiado.

– Não, absolutamente não. Henry simplesmente sabe tudo sobre o que acontece por aqui, incluindo as partes sigilosas.

Fechei minha garrafa d'água e coloquei-a sobre a mesa, dando um longo suspiro.

– Bem, eu tenho que ir... Fãs me esperam.

– Tudo bem, eu compreendo. Foi bom vê-la, Emy.

– Você também. - respondi, com um sorriso fraco que se desfez na mesma rapidez com que havia sido gerado. Saí do escritório, com a cabeça mais uma vez repleta de pensamentos direcionados somente ao que Henry havia me contado.

Eu posso ter sido treinada minha vida inteira para saber resolver qualquer tipo de situação. Posso ter entrado no mundo da máfia e de crimes impecavelmente organizados muito cedo, mas mesmo assim, resolver algumas coisas sempre seria difícil, principalmente com toda a pressão exercida sobre mim, graças ao meu pai, Lord Death. Não era como se eu estivesse continuando algo que ele começou, já que a HCH era algo que eu havia conquistado com o meu próprio esforço.

Enquanto Lord Death comandava o tráfico de armas, também sendo responsável por roubos de bancos em todo o mundo, eu comandava uma das maiores máfias existentes, que foi planejada em seus mínimos detalhes desde minha adolescência. Ele havia me ensinado cada cálculo sobre o crime organizado, me ajudado inicialmente a dar cada passo sem ser descoberta, e isso havia sido um verdadeiro inferno. De qualquer forma, não importa mais agora, já que eu tenho o meu império. Empresários bilionários e chefes de outras áreas pagam fortunas para que minha equipe - formada por mais de mil funcionários - se livre de pessoas inoportunas e/ou consigam coisas que desejam: joias, peças raras, quadros caríssimos...É um bom negócio, principalmente quando você consegue atrair à mídia sem ser pega. Há toda uma lei de fidelidade dentro da HCH. Se algum dos meus agentes for pego, jamais denunciará os outros ou revelará algo sobre a máfia. Policiais de toda as áreas enlouquecem quando um crime executado pelos meus é cometido, o que podemos dizer que ocorre quase o tempo todo; mas, quando sou a responsável por algo, o mundo vai ao delírio completo. Uma das regras a ser seguida na HCH, é que ao matar alguém pelos negócios da máfia, uma rosa branca deve ser deixada ao lado do corpo, também banhada com sangue.

Com a grandiosa Lady Death, e chefe disso tudo, obviamente há um destaque quando os assassinatos são realizados por minhas mãos. Quando eu faço o trabalho, a rosa deixada ao lado da vítima é negra, e em alguns casos, eu deixo recadinhos para os policiais que irão investigar o crime. Obviamente, ao contratar a chefe da máfia para fazer o serviço, o preço é muito mais alto. Todo o dinheiro conseguido com a máfia é muito mais do que o dobro que é conseguido com a revista; então pode-se dizer que eu estou no topo, tanto nos jornais, televisão e outras mídias sociais, quanto no mundo dos crimes organizados.

***

Abri um sorriso parcialmente falso quando saí do elevador. Algo entre dez e vinte fãs me esperava no primeiro andar do prédio, ansiosos por uma foto. Não, eu não perderia meu tempo, muito menos a sanidade que ainda me restava tirando foto com cada um deles. Seria uma única foto, mas com certeza eu teria que responder algumas perguntas um tanto...Indesejáveis.

– Ótimo, a princesa de vocês está aí. Podem parar de me perguntar se temos um caso e perguntar a ela mesma... - Henry disse, com um sorriso quase maléfico. Revirei os olhos, percebendo que ninguém havia perguntado nada, e aquilo era somente uma forma de me provocar.

– Olá a todos, bem vindos à sede da revista Manière. Tenho certeza de que vocês já me conhecem...Eu adoraria conhecer todos vocês, mas infelizmente eu tenho muito trabalho à fazer. - indaguei, tentando adicionar o máximo de satisfação que poderia em meu tom de voz.

Depois de ações histéricas, autógrafos, perguntas inconvenientes e a tão esperada foto, pude ir para o escritório.

Coloquei os pés sobre a mesa, girando vagarosamente a cadeira e esperando que Henry terminasse de conduzir meus ''convidados'' para fora do prédio. Minha cabeça estava cheia, mas a única coisa sobre a qual eu gostaria de saber era a proposta de irmandade que havia sido mencionada mais cedo.

Felizmente, não tive que esperar muito para que o meu segurança particular, sarcástico e provocante entrasse na sala, porém para a minha surpresa, não para me explicar toda a proposta.

– Bem, Emy...Eu sei que não é exatamente o que você esperava, mas tem uma pessoa aqui que quer falar com você.

– Por favor, apenas me diga que não é o meu pai. - exclamei, jogando a cabeça para trás e massageando as têmporas, continuando a me balançar na cadeira.

– Não, não é. E eu não estou falando isso simplesmente por que você pediu.

– Ótimo. - tirei os pés da mesa, me recompondo - Então deixe que essa pessoa entre.

Henry nem ao menos me respondeu, simplesmente saiu do local. Poucos segundos depois, uma figura feminina de cabelos dourados, com algumas mexas mais claras e olhos verdes-acizentados adentrou o escritório, fazendo-me levantar vagarosamente da cadeira, caminhando ao seu encontro.

– Ora, ora, ora...Se não é Jennifer Miller. - indaguei, em um tom quase provocativo, encarando com uma certa curiosidade minha antiga melhor amiga.

– Você ainda se lembra do meu nome? - ela questionou, parecendo estar um pouco surpresa.

– E porque não deveria? Você era minha melhor amiga, nos conhecemos desde que tínhamos cinco anos.

– É, e da última vez que nós vimos estávamos brigadas, e você estava tão bêbada que nem se lembrava do meu nome. - seu rosto esboçava um fraco sorriso, quase se como aquela lembrança fosse algo divertido pra ela.

– Eu não me orgulho disso...- disse, exibindo um sorriso um tanto enigmático - Então, Jennifer...O que a trouxe aqui?


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Vocês têm toda a liberdade para expressar a opinião de vocês. E quanto ao Henry...Esperem até o capítulo quatro, quando ele se tornará irresistivelmente irritante. *0*
Não sei quando posto o próximo capítulo, mas talvez role um presentinho de Natal pra vocês, nada concreto.
Não deixem de visitar o tumblr oficial para saberem notícias sobre a história, datas de postagem, spoilers dos capítulos, etc.: http://ladydeathstory.tumblr.com/



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