Apenas mais uma de amor escrita por Christinne Syhan


Capítulo 6
Cap 6




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Acompanhei o Lucas. Entramos em uma sala iluminada. Só tinha adultos. Um lugar reservado para os pais. Longe do barulho.

Congelei. Eu vi uma mulher. Era minha mãe, eu tinha certeza, eu sentia que era ela. Fiquei gelada, e não consegui andar. Lucas virou e me viu

– você não é a Larissa.

– eu tentei dizer isso pra você.

– você deveria ter avisado.

– quem é aquela mulher ali na frente?

– é a dona Fernanda. Por que você quer saber?

– por nada.

Fernanda é o nome da minha mãe. Tive vontade de correr e abraça-la. Falar do tanto que eu senti falta dela, chorar de felicidade.

– quem é você?

– o que?

– quem é você? Seu rosto é familiar, mas não me lembro da onde.

– meu nome é Lara

Ele poderia me reconhecer da lanchonete e me expulsar. Fiquei sem saber o que fazer. Correr e gritar “mamãe” e ser expulsa como doida ou esperar o burguesinho me reconhecer?

– Lara? Não conheço.

Eu teria que deixar pra conversar com minha mãe depois. O Pedro estava perdido, e eu corria o risco de ser reconhecida, expulsa e humilhada. Alguém chamou o Lucas. Era minha mãe. Fiquei indecisa entre ir e ficar. Ele se virou para atende-la. Ela era fina e elegante, alem de muito bonita. Ela perguntou pela Larissa. Ele se virou e percebeu que ainda segurava minha mão e a soltou, pediu desculpa pelo mal entendido. Minha mãe perguntou quem era eu.

– eu confundi ela com a Larissa- disse Lucas- a mesma fantasia.

A Ana Paula, ou Mc Paulynha me olhou de cima baixo e disse:

– como você confundiu- me olhou- desculpa querida, mas sua fantasia não chega nem nos pés da dela.

Quem era ela? Vestida de sininho e o namorado de Peter Pan, fala serio.

– ninguém encontra a Larissa- disse ela- minha amiga sumiu. Faz alguma coisa Lucas.

– em algum lugar ela deve estar- disse minha mãe, ela se dirigiu a mim- eu te conheço?

– eu acho que não.

Eu estava conversando com a minha mãe.

– você tem o rosto muito familiar

– eu disse a mesma coisa- falou Lucas- eu já a vi em algum lugar.

– você é amiga da Larissa?

– somos quase irmãs- não resisti a falar isso.

– engraçado, eu nunca te vi. Quem são seus pais?

– a senhora não deve conhecer, meu pai se chama Bruno e minha mãe Fernanda.

Ela se perturbou, mas disfarçou.

– não conheço, sua mãe tem o mesmo nome que eu? Que coincidência. Qual é seu nome?

– meu nome é...

Alguém interrompe. Não acharam a Larissa em lugar nenhum. A Ana Paula falou para mim:

– você não é “quase irmã dela”? Por que não ajuda a procurar?- ignorei a ironia da voz dela.

– claro.

Eu tinha que achar o Pedro mesmo, só não queria atrapalhar aquela conversa com a minha mãe.

Desci para procura-los com o jovem burguês. De longe parecia que eu era a Larissa. Gostei daquela sensação, tão contraditória. Ao mesmo tempo que eu odiava tudo aquilo, gostei da ideia de ter aquela vida, frequentar aquelas festas, conviver em outro ambiente, ser uma estrela e até namorar o Lucas, exclui esse último pensamento, eu nunca namoraria aquele cara. Nos separamos e eu fui para fora da mansão, havia um lugar afastado e escuro onde alguns casais de agarravam. Resolvi ir até lá. Eu vi a silhueta de um zorro, só podia ser o Pedro. Mas ele estava muito mais interessado nos lábios de uma garota. Eles se beijavam com intensidade e eu não sabia se o chamava ou se ia embora. Resolvi sair dali, não queria assistir ao que viria depois. Desastrada como sou, esbarrei em um sapato (um sapato no meio do nada. What?) e soltei um xingamento que assustou o casalzinho. O rapaz sumiu, andou tão rápido que nem vi pra que direção foi, e a surpresa, a garota que me olhava com um olhar de espanto era, ninguém menos que a Larissa.

****

Quando percebi já estava dentro da mansão novamente. Larissa me puxou até a cozinha e eu segui sem entender nada.

– agora você vai prometer que não vai contar nada pra ninguém.- disse ela pra mim.

– contar o que?

– o que você viu, serei sua amiga pra sempre, mas pelo amor de Deus ou de sei lá o que você acredita, não conte pra ninguém.

– você quer que eu não conte que você estava quase engolindo um rapaz vestido de zorro.

– não fala isso alto!- ela arregalou os olhos verdes- te imploro, faço o que você quiser, se meu namorado descobrir, pior e se isso cair na mídia, eu to ferrada!

– você trai seu namorado?

– não... quer dizer, depois eu te conto,agora guarde segredo!

– não vou contar pra ninguém, calma! Alias eu estava te procurando. Já que você depende da minha capacidade de esquecer e ficar calada, eu dependo da sua capacidade de ouvir e me compreender.

– o que você quer? se você quer participar do concurso cultural, tem que mandar um e-mail com a letra da musica pro endereço que ta lá no site do programa, e talvez eu te ajude a se classificar.

– que programa? Eu não to falando disso. Nós somos irmãs.

Ela riu.

– claro, é... você será como uma irmã se guardar esse segredo. Eu te dou um autografo e tiro uma foto com você.

–NÃO!! Eu sou sua irmã de verdade, de sangue.

– outra fã louca! Ninguém merece.

– eu estou falando a verdade.

– você pode provar?

– um exame de DNA pode e – peguei um pano úmido na mesa e limpei a bochecha dela.

– o que você ta fazendo, louca! Tira a mão de mim, eu vou chamar os seguranças- ele estava gritando.

Tapei a boca dela. Peguei uma bandeja e coloquei em frente a seu rosto.

– da onde vem essa cicatriz?

Ela jogou a bandeja no chão.

– como você sabia que eu tenho uma cicatriz no rosto? Só minha mãe sabe disso. A já sei, a Paulinha, aquela invejosa.

– não! Fui eu que fiz isso, quando a gente estava no parquinho, você tinha uns três anos e estragou meu ursinho favorito, eu peguei um caco de vidro que estava jogado e arranhei seu rosto.

– sim, eu me lembro vagamente, doeu muito e ainda dói olhar essa marca. Como você descobriu isso?

– eu não descobri eu vivi, junto com você. Somos filha da mesma mãe, somos irmãs.

Ela começou a andar para trás, ofegante parecia que ia desmaiar.

– mentira!

– não é mentira.

– não é hora pra falar sobre isso. Me encontra amanha, no estúdio, 9 horas. Eu vou permitir sua entrada Lara, não é esse seu nome?

– sim, você se lembra?

Ele saiu em direção a porta, eu tentei alcança-la perguntar onde era esse estúdio, mas não deu tempo. Esbarrei em um cara bêbado que estava dançando feito um mané no meio da pista d e quase mandei ele pro inferno, mas reconheci o idiota. Pedro estava bêbado, quase caindo. Eu não sabia se tinha dó ou se dava uns bom tapas na cara dele. Vi que não conseguiria mais nada naquela festa. Fomos embora tive que carregar o Pedro até nosso calhambeque, encontrei o fusquinha arranhado e com o escrito o “ o carro mais bonito da festa” meu pai ia me matar. O importante é que cumpri minha missão, falei com minha mãe e minha irmã. Ela pediu pra que eu fosse no estúdio amanha, só tenho que descobrir onde é esse lugar.


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Notas finais do capítulo

Peço que comentem!!! Comentários são importantes pra que eu saiba se a história está boa, se não tiver nenhum deles,infelizmente esse será o último capítulo!



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