May - Parte VII escrita por PaulaRodrigues


Capítulo 7
Bem-vinda ao Futuro


Notas iniciais do capítulo

Impedir a morte do Senador Kelly, é tudo o que May precisa fazer para que tudo volte ao normal e os Sentinelas jamais existam. Mas enquanto May resolve esses problemas no passado, a May do passado parece ser jovem e inexperiente demais para viver no caos em que se transformou o futuro. Como ela vai se virar para se manter viva?



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>Instituto Xavier - Passado

– Não entendo, os exames estão normais.

– Tem certeza?

– Absoluta.

Abri meus olhos devagar, porém, uma luz muito forte me atrapalhou a enxergar as coisas. Tentei levar minha mão aos olhos para tampá-la, mas minhas mãos estavam presas e não consegui nem tirá-las do lugar onde eu estava deitada.

– Calma, está tudo bem - dizia uma voz familiar.

– Pode pelo menos tirar essa luz da minha cara? - perguntei meio nervosa.

– Claro, desculpe.

Então a luz saiu se foi e consegui abrir os olhos. Ainda tudo estava meio embasado e minha cabeça parecia pesada. Tentei levar a mão à minha cabeça de novo, mas ela ainda estava amarrada.

– Ah, droga! Sério que vocês vão me prender?

– Desculpe mas você é meio... instável.

Olhei para ela e era a pior pessoa que eu podia encontrar: Jean Grey. Suspirei de impaciência e olhei para o teto. Essa mulher idiota de novo, eu havia me esquecido desse fato, havia me esquecido que ela era uma das pessoas que me observava. Como é horrível ver o rosto dela de novo com toda aquela preocupação estúpida.

– Escuta, eu sou uma outra May, não essa que... - parei quando percebi que elas me olhavam assustadas e olhavam uma para a outra como se procurassem respostas. - Esqueci que vocês não sabem meu nome. Sou May, May Parker, mas não sou a May que vocês prenderam, vocês não conhecem a May Parker. Eu vim do futuro.

– Do futuro? - repetiu Jean pateticamente.

– Mas isso não é possível, uma viagem no tempo - disse Ororo.

– Talvez não nessa época, mas no futuro é. Uma mutante telecinética, da qual me esqueci do nome agora, fez minha mente viajar no tempo e a May que estava presa, agressiva e calada, foi para o futuro, de onde eu vim.

– E qual a razão dessa viagem? - perguntou Ororo.

– Estamos sendo caçados no futuro, mataram quase todos os mutantes, muitas pessoas que conhecemos estão mortas e eu fui uma das poucas sobreviventes rebeldes.

– Mas por que esse ódio? - perguntou Jean.

Fiz uma cara ruim ao ouvi-la perguntar.

– A morte do Senador Kelly trouxe toda essa desgraça. A Irmandade o matou, não sei como, e graças a isso a humanidade passou a odiar e temer os mutantes, então um cara foi eleito e ele tinha uma ação anti-mutantes. Não sei detalhadamente porque, como não sou uma cidadã existente legalmente, não voto, não participo de nada político e acabo vivendo só no meu mundo prezando pela minha sobrevivência e felicidade. Só sei que um belo dia, eu estava no casamento do meu filho e fomos atacados por robôs gigantes, chamados Sentinelas.

As duas me olharam meio assustadas e pareciam acreditar finalmente no que eu dizia.

– Realmente você não parece com a May que trouxemos a pouco tempo - disse Jean.

– Claro que não. Acha que ela seria tão calma assim? Essa May é estúpida e idiota, tem muito o que aprender com a vida até chegar a ser como eu. Agora parem de ficar me olhando como se eu fosse uma alienígena e deixem eu falar com o Charles. Precisamos impedir a morte do Senador Kelly ou terei vindo aqui a toa.

Elas se olharam novamente, em dúvida.

– Pelo amor de Deus, me soltem logo! Não vou matar vocês, já disse que sou outra May.

E foi então que Ororo finalmente me soltou. Me sentei e me olhei, lá estava eu naquele corpo infantil novamente. Esse corpo parecia mais frágil e sem experiência. Minhas roupas eram ridículas como me lembrava, meu cabelo estava cumprido e nada bonito. No pescoço apenas meu colar de experimento do exército. Fiquei um tempo sentada e observando meu passado.

– Gostaria de nos falar sobre você? - perguntou Ororo.

– Não - respondi descendo da maca. - Talvez eu conte a vocês um dia, ou nunca. E então, vão me levar ao Charles ou não? Ah, antes podem me dar uma roupa melhor?

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>Base secreta - Futuro

– Vocês vão sem mim, irei apenas atrasá-los.

– Você tem certeza disso?

Ouvi umas vozes masculinas e senti um cheiro estranho, meio empoeirado. Decidi abrir meus olhos e vi uma mulher estranha me olhando. Me levantei rapidamente e deixei meus instintos felinos fluírem. Eu estava pronta para matar qualquer um deles.

– Calma, não somos inimigos - disse a mulher.

Olhei para o lado e vi um homem deitado e ela andava para perto dele. O que eles estavam fazendo? O que fariam comigo?

– Ninguém aqui vai te matar, May.

Olhei para trás e vi um homem na cadeira de rodas, mas esse tinha cabelo, cabelos bem grisalhos.

– Como sabe meu nome? - disse sem baixar guarda.

– Porque somos do futuro. A May do futuro tomou seu lugar no passado.

– Futuro? Do que está falando? Isso é loucura!

– Talvez no seu tempo seja impensável, mas olhe pra você, note as diferenças.

Fiquei com medo de fazer o que ele me pedia, mas quando olhei para minhas mãos, vi aquelas luvas sujas e rasgadas e senti um anel na mão direita que eu nunca tive. Olhei o restante do meu corpo, ele estava como eu sempre quis, adulto e sexy. Eu estava com umas roupas que eu sempre quisera usar e achei estranho eu não estar de salto. Passei a mão em meus cabelos e eles estavam curtos, realmente essa não era eu, pelo menos não a eu que eu conheço. Meu colar de experimento do exército ainda estava no meu pescoço e também mais uma coisa que nunca vira antes. Como sou a eu do futuro?

De repente, o homem deitado também acordou meio desesperado, ele parecia assustado tanto quanto eu. Tiveram que acalmá-lo assim como fizeram comigo e com ele foi um pouco mais difícil. "Essa gente é maluca", ouvi ele pensar.

– O quê? - perguntei.

– O que? - ele respondeu com outra pergunta.

– Eu ouvi sua mente.

– O quê? - "ótimo, mais uma louca".

– Eu não sou louca - respondi.

– Então como isso é possível?

– Eu não sei - respondi o olhando de cima a baixo.

Ele é bem gostoso, pensei comigo mesma, nada mal.

"Acho que também posso ouvir os seus". Olhei para ele e ele sorria, gostara do meu elogio. Fiquei com vergonha e virei o rosto.

– Ok, não temos muito tempo, assim como May tem o que fazer no passado, nós temos o que fazer aqui - disse uma senhora que me parecia bem familiar.

– Espera, eu te conheço - eu disse animada. - Só não sei seu nome.

– Eu também não sabia o seu naquela época, não é mesmo? - ela me deu um sorriso rápido. - Sou Ororo.

– May.

– Eu sei - ela deu uma risadinha. - Então vamos.

Eu não fazia a menor ideia para onde estávamos indo, mas sabia que devia segui-los, afinal, eles me conhecem e devem conhecer muito bem para eu ter confiado neles.

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>Reunião na câmara - Passado

Elas me levaram de carro até o local onde estava Charles. Passamos por seguranças até que finalmente chegamos numa sala de reuniões gigantesca e lá estava um homem dizendo coisas horríveis sobre o homo superior, ou seja, os mutantes. Confesso que gostei muito do nome homo superior, mas eu sabia que aquele discurso não sairia nada bem para nós no futuro. Foi então que, quando fizeram uma pergunta, eu descobri que aquele homem era o tal Senador Kelly.

– May, o Professor gostaria de entrar em sua mente para saber como está o futuro - disse Ororo me interrompendo.

Olhei para Charles do outro lado da sala e de repente me vi destruindo um Sentinela. Eu o arranhava até chegar em seus fios principais. "Aaah", ouvi um grito, olhei para o lado e era o grito de Max, o Sentinela conseguiu pegá-lo de alguma forma e só depois percebi que fora destruindo sua própria perna, pegando Max lá dentro. "Maax!" gritei e pulei para ir em direção a ele, mas o Sentinela me deu um soco forte e caí no chão, quebrando até o asfalto da rua. Fiquei um tempo desacordada e quando abri novamente os olhos e me levantei com dificuldade e com pedaços de concreto encravados em meu rosto, vi a parte superior de Max, sim, ele estava partido ao meio. "Não", arranquei um pedaço de concreto da minha cara e comecei a chorar. "Não, não, NÃO!". E então as imagens começaram a aparecer em flashes, Pietro me segurando, eu gritando, Max de olhos abertos olhando o vazio, eu queria parar de ver aquilo, pare, pare, PARE! E então tudo se apagou e eu estava novamente na sala de reuniões. Minha respiração estava acelerada, lágrimas começavam a surgir, eu iria chorar, droga, eu iria, não quero chorar. Os olhos de Max vieram novamente a minha mente e então eu chorei, deixei as lágrimas tomarem conta de mim. E então engoli o choro e coloquei em mente que ele estaria de volta, vivo, se eu impedisse a morte do Senador Kelly.

Charles me olhou com um pedido de desculpas nos olhos e eu acenei com a cabeça aceitando-as. E foi então que houve uma explosão na sala, uma das paredes fora destruída.

– Somos a Irmandade, os seres homo superiores. Mostraremos quem é que manda por aqui - disse uma mulher de pele azul e cabelos vermelhos. - Matem o Senador!

Andei até a frente do Senador com um olhar determinado e fiz a pose que estou acostumada a fazer antes das lutas. Esse corpo de dezessete anos não me deixava tão sexy e assustadora, mas tudo bem, eu era sexy e assustadora em minha mente.

– Eu não vou deixar - respondi encarando a garota azul com o olhar.

Nós nos encaramos de maneira brutal. Se ela acha que vai me impedir de conseguir trazer meu filho de volta, ela está completamente enganada.

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>Em algum túnel - Futuro

Eles caminhavam e conversavam coisas que pareciam sérias, todos eles eram completamente estranhos para mim, mas eram os únicos que eu tinha. Havia um rapaz em especial que ficava me olhando o tempo todo, ele tinha cabelos brancos mas era novo demais para ser grisalho, então deduzi que eram loiros bem claros, seus olhos eram encantadoramente azuis, mas ele me olhava meio assustado e parecia me analisar, me sentia incomodada de olhar pra ele por tempo demais.

– Você confia neles? - o homem que acordou depois de mim se aproximou e sussurrou.

– Confio.

– E por que confiaria?

– Ora, eles nos conhecem. Nós do futuro.

– E você caiu nessa?

– Até onde eu sei eu tinha cabelo comprido e corpo de adolescente, então sim, eu acredito neles.

Ele revirou os olhos.

– Qual o seu problema? Se fossem maus já teriam nos matado, não acha?

– Não - ele respondeu - Principalmente porque sou imortal, poderiam ter testado muitas coisas em mim e...

– Espera, você é imortal?

– Sim, por que?

– Eu também...

Então o teto começou a ruir e quando olhei para cima, vi um robô gigante.

– Mutantes fugitivos. Tiraram as coleiras. Mutantes rebeldes entre eles - dizia o robô.

O robô apontou uma arma para nós e então um vento bateu em meu rosto, mas quando percebi, não era vento, era o garoto de cabelos loiros quase brancos. Ele me tirara de lá antes de ser atingida.

– Você está bem? - ele perguntou.

– Estou - respondi ainda assustada.

Escutei um grito de dor e quando olhei, um dos que estavam com a gente fora completamente dissolvido pelo raio do robô gigante. Levei minha mão à boca do enorme susto que levei. Aquela cena era horrível, horrível!

– Ai meu Deus! - gritei e comecei a chorar. - Ele morreu, morreu!

– Venha May, precisamos continuar - disse o garoto de cabelos brancos.

Continuei ao lado dele ainda chocada pela cena que acabara de ver. De todas as coisas que já havia vivido desde então, aquela fora a pior cena que já presenciei. Como a May do futuro consegue viver nesse lugar? Será que sou forte o suficiente como eles para ver isso? Por que todos eles teriam passado para que aquela morte não os deixasse abalados? Espero que a May do futuro resolva as coisas logo, pois quero muito sair daqui.


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