POV Stefan
– Damon, pare de discutir comigo! Vamos mata-la de uma vez e pronto. - Falo colocando um ponto final nessa discussão sem fundamento.
– Vamos tortura-la, por favor! Nós sofremos pra caramba por causa dessa mulher e nada mais justo do que ela sofrer um pouquinho.
– Beleza, mas só um pouco! - Falo.
– Vamos tirá-la de cima do meu tapete, ele é branco e custou metade do meu salário. - Olho para ele incrédulo por ele ter gasto metade do salário em um tapete.
Desamarramos Amara e ela caiu mole nos braços do Damon, eu levantei a cadeira e tirei o tapete quando Damon me chama.
– Stefan, ela está acordando. Ela é mais velha que nós, sabe que é mais forte, bem mais forte. Rápido, a seringa de verbena está ao lado da TV.
Corro para a TV, mas quando volto é tarde demais. Amara morde forte o pescoço de Damon e eu corro para tirá-la de cima dele, mas ela vira e bate o braço no meu peito fazendo com que eu bata contra a parede, sentindo uma dor no meu couro cabeludo e o sangue escorrendo.
– Não foi dessa vez, garotos. Sejam mais espertos da próxima. - Fala ela abrindo a porta e piscando para nós.
– Porra, Damon! E agora, o que vamos fazer? - Falo dando um soco na parede.
– Não sei, mas precisamos ser rápidos porque tenho certeza de que ela vai para casa das Pierce.
POV Katherine.
Ai minha cabeça! Levantei 3 vezes para vomitar e na quarta vez não consegui dormir mais, apago as luzes do banheiro e saio passando a mão na boca, deito na cama e deixo a escuridão me engolir. Agora eu me recordo porque eu disse, um mês atrás que nunca mais beberia tanto, essa dor de cabeça parece que nunca vai passar.
Fecho os olhos e deixo levar pelos meus devaneios, lembrando dos olhos azuis de Matt, da risada gostosa de Bonnie e vejo que consegui boa companhia e espero poder leva-los comigo por um bom tempo. De olhos fechados sinto que a luz do meu quarto foi acesa e quando olho para o pé da minha cama, a loira que estava com Stefan aquele dia está aqui, dentro do meu quarto.
Suas roupas estão rasgadas e os pulsos manchados de sangue, porém não tem nenhum machucado. Seus cabelos que antes eram loiros e sedosos, estão desgrenhados e sujos, ela sorri pra mim e seus dentes estão sujos de sangue. Esfrego os olhos para ter certeza de que isso não é uma tenebrosa alucinação.
– Você é uma vadia, Kaherine. Por causa de ti Stefan não quis ficar comigo, por causa de ti eu não posso ficar com o homem que amo, por causa de ti eu nunca serei feliz! - Fala ela com os olhos cheio de lágrimas.
– Como assim, guria!? Ele está contigo, o que aconteceu foi que ele me deixou para ficar contigo, não o contrário. - Falo sem entender.
– Ah então tu não sabe! - Fala Amara limpando as lágrimas e começando a rir.
Do que essa louca está falando? Stefan está com ela, não está? E do que eu não sei? Ai minha cabeça!
– Stefan, com certeza quis te poupar disso tudo! Mas sabe, garota... ele não deveria ter feito isso, apenas piorou mais as coisas pra ti.
– Do que tu está falando? - Pegunto confusa.
– Stefan é um vampiro, minha querida! No mundo de hoje, com certeza o vampirismo já é algo conhecido e é até explorado por pesquisadores, mas nunca comprovaram a nossa existência, e vocês humanos são tão egocêntricos que não conseguem enxergar o que tem além do mundinho podre de vocês! - Ela é louca, só pode ser - Vampiros existem e eu sou uma e Stefan também. E sabe o que tu é? Uma pedra no meu sapato! A maldita alma gêmea de Stefan Salvatore. A segunda cópia da linhagem Pierce. Minha alma gêmea, Silas, foi morto e eu nunca mais o vi, até conhecer a segunda cópia da linhagem Salvatore, Stefan! Eu vi Silas nele e o quis para mim, mas ele está destinado para ti. Tua irmã, Elena, terceira da linhagem não tem uma alma gêmea, pois a linhagem Salvatore acabou em Stefan porque a mãe bruxa dele quebrou essa linhagem. Damon é apenas irmão dele. - Fala ela com raiva.
– Eu não acredito nisso! - Grito para Amara que ri de mim.
– Claro que não, mas deveria. Não duvide de mim, Katherine Pierce! - Fala ela pegando meu braço e levantando-me da cama tão rapidamente que faz minha cabeça girar.
Ela corre escada a baixo comigo e vejo Elena e papai sentados no sofá olhando fixamente para frente, como estátuas. Ela me joga na frente deles e eu bato a cabeça com força no chão, fazendo-a doer mais ainda.
– Porra! Não tem como tu me machucar em outra parte não, piranha? - Falo para ela com a mão na cabeça. - O que tu fez com eles, Amara? O teu problema é comigo, não é? Então porque não me mata logo para tirar a pedra do teu sapato e ficar com Stefan? Fique com ele, transe com ele o quanto quiser, mas deixe minha família em paz!
– Não é tão fácil assim, Katherine. Stefan ia me matar para ficar contigo, ele ia me matar para te proteger, mas eu irei te matar e se ele quiser me matar depois, tudo bem, eu irei feliz, porque ele não ficará comigo, mas também não ficará contigo.
Olho horrorizada para essa mulher, como ela pode fazer isso por um homem? Eu ainda estou tentando processar a história que ela contou para mim, mas é impossível acreditar! Parece aquelas histórias de terror que eu contava para Elena quando ela me desobedecia.
– Ainda não acredita que sou uma vampira, né? Mas você deve saber que vampiros sugam sangue para sobreviver, e eu estou com sede, muita sede! Acho que posso mostrar para você como os vampiros se alimentam.
Ela anda para trás de sofá e tira o cabelo de Elena da frente do pescoço dela e longas presas saem, afiadas e já manchadas de sangue, os olhos escuros ficam vermelhos fazendo as feições passarem de delicadas a monstruosas e ela pisca para mim, sem seguida mordendo com força o pescoço da minha irmã, fazendo-a sair do transe em que estava e fechar os olhos. Eu rastejo para a parede e pego uma das peças de dardos que papai tem para treinar a pontaria e jogo em Amara acertado-a em cheio nos olhos. Fazendo-a gritar loucamente, percebo que os dardos tem a ponta de madeira e vejo que ela se incomoda bastante, não conseguindo nem tirar o dardo do olho, talvez madeira seja o ponto fraco.
– Garota, tu não deveria ter feito isso. - Fala ela voando na minha direção, ela bate minha cabeça com força na parede e a escuridão toma conta de mim.
POV Damon.
– Anda, cara! Mais rápido! - Grita Stefan do meu lado.
Piso mais fundo no acelerador e corro no máximo que o carro é capaz, chegamos na casa dos Pierce e subimos com o carro na calçada, deixando-o daquela forma e saindo do carro. Arrombamos a porta e a primeira coisa que vejo é Elena caída no sofá com o pescoço ferido e Amara mordendo o pescoço de Katherine.
– Amara! - Grita Stefan e ela para na hora.
Vou correndo até Elena e vejo que ela ainda tem pulso, deixo ela na mesma posição e vou até Victor que está hipnotizado, tiro ele do transe.
– Senhor, leve Elena lá pra cima e tranque-se em algum quarto, tranque as janelas também! - Hipnotizo ele novamente.
Ele sobe as escadas com Elena no colo e viro-me para ajudar Stefan com Amara, eles rolam no chão, Amara está por cima apertando o pescoço de Stefan. Pego a pistola com balas da madeira que estava presa no meu cinto e miro, acerto um, dois, três nas costas de Amara e ela cai mole e Stefan se coloca em cima dela, pega a estaca de madeira do bolso e enfia com força no coração de Amara.
Amara da um último suspiro e Stefan sai de cima dela ofegante, vou até ele e o abraço.
– Terminamos, irmão. Vou até lá em cima ver como Elena e Victor estão.
– Beleza, irmão.
Subo as escadas correndo e bato na porta, Victor abre pra mim e eu corro até Elena que está acordada, porém pálida pela perda de sangue. Mordo meu pulso e coloco na boca dela.
– Pode tomar, vai fazer com que tu melhore, confie em mim. - Falo segurando a cabeça dela com a outra mão.
A medida que ela toma do meu sangue a ferida em teu pescoço fecha e eu a abraço forte.
– Desculpe-me por tudo isso, meu bem e desculpe-me pelo que vou ter que fazer agora.
Olho fundo nos olhos dela e a hipnotizo, fazendo-a esquecer de tudo o que aconteceu essa noite e falo para ela dormir. Faço o mesmo com o pai dela e ele dorme também logo em seguida. Pego-a no colo e a levo até o quarto, coloco-a na cama e saio fechando a porta. Finalmente o pesadelo acabou.
Desço as escadas e encontro Stefan com uma Katherine desacordada nos braços, ele a abraça junto ao peito.
– Vou te deixar sozinha com ela e vou colocar o corpo de Amara no porta-malas e vou arranjar um lugar para queimar, volto já e passo aqui para te buscar.
POV Katherine.
Claridade, uma forte claridade fazem os meus olhos doerem. Eu morri? Sério mesmo que aquela loira louca me matou? E papai e Elena? Espero que eles estejam bem.
– Você precisa voltar, meu bem. - Fala uma voz conhecida atrás de mim.
– Mamãe? - Falo virando-me.
– Volte, princesa! A tua hora não é agora, volte para teu pai e para tua irmã, eles te amam demais e precisam de ti.
Corro até mamãe e a abraço, um abraço forte e sincero. Sinto falta da segurança que os abraços da mamãe me passavam, do amor e tudo de mais puro que ela poderia transmitir para mim.
– O que eu faço, mãe? O que eu devo fazer? Elena precisa de alguém em quem se espelhar e eu não sou a pessoa certa para isso, não pude protege-la, pois cheguei bêbada de uma festa e se eu estivesse sóbria, talvez eu teria conseguido proteger Elena e papai, mas eu não consegui por causa dessa maldita ressaca.
– Minha filha, você é sim um exemplo! Você foi forte quando morri para poder cuidar de ti e da tua irmã. Tu sempre se esforçou, conseguiu a bolsa na universidade que queria e agora tem o emprego dos teus sonhos! Conseguiu tudo isso se superando cada vez mais e aprendendo com os teus erros! Você é humana, meu bem, tu vai falhar, mas tu é capaz de se levantar. - Olho para ela surpresa por ela saber de tudo isso. - O que é? Tu acha mesmo que eu não observo vocês? Observo tu, Elena e Victor todos os dias, desde a hora que se levantam até a hora que vão se deitar, que inclusive está sendo muito tarde!
– Vou lembrar de avisar papai sobre dormir mais cedo, quando eu voltar.
– Sim, você vai voltar e vai assim que escutar isso. Sabe esse homem que está com você nos braços agora? Dê uma chance a ele, mas antes dê um tempo a ti, pense sobre o que acabou de descobrir, saia com teus novos amigos e depois converse com ele. Porque almas gêmeas são feitas para ficar juntas. Eu te amo, minha filha e fale para Victor e Elena que eu também os amo.
– Eu também amo você, mãe. E vou falar para eles. - Falo e ela me da um último abraço apertado e some.
Abro os olhos e a primeira coisa que vejo são os olhos verde-esmeralda dos quais tanto senti falta. Stefan fecha os olhos e respira parecendo aliviado por ver que estou viva.
– Katherine, pensei que nunca mais voltaria. - Fala ela me abraçando.
Eu ainda sou incapaz de falar, não encontro a minha voz. Ah como eu queria que mamãe estivesse viva para me dar os conselhos que só uma mãe pode dar, como eu queria esquecer tudo o que Amara falou sobre Stefan ser um vampiro e tudo mais.
– Stefan, obrigada por me salvar e salvar minha família. - Falo finalmente encontrando minha voz.
– Amara deve ter contado sobre eu ser um vampiro e tudo mais, né? - Fala ele preocupado.
– Sim, contou. - Falo olhando nos olhos lindos dele.
– E não está com medo?
– Não. - E é verdade, olhando nos olhos verdes dele eu só consigo sentir paz.
– E ela contou sobre tu ser minha alma gêmea.
– Sim, também contou isso.
– E tu acreditou? - Pergunta curioso.
– Por que não acreditaria? Ela não mentiria sobre isso. - Falo brincando com a gola da camiseta dele.
– Sabe que tu é livre para ficar com quem quiser, Katherine. Não precisa se prender a mim. - Fala ele, mas sei que no fundo ele não queria dizer isso.
– Se somos realmente alma gêmeas, e se for como ela falou, vamos ficar juntos de qualquer forma.
– Não é bem assim, você tem escolhas. Não vou te prender a mim, nunca! Você é capaz de ser feliz com outra pessoa, eu só serei sempre uma parte de ti, como tu será parte de mim.
– Você me da um tempo para pensar, Stefan? - Pergunto olhando nos olhos dele novamente.
– Claro, o tempo que precisar. - Fala ele se levantando e me levantando com cuidado.
Não aguento e dou um abraço nele e sabe a paz que falei que senti quando abracei minha mãe? Então, agora eu sinto algo parecido nos braços de Stefan, e sei que só nos braços dele eu poderei sentir isso. Mas eu preciso de um tempo para mim, preciso pensar, organizar e aceitar que eu estou destinada a ficar com alguém. Não que eu não queria ficar com Stefan, claro que quero, mas não sei se é o certo agora. Quero me aventurar, quero experimentar coisas novas, quero sair, quero me divertir e no final de tudo eu quero amar.
– Damon chegou, tenho que ir. - Fala ele saindo dos meus braços.
Ele anda até a porta e eu vou atrás dele, ele vira para mim novamente e olha bem fundo nos meus olhos e sei que ele pode ver a minha alma, sei que ele sabe que eu quero um tempo, ele me conhece, sei que conhece... talvez até mais do que eu mesma, mas ele também sabe que eu voltarei para ele, só não sabe quando e nem eu sei.
– Até segunda, meu bem. - Fala ele.
– Até, Stef. - Falo sorrindo.
Quando ele vira para ir embora, eu puxo a camiseta dele e ele vira sabendo o que eu quero, pega meu rosto nas mãos e me beija, oh meu Deus, como eu senti falta desses lábios e só agora me dou conta! Agora sei que beijo melhor que esse não existe, porque é um beijo cheio de sentimentos acumulados, sentimentos bons. Sua língua pede passagem e eu dou com o maior prazer, suas mãos correm pela minha cintura e minhas mãos vão direto nos cabelos dele, sentindo toda a maciez dele nos meus dedos.
Suspiro infeliz quando ele se afasta de mim, mas vejo que estava precisando de ar e nós dois nos olhamos sorrindo um para o outro.
– Quando esse tempo que tu precisa acabar, sabe onde me encontrar. E não tenha pressa, meu amor, eu posso te esperar por mais algum tempo. - Fala sorrindo, mas o sorriso não chega aos olhos e eu me pergunto se ele teve que me esperar em algum outro momento.
– Tudo bem, Stef. - Falo acariciando o rosto dele.
Ele vai embora e eu deixo as lágrimas que tanto segurei caírem, choro pela minha mãe que não está aqui e também porque as coisas tem que ser sempre complicadas nos meu relacionamento com Stefan. Incrível a forma como consigo me entregar tão facilmente para ele em um momento e no outro apenas despreza-lo.
Olho para o relógio e já são 7 da manhã e logo papai e Elena vão acordar, sim acordamos cedo nos finais de semana também! Vou até a sala e tiro a capa de duas almofadas que estão sujas de sangue e tiro também o tapete pensando em como vou tirar essas manchas daqui.
Voltando a ser Katherine Pierce, a garota normal, com uma família normal e amigos normais. Nada de vampiros, almas gêmeas ou algo parecido. Coloco tudo na lavanderia e subo para meu quarto tentando não fazer barulho. Olho para a minha mesinha e vejo um papel com um número escrito e logo em baixo dizia
" Ligue quando quiser, pois estarei esperando.
Beijos, Matt Donovan"
Sorrio para o bilhete e penso que ainda é cedo para ligar, decido tomar um banho e quem sabe depois eu dou uma ligada, afinal, eu tenho um final de semana para aproveitar e eu show para ir mais tarde.