Virou Simplesmente Amor escrita por Mary e Mimym


Capítulo 19
O que está por vir...


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, gostaria de agradecer (estamos atrasadas, eu sei 3) KyriusAxis! Ficamos muito honradas com a sua recomendação, amore *---* Muito Obrigada!²
Agora vamos às notas!
Oi genteeeee! Como vocês estão? *-*
Uma semana de novooooo!!!!
Estamos rápidas u.u
Sem reclamação u.u
Voltando a lembra que o padrão de tamanho agora é por volta de 2 ou 3 mil palavras! 8 mil será difícil agora :/ Mas, o que importa, é que a fic está sendo atualizada! A história continua õ/
E gostaria de agradecer a todos que fizeram parte do vídeo da Lire. Vocês ressaltaram nos comentários sobre ela ser linda, e é mesmo ♥
Chega de blá-blá-blá! Vamos ao capítulo õ/ Até as notas finais ♥



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Lire segurou na mão de Ryan.

Afastaram-se um pouco de todos, a ponto de a música da festa ficar baixa, pelo menos não atrapalharia a conversa. Soltaram-se e ficaram um de frente para o outro.

— Pode me bater, me xingar, ficar uma semana sem falar comigo, colocar em qualquer status que seu namorado é o maior idiota do mundo, me dar um soco no braço, um chute... – O menino fechou os olhos – naquele lugar masculino. Você que sabe, eu só peço que não me deixe.

— Sabe, Ryan, eu nunca imaginei que você via tanto filme americano. - Tentou amenizar a conversa.

— É... Eu tive que assistir muitos, Titanic então... – Ele fez uma expressão de cansado – Vi umas cinco vezes para saber se eu seria um Jack da Rose.

— E qual conclusão você chegou, Ryan? - Lire não queria se forçar a ficar naquela situação.

— Que os humanos são loucos e essas loucuras os levam a amar de forma incondicional, levando-os até mesmo a morte. É loucura pura!

Lire abaixou a cabeça e riu.

— Respondendo a sua pergunta: Sim, eu seria o Jack da Rose, eu estou deixando o pedaço de madeira para você decidir se eu permaneço em sua vida ou afundo de vez nas águas geladas. – Ryan se afastou um pouco, como se estivesse dando o espaço necessário à Lire.

— Amiga! – Chamou Arme. Vendo os dois afastados – O que está acontecendo? Vocês sumiram.

Ryan abriu bem os olhos e indicou com a cabeça para ela sair dali.

— Ryan, está com alguma dor no pescoço? Fica esticando-o para o lado, eu hein...

Lire gargalhou.

— Que foi, gente? – Arme não havia se dado conta.

— Estávamos tendo uma conversa, até que alguém chegou, não citarei nomes por ética, e atrapalhou tudo. – Ryan sorriu ao final da frase e cruzou os braços.

— Ah, para! – Arme se aproximou do casal – Eu sei que foi uma loucura isso tudo, mas foi lindo! Quem pensaria em organizar algo tão criativo assim? Juntar todas as recordações, todos os momentos felizes desse jeito? Lire... – A menina a olhou – Eu sei que Ryan foi ao extremo, mas do que adiantaria formar uma vida a dois só de momentos bons esquecidos e insegurança? O que ele fez te mostrou o quão capaz ele é de te fazer feliz até quando você estiver triste, voltando à memória o que ambos passaram juntos. Olha, eu não quero me meter, mas já fazendo isso... – Os três riram – Você deve pensar bem, não nas consequências ruins do passado, mas o que você construirá daqui para frente e eu espero que o Ryan esteja junto.

— Eu também espero que o Ryan esteja junto. – O menino sorriu, ainda afastado.

— Bem, como eu atrapalhei a conversa, segundo alguém que eu não citarei o nome por ética, – Arme olhou para o amigo sarcasticamente – os deixarei a sós. Mas não demorem, quero comer bolo. – E despediu-se sem dizer adeus, apenas abanou a mão no ar.

Os dois ficaram em silêncio.

***

— Eu ainda não entendi muito da sua ligação querendo falar comigo seriamente e depois vir em silêncio até a casa do Ryan. – Comentou Jin, sentado em uma cadeira, ao lado de Amy.

Ela suspirou.

— Eu não posso ser dramática? Sou uma popstar, querido.

Jin riu.

— Suas características me confundem. Mas... – Ele segurou na mão da menina, que estava suada – O que está te preocupando?

— Como você percebeu isso? – Ela piscou os olhos.

— Você ainda pergunta? Seu tom no celular, seu silêncio, sua mão suada e esse... Por que você piscou os olhos?

O ruivo conseguiu, finalmente, arrancar um sorriso da rosada.

— Tenho algo para te contar e não é nada divo.

— Então conta.

— Mas, antes, quero que saiba que eu não estou envolvida em nada.

— Do que você está falando, Amy? – Agora o tom de Jin era sério.

— Acho melhor conversarmos em outro lugar... – Amy virou o rosto.

Ronan, Edel e Elesis vinham ao encontro do casal.

— Olha a empregadinha! – Tossiu Amy – Digo, a amiguinha de Ronan. – E sorriu.

Jin deu uma apertada na mão da rosada, que reclamou e o encarou.

— Mais educação. – Jin falou entre os dentes para que só Amy escutasse.

Elesis riu baixinho e Ronan balançava a cabeça negativamente.

— Vocês já conheceram a Edel, mas foi num momento não muito cordial. – Informou Ronan – Então eu vim apresenta-la melhor.

Edel abaixou o rosto, constrangida com o momento.

— Preferia ver um duelo entro Elesis e Edel como apresentação do que essa coisa sem graça, Ronan.

— Do que você está falando, coisa rosa?! – Elesis tomou a frente.

Jin percebeu que Amy estava muito diferente, sentiu seu coração apertar.

— Amy, está ultrapassando dos limites. – Advertiu Ronan – Edel é minha amiga, está hospedada lá em casa enquanto seu irmão está passando por um processo delicado no hospital e seus pais não estavam conseguindo manter Edel sozinha em casa enquanto eles resolviam tudo para que o irmão dela permaneça vivo. Ela veio também com a missão de conseguir um doador para o irmão dela. Acho que com essa explicação as piadinhas podem cessar, certo, Amy?

— Elesis já sabia disso? - A rosada perguntou, olhando para a ruiva.

— Ronan e Edel me contaram assim que chegaram aqui, por quê?

— Nada não, mas é uma história boa, Edel, chega a ser comovente. – Amy agarrou mais firme nas mãos de Jin e o puxou, retirando-se dali e esbarrando na jovem Edel.

— Mas o que deu na Amy? – Assustou-se Ronan.

— Depois eu digo que ela é toda coisada e brigam comigo. – Reclamou Elesis – Isso deve ser ciúmes, essa garota é maluca, Edel, não se preocupe, eu passei por coisa pior. – A ruiva olhou para o Ronan, que tentava entender o que havia acontecido.

— Bem, eu espero não causar mais nenhum reboliço por aqui. - A menina olhou para um ponto qualquer e suspirou.

— Eu estou de boa com você, entendi bem sua estadia na casa do Ronan. - Incrivelmente, Elesis estava sendo simpática com Edel, como se sentisse empatia por ela.

— Nossa, sinto-me melhor sabendo que não terá implicância comigo.

Elesis sorriu.

— É bom que você fica de olho, para mim, no Ronan. – A ruiva brincou – Qualquer coisa coloca a espada na goela desse garoto, eu deixo. Eu mesma já cortei o cabelo dele assim. – As duas riram.

Ronan estava disperso e nem se atentou a conversa.

— É muito legal saber que nós três manuseamos espada. - Edel continuou o assunto.

— Sim! Você deveria se matricular lá na escola, é uma instituição diferente, sabe? – Elesis estava se surpreendendo com aquele diálogo – Tem alunos com o diferencial do poder através de mana, que vem de nossas gerações passadas de outras terras, e alunos normais. É bem legal, tem campeonatos e tudo!

— Nossa! Lá de onde venho não nos apresentamos dessa forma, escondemos mais nossos poderes e agimos como pessoas normais. Tanto que estudo numa escola própria para esgrimistas que participam de Olimpíadas e tudo mais.

— Entendo... – Elesis deu uma olhada em Edel e, nesse momento, sentiu algo que antes não havia percebido: Edel era elegante como Ronan. Antes que sua mente se transformasse numa batalha sentimental, Ronan a abraçou.

— Não vejo a hora de chegar meu aniversário. Assim todos verão minha namorada como Ryan fez.

— Nem me lembre disso... – Elesis passou a mão no rosto.

Edel sentiu-se deslocada ali e suspirou, sem que ambos percebessem.

— Pegarei algo para beber, querem?

O casal recusou e a menina saiu dali. Esbarrou em Lass, sem querer e derrubou o copo que estava em sua mão.

— Desculpa. – Pediu a menina, levando a mão à boca.

Lass a encarou.

— Tudo bem. – O menino pegou o copo vazio no chão.

— Desculpa mesmo, eu não queria...

— Pode ficar tranquila, eu pego outro.

Edel assentiu e, por coincidência, começaram a caminhar na mesma direção.

— Está nervosa?

Ela o olhou. E ele olhava a sua mão pegando o copo.

— O quê?

— Perguntei se está nervosa? Seu copo treme em sua mão. – Lass olhava para aquela cena um tanto observador. Pegando um copo para ele também.

Edel soltou um riso sem graça.

— Acho que ainda não me adaptei aqui. Chegar numa cidade estranha com pessoas estranhas, de cultura estranha e...

— Resumindo, é tudo estranho, né?

— Sim... – Mais um suspiro pesado por parte da menina.

— Eu te entendo, passei por isso uns anos atrás quando vim com o meu irmão para cá.

— Ele está aqui? - Ela olhou ao redor automaticamente.

— O meu irmão? Não... Não vivemos juntos. – Lass olhou para um ponto qualquer – Mas quando chegamos, passamos por muitas coisas. Viemos com nosso pai, mas...

Silêncio.

— Você teve a sorte de vir com seu pai e seu irmão. – Edel viu o lado bom, mas ela não conhecia a história.

— Não diria sorte. – Lass soltou um sorriso amargo.

— Sinto falta de casa... Você não sente?

— Não. E nem quero sentir. Sinto-me melhor aqui, com eles. – Ele olhou para trás como se ver seus amigos e, principalmente, Arme fosse seu combustível de estar bem.

Edel não havia entendido, mas não questionou. Quando o silêncio ia se instalando, perto de onde as bebidas estavam, Edel lançou uma pergunta, sem saber o porquê de estar perguntando para aquele menino que era estranho para ela.

— Se estivessem fazendo algo que você não tem ciência do que seja, mas pressente que não é certo, o que você faria?

— Provavelmente eu mataria alguém.

Edel esbugalhou os olhos e Lass riu. Arme apareceu de longe ao sair de perto de Lire e Ryan e, ao ver aquela cena, apressou os passos.

— Mas antes pediria as informações necessárias para entender a situação, assim saberia como tomar alguma decisão.

— Você é bem... É... – Palavras lhe fugiram – Assustador.

— Você é sincera.

— E muito atiradinha, sabia? - Aproximou-se Arme.

— Ah! – Edel deu um passo para trás segurando seu copo – Não, por favor, eu...

— Ignore-a. Ela é alarmante assim mesmo. – Lass entregou o seu copo para Arme – Bebe um pouco, se acalma e não pensa besteira, tudo bem?

Arme encarou os dois.

— Posso saber do que estavam falando? – E deu uma golada no refrigerante que estava no copo, quase o deixando vazio.

— De como ela está se sentindo estranha neste lugar de tamanha estranheza.

— Ah... – Arme sentiu-se mais aliviada – Você encontrou a pessoa certa para conversar. – E riu, entregando o copo semi-vazio para Lass – Podem ficar a vontade, mas não abusa que ele é meu, viu? – E deu uma piscadela – Falarei com a Elesis rapidinho e já volto para te buscar, Lass.

O menino voltou a encher seu copo e olhou para Edel.

— Por que me fez essa pergunta?

— Senti segurança em você para me dar uma boa resposta. Mas não é nada de mais. – Edel sabia que tinha algo estranho, mas achou melhor se reservar do que pronunciaria, ali todos eram amigos de Ronan, poderiam comentar algo e Edel queria saber melhor o que o pai do seu amigo havia dito na noite passada em seu escritório que era perturbador.

— Tudo bem, se precisar de algo...

— Pode deixar, avisarei.

Edel resolveu ir para outro canto.

— Parece que eu não sou o único a ter segredos nessa roda de amigos. – Comentou Lass num tom baixo.

***

As estrelas já cintilavam no céu não tirando a beleza da lua cheia.

Mari viu duas crianças correndo na calçada e passando por ela. A mãe das crianças vinha logo atrás correndo e gritando. Ao olhar para frente, Mari entendeu o porquê das crianças correrem tanto. Logo à frente, um homem descia do carro e elas gritavam “Papai! Papai!”.

— Os humanos têm um sentimento diferente de nós que temos uma mana que impede um pouco de sentirmos o mesmo.

Mari não se assustou com a pessoa que falara com ela.

— É... Talvez você esteja certo, Zero, a mana que carregamos nos separa do amor humano, capaz de sair correndo para os braços de quem se ama. É incalculável esse fórmula de amar.

— Mas quando se é jovem e a mana não está completa, ainda dá para sentir, não é?

— O que está insinuando, Zero?

Ele começou a caminhar pela calçada, Mari o acompanhou.

— Eu não tive isso.

— E teve sorte.

— Deveras. - Zero não manteve contato visual com a professora — No meu tempo, amar atrapalhava em guerra. E do jeito que as coisas estão indo, pode atrapalhar de novo.

— Como assim? Não sinto presença de guerra.

Eles nunca haviam caminhado assim juntos, mas Zero estava ali propositalmente.

— Preciso da sua ajuda quanto a uma aluna de nossa escola. 

— Aquela que você está treinando?

— Sim, Mari.

— Pensei que já tinha um aprendiz contigo neste processo.

— Sim, Mari.

— E precisa de mim, por quê?

— Porque se o processo der errado, você nos salva.

Mari parou.

Zero seguiu em frente.

— É ela?

— São elas.

O coração de Mari acelerou.

— Estudávamos isso na escola. Lembra? Os trabalhos em grupo com Elscud e Sieg... Não imaginava ter que enfrentar isso.

— Ensinamos nossos alunos que o que se aprende na escola deve ser praticado no dia a dia. Isso não serviu para você no passado? – Zero, bem a frente, riu.

Mari lançou um campo eletromagnético que parou Zero e caminhou ao seu encontro.

— Por que está me contando tudo isso? - Mari se aproximou.

Zero se virou para ela.

— Lothos está escondendo algo. O passado que havia se perdido está querendo ser achado.

— A única a fazer enigmas sou eu, Zero.

— Andei praticando.

— Por que não foi atrás do seu amigo Sieghart?

— Porque vindo até você irei até Sieghart, se é que me entende.

— Tolo. – Mari olhou para a rua, o carro daquele pai, que descera para buscar as crianças, passava ao seu lado – Não tenho mais nada com o Sieg.

— Você ainda é jovem. Acredite, eu tive a sorte de não sentir esse amor, mas serei infeliz por não tê-lo sentido. Não permita a si mesmo passar por isso. O que estar por vir pode acabar com as possibilidades de te fazer amar novamente.

— Por que está pensando assim? Não estou te reconhecendo, Zero.

— Porque o que está por vir e virá, tem uma pendência com o Sieg, eu não sei porquê e nem para quê, mas descobrirei. Enquanto isso, quero que me ajude.

— E o que devo fazer?

— Você já foi mais inteligente, Mari. – O campo magnético se desfez e Zero seguiu seu caminho, deixando Mari inerte na calçada.

A menina notou que estava próxima à casa do Sieghart.

— Inesperado, Zero, você me surpreendeu. – Falou consigo mesma – Você só arrumou um jeito de se comunicar com o Sieg através de mim, bem pensado...

***

Lire e Ryan se entreolhavam a todo o momento.

— Quero te pedir uma coisa.

— Peça.

— Se eu envelhecer e você não estiver ao meu lado, eu te odiarei pelo resto da minha vida.

Ryan sentiu seus olhos arderem, as lágrimas anunciavam sua chegada e ele só teve uma reação: abraçar sua amada bem forte!

Lire retribuiu, agora sim estava tudo bem. Agora sim eles estavam sendo um casal mais forte que antes. E pretendiam continuar assim até o futuro permitir.

***

Lothos estava em casa, a procura de algo.

— Onde eu a deixei?! – Jogava caixas e mais caixas em cima da cama. Abria e fechava gavetas.

Passava a mão no cabelo, prendia-o em coque por causa do calor.

— Dessa vez não serei surpreendida, Duel. – Disse a si mesma, cerrando suas mãos. Uma lembrança tomou sua mente. Passageira, mas marcante.

***

Rey estava em sua sacada, como de costume, e em seu campo de visão estava seu pai saindo de carro, e novamente, Dio não estava em casa. Era uma chance...

—James! - O mordomo não tardou a aparecer. - Como você continua sendo tão imprestável? - Rey virou-se para ele e viu que ele segurava papéis. - O que é isso?

— Sua ordem, madame. Ordenou-me que investigasse o Sr. Dio, aqui está. - E colocou os papeis sobre a cama.

— Continua imprestável. Demorou um dia para me trazer papéis?

Rey buscou os papéis e começou a ler. Ordenou que James desaparecesse e trancou a porta. Seria uma leitura interessante.

***

O ar da Mansão nunca fora tão pesado como nos últimos dias, por isso Dio tem saído com certa frequência. Tudo estava mudando. E Dio previu isso...

Quando entrou na mansão, viu Rey no pé da escada, inexpressiva. Parecia o aguardar. Dessa vez, a surpresa era o que segurava.

Ele já sabia que papeis eram aqueles.

Sério, Dio se aproximou, com rapidez, da garota e a pegou pelo pulso.

— Não tenho medo de você.

Ele apenas riu e estalou os dedos da outra mão.

Rey olhou ao redor, o lugar era escuro e lotado de coisas sem utilidades esquecidas pelo tempo.

—Que lugar é esse?

—É sério? - Dio a soltou e virou-se, tateando o ar buscando algo até que achou uma cordinha e puxou. Uma luz acendeu e incomodou os olhos de Rey. - Se chama sótão. Impressionante como não conhece a própria casa.

Ela não demorou muito para se acostumar com a luz. Encarou os papéis que tinha em mãos.

—Você começa ou eu começo?

—Quer que eu diga a quanto tempo sei que você é adotada? - Dio sorria sarcástico.

A garota agora estava com raiva, e bufou.

—Não sou eu a bastarda aqui.

Dio estava já impaciente.

—O que é isso?

—O que parece pra você?

—Um contrato.

—Parabéns, você sabe ler. - Dio curtia aquele momento.

Von Crimson com certeza se tornaria uma fera quando descobrisse que a garota agora sabe de tudo, mas, na visão de Dio, poderia, quem sabe, facilitar um pouco mais as coisas, e acabar de vez com a vida infernal o mais rápido possível.

—Quem é você, Dio? - Rey virou as costas para ele e ficou observando algo aleatório daquele sótão.

—Se você realmente leu todo o contrato, já sabe a resposta. Mas deixe que me apresente. - Rey virou de lado para o observar. - Eu sou Dio Burning Canyon, há muito tempo fui contratado como seu guarda-costas esperando pelo dia que Duel retornasse querendo a sua cabeça. – Sua expressão era fria.

—Quem é Duel?

—Quando Edna reencarnou em você, foi quando ela morreu o protegendo. Quando ele descobrisse que ela vive em você graças ao ato egoísta de seu pai, viria atrás tentando trazê-la de volta. E você sabe o que isso poderia custar, certo?

—Então... você nunca foi meu irmão; Duel está atrás de mim; e você é o único imprestável que pode me deixar segura?

—Exatamente, princesa. – A arrogância se fazia presente em sua voz.

—E o que acontece agora que sei de tudo?

—Uma releitura do contrato. – Dio abriu a mão e o contrato com Rey desapareceu e reapareceu agora com Dio. – E uma avaliação do que está acontecendo. Agradeço sua curiosidade, não me sinto tão eu em anos.

—Você vai embora? – Perguntou enquanto observava o asmodiano se virar para sair dali.

—Ainda não... Seu pai pedirá uma reunião. – Dio desceu as escadas deixando a garota sozinha.

Ela sempre suspeitou do jeito dele. Nunca foi muito participativo nas atividades familiares, era sempre o mais afastado, sempre agiu mais como um amigo do que como um irmão, e agora sabia a verdade. A questão era... O que viria acontecer?

***

— Azir.

— Holy.

Estavam um de frente para o outro.

— Estou indo embora. Não posso me corromper com o que está se envolvendo.

— Não pedi para vir comigo.

— Não. - Respondeu ela, friamente - Mas eu vim para tentar te impedir de fazer esta loucura. Eles são perigosos. Você sabe bem a descendência e a história dessa família, Azir. É suicídio!

— É desafiante. E eu nunca fujo dos desafios que me impõem. – Seu olhar era sangrento.

— Você me assusta. Mas não mais insistirei. Acho que...

Azir segurou em sua mão.

— Eu voltarei. E te encontrarei.

— Não, Azir, essa é uma despedida em todos os sentidos. – Holy tirou o cordão de seu pescoço e entregou a Azir - É um adeus sem encontros futuros, se você tiver sorte.

— É a sua decisão final?

— Você já fez a sua, não fez? Não vai se envolver com a família Crimson? Então essa é sim a minha decisão final.

— Que os ventos te guiem, então.

— A direção dos ventos que você diz convém a ti guia-los e eu não quero mais ter vínculo com isso. Seguirei meu próprio vento celestial.

— Você sempre me surpreendeu, Holy. – Azir se aproximou da menina, mas ao segurar a sua mão, Holy se afastou e se virou, saindo andando.

— Estou só me aquecendo, Azir, ainda não surpreendi o suficiente para te fazer mudar de ideia. Mas continuarei a fazer o certo, enquanto os Céus não se manifestam, mesmo que para isso seja preciso matar você.

E sumiu no breu no final da rua.


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Notas finais do capítulo

E aí gente? O que acharam?
Algum erro safado? u.u
Alguma dúvida? :3
Até os comentários õ/



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