XVIII – Operação cupido concluída.

Eu estava fazendo certa hora para sair da sala, juro. Até que Alec disse para o pessoal ir que ele me acompanhava até os dormitórios.

_Algum motivo especial para me esperar? – eu brinquei enquanto terminava de arrumar minhas coisas na mochila e a colocava nos ombros.

_Nenhum. – ele disse num tom sério demais. Own, ele está com ciúme ainda. Que lindo.

_Hn. – eu disse terminar de juntar meu material. Começamos a caminhar no corredor em silêncio.

_Clary? – ele me chamou e eu o olhei, ele estava com a bochecha corada.

_Sim. – PERGUNTE SOBRE MAGNUS. PERGUNTE SOBRE MAGNUS. PERGUNTE SOBRE MAAAAGNUS.

_Eu posso te perguntar uma coisa? – ele perguntou com a bochecha ficando mais vermelha ainda. É SOBRE O MAGNUS. TEM QUE SER SOBRE O MAGNUS.

_Claro. O que é? – eu falei com a minha melhor cara de amiga “barra” conselheira. E olha que ela é de inspirar qualquer um a falar.

_É sobre Magnus... – ele começou, mas parou fitando o chão. Peguei sua mão e sorri.

_Vamos nos sentar ali. – eu falei apontando para um banco, do lado de fora dos corredores. – Então, o que você quer falar sobre o Magnus?

_Eu bem... Eu tenho vergonha de te perguntar isso. – ele falou e eu sorri com sua timidez. Oh pequeno gafanhoto, já sei o que se passa nesse pobre coração desesperado por amor. É só você dizer “eu quero Magnus” para eu te dizer como conseguir ele.

_Não tenha vergonha. Somos amigos. Pode contar comigo para o que quiser ainda mais quase de trata do assunto Magnus. – eu falei e ele me analisou bem, antes de suspirar.

_O que está rolando entre vocês? – ele perguntou e eu ri.

_Além de um caso ardente de amor? – ele arregalou os olhos e eu ri mais ainda. – Brincadeira. Somos amigos. Somente amigos, nada mais que isso. Pensei que você soubesse disso mais do que todo mundo.

_Bem... É que hoje de manhã... – ele começou, mas eu o interrompi.

_Hoje de manhã Magnus achou que eu fosse uma boa opção para bichinho de pelúcia, mas acho que de todo mundo, você sabe melhor que todo mundo quem ele realmente quer não? – eu perguntei e ele suspirou.

_Só tenho medo do que as pessoas vão dizer, vão pensar.

_As pessoas que se danem. Você gosta do Magnus certo? – eu perguntei e ele assentiu. – Então é isso que importa. Não deixe alguém ou algo manipular sua vida e seus sentimentos não. Magnus não deixa ninguém fazer isso com ele e você deveria não deixar também. – UI, CLARY FILOSOFANDO. Depois dessa se ele não sair correndo atrás do Bane, é só macumba mesmo.

_Você deveria se ouvir sabe. – Não era essa resposta que eu queria Alexander.

_Não estamos falando sobre meus problemas com o seu irmão e sim sobre os seus problemas com o meu amigo então... – eu falei e ele sorriu.

_Você me deu coragem para talvez tentar algo. – ele confessou e eu sorri.

_Quero ser madrinha, quando tudo isso acabar e vocês se resolverem. – eu brinquei e ele sorriu.

_Vou falar com Magnus sobre isso... Sabe ainda não me conformei sobre aquela coisa de “caso ardente de amor”. – ele brincou e eu ri. Fomos rindo juntos até os dormitórios e depois fomos juntos para o refeitório.

A semana ia passando lentamente e a cada dia Izzy me passava novas informações sobre Jace. A cada dia ele ficava melhor e mais minha ansiedade aumentava. Ainda não estava pronta para ouvir o que quer que ele tenha a me falar e muito menos estou pronta para ter que olhar para a cara dele todos os dias. Aline passava no corredor e me olhava de um jeito estranho, como se quisesse falar algo, mas não tivesse coragem.

O dia mais “animado” por assim dizer foi quando Jace literalmente recebeu “alta” da enfermaria e pôde voltar ao dormitório. Todos foram para a “festa” que os meninos iam dar para receber ele de volta. Inclusive eu.

_Você não vai com isso. – Izzy falou quando viu meu Jeans e minha camiseta.

_Não é como se estivéssemos indo para a festa Izzy, estamos indo sei lá, receber o Jace de volta. Só isso. – eu argumentei e ela revirou os olhos.

_Não vai assim e ponto. E isso serve para você também Maia. – ela falou autoritária e eu e Maia gememos em conjunto.

Meia hora depois eu estava linda. Mas sem necessidade alguma.

Conseguimos entrar no dormitório masculino sem grandes dificuldades. Sinceramente os seguranças deste lugar deveriam prestar mais atenção no que eles fazem coitados.

_ALELUIA. ACHEI QUE IAM FICAR LÁ NO DORMITÓRIO DE VOCÊS ATÉ DE MANHÃ. – Magnus gritou e meu irmão fez uma careta.

_Para de gritar anta. É pra ser uma “boas-vindas” surpresa. Jace deve estar chegando e você berrando ai. – Jonathan repreendeu Magnus que revirou os olhos.

_Estão vestidas pra matar em. – Magnus brincou e Simon desceu as escadas. Quando ele viu Izzy ele simplesmente estagnou.

_Wow, você está... Magnífica. – ele falou lá de cima e ela sorriu. Ele terminou de descer as escadas e nos abraçou, nos cumprimentando. Quando ele me abraçou eu sussurrei um enrolado no ouvido dele, já que ele não pediu a Izzy em namoro.

Ficamos sentados lá trocando insultos e brincadeiras, até que Alec entrou abraçado com Jace e rindo. Os dois ficavam lindos juntos e isso ninguém poderia negar. Todos levantaram e abraçaram Jace meio sem jeito, sorriram e brincaram, mas eu não me aproximei. Só sorri de longe e pude ver seu sorriso diminuir um pouco.

_Então o que eu perdi enquanto estive naquele lugar infernal? – Jace perguntou sorrindo e Simon foi o primeiro a se pronunciar.

_Estou namorando. – ele comentou e todos calaram a boca. – Com a Izzy.

_Estamos namorando? – Izzy perguntou e ele sorriu a abraçando.

_Só se você quiser. – ele comentou e ela sorriu o beijando.

_Eu acho que isso foi um sim. – Magnus brincou, mas sem muito animo. Olhei para Alec e levantei as sobrancelhas, ele simplesmente deu de ombros.

_Estou encalhada. Fato. – Maia comentou rindo e eu ri com ela.

_Já te falei que vou te apresentar um amigo. Ei Simon se lembra do Jordan? – eu perguntei e ele sorriu.

_Claro. Como poderia me esquecer dele? – ele brincou e eu sorri.

_Acho que temos alguém que combinaria com ele não? – eu brinquei indicando Maia com o dedo e ele riu.

_Claro, como eu não pensei nisso, dois encalhados juntos. Fim de semana nós vamos sair, eu e Izzy, você e o Jordan. Vamos te desencalhar Maia. – e com isso todos bateram palmas.

A conversa corria agradável, mas estava faltando a presença de um ser purpurinado, que ficava somente encarando Jace e Alec.

_Ei Bane. – eu me sente perto dele e ele sorriu.

_Olá ursinho. – ele brincou e eu sorri.

_Por que você não vai lá e agarra-o? Entre no clima de “desencalhamento” e aproveita. – eu sugeri e ele revirou os olhos sorrindo.

_Já fiz o que eu podia fazer Clary, agora é a vez de ele aprender a dar valor. – ele comentou e eu suspirei o abraçando. Enquanto eu estava abraçada com Magnus senti o olhar de Jace sobre mim, olhei para ele sugestivamente e depois olhei para Alec que estava distraído conversando com Simon. Fiz um sinal indicando Magnus e Jace sorriu. Acho que ele entendeu.

_Alec, pode me ajudar a ir lá em cima, por favor? – ele perguntou e Alec prontamente atendeu. Magnus que estava praticamente escorado em mim ficou tenso de imediato. Oh o que o ciúme faz com as pessoas. Que coisa linda.

Não sei quanto tempo se passou, mas quando Alec e Jace desceram novamente, ele estava com uma expressão decidida no rosto. Magnus estava em pé já brincando de leve com os meninos e eu estava observando a cena toda. Jace se sentou ao meu lado e eu sorri para ele.

Alec andou até Magnus com um olhar decidido e simplesmente o agarrou. Não foi um beijinho, foi um beijão do gênero quero pegar todos os seus germes. Todos começaram a assoviar e fazer a maior festa.

_Tenho que informar a todos que agora eu e Magnus também estamos namorando. E não tem “se você quiser não”. Estamos namorando e ponto. – Alec anunciou e todos riram. Magnus só rolou os olhos e sorriu.

_Como se eu fosse recusar. – ele falou e eles se beijaram novamente.

_Acho que vou abrir um centro para ajudar pessoas a se resolverem amorosamente. – eu falei baixinho com Jace e ele riu.

_Posso me consultar no seu centro? – ele brincou e eu ri junto com ele.

_Só se você pagar. – olhei para ele e soube que não havia mais como fugir, nós teríamos que conversar.

_Só vamos conversar se você quiser Clary. Não precisa entrar em pânico. – ele falou como se entendesse o que eu estava pensando Eu suspirei.

_Vamos conversar Jonathan, antes que eu me arrependa. – e assim nós nos encaminhamos para fora do dormitório, antes que as pessoas nos impedissem.

Agora vamos lá Clary. Está na hora de você ser sua própria cupida.