Três Vassouras escrita por Amanda


Capítulo 80
Pesadelos/Lembranças




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Após a chuva dar trégua, ambos correram de volta para o castelo. Atrasados para o jantar, andavam pelos coredores, à caminho do Salão comunal, onde trocariam e roupa e tentariam pegar o final do jantar.

Dobraram o corredor, mas envergonhados pararam.

—Quero uma explicação! —Dizia Minerva, em frente ao quadro de Dragão.

Rose tremeu de frio e Scorpius se pôs a explicar.

—Nós estávamos no jardim quando começou a chover. —Explicou. —Estávamos esperando parar.

—Isso não explica as roupas extremamente molhadas, e embarradas! —Olhou fixamente para Rose, que se escondeu atrás do corpo do loiro.

—Caímos na lama, estávamos indo nos trocar para o jantar. —Respondeu.

—Creio que consigam algo na cozinha, já que o jantar terminou à meia hora. —Falou impaciente. —Quero vocês dois na minha sala amanhã após o café para discutirmos sobre a formatura!

Ambos assentiram, e a diretora seguiu seu caminho. Adentraram o salão, quase unidos pela proximidade. Scorpius colocou uma toalha em volta do pescoço de Rose, roubando-lhe um beijo simples.

—Tome seu banho! —Scorpius falou, beijando a testa da ruiva com ternura.

Rose jogou as roupas molhadas no chão frio do banheiro, a camisa escorregou por seus braços, até ter o mesmo fim do restante das peças. A água quente em contato com sua pele, lhe deu calafrios, um choque térmico percorreu seu corpo, até que se acostumasse com a água quente.

Ao sair, vestiu uma camisa dos Chudley Cannons, e uma calça de abrigo cinza. Secou o cabelo com a varinha, evitando um resfriado. Jogou-se no sofá e esperou Scorpius sair do banheiro, exalando seu perfume inebriante.

—Quer que eu busque algo para você comer? —Perguntou puxando as pernas de Rose para cima das suas. —Posso ir na cozinha, se quiser.

—Não precisa. Estou bem. —Respondeu sorrindo fraco.

Scorpius tocou no braço da garota.

—Você está gelada. —Concluiu.

Rose deu de ombros

—Venha! —Pegou-a no colo como se a mesma estivesse fragilizada e caminhou até seu quarto. A decoração verde e prateado não encantava Rose, mas resolveu deixar passar daquela vez. Deitou-a sobre o colchão delicadamente, e com movimentos precisos, deitou ao seu lado. Cobrindo-os com um cobertor fofo e macio.

Rose virou-se, ficando de lado, Scorpius repetiu o movimento, ficando cara a cara com a garota. Afastou do rosto delicado uma revolta mecha arruivada.

—Você está bem? Ainda está um pouco fria! —Scorpius falou, fazendo um movimento de vai e vêm com o dedo no rosto de Rose.

—Estou bem. —Falou por fim.

Scorpius encaixou seus dedos ágeis na cintura da ruiva, puxando-a para perto de seu corpo, colando-a em seu peito. Abraçava-a com ganância.

—Eu nunca mais vou te deixar ir embora! —Falou beijando o cabelo da Rose, que tomava conta do travesseiro branco.

—Você sabe que realmente nunca me deixou. —Rose falou calmamente contra o peito do loiro.

—Eu te deixei quando falei aquelas coisas! —Afastou-se para olha-la com mais cuidado. —Mas agora ruiva, eu não pretendo te largar tão cedo. Então, trate de ficar na minha cama o resto de sua vida. E não ouse sair sem me avisar!

Rose riu.

—Prometo que quando você acordar, continuarei aqui! —Esticou-se, beijando o nariz do loiro.

Scorpius ajeitou-se para dormir, mas Rose lhe afastou um pouco e sentou-se.

—O que foi? —Scorpius sentou-se em seguida, tocou o ombro de Rose delicadamente. —Tudo bem?

Rose assentiu.

—Apenas esqueci de devolver um livro para a biblioteca. —Scorpius riu de toda a preocupação, voltou a puxa-la para seu peito, e deitou-se. Adormecendo.

A floresta continuava escura aos olhos do loiro, que tentava caminhar por entre os galhos e raízes, novamente um grito e um baque surdo. Corria o mais rápido que conseguia sem cair ou tropeçar nas armadilhas naturais que a floresta criara. Dessa vez parara, para de alguma forma tentar rastrear a ruiva. De repente, o ultimo som que ouviu foram gritos, proferidos em forma de feitiços, um clarão colorido na sua frente por entre as folhas lhe guiou. Um grito dolorido e agonizante. Corria o mais veloz que podia, empurrando galhos baixos e chutando as pedras em seu caminho. Ao chegar na clareira a única coisa que conseguiu fazer ao ver a garota por quem era apaixonado, foi estuporar o comensal que apontava a varinha mortalmente para a ruiva. Após estuporar a figura encapuzada, correu até Rose. Reconheceu o feitiço no mesmo instante. Cortes por todo o corpo, e o sangue fluindo. Seu pai lhe contara sobre quando fora atingido com aquele mesmo feitiço. Rose olhava para cima, para o topo das árvores, grossas lágrimas escorriam por seu rosto. Chorava baixinho. Trocou algumas poucas palavras com a ruiva, não percebeu quando seus amigos e os aurores invadiram o local, tirando o comensal de lá. Segurava-se para não deixar as lágrimas caírem, mas foi quando Rose disse que o amava, foi que tudo complicou. Era como uma despedida.

Acordou atordoado. Há meses aquele mesmo pesadelo lhe atormentava. Esfregou o rosto com as mãos e olhou para o lado. Rose dormia de forma engraçada. Tinha as pernas esparramas e enroladas no lençol, o cobertor, fora passado para o lado, abraçava um travesseiro com força. Scorpius sorriu. Delicadamente, puxou o travesseiro, substituindo-o pelo seu corpo, que foi ainda mais apertado pela ruiva.

—Scorp... —Rose balbuciou.

O loiro passou suas mãos ágeis pela cintura da ruiva, por dentro de sua camisa, sentindo o calor emanando de sua pele alva e macia.

—Eu te amo e estou aqui! —Sussurrou contra seu ombro, onde carinhosamente, depositou um beijo.

A expressão de Rose mudou, ficou ainda mais serena, angelical. Relaxando os músculos faciais.

E enquanto tentava adormecer com o inebriante cheiro de morango adocicado de Rose, passou pela sua mente tudo o que acontecera naquele ano, e no anterior. Passou por seus pensamentos, o beijo debaixo daquela mesma árvore, onde o primeiro beijo ocorreu. Lembrava-se do coração que quase saía pela boca no instante em que percebeu o que estava prestes a acontecer, mas foi apenas ao sentir os lábios aveludados de Rose que os fogos e artifício explodiram em milhões de cores e encheram seu peito de confiança. E com essas lembranças, adormeceu.


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Notas finais do capítulo

Queria agradecer à Lily Luna, pela recomendação e Maldições Imperdoáveis. Até logo