Três Vassouras escrita por Amanda


Capítulo 79
Chuva




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/447471/chapter/79

Rose sentara-se nervosa em sua mesa, como no quinto ano balançava a pena agitadamente sobre a mesa. Scorpius algumas classes atrás a observava por cima dos ombros de outros alunos. Rose era inteligente, mas a pena balançando só podia ser sinal de que esquecera a resposta, e se Rose não sabia, o que restara para ele?

O pendulo do incomparável relógio, mexia-se com precisão e de modo padronizado. Os alunos de cabeças abaixadas, com sobrancelhas erguidas, e para os mais nervosos, gotículas e suor nas têmporas. E então, a professora se levantou. O único som realmente audível pela sala, era o arrastar das penas sobre os pergaminhos. Logo em seguida, o relógio deu sua primeira badalada. As mãos corriam ainda mais rápido contra o papiro. Segunda, terceira, quarta, décima segunda badalada.

As cabeças consecutivamente foram se levantando, e as penas deixadas de lado, no canto das mesas de madeira escura.

Fez-se silêncio. Aluno por aluno saiu da sala, quietos com toda a adrenalina de pensar que poderiam ter ido mal à prova.

Com o restante do dia livre, Rose arrastou seus amigos para o lago negro, a fim de observar a lula gigante, e tomar um ar.

Rose estava deitada por entre os ramos de grama, enquanto Scorpius enrolava o cabelo da ruiva em seu dedo indicador. Tiago e Luke recusaram o passeio, com a descarada desculpa de que dormiriam, depois de semanas estudando.

—Então, o que fará depois daqui? —Perguntou sem jeito.

—Eu não sei. Acho que trabalhei com leis do departamento de magia. —Respondeu após pensar um pouco. —E você?

Scorpius entortou os lábios.

—Auror! —Sorriu com esperança.

Rose movimentou a cabeça.

O sol ao longe já começava a sua transição de cores, deixando o céu multi colorido. As nuvens encobriam uma parte das luzes que tanto encantava. De repente, uma chuva fraca começou, Rose e Scorpius rapidamente lançaram-se para de baixo da árvore, tentando proteger seus corpos das gotículas geladas.

—Vamos correndo, com sorte não nos molharemos muito! —Rose falou analisando a grama umedecida.

—Vamos esperar, é apenas uma chuva de verão. Logo passa. —Falou encostando-se ao tronco do carvalho. A casca soltava-se.

—Se você fosse um pouco mais perceptivo, teria reparado que o céu está todo nublado. Não vai parar tão cedo! —Esbravejou. —Vejo você depois Malfoy.

Rose correu, subia o declínio em direção ao castelo com velocidade, mas não conseguiu evitar, em um momento corria atenta, no outro, pisara em uma poça de lama, e escorregava, caindo de bruços. Rolou até um pouco antes de onde Scorpius assistia a cena com divertimento, mas preocupação. O loiro não teve o que fazer, a não ser correr até a ruiva e ajudá-la a levantar, levando-a até a arvore novamente.

—Você é louca? Poderia ter quebrado uma perna. —Falou observando-a meticulosamente. Ao perceber que a ruiva não tinha nenhum ferimento, começou a rir, exageradamente, segurando a barriga dolorida pelas risadas.

—Muito engraçado, mas como o senhor mesmo disse, eu poderia ter quebrado uma perna! —Reclamou, escorando-se na arvore, indignada.

—Claro que foi perigoso, mas eu mandei a senhorita Teimosia Pura, sentar e esperar. —Juntou-se à ruiva.

Lado a lado, seus olhares vidrados no lago negro, as águas turvas com a chuva que ainda caía. Scorpius deslizou os dedos compridos pela casca seca da arvore, até encontrar a mão gelada de Rose. Entrelaçou seus dedos furtivamente.

—Scorpius, eu não estou entendo! —Rose falou.

Scorpius notou que a ruiva estava com os olhos fechados enquanto falava.

—Não entende o que? —Perguntou com a voz pacifica.

—Isso! —Referia-se aos dois. —Uma hora estávamos brigando e agora, agora estamos aqui, de mãos dadas. Eu posso ser inteligente, mas não estou entendendo o que está querendo fazer!

—Eu gosto de você.

Rose corou.

—E eu não sei como dizer isso, mas preciso e você, aqui, do meu lado. —Falou.

Rose ainda tinha os olhos fechados. Scorpius segurou seu rosto pequeno e delicado, que mais parecia ter sido esculpido pelas mais sábias mãos.

—Lembra quando você disse que me amava? —Perguntou e Rose apenas assentiu. —Você estava no meu colo, ferida, no inicio achei que aquilo fosse alguma maneira de você me dizer que tudo ficaria bem. Mas depois que vi você com os cortes. —Tocou o quadril da ruiva, onde lembrava-se de ter uma enorme cicatriz. —Eu tive certeza de que você estava de alguma forma se despedindo. Fiquei irritado com aquilo, você estava desistindo de tudo.

Rose interrompeu o monólogo.

—Eu desisti no momento em que não cumpri a promessa. —Abaixou o rosto.

—Eu teria feito o mesmo. —Rose levantou o rosto para observa-lo. —Mas como eu estava dizendo. A sua atitude me deixou tão irado com toda aquela informação. Que foi o único meio que arranjei para tenta perdoa-la.

Rose não sabia o que pensar, estavam tão absortos ao momento, que não perceberam que a chuva havia parado tempo o suficiente para voltarem ao castelo. Scorpius teria se gabado, dizendo que estava certo quando disse que seria apenas uma chuva de verão. E Rose o ignoraria, ou usaria seus melhores argumentos para manda-lo calar a boca.

—Você ficou com a Scoults! —Rose falou, já com os lábios tão próximos aos de Scorpius, que o rapaz sentia-o roçar sobre os seus.

Sorriu presunçoso.

—Eu só tenho olhos para você, Weasley!

Foi a palavra chave para que Rose o beijasse apaixonadamente. Scorpius foi criativo com os movimentos de sua língua, lenta e docemente. As mãos comprimiam a ruiva contra seu peito. Escorou-a na arvore, com cuidado. Por ser mais alto, flexionava levemente os joelhos, para alcançar com mais precisão os lábios da ruiva. Já se passara de apenas desejo. Necessidade. Era a única palavra que se encaixava naquele momento.

—E o Scamander? —Perguntou interrompendo o beijo e olhando nos olhos da ruiva.

Para o nervosismos do loiro, Rose pensou e quase no ímpeto de desespero do garoto, riu alto, atirando a cabeça para trás, mostrando os dentes brancos.

—Eu só tenho olhos para você Malfoy! —Scorpius sorriu aliviado e voltou a beija-la sem pudor.

Scorpius afastou-se sorrindo.

—Tenho que te contar algo que falei enquanto você estava desacordada. —Rose incentivou-o com um sorriso gentil. —Eu te amo!

Os corpos molhados, colados um ao outro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Lily, agradeço muito pela maravilhosa recomendação! Até logo, pessoas