Três Vassouras escrita por Amanda


Capítulo 42
N.O.M.s


Notas iniciais do capítulo

Olá, voltei de viagem e agradeço todos os comentários e pela paciência.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/447471/chapter/42

Passara uma semana desde as últimas palavras pronunciadas naquele Salão Comunal. As rondas eram silenciosas, e qualquer acontecimento inesperado era avisado através de bilhetes fixados no mural.

Naquela tarde ocorreriam os tão esperados N.O.M.s, que deixavam todos os alunos nervosos. Rose já estava em sua classe, batendo incansavelmente com a ponta da pena na mesa, tentando passar toda a matéria dos mais de vinte livros e cinco anos que estudara. Os outros alunos, cujos lentamente entravam, ficavam o mais longe possível da ruiva, temiam alguma azaração caso falassem algo. O professor passou por entre as classes, movimentou a varinha e os pergaminhos flutuaram em direção aos alunos, pousando suavemente sobre cada uma das mesas.

O relógio marcou o horário com um tique taqueado incessável. E apenas quando o relógio soltou suas doze badaladas, as penas pararam com o movimento repetitivo, abruptamente.

—Por favor, soltem as penas e esperam até que todas as provas estejam na minha mesa. —O professor suavemente movimentou a varinha e as provas flutuaram de volta para a sua classe, formando uma pilha. —Até o jantar.

Aluno por aluno levantou e se retirou, caminhando em duplas conversavam e debatiam sobre a prova extremamente complexa. Com exceção de poucos alunos, inclusive os revoltados, porém, agora controlados cachos arruivados de Rose, que decidiram seguir sozinhos com seus pensamentos. Mérlin sabia o quanto havia estudado para aquele maldito teste, e agora que o terminara, sentia um peso a menos sobre suas costas, que por ora desaparecera, mas logo seria substituído pelo nervosismo do resultado.

A grande maioria aproveitou para observar o belíssimo pôr do sol na beira do lago negro. Entretanto, Rose preferiu ir até a biblioteca, para se distrair um pouco e tirar a prova de sua cabeça, saiu apenas quando a bibliotecária, Madame Pince, lhe chamou atenção, avisando-lhe do horário.

Caminhava pelos corredores, olhando para o chão como se fosse algo interessante para perder-se.

—Rose! —Lorcan vinha em sua direção com a capa preta e amarela perfeitamente ajustada ao corpo. —Estava indo jantar e você?

—Também! —A ruiva sorriu parando ao lado do garoto com fios loiros acobreados. —O que achou dos N.O.M.s?

—Bastante complicados, mas eu acho que fui bem. — Respondeu confiante com o peito estufado de orgulho.

—Digo o mesmo. —Estufou o peito da mesma forma que o rapaz.

Adentraram o salão barulhento e se separaram com um “até logo” acenado. Rose seguiu para a mesa da Grifinória, onde sentou de frente para Lily.

—Você está calma de mais! —Constatou a ruivinha.

—Me distraí na biblioteca, já relaxei. —Serviu-se de purê de batatas com um pouco de molho.

—E quando você e meu irmão vão voltar a conversar? —Era Alvo quem perguntara, e sentara-se ao seu lado.

—Quando ele aceitar que você não é o único Sonserino que é bom. —Respondeu rapidamente, esperando que o assunto acabasse logo.

—Certo, agora preciso voltar para a minha mesa. —Bagunçou o cabelo das ruivas e caminhou ao encontro das serpentes.

Rose, não que fosse por falta de opção, preferiu andar e conversar com Lily.

—O que vai fazer amanhã? —Perguntou para a prima distraída.

—Ah, eu. Amanhã é sábado. —Pensou por um momento. —Acho que ficar por aí, depois do almoço vou terminar de ler um livro que o Luke me deu.

—Certo, te vejo no café da manhã? — Lily já pronunciara com clareza a senha para o quadro da Mulher Gorda e apenas aguardava a resposta da prima.

—Café? Achei que só te veria depois do almoço! —Brincou Rose, já conhecendo o jeito preguiçoso da prima.

—Sim, não sou Alvo. —As duas riam, antes da Mulher Gorda resmungar e mandar Lily entrar logo, sob ameaça de trancar-se para a pequena Potter.

Rose não viu Scorpius no salão, o que de certa forma a tranquilizava. Tirou o uniforme suado e sujo, juntando-o com o restante de suas roupas. Jogou sobre os ombros uma regata branca, a calça de moletom cinza lhe caia perfeitamente nas pernas cumpridas e magras, calçou as pantufas brancas com orelhas de coelho, cujas ganhara no natal.

Espalhou sobre a redonda mesa de reuniões, uma pilha de pergaminhos. Símbolos, e para quem olhasse por cima, uma língua estranha, porém, para Rose, apenas um divertido e cansativo trabalho de Runas. O último.

E com as mãos ocupadas fazia diversas coisas ao mesmo tempo. Na sua direita lia e folheava um enorme exemplar de Runas Antigas, onde pesquisava um símbolo desconhecido, na mão esquerda segurava a pena que roçava em seus lábios contraídos. Com a boca, em alguns momentos, assoprava para cima, tentando desviar uma mecha dos olhos.

A noite foi passando, os ponteiros do relógio pendurado na parede em cima da lareira já haviam dado praticamente uma volta completa, movimentavam-se com precisão e corriam rapidamente de horas para minutos. Rose, afundada na cadeira, com o cabelo preso em um coque mal feito, dormia, com o rosto enfiado entre os braços cruzados em cima dos livros. A semana havia sido cansativa e de alta tensão, não se lembraria —nem se quisesse— quantas horas dormiu naqueles cinco dias de estudo árduo. A posição em que se encontrara não era nada confortável, as costas curvadas, e a cabeça apoiada em livros duros. A mão esquerda ainda segurava a pena de faisão dourado, com uma diversidade de detalhes em marrom. Os pés cruzado a impediam de se esticar mais, a cadeira encostada na parede impedia que deslizasse e caísse, o que foi alguma razão para ter conseguido dormir tão rapidamente e repentinamente.

De repente, o sentimento de preenchimento e proteção lhe envolveu tão rapidamente quanto acordou no dia seguinte, sem saber como havia chegado na sua cama. Não se lembrava de nada depois de passar horas procurando um maldito símbolo, mas o fato passou despercebido, já que não lembrava-se de quase nada desde que começou a passar noite em claro, tinha em mente a teoria de que sua memória ficava ofuscada pelo cansaço eminente. Após se vestir, passou pelo quarto de Scorpius, que estava vazio, assim como a maioria das manhãs, não que se importasse, ou fingia não se importar. Então, saiu em direção ao Salão Principal.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem o que acharam pessoinhas ;D