As Aventuras dos Marotos escrita por Aki Nara


Capítulo 34
Capítulo 34 - Férias 2




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Cena 1 – O Chamado


 


Vivian abriu a porta, a noite estava escura e somente as estrelas iluminavam o céu. Ela estava inquieta e isso agora era freqüente, seu coração pesava toda vez que Edward era chamado no meio da noite. Assustou-se ao perceber um vulto sentado no balanço.


 


- Peter! O que está fazendo sozinho aqui fora?


 


- Ah! Eu estou sobrando – ele se lamuriou. – Por isso, preferi estar aqui.


 


- Então, me faça companhia. Edward... precisou sair, mas nós inventamos um piquenique no regato.


 


- Eu lhe faço companhia, mas é somente pela senhora. Um piquenique agora à noite?


 


- Sim, eu quero mostrar algo para as garotas antes que todos vocês voltem para Hogwarts.


A porta se abriu novamente e os casais saíram.


 


- Vamos então? – Vivian perguntou. – Pegou a cesta, James?


 


- Está aqui, mãe.


 


Vivian segurou-se no braço de Peter e eles iniciaram a breve caminhada até o regato em silêncio. A noite estava agradável, uma leve brisa soprava por entre as árvores e o perfume de camélias se alastrava no ar.


 


- Sentem-se! – Vivian murmurou. – E silêncio!


 


Eles estenderam as toalhas no chão e se sentaram calados. Vivian acendeu um incenso que pegara no cesto. O ar exalou um perfume exótico levado pela brisa. Vários pontos luminosos surgiram nas folhagens. A natureza manifestava toda a sua magia, tudo a volta brilhou igual a uma árvore no natal.


 


- É tão lindo, James. – Lílian suspirou – São vaga-lumes.


- Sim, Natal em pleno verão – James sorriu. – Eu tinha me esquecido.


 


- Parecem estrelas caídas do céu – Andrômeda disse encantada.


 


- É verdade – Remo disse maravilhado. – Os vaga-lumes quase não existem mais e eles só se reproduzem em águas limpas.


 


Um vento forte soprou e as pequenas luzes se deslocaram. Alguns deles pousaram nos cabelos de Marlene.


 


- Você ficou mais linda, Lene.


 


- Faz cócegas – Marlene riu.


 


Enquanto os jovens se divertiam, Vivian assistia calada. Um presságio lhe dizia que essa paz não duraria para sempre. Ela procurou conforto segurando nas mãos de Peter, mas ao contrário ficou mais apreensiva. Ele estava frio e distante, Vivian pressentiu que algo estava muito errado. Não eram somente as mãos enregeladas, mas Peter parecia estar com sua alma congelada.


- Peter! – Vivian sussurrou – Você está bem?


 


- Como? – Ele não ouviu e por isso foi evasivo. – É bonito.


 


Ela o olhou atentamente, apesar de parecer um garoto normal, ela percebeu que ele já não era mais aquele pequeno garoto encantador, que a perseguia pedindo por sua atenção. Ela estremeceu involuntariamente, de repente o futuro pareceu-lhe incerto e tenebroso.


 


- Peter! Se eu pedir algo você me atenderia?


 


- Qualquer coisa, Sra. Potter! – disse sem pestanejar.


 


- Prometa-me que se algum dia você tiver que escolher entre um caminho mais fácil e outro mais difícil, você se lembrará que tem coragem suficiente para enfrentar qualquer mal que surgir em seu caminho?


 


- Prometo! – Peter não havia entendido.


 


- E nunca esquecerá, que pertence a esta família?


- Nunca, Sra. Potter.


 


- Oh, Peter! Que Merlin tenha piedade de todos nós. – Ela o abraçou como abraçaria James.


 


- Nada de mal acontecerá. - Ele percebeu a aflição e tentou confortá-la.


 


- Tomara que você esteja mais certo do que eu.


 


James olhou a mãe abraçada ao Peter e não resistiu.


 


- Está roubando a minha mãe, Peter?


 


- Não! – Peter ficou envergonhado.


 


- Ele não precisa, meu filho – Vivian sorriu e pousou a mão em seu coração.


- Neste coração ainda tem muito espaço – e completou sorrindo - acho que não é de mim que precisa ter ciúme, James.


 


Todos riram, James levantou as mãos e se deu por vencido.


- Touchê, mãe! – Ele sorriu.


 


Cena 2 – A Preocupação


 


Alvo Dumbledore esperava um visitante em seu gabinete. Já era bem tarde da noite e seus pensamentos estavam apreensivos. Rumores sobre o surgimento de um novo senhor das trevas ocupavam sua mente. A lareira estalou e um vulto se materializou, a Fênix piou avisando-o que o visitante acabara de chegar.


 


- Boa noite, Alvo! – disse o homem – Recebi a mensagem através de seu patrono.


 


- Boa noite, Edward! Desculpe chamá-lo tão tarde, mas precisava de notícias. Então, esses rumores são verdadeiros?


 


- Sim, senhor. Há um novo líder das Trevas e ele se intitula Lord Voldemort.


 


- Era o que eu temia – suspirou pesadamente.


 


- O senhor o conhece? – disse espantado.


 


- Infelizmente, sim. É um ex-aluno, assim como muitos. E o que de concreto já foi descoberto?


 


- Que ele acredita na supremacia dos puros-sangues.


 


- Ah! Não poderia ser de outra forma. Quantos bruxos “amigos”, nós conhecemos com as mesmas idéias.


 


- Ele está dando trabalho para o Ministério da Magia, pois houve uma série de assassinatos no mundo trouxa. Já não tínhamos credibilidade e agora com o ataque, as nossas relações estão por um fio.


 


- Faço idéia, meu caro. É uma forma inteligente de desviar nossa atenção do que realmente interessa. Quem ele está recrutando para a causa? – olhou-o sobre os óculos de meio aro.


 


- Os desacreditados e os rechaçados pela nossa comunidade, entre eles, Gigantes, Dementadores e Elfos, além de famílias de bruxos perigosos ligados a Grindenwall.


 


- Ele vai usar o “mal” de nossa Comunidade, vai se alimentar de nossa ferida, o preconceito. Seja sincero, Edward. Quais as medidas “sensatas” que estão sendo tomadas pelo Ministério?


 


- Nenhum, senhor. Eles não crêem que esse Lorde vá longe e inicie uma outra guerra. Ele não foi considerado perigoso – suspirou inconformado.


 


- E qual a sua opinião?


 


- Como um Auror, eu ouso dizer que não devemos menosprezar nenhum inimigo em potencial.


 


- Você sempre teve uma boa visão, meu jovem.


 


- Não tão jovem assim, senhor – ele sorriu.


 


- Sim, mas não queira comparar – os olhinhos sagazes brilharam. – Você tem razão, convocarei a Ordem imediatamente e devo dizer, preciso que você recrute quantas pessoas puder para o nosso lado, de preferência pessoas confiáveis, nós precisaremos de toda ajuda de que dispomos.


- Por que o senhor não está no Ministério? – indagou curioso.


 


- Eu nunca me interessei pelo Ministério, nem quando me ofereceram o cargo de Ministro por duas vezes, aprendi uma dura lição e por isso prezo a liberdade e o direito de todos serem livres, Edward.


 


- O que faremos com as crianças?


 


- Por enquanto, seguiremos o curso da vida, mas deixarei os professores em alerta. Agora vá! Tomei muito do seu tempo, Viviam deve estar preocupada, mande as minhas lembranças a ela.


 


- Mandarei, Alvo. Ela lhe enviou um grande beijo.


 


- E eu nem lhe perguntei como todos estão. Desculpe a indelicadeza de um velho senil.


 


- Estamos todos bem – sorriu. – E você está longe de ser senil, Alvo. Até logo, então.


 


- Até logo! Mandarei notícias em breve.


 


Edward sumiu nas chamas deixando um Dumbledore pensativo.


 


Cena 3 – O Segredo Descoberto


 


As luzes da casa estavam todas apagadas. Edward recostou-se na árvore e olhou para a janela de seu quarto. Edward recostou-se ma árvore e olhou para a janela de seu quarto. Ele se lembrou do tempo em que ficava sonhando com o dia em que teria Vivian para si. Ele sentiu a sua presença antes mesmo de sentir o suave perfume de violetas, aguardou ela surgir ao seu lado.


 


- É você, Edward? – ela sussurrou.


 


- Sim, meu amor. Eu acabei de chegar.


 


Ela aconchegou-se nos braços dele para sentir o calor e a segurança, que lhe faltaram desde a hora em que ele saiu.


 


- Eu me senti solitária sem você?


 


- Com a casa cheia? – ele riu. – É muito bom saber que você ainda sente a minha falta.


 - E Dumbledore?


 


- Ele mandou lembranças e eu mandei as suas – ele tentava esquivar-se da pergunta. – E o piquenique como foi?


 


- Não tente mudar de assunto, Edward James Potter – respondeu zangada. – O que realmente ele queria?


 


- Saber sobre o novo Senhor das Trevas – ele suspirou exasperado. – Por que não consigo esconder nada de você? Eu quero te proteger... alguns assuntos não deviam ser ouvidos para evitar seu sofrimento.


 


- Não se zangue, Edward. Eu prefiro, assim. Dumbledore vai convocar a Ordem?


 


- Sim. E me pediu para recrutar mais bruxos. Eu fico mais tranqüilo sabendo que ele vai agir. Você sabe como tudo no Ministério é burocrático.


 


- E Hogwarts! As aulas continuarão normalmente?


 


- Sim. É mais seguro seguir a vida. Não queremos chamar a atenção desse que se intitula Lord Voldemort.


 


- Então, eu estava certa. Oh, meu amor! Eu tive um presságio ruim.


 


- Não se preocupe. Não há de ser nada, nós ainda veremos os nossos netos – Edward sorriu - acho que nem está num futuro tão distante assim.


 


- Ela é um doce, mas sabe ser enérgica quando precisa – Vivian sorriu com candura – ela vai descobrir que eles foram feitos um para o outro.


 


- Se parece extremamente com alguém que eu conheço – ele a beijou na testa – Vamos para o nosso quarto?


 


Eles caminharam para dentro, sem saber que escondidos na copa da árvore, Lílian e James acabavam de ouvir toda a conversa.


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