As Aventuras dos Marotos escrita por Aki Nara


Capítulo 33
Capítulo 33 - As Férias




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/44724/chapter/33

Cena 1 – De pai para filho

 

A noite estava calma, o Sr. Potter fumava seu cachimbo sentado à varanda, quando James apareceu.

 

- Oi, pai. – James se sentou ao lado Edward.

 

- Sem sono, meu filho?

 

- Ansioso. – Ele suspirou.

 

- Vai dar tudo certo! – Edward sorriu. – Sua mãe é ótima quando se trata de diplomacia. Fui informado agora a pouco que todas elas virão. Já está confirmado.

 

- Sério? – James não cabia em si de contentamento. – Como ela conseguiu, pai?

 

- Bem, ela pediu para que Dumbledore nos recomendasse por carta. Somos uma família acima de suspeita, portanto espero que faça a sua parte, meu rapaz. Seja um cavalheiro e conserve seus amigos na linha.

 

- Sim, senhor! – James bateu continência. – Nos manteremos na linha.

 

- Ótimo! – Edward sorriu.

 

- Pelo menos tentarei, Sirius é minha preocupação... – calou-se - agora Remo, tudo bem. E por falar nele, graças a poção milagrosa de Dona Vivian, ele se recuperou rapidamente – desviou o assunto.

 

- Sim, sua mãe é a melhor quando se trata de poções  – Edward concordou, porém retornou ao assunto. – Filho! Quero ter uma conversa séria de bruxo para bruxo. Diga-me! Quais são as suas intenções para com essa moça?

 

- As melhores possíveis, pai – James sorriu mostrando as covinhas. – Eu nunca tive tanta certeza de algo.

 

- Quando foi que você cresceu, meu rapaz? – Edward suspirou – Nós, os homens da família Potter, só amamos uma mulher em toda nossa vida, James. Portanto, você tem a nossa benção, mas tenha em mente que os pais dela talvez possam se opor.

 

- Por que eles se oporiam, se tenho certeza de que posso fazê-la feliz?

 

- Pelo simples motivo que eles não são bruxos, James. Eu soube por Dumbledore, que eles foram contra a ida dela para Hogwarts, no início. A minha experiência me diz que você terá de lutar por sua felicidade.

 

- Eu faria tudo por ela, pai. Até morrer se fosse preciso.

 

- Espero que isso não seja necessário, meu filho. – Edward disse com o semblante carregado.

 

- Não se preocupe, eu os dobrarei apenas com o meu charme – James riu. – Mas primeiro eu preciso convencê-la de que eu sou sua melhor escolha - ele passou a mão no cabelo num gesto impaciente. – como faço isso, pai?

 

- Use seu charme em dobro – Edward sorriu lembrando muito James. – E paciência, meu filho.

 

- Mulheres! Por que elas gostam tanto de complicar?

 

- Não sei, mas sem a sua mãe, eu não saberia viver... – Edward guardou o cachimbo e se levantou – Você ainda vai ficar aqui?

 

- Um pouco, pai. Boa noite!

 

- Boa noite, filho. E para vocês também, rapazes. – Edward gargalhou – e não pensem que me esqueci. Quero que todos vocês sejam cavalheiros respeitáveis enquanto as garotas estiverem sob nossos cuidados.

 

Edward entrou fechando a porta atrás de si.

 

Cena 2 – Papo Cabeça

 

Sirius desceu do telhado da varanda e Remo saiu detrás das ameias.

 

- Vocês estavam aí esse tempo todo? – James estava rubro de vergonha.

 

- Eu queria ter uma conversa assim com meu pai. – Remo suspirou cheio de tristeza. – Você tem muita sorte, James.

 

- É. Eu sei – Remo se sentou no lugar que Edward havia estado e James bateu em seus ombros.

 

- Que história é essa de Remo tudo bem e Sirius é minha preocupação? – Sirius fingiu zanga. – Quer dizer que o namoro com a Lily é sério mesmo? Um Potter ama somente uma mulher na vida. - Sirius imitou a entonação de Edward e sorriu cínico. – De onde vem tanta certeza?

 

- E você não tem certeza sobre a Lene? Você já se perguntou por que tem que ser ela e não outra garota? – James contra-atacou. – E por falar nisso, eu nunca mais te vi olhando para outra garota, Sirius. A não ser, é claro, quando você quer causar ciúmes nela.

 

- Touchê! Acho que nós três estamos irremediavelmente apaixonados, ham? – Remo riu.

- Pelo menos a sua situação é melhor do que a nossa. Você é correspondido.

 

- E vocês não são? A Lily só não quer admitir e a Lene... bem, ela é durona, mas nada que um charme em dobro não resolva – Remo sorriu marotamente.

 

- Bom, é claro que usarei minha arma secreta. – James riu – o problema será me controlar para não passar dos limites e ser um perfeito cavalheiro, Remo.

 

- E qual o problema de passar dos limites?

 

Remo e James se olharam num mudo entendimento, como se dissessem um para outro “Não disse”.

 

- E aí, quem se habilita a me explicar? – Sirius ficou amuado e cruzou os braços.

 

- Bom, nos controlarmos é uma forma de demonstrar para a garota que ela é especial, entende?

 

- Não! Se eu quero e ela quer a mesma coisa, por que precisamos parar para demonstrar qualquer coisa?

 

- Eu desisto. Vou dormir. Tente você, James. Boa noite para vocês. – Remo entrou.

 

- Sirius, alguma garota já te negou alguma coisa?

 

- Só a Lene!

 

- Ainda bem, então ela te ensina essa lição. – James riu – Vamos dormir!

 

Sirius levantou a contra gosto e dois entraram.

 

Cena 3 – Saudade Tripla

 

Fazia uma semana desde que as garotas vieram, mas eles ainda não tinham estado sozinhos. Sua mãe conseguiu organizar a vida deles na casa. James finalmente marcou um encontro com Lily no pomar de laranjeiras. Ele subiu na árvore e aspirou o perfume das flores. Sem ter o que fazer enquanto esperava por ela, colheu as flores e trançou uma coroa para lhe presentear.

Lílian corria ao seu encontro e olhava ao redor procurando-o, mas não o viu escondido entre as folhagens da copa, ela se sentou sobre a sombra para aguardar a sua chegada e James aproveitou para olhá-la sem que percebesse.

 

-Vai! - James sussurrou tocando levemente a coroa com sua varinha. A coroa flutuou até se encaixar na cabeça de Lílian.

 

- James? – Lílian olhou para cima e sorriu – Desça, já daí!

 

- Acho que não! A visão está melhor daqui de cima.

 

Lílian olhou para o decote de seu vestido e se levantou bruscamente.

 

- James Potter! – Ela estava escarlate.

 

- Sabe que você fica linda corada? – Ele desceu rapidamente.

 

- O que faço com você, James? – Fingiu zanga.

 

- Pode me dar um beijo, senhorita. – ele sorriu.

 

- Você não está merecendo, acho que você precisa é de um corretivo.

 

- Mas não mereço um beijo pela coroa de flores?

 

- E depois, posso te dar um tapa pelo atrevimento?

 

- Só se você ainda o quiser depois deste beijo.

 

- Conven.... - Lílian não concluiu, pois James a beijou apaixonadamente, exprimindo toda saudade que sentiu pelo tempo que não se viram.

 

- James, você andou treinando? – Lílian suspirou, disse ainda de olhos cerrados e agarrada a ele.

 

- E como eu faria isso? – James se afastou e lhe ofereceu a face para o castigo.

 

- Você cresceu – Lílian ignorou o gesto de James. - Qualquer dia destes vou precisar aprender a escalar - pulou novamente em seu pescoço.

 - E o castigo? – Ele a abraçou.

 

- Fica para a próxima vez. Poderíamos continuar as nossas aulas práticas?

 

James a suspendeu para que ficasse mais alta, então Lílian abaixou seu rosto para beijá-lo novamente.

 

- Garota decidida! – James disse entre um beijo e outro – Mas, esse aperfeiçoamento técnico está ficando muito perigoso, portanto já para casa.

 

Eles caminharam de volta abraçados.

 

Cena 4 – Saudade Tripla II

 

Sirius e Marlene caminhavam por entre as flores do jardim, podia-se sentir o perfume de flores diversas, alfazemas, rosas e violetas, de todas as cores. Ela andava na frente e ele a acompanhava logo atrás. De repente, ela parou de andar e ele chutou uma pedra em seu caminho.

 

Marlene estendeu a mão, pegando-o de surpresa, Sirius sorriu feliz e eles passaram a caminhar de mãos dadas até o caramanchão. Lá chegando, ela se sentou enquanto ele ficou em pé. Sirius parecia um cão aguardando as ordens de sua dona.

 

- Senta aqui do meu lado – bateu no assento – Eu vou ficar com torcicolo, se tiver que olhar para você o tempo todo.

 

Ele se sentou guardando uma certa distância. Após a conversa que os Marotos tiveram na varanda, ele resolveu que evitaria passar dos limites, pois queria ser correto com Marlene.

 

- O quê você tem? – perguntou receosa de que ele já estivesse cansado dela e o encarou bem dentro dos olhos – você não parece o mesmo.

 

- Eu estou tentando me controlar, Lene – explodiu – James e Remo inventaram essa história.

 

- O que exatamente eles inventaram?

 

- Que quando a gente gosta de uma garota de verdade, não devemos passar de um certo limite para demonstrar que ela é especial.

Marlene irradiou felicidade. Então, ela era especial para ele. Era um sonho ouvi-lo declarar isso em alto e bom som.

 

- Você não precisa mudar seu jeito de ser, Sirius. Eu posso muito bem te alertar quando você transpor esses limites.

 

- Verdade? - Ele se aproximou.

 

Ela cerrou os olhos e aguardou o momento pelo qual sonhou, desde a breve separação. Sirius levantou seu queixo e explorou cada centímetro de sua boca, como se estivesse a fazer uma pesquisa.

 

- Eu Passei dos limites? - Ele parou.

 

- Por enquanto, não. - Ela encostou a cabeça no ombro dele.

 

Desta vez, Sirius a envolveu pela cintura, colando-se a ela enquanto com uma das mãos acariciava-a na nuca. Ele percorria um caminho de fogo entre a veia pulsante de seu pescoço e o lóbulo da orelha. Marlene perdeu completamente a noção das coisas, o fôlego lhe faltava e em sua cabeça um sinal de alerta apitava.

 

- E agora? Passei dos limites? - Seus os olhos brilhavam perigosamente.

 

- SIM, algo me diz que devemos voltar.

 

Marlene se levantou, mas Sirius a impediu pegando-a de surpresa. Ela caiu sentada em seu colo e ele beijou-a sedento, desejou muito mais do que ele poderia querer e mais do que ela poderia lhe dar no momento. Ela pensou que seu coração fosse parar enquanto Sirius passeava suas mãos por onde queria e Marlene já não tinha mais forças para resistir. No entanto, ele parou e se afastou. Sirius também respirava com dificuldade.

 

- Isso é uma tortura, Lene – disse inconsolável.

 

- É verdade – sorriu – mas você faria isso novamente por mim?

 

Ela cravou seus grandes olhos sobre ele. Era um teste, ele bem sabia e tudo parecia depender de sua resposta.

- É claro que faria! – suspirou aliviado ao perceber que dera a resposta certa e acrescentou. – Vamos antes que me arrependa.

 

Desta vez, Sirius a abraçou pela cintura e eles percorreram o caminho de volta um do lado do outro.

 

Cena 5 – Saudade Tripla III

 

Remo e Andrômeda sentaram no balanço da varanda. Ele segurava a mão dela enquanto acariciava ao redor do anel.

 

- Eu gostaria de conhecer sua família.

 

- Tio Alfardo e Sirius são a única família que você precisa conhecer.

 

- Então, é com o Tio Alfardo que preciso oficializar nosso namoro? - Remo levantou as mãos para o céu.

 

- Sim, é para ele. Por incrível que pareça, ele é meu tutor legal – sorriu cheia de felicidade – mas você tem absoluta certeza?

 - E você não?

 

- É claro que tenho, mas... – disse pensativa – somos menores de idade e ainda precisamos terminar os estudos.

 

- Sim, temos uma infinidade de coisas para fazer antes – ele suspirou enquanto brincava com uma mecha de seus cabelos – até mesmo apresentá-la aos meus pais, o que não posso fazer no momento, meu pai está se convalescendo.

 

- Seu pai está doente? É grave, Remo? – disse surpresa.

 

- Um pouco, assim que houver uma melhora, eu a apresento. Eu prometo!

 

- Tudo bem, amor.

 

- Diga isso novamente!

 

- O quê?

 

- Amor! - Remo encostou sua testa na dela.

- Meu amor! - Corou enquanto tocava nariz com nariz.

 

- Eu te amo, Andy.

 

Eles se beijaram com infinita ternura, diante de uma platéia que não sabiam existir. O mundo deixou de existir, mas o momento foi breve. O silêncio foi quebrado pelo ranger de uma porta se abrindo.

 

- Hum-hum. – A Sra. Potter chamou-lhes a atenção.

 

O casal alienado se separou enfim, surpreendidos pelos dez pares de olhos voltados para eles.

 

- Acabou a hora do recreio, pelo menos para os rapazes – Vivian riu. – Garotas para a sala de chá e os rapazes para o escritório de Edward.

 

O grupo entrou para se separarem no corredor e sob os olhos de águia da Sra. Potter só lhes foi permitido apenas um rápido beijo de amigos.

 

Cena 6 – Chá das Cinco

 

A Sra. Potter se sentou na poltrona e serviu o chá. O aroma de eucalipto se sobressaia no chá fumegante.

 

- Aqui estamos nós! Sobre o quê conversaremos, hoje? É tão bom ter outras mulheres na casa - Vivian suspirou.

 

- Sra. Potter! Eu posso lhe fazer uma pergunta impertinente?

 

- Marlene! - Andrômeda advertiu.

 

- Tudo bem. Deixe-me verificar por mim mesma, se a pergunta é mesmo impertinente – sorriu encorajando Marlene.

 

- Como a senhora se apaixonou pelo Sr. Potter?

 

- Bem, eu conheci Edward a minha vida inteira. Nossos pais eram amigos e vizinhos, portanto tinham esperanças acerca de nossa união. Nós convivíamos juntos como se fossemos irmãos. Para onde ele ia, eu o seguia até que ele foi para Hogwarts sem mim.

 

- Então, o casamento não foi por amor?

 

- Lene! - Lílian corou violentamente.

 

- Engano seu, Marlene. Eu precisei ir para Hogwarts e conviver com outros garotos para descobrir o quanto Edward era importante para mim.

 

- A senhora teve dúvidas? - Andrômeda perguntou incrédula.

 

- Às vezes o amor não fica claro desde o início. Vejo em seus olhos, que você ama uma certa pessoa e não tem nenhuma dúvida a respeito.

 

- Que tipos de dúvidas a senhora teve? - Lílian disse tímida.

 

- Todas as que você possa imaginar e mais algumas, Lílian. Primeiro eu achava, que sentia por Edward apenas um amor fraterno, no máximo uma grande amizade e por isso, me esforçava para conhecer outros rapazes, que eu inevitavelmente acabava comparando com Edward. Eu tentava, mas não conseguia encontrar ninguém melhor que ele. Então, vendo-o junto de outras garotas, senti ciúmes e fiz coisas terríveis contra ele, das quais não me orgulho. Foi duro admitir que eu o amava, pois me lembro que sofri muito pensando que ele não me amava da mesma maneira. – Vivian fez uma pausa, o silêncio era absoluto – mas Edward me provou que eu estava errada, o que sentíamos um pelo outro era recíproco e verdadeiro, independente da vontade ou interesse de nossos pais. Hoje ainda tenho muitas dúvidas, mas elas já não centralizam minha vida. Um conselho, dado para garotas especiais como vocês: as dúvidas sempre vão existir, mas não devemos usá-las como desculpa para não viver um momento por medo de tentar.

 

- Sra. Potter! Eu juro que é minha última pergunta! - Marlene receou pela ousadia.

 

- Responderei quantas perguntas você quiser, minha cara. – Vivian sorriu.

 

- Como dizer “não” aos avanços quando queremos dizer “sim”?

 

Andrômeda e Lílian coraram até a raiz dos cabelos, se houvesse um buraco grande e profundo, ambas se enterrariam imediatamente dentro dele.

 

- Bem... – Vivian corou involuntariamente. – Não é que você precise dizer “não” a todos os avanços, mas acho que tudo tem um momento certo. E nem tente se enganar, uma mulher, bruxa ou não, sempre sabe quando está preparada para dizer “sim” e sinceramente, acho que vou ter uma conversinha com Edward para que ele aconselhe certos rapazes que eu conheço sobre “avanços”.

 

Marlene corou violentamente. Andrômeda sorriu, pois amiga provava um pouco de seu próprio remédio.

 

- Sra. Potter... – Lílian tomou coragem. – Como podemos ter a certeza de um amor verdadeiro?

 

- Você deve seguir o que seu coração mandar, Lílian. Você nunca encontrará ”sentimentos” usando a “razão”. Mas não se preocupe, eu conheço o meu filho e posso dizer que ele está completamente apaixonado por você.

 

Lílian se calou, pois o problema não era James. Por que será que ela sentia insegurança? A ela parecia que perderia o controle sobre si mesma se admitisse amar James?

 

- Sra. Potter? – Lílian calou-se. – Podemos amar mais o outro do que a nós mesmos?

 

- Sim, Lílian. O amor se constrói a dois e ele exige uma dedicação contínua de ambas as partes. Um problema se instala entre duas pessoas quando não há dedicação de uma das partes e o outro se sente lesado porque a recíproca não é igual. Dizem que o amor verdadeiro pouco ou nada exige em troca, mas eu ainda não vi nenhum amor sobreviver sozinho. – um silêncio se formou na sala até que o relógio soou - Merlim nos acuda! O tempo passou tão rápido. Quem se habilita a me ajudar? Posso ensinar a técnica de como agarrar um bruxo pelo estômago. – ela riu dando por encerrada a hora do chá.

 

Cena 7 - Animagia

 

Os Marotos entraram no escritório, com uma preguiça enorme. Seus pensamentos todos voltados para a sala de chá. O Escritório do Sr. Potter foi mobiliado de forma que parecesse uma sala de aula temporariamente. Petter já estava em sua carteira e os olhava com uma cara de mau-amigo.

 

- Olá, rapazes, sentem-se! Quanto mais rápido começarmos mais rápido terminamos.

 

Eles se sentaram a contra gosto e pela primeira vez demonstravam desinteresse. Remo se afastou num canto em que pudesse assistir, mas sem atrapalhar.

 

- Bem, é difícil competir com as garotas, mas façam um esforço, por favor? – Edward sorriu. - Nas semanas anteriores, as aulas teóricas sobre transfiguração foram cansativas e repetitivas com o intuito de fixar algo em suas mentes. Nas aulas práticas obtivemos com certo sucesso a transformação de partes corpóreas de certos animais. Hoje, nós iremos um pouco mais além.

 

- Finalmente, seremos um animago? – Os Marotos se despertaram.

 

- Ainda não! - Houve um desânimo geral – mas se vocês conseguirem dominar várias partes do corpo em conjunto, estarão a um passo disso. Muito bem, descobriremos as capacidades de cada um, afastem as cadeiras!

 

Carteiras e cadeiras foram arrastadas para as paredes. O centro da sala ficou vago e os Marotos se enfileiraram um do lado do outro.

 

- James, você primeiro. Tente fazer aparecer chifres em sua testa enquanto transforma suas mãos em patas de um cervo e depois os reverta novamente.

 

James respirou fundo e fechou os olhos para se concentrar. Quando abriu os olhos, chifres enormes cresciam de sua testa enquanto as mãos transformavam-se em longas patas de cervo. Ele fechou os olhos novamente e reverteu a transformação.

 

- Muito bem, filho. Isso foi à parte mais fácil e agora vou pedir uma coisa bastante difícil para você Sirius. Existem animais mágicos que são diferentes dos animais comuns. Eu quero que você transforme sua cabeça numa águia e o seu corpo num cavalo.

 

Sirius procedeu da mesma forma e ao abrir os olhos seu corpo se contorceu e ele se sentou como um animal de quatro patas, um quase hipogrifo surgiu diante deles. Sirius se sentiu ridículo e fechando os olhos novamente, reverteu a transformação.

 

- Bravo! Eu estou orgulhoso de vocês. Em breve vocês terão domínio sobre o corpo todo e poderão se transformar em qualquer animal.

 

- E eu senhor Potter? – Peter disse ansioso.

 

- Bem, Peter! Primeiro, eu sugiro que você tente transformar seus dentes em dentes de rato.

 

Peter fez o mesmo que os outros e ao abrir os olhos seus dentes estavam enormes como as de um rato. Ele concentrou-se para reverter à transfiguração, mas algo definitivamente não estava certo. Por mais que tentasse, ele continuava com os dentes de ratazana e agora eles pareciam flácidos como espuma.

 

- Eu não consigo, Sr. Potter – ele choramingou.

 

- Peter! Por Merlim, você não se olha no espelho? – Sirius disse aborrecido.

- Claro que me olho – retrucou zangado. – Só que só consigo pensar em comida. Estou com fome!

 

- Então, Peter – James disse paciente. - Fique calmo e pense na imagem que você vê no espelho.

 

- Pense em como são os seus dentes? - Remo disse de onde estava.

 

Peter fechou os olhos e finalmente, ele conseguiu reverter à transformação.

 

- Por hoje chega rapazes! Vocês estão dispensados. Menos você, Peter! Um pouco mais de treinamento antes do jantar não lhe fará mal algum. Fechem à porta antes de sair, ninguém deve saber que treino animagos clandestinos.

 

Os Marotos saíram deixando o pobre Peter esfomeado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!