(POV) Jack Frost.

Eu podia realmente sentir a brisa da primavera, infelizmente as flores estavam para se fechar. Onde todo ao seu redor estaria pronto para nevar. Eu Jack Frost cuidaria disso.

Não acho que minha vida será igualmente feliz. Eu sentia que faltava algo para que isso pudesse completa-la. Mais eu não sei o grande motivo da falta e principalmente eu não sei o que me faltava.

O inverno poderia ser uma estação um tanto chata. Mas, as crianças adoram o meu cerne.

A diversão.

Eu não parava mais de pensar nas estrelas. Elas me faziam sorrir, me alertar, me acalmava me iluminava com seus próprios brilhos. E percebi, e vi que elas estavam se apagando. Será que outros Guardiões perceberam? E daí? Não tem nada a ver com as crianças! Se elas estavam se apagando, as crianças mesmo assim estariam ainda acreditando em nós.

A única dúvida era por que aquela garota olhou tão surpresa para o céu. Será que ela reparara nas estrelas sumindo?

Espero que sim. Ou seria que ela me virá e ficará tão surpresa? Será que ela nunca ouviu falar da expressão Jack Frost?

Aqui todos me conheciam. Será que realmente... Não!

Fiquei em pé diante do galho da árvore que eu estava. Quando olhei para baixo lá estava ela. Sentada diante de um topo esquecido. Ela admirava o dia. Eu sentia algo nela de especial, só não sabia o que era.

Eu reparava em cada canto de seu corpo. Seus olhos e sua face, gélida e impressionante. Seus olhos eram azuis escuros, e o cabelo a cor do sol e das estrelas iluminadas. Ela era encantadora.

Desci até ela por detrás. Joguei uma pedrinha sobre a sua cabeça, e fiquei lá esperando ela se virar. Precisava realmente saber se ela me via.

– Quem está ali? – Foi nesse momento que ela se virou, sorri a ela, mas nada. Ela não fizera nenhuma reação. Nem encara os meus olhos. Ela ficara em pé da mesma altura que o meu. Sorri novamente, ela poderia me ver.

– Tia? – Tia? Por que ela me chamou de tia? Foi ai que percebi, foi quando ela começou a correr sobre a minha direção, atravessando meu corpo sem eu ser visto. Quando me virei, lá estava ela abraçando uma mulher. Provavelmente era isso que ela quis dizer. Era a tia dela.

Fiquei decepcionado. A jovem não me virá. Era a única que não me viu. E sentia que eu precisava que ela me visse. Não sei por que. Eu precisava dela. Mas, não sei o motivo. Voei até um telhado de uma casa. Caminhei sobre ela reparando na jovem que adentrara em casa com a sua tia. Agora eu queria saber por que ela não acredita em mim. Será que acreditava em outros Guardiões? Como Sandy, Norte, Coelhão e a fada? E o vilão? Ela acreditava em Breu?

Ficara ali parado, até que vi a noite se aproximando. Senti ventos. E com uma voz triste eu disse:

– Vento! Leva-me para casa! – Sai por toda a cidade. Com um olhar de estranho pela tristeza.