Ao irem para o quarto, Chama estava realmente muito feliz com tamanha oportunidade. –Nossa! Pelos ancestrais! Estou no quarto do coração leal e da rainha dos céus! Só pode ser um sonho! Só pode.

—Ei Chama! Se acalme ou vai acabar tendo um infarto! -Cynder se divertia com a euforia de do dragão vermelho.

—Chama... Queria te perguntar... Você tem parentesco com Ignitus?

Chama fica bobo ao ouvir aquilo. -Com Ignitus? Lord Ignitus?! Que honra, mas não. Por que da pergunta?

—Você me lembra muito ele... Seu estilo de luta, cor, aparência... Tudo!

—Minha mãe sempre falou isso para mim...

—Você tem grandes chances de se tornar o novo guardião, Chama! Você luta muito bem! Más ser guardião não é só lutar. Então iremos continuar o avaliando nos treinamentos. Mas a luta, está nota onze! Realmente incrível!

—É uma imensa honra receber tal elogio de você, Spyro! Muito obrigado mesmo! Mas... Eu te machuquei!

—Isto? -Cynder começa a lamber as feridas de Spyro com um líquido meio esverdeado saindo de sua língua. -Isto não é nada! Olhe aqui! -Ela aponta para o peito de Spyro, onde tinha uma cicatriz enorme. -Fui eu que fiz isto, quando estava sendo controlada. Eu lembro muito bem disso.

—Mas não precisamos ficar lembrando do passado agora que o presente está tão bom assim! -Spyro comenta, nem mostrando tanto desconforto pela lambida em sua ferida recente.

—Você tem razão! -Cynder o beija, esquecendo que Chama estava lá por um segundo.

Chama olha os dois se beijarem e sorri. Então ele se senta e fica os observando.

Spyro então corta o beijo e a lambe na ponta do focinho, se virando para Chama. -Gostando do que vê uh? Eu vi que você é bem safado! Vi você olhando para Brasa!

Ao ouvir esse nome, Cynder bufa e se vira para a porta. -Vou deixar vocês dois a sós. Estou vendo que irão ter uma conversa meio... Vocês sabem!

Chama olha para ela, assim como Spyro. -T... Tudo bem, Cynder!

Cynder sai do quarto sabendo exatamente o que iria fazer: Tirar satisfações com essa intrusa, Brasa.

Cynder procura Brasa em todos os lugares da cidade, determinada em encontrá-la. Minutos se passam até que ela finalmente a encontra, na ala dos quartos, indo para seu quarto, para seu azar, perto do lugar de onde ela saiu, então minutos de procura foram a toa.

Cynder se aproxima de Brasa. -Brasa!

Ela se vira para Cynder, um olhar levemente debochado. -Sim?

—Com que direito você vem até aqui toda pomposa e rebolando esse quadril para o MEU Spyro?

—SEU Spyro? Ahhh... Me desculpe, mas não sabia que ele era um cachorrinho para ter dono!

—Além de ser metida, você também é tapada? O que eu disse foi...

—Sei o que quer dizer! Qual é? SEU Spyro! Não me faça rir! Ele só te queria porque você era a única fêmea disponível para ele! Ele só queria continuar sua linhagem! Mas agora ele pode escolher!

—Pare de falar bobagens! Você é mesmo muito oferecida! Fica rebolando para todos os machos olharem sua traseira! Ridículo!

—Ridícula? Eu? HAH! Olhe só quem está falando, terror dos céus! Sim! TERROR DOS CÉUS! Acha mesmo que Spyro te amaria?! Qual é! Caia na real! Por que ele ficaria com o terror dos céus, aquela que quase o matou, que libertou Malefor, matou muito outros dragões, matou Ignitus, se pode ficar comigo uh? Uma dragonesa de verdade que lutou para proteger os outros. Garanto para você: Você é a que tem menos chance de ele querer perto dele!

Cynder fica pasma, paralisada com o que Ember estava dizendo. Sentiu um imenso aperto no coração e seus olhos começaram a brilhar. -Ele disse que...

—Te amava? Mesmo? Será que ele não disse só para você ter um filho com ele? Pois é isso que ele queria com você! Ele nunca iria te querer! Tão patética! Não sei por que continua vivendo, sendo um fardo para todos que te olham, pois lembram que perderam familiares por sua culpa! Agora quer viver feliz com ele? Aquele que você tirou tudo? HAHA! Não me faça rir! -Brasa se vira e continua andando para seu quarto. -Ah, e outra coisa: Ele olhou para a minha traseira sim, tá?!

Cynder estava petrificada, olhando para baixo, sem demonstrar nenhuma emoção. Até que começa a correr em direção à saída de Warfang, deixando um rastro de lágrimas no chão, e soluçando muito. -Ela tem razão! Por que alguém me amaria? Eu, o terror dos céus... Que fez tanto mal! Spyro... Ele nunca me amaria! -Pensava ela enquanto corria chorando muito.

Correndo pelo corredor, ela passa pela porta de seu quarto sem nem perceber, onde Spyro e Chama estavam conversando. Spyro ouve os soluços de Cynder e a vê passando pelo corredor rapidamente.

—Cynder? -Ele se levanta e vai até a porta. Ele a vê correndo. -O que aconteceu com ela? Chama! Está dispensado! -Ele começa a correr seguindo ela de longe.

Cynder continuava correndo com a voz de Brasa perturbando sua mente: "Por que ele te amaria?", "Matou Ignitus.", "Por que ainda está viva?"... "Ainda está viva...".

Cynder começa a voar quando saia do alojamento, indo em direção do lago em que eles nadaram no dia anterior. Spyro a seguia, tentando chegar nela, embora ela fosse mais rápida e ágil que ele, além de mais leve. Ao pousar no lago, ela desaba no chão, chorando muito de pura tristeza. Seu choro podia ser ouvido por Spyro o que o deixava muito preocupado, pois nunca a vira chorar assim antes, então sabia que algo sério havia acontecido. Spyro pousa um pouco atrás dela.

—Cynder? -Spyro praticamente sussurra, se aproximando por trás da dragonesa.

—SAIA DAQUI! Não quero você olhando para mim mais! Nunca mais!

—O que você está falando Cynder?! -Spyro se aproxima mais e percebe a pequena poça de lágrimas no chão.

—Você não me ama! Ninguém me ama! Ninguém nunca me amou ou irá me amar! Nunca!

—Cynder! Para de falar bobagens! Eu te amo mais que tudo nesse mundo!

—Pare de mentir! Ela tem toda razão! Por que alguém iria gostar de mim, o terror dos céus?

No mesmo momento Spyro fecha a cara, a olhando parado. –...Ela...?

—Não existe nenhum motivo! -Cynder não parava de chorar um segunda. -Vá para ela Spyro! Seja feliz! Eu só trago tristeza para você! Foi minha culpa Ignitus ter morrido! FOI TUDO MINHA CULPA!

—Ela qu... Pare de falar bobagens, Cynder! Nada foi sua culpa! Quem te falou esses absurdos?! Quem é essa "ela"?! -Spyro olha para o fundo dos olhos dela, a segurando o rosto de sua amada com suas asas gentilmente.

—A Brasa!

—A BRASA! Ela fez tudo isso com você?! -Spyro se irrita. -Eu vou matá-la! Arrancar a pele de sua carne! Sua carne de seus ossos! Partir seus ossos na minha boca e...

—Não! Não a machuque, por favor!

Ele olha para Cynder, respirando fundo quando sentia que sua energia estava começando a sobrepor suas emoções. Após se acalmar novamente, ele a olha com carinho e se deita em sua frente, o focinho bem perto do dela. -Cynder... Eu já disse que nada disso foi sua culpa! Eu te amo, e é assim que eu me sinto feliz... -Ele aproxima mais o focinho dela. -Ao seu lado! Eu te amo mais que tudo! Daria minha vida por você sem pensar duas vezes!

Ela olha para ele, com lágrimas escorrendo por seus olhos. -V... Verdade?

—Claro, sua boba! Eu sempre irei te amar, não importa o que aconteça! Você é a razão do meu viver! Se você não existisse, eu cairia em depressão e me mataria! Tudo por que eu não iria te ter dia após dia! Nada irá fazer o meu amor por ti acabar! E se ela está falando isso tudo, ela irá se arrepender amargamente! Vamos Cyn... Quero que você esteja comigo quando eu for falar com ela, que vai ser agora!

Cynder olha para ele, ainda chorando. -Spyro... Você só pode ser uma benção! -Ela se levanta e o beija. Então se separa do beijo. -Obrigada!

—Eu que lhe agradeço, Cyn! Agradeço por me contar isso, pois eu nunca aceitaria te perder! Iria ficar louco! Completamente louco!

—Spyro... Eu te amo muito!

—Eu também te amo, Cyn! Agora vamos que...

Nesse momento Helen chega voando, parecendo aliviada por achá-los. -Spyro! Cynder! Graças aos ancestrais eu os encontrei! Vocês tem que voltaram para a cidade agora!

—O que houve? -Pergunta Spyro.

—É o Chama!

Spyro e Cynder olham um para o outro, sem entender nada. Então começam a voar com Helen para Warfang.

Chegando lá Helen os leva para a ala dos quartos, mais precisamente para a frente do quarto deles dois. Ao chegarem lá eles veem Chama caído no chão, rugindo de o que parecia ser dor.

—CHAMA! -Spyro corre para ajudá-lo. Não havia uma ferida em seu corpo inteiro, então Spyro deduziu ser algum osso fraturado, mas estava enganado. -Chama, me escute! Olhe para mim e pare de...

Chama vira seu rosto para Spyro, rosnando de dor, fazendo Spyro se calar. Em seus olhos havia uma ferida de três garras que haviam cortado a pele frágil em volta dos olhos de Chama, a do meio passando pela pálpebra dele. As feridas sangravam muito, e o chão estava muito sujo de sangue.

—Pelos ancestrais, Chama! O que houve?! -Cynder se aproxima e toca o corte de cima, fazendo rosnar mais alto devido o líquido curativo enxaguando a ferida.

Chama estava com os olhos fechados, Spyro estava com medo de ele ficar cego devido os cortes. -B... Brasa!

Essa palavras agiram como uma flecha em Spyro e Cynder. -Como assim ‘Brasa’? -Pergunta Spyro.

Chama tentava falar mas a dor não o deixava. Cynder se adianta e passa ácido anestésico sobre as narinas de Chama, fazendo ele inalá-lo e suavizar a dor que ele sentia.

—Quando a Cynder passou correndo aqui e você saiu seguindo ela, eu logo soube quem e como fez ela chorar. Quando saí do seu quarto, Brasa estava vinda para cá. Eu falei para ela parar de tentar ganhar você para ela, que você amava Cynder, e, quando eu me dei conta, ela me atacou nos meus olhos! -Chama dizia respirando rápido e arranhando o chão com suas garras conforme sentia dor. -Spyro... Diga a verdade... Eu vou ficar cego?

Spyro estava furioso mas olha para Cynder que diz que não com a cabeça.

—Acredito que não, Chama, agora se acalme. Helen, pode levá-lo para a enfermaria? Avise Cyril sobre isso! Ele saberá o que fazer! -Dizia ela, mostrando ter certo controle da situação e tirando sua pata do olho arranhado.

—Claro Cynder! Farei isso agora mesmo!

Helen começa a guiar Chama até a enfermaria após ele se erguer lentamente.

Spyro estava nitidamente irritado. -Cynder... Vamos! E me interrompa se eu fizer alguma besteira por favor! -Spyro começa a andar para o quarto de Brasa, seguido por Cynder.

Ao chegar lá Spyro entra sem se pronunciar e vê Brasa deitada na cama.

—Brasa! -Chama ele.

Brasa levanta sua cabeça e olha para o dragão roxo, sem perceber seu semblante irritado. -Oh! Spyro! Eu estava...

—Cale a sua maldita boca antes que eu a arranque!

Brasa se surpreende ao ouvir aquelas palavras, então ela vê Cynder atrás de Spyro.

—Foi você que fez aquilo em Chama?

—Ele estava se metendo na...

—COM QUE DIREITO VOCÊ O ATACOU?! -Spyro ruge, explodindo de raiva. -VOCÊ QUASE O DEIXOU CEGO!

Brasa se agacha, olhando para baixo. -Eu...

—CALE-SE! E POR QUE FEZ ISSO?! PORQUE ELE ESTAVA FALANDO PARA PARAR DE MALTRATAR CYNDER?! -Spyro eleva sua voz.

Brasa olha para Cynder como se estivesse pedindo por ajuda. Cynder a olha e mexe sua boca: "Por que?"

—COM QUE DIREITO VOCÊ VEM AQUI E FICA SE MOSTRANDO PARA MIM E PARA TODOS OS OUTROS MACHOS?! E AINDA FICA OFENDENDO CYNDER DE TAL MODO QUE ELA ESTAVA QUERENDO SE MATAR! -Spyro dá dois passos para frente, ficando bem perto de Brasa, mas para ao sentir Cynder segurando sua cauda. -EU JURO PARA VOCÊ QUE TE MATARIA AGORA NESSE MOMENTO, MAS ADIVINHA POR QUE EU NÃO VOU!

Brasa estava com medo de Spyro, não conseguindo o olhar e mantendo os olhos fechados tremendo.

—Porque Cynder me pediu para não te machucasse!

Essas palavras tocaram o coração de Brasa como um ferro em chamas. Ela olha para Cynder que estava a olhando com cara de decepção. -O que eu fiz?! —Pensou ela.

—Considere sua vida salva por ela... Por enquanto! E que eu não a veja se mostrando para nenhum macho! NENHUM, VOCÊ ME ESCUTOU BEM?!

Brasa estava tremendo de medo e sentia sua garganta queimar. Ela balança a cabeça positivamente rapidamente.

—E muito menos falando de tal maneira com Cynder! Eu não te quero! Nem agora, nem depois, nem nunca! Se você está viva agora ou antes é por causa dela! Não minha! Só dela! É ela quem eu amo, não você! Eu nem te conheço ainda sua... Vadia!

Brasa se sente mal ao ser chamada daquele jeito, e Spyro percebe.

—O que? Não gostou de ser chamada assim? -Os olhos de Brasa se enchem de lágrimas. -Pensei que você gostasse de ser chamada disso! Afinal, você gosta muito de xingar os outros ou esfregar seus erros na cara deles né? -Cynder olha para baixo, sentida pelas palavras que Brasa falara para ela. Lágrimas começam a sair dos olhos de Brasa. -Você fez Cynder fazer uma coisa que eu NUNCA vi ela fazer antes! -Brasa olha para Cynder e percebe uma lágrima cair de seu olho direito. -Chorar! Você REALMENTE acha que ela gostava de ser controlada para fazer aquilo tudo, porra?! -Brasa volta a olhar para baixo e fechar os olhos. -Acha que ela não está arrependida? Você não acha que ela já não sofreu o bastante na sua vida?! -Brasa percebe uma lágrima cair dos olhos de Spyro e a olha cair. -Você fica se oferecendo para os outros machos desse jeito! Você não pode ser comparada nem à estrume, porque ele serve, pelo menos, como adubo! Já você? Me diz... Para que você serve? Para dar para os machos? Para arrancar eles de suas famílias? É ISSO QUE VOCÊ FAZ, SUA PUTA!?

—Spyro... -Alerta Cynder. -Menos... Ela... Não precisa ouvir esse tipo de coisa. Por favor.

Spyro passa a pata pelo rosto e respira fundo. -Escutou isso? Ela te salvando novamente? Depois de você falar tudo aquilo...-Spyro se vira e sai do quarto. Brasa fica petrificada ao ouvir aquilo. -Você vem Cyn?

—Vou ficar aqui um pouco, Spyro... Já vou ir com você!

—Vou estar no quarto. Preciso me deitar um pouco... PORQUE MINHA CABEÇA ESTÁ DOENDO! POR QUE SERÁ, NÉ BRASA?! -Ele então continua andando.

Brasa estava olhando para suas próprias patas, Lágrimas não paravam de cair pelo seus olhos.

Cynder se aproxima dela. -Brasa?

Brasa olha para ela com um olhar de tristeza.

—Por que você fez isso?! Por que você faz isso? Você sabia que Spyro e eu éramos companheiros. Por que ficou chamando sua atenção daquele modo?

Brasa a olha nos olhos e sussurra. -Eu não sei! É só... Quem... eu sou...

—Como você não sabe! Você tem raiva de mim, não é? -Ela suspira. -Quem foi?

—Oque?

—Quem foi? -Insiste Cynder.

—M... Minha mãe...

Cynder suspira. -Por favor, Brasa. Me perdoe por isso! Você tem que me perdoar! Não fui eu que fiz tudo aquilo! Foi Malefor! Eu estava sendo controlada! Por que eu iria querer matar alguém?! Eu era como uma marionete...

Brasa se sente muito arrependida de falar tais coisas sobre Cynder, que agora estava sendo gentil com ela.

—Sei que você não é... Uma puta, Brasa! Sei que você nunca fez... Sexo... Antes. Sabe que o cheiro é diferente.

—E... Eu sei. Eu....... Me desculpe! -A voz de Brasa estava muito baixa.

Cynder suspira. -Você me perdoaria se estivesse no meu lugar, Brasa? Se ponha no meu lugar! Imagine como é ser controlada a fazer atrocidades? Ele me fez matar... Tantas famílias. E eu sempre sonhei em como era... Ser amada por alguém... -Essas palavras pegaram Brasa de surpresa. -Você acha que eu quis matar alguém? Acha que eu quis matar algum dragão a não ser aquele maldito que me controlava?!

—Cynder... Eu não sabia! Eu juro! Me perdoe! Por favor!

Cynder olha para ela. -Eu sempre quis ter uma amiga... Mas parece que eu nunca terei... -Cynder se vira para sair do quarto.

Brasa sente uma incrível dor no coração ao ouvir aquilo. -Cynder!

A dragonesa negra olha para ela.

—Eu ficarei honrada em ser a sua amiga!

—Você está mentindo... Sei que você me odeia. Não tem como esconder! -Cynder começa a chorar e encosta sua cabeça na parede. -Todos a não ser Spyro, Cyril, Terrador e Volteer me odeiam! Assim como eu odeio ser eu! Dá pra sentir os olhares. Tudo o que falou, eu já sentia. Os olhares de pessoas na qual eu matei familiares e amigos. Mas eu nunca QUIS!

Brasa se levanta e vai até Cynder, devagar. -Por favor Cynder! Pare de chorar! Eu juro a minha vida que não guardo mais nenhum rancor de você! Pelo menos... Eu não quero mais guardar. Eu... Eu me sinto horrível por isso.

—Está bem... -Cynder enxuga as lágrimas. -Acho que você tem que pedir desculpas para dois dragões!

—Acho que você tem razão............. Amiga! -Uma sorri para a outra, levemente.

—não vai ser fácil em... -a dragonesa negra diz, acompanhando a rosa.

As duas começas a ir em direção do quarto de Spyro e Cynder, sem conversar pelo clima que estava. Quando a porta pôde ser vista, Brasa engole em seco.

—Você acha mesmo que ele ia me matar?

—Não duvido de nada! Na verdade, era muuuito provável!

Brasa fica ainda mais tensa. Cynder entra no quarto primeiro. -Spyro? Está acordado?

—Sim! Pode vim aqui! -Ele estava deitado.

—Antes, alguém aqui veio te ver!

Spyro levanta sua cabeça e olha para Brasa do lado de fora do quarto. -Brasa.

—O... Oi S... Sp.... Spyr... ro. E... Eu p... posso entrar? -Brasa ainda estava com medo de Spyro.

—Como queira. Mas recomendo ficar em guarda, pois se me irritar mais nem Cynder poderá me segurar!

Brasa engole em seco e começa a entrar, com mais medo ainda. -E... Eu vim p... pedir desculpas!

—DESCULPAS?! -Spyro se levanta repentianamente, o que deixa Brasa muito assustada mesmo. -ACHA MESMO QUE SE PEDIR DESCULPAS TUDO VOLTARÁ AO NORMAL?!

—Spyro... Calma... -Cynder dizia, se aproximando dele e o segurando.

—N.... Não... eu...

—Eu nunca irei te perdoar por o que fez à Cynder! Foi o primeiro dragão a fazê-la chorar, isso eu não perdoarei! Nunca!

—Spyro! Nós conversamos e ela está realmente arrependida! Eu confio nela agora. -Cynder diz, virando o rosto do dragão roxo para a olhar. -Por favor.

Spyro olha para Brasa e começa a rosnar. Ele então desce da cama ainda rosnando e chega muito perto de Brasa, fazendo ela fechar os olhos esperando algo. -É isso que você queria, não é? Que eu estivesse bem perto de você! -Ele diz, huffando de raiva para ela. Mas então afastando o rosto novamente. -Eu te perdoo desta vez! Mas se houver uma próxima, eu irei me aproximar tanto de você, que meus dentes estarão esmagando seu pescoço! -Brasa engole em seco e suspira de alívio quando Spyro vai até Cynder e se esfrega nela.

—Obrigada Spyro! Muito obrigado mesmo! E... Eu não vou decepcionar!

—É bom mesmo... -Spyro diz em tom de ameaça.

—Spyro. Vou levar ela para se desculpar com o Chama, está bem?

—Como quiser Cyn!

Cynder vai para a porta e começa a andar. -Vamos Brasa!

Brasa olha para Spyro uma última vez e segue Cynder. Spyro decide então tomar um belo banho quente para relaxar um pouco, mas decidira esperar Cynder voltar para fazer isso juntos e, quem sabe, tentarem novamente.

Ao chegarem na enfermaria, Chama estava em uma sala, em cima de uma maca, com faixas brancas nos olhos, manchadas de sangue.

—Chama? -Brasa se aproxima.

Chama estava acordado e ao ouvir a voz de Brasa ele quase tem um infarto. -SAI! SAIA DAQUI SEU MONSTRO! O que você quer? Me matar?! Acabar com o serviço?

—Chama... Eu vim pedir desculpas...

—Desculpas? Por que? Spyro foi falar com você, né? Porque só assim para você ter bom senso! -Ele suspira. -Você nunca nem me percebeu. Somos da mesma cidade! Eu sempre gostei de você! Mas você nunca sequer nem me notou...

Brasa fica paralisada com a revelação repentina.

—Eu te amava... AMAVA MESMO! Mas você só tem olhos para o Spyro para perceber isso! E quando eu tomo coragem de falar com você, o que você faz? Me deixa cego por um dia! Além desta cicatriz no rosto que nunca vai sair!

—Me perdoa Chama! Eu não tinha ideia disso!

—Claro que não! Por que você iria reparar em mim enquanto Spyro estava lá, não é mesmo?

—Na verdade, Chama... Eu... Eu gosto de você sim! Eu... Só... Não... UH... Bem... -Ela coça a nuca, pigarreando. -Acho que... Percebeu que eu... Uh... Gosto de... Atenção...

Chama fica calado por alguns segundos. -Sério? Então... Você... Me notava?

—Por que eu mentiria? E... Desculpa por isso... Eu... Eu realmente... Não sei o que houve comigo para te machucar... Eu... Deixei minhas emoções tomarem conta de mim e... Eu... Queria... Chamar atenção do Spyro e... -Ela se sentava, olhando para baixo. -Perdão...

—Mhhh... Bem... Esse definitivamente é um dia bem estranho... Primeiro eu conheço e sou elogiado por meu ídolo. Daí eu vejo a Cynder chorando pela primeira vez. Então a dragonesa que eu amo quase me deixa cego e agora ela mesma fala que gosta de mim?! -Chama dizia, meio que para si mesmo, pensativo e dando uma risadinha leve e debochada. -Pelo menos terei material para histórias para meus futuros netos quando eu for um gágá. Hahahaha!

Brasa se aproxima dele sem ele saber por estar nesses pensamentos próprios e lambe seus lábios devagar. -Você é forte e bonito. Aposto que é carinhoso e amoroso. O que eu iria querer mais?

—Bom de cama, talvez? -Ataca Cynder.

—Todos os dragões de fogo são. -Ember diz, atacando de volta e piscando para Cynder.

Chama lambe o topo do focinho de Brasa, como se soubesse exatamente onde estava lambendo. -Eu sempre te amei, desde que te vi, na nossa cidade!

—Chama... Eu... -Brasa ia falar algo más Chama a interrompe, beijando-a.

Ela não se surpreende por isso. Ela estava esperando isso acontecer. Então o beija, retribuindo com sua língua entrelaçando com a língua dele.

—Vou... Deixar vocês dois a sós, hehehe... -Cynder sorri e vai até seu quarto finalmente, relativamente mais leve com o que havia acontecido. Ao entrar vê tudo decorado com pétalas de rosa no chão. Ela sorri. -Spyyyrooooo... -Cantarola ela.

Ao entra totalmente, Spyro, que estava atrás da porta a fecha e tranca. -Pensei em irmos tomar um banho... Já aproveitamos para eu... Mostrar o quanto eu te amo, uh? O que me diz, minha rainha?

—Com toda certeza meu querido! -Ela se joga nele o beijando. Spyro a segura no ar com as asas, apesar de achar ela um tanto pesada demais devido seus ferimentos recentes estarem doendo um pouco.

—Desta vez... Eu juro! Você irá botar um belo ovo! -Spyro a beija novamente e entra na banheira quadrada e gigante, segurando-a.