A Garota Gelo escrita por Lis Bloom


Capítulo 37
Capítulo 38


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é dedicado a minha prima que me fez ter vergonha na cara, e finalmente escrever algo depois de vários meses. Te adoro viu???
Sei que desculpas não irão fazer com que todos esses meses voltem, mas aqui está mais um capítulo, espero que gostem !!! :)



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“Estamos sentados em um muro que dá para o abismo, Nicolas envolve minha cintura com seu braço, em um aperto carinhoso e firme, e beija delicadamente minha bochecha, fazendo-me virar para ele.

_ Eu te amo Melissa. – Diz ele com um sorriso bobo no rosto, e dando um beijo na ponta do meu nariz.

_ Eu sei. – Respondo, correspondendo o sorriso. – Eu também te amo.

Coloco as minhas mãos em cada lado de seu rosto, enquanto ele aproxima ainda mais o seu corpo do meu, me dando um abraço esmagador ao mesmo tempo em que nos beijamos, seus lábios são macios, firmes e doce, se encaixando perfeitamente ao meu. Sinto um leve calafrio atrás de nós, e no minuto seguinte estamos caindo no abismo, mas em nenhum momento nos desprendemos um do outro.”

Acordo em um sobressalto e me desvencilho do cobertor que estava me sufocando, e olho exasperada para todos os lados, minha mãe estava em um canto terminando de fechar as nossas malas.

_ O que foi? Teve um pesadelo? – Pergunta ela com um olhar travesso.

_ Em parte, mas não quero falar sobre isso. – Respondo, tentando mudar de assunto.

Essa manhã era a última que ficaríamos em São Paulo, o nosso vôo estava marcado para as 10h00min, olho para o relógio que estava sobre o criado-mudo bem do lado da cama e vejo que são 08h00min.

_ Temos que descer para tomar café. – Diz minha mãe terminando de fechar as malas e arrumando o colarinho de seu blazer vermelho, que entrava em perfeito contraste com sua pele cor de chocolate.

_ Preciso de alguns minutos para me arrumar mãe. – Falo descendo da cama e fazendo um coque bem desarrumado no alto da minha cabeça.

_ Tudo bem, irei descer, vê se não demora muito, não temos muito tempo, e a distância daqui até o aeroporto é consideravelmente grande. – Diz ela abrindo a porta e fechando no mesmo instante.

Sozinha naquele quarto imenso faço o possível para arrumar a cama, deixando menos trabalho para a camareira, por favor, não me julguem, eu sempre tive esse problema de deixar o menor possível de trabalho para as pessoas que teriam que limpar a minha bagunça/sujeira.

No caminho até o banheiro vou tirando minha roupa e as deixando jogadas no chão, primeiro o short, depois a blusa, e finalmente a roupa íntima, solto o coque mal feito e entro de baixo do chuveiro, a água estava extremamente gelada, fazendo com que eu despertasse na mesma hora.

Lembranças da noite passada invadem a minha mente, Nicolas é o único nome que domina a minha cabeça, será que hoje seria o último dia que nos veríamos?

Balanço a cabeça em discordância e termino o banho rapidamente, querendo sair logo daquele cômodo abafado. Escovo os dentes, seco o meu corpo e vou em direção ao quarto, com a toalha me cobrindo.

Como eu iria viajar, teria que ser um look bem agradável e confortável, abro a mala perfeitamente arrumada (obra da minha mãe) e acabo escolhendo um macacão shorts jeans, além de ser largo, era super confortável e uma blusa vermelha com designs pretos desenhados, essa roupa me lembrava bastante Milena, um ótimo jeito de me sentir mais perto dela.

Volto para o banheiro, fazendo um penteado com o meu headband, passo um batom de leve nos lábios, e então eu paro.

Deparo-me com a minha imagem no espelho embaçado, e tudo me invade de uma vez, minhas amigas, Andrei, Nicolas, Lucas, tudo, era como se eu ainda estivesse de baixo daquele chuveiro gelado.

O que iria acontecer quando eu voltasse para a minha casa?

Entre eu e as minhas amigas, Andrei, que eu tanto amava, mas esse amor estava se transformando em algo puro. E Lucas? Será que ele ainda continuaria com essa vingança idiota?

Lembro-me que a primeira vez que assisti “Pocahontas 2”, eu fiquei tão desapontada pelo fato dela ter deixado John Smith e ido viver com John Rolfe, mas acho que agora eu finalmente entendia, e estava disposta a enfrentar isso.

Pego as malas que estavam em frente à cama e olho pela última vez aquele quarto, gravando cada detalhe, pois era ali que o meu futuro estava sendo feito.

Fecho a porta e vou em direção ao elevador, espero alguns minutos até as portas se abrirem e me deparo com Nicolas parado bem ali na minha frente.

_ Oi. – Diz ele ficando parado por alguns segundos e finalmente saindo de lá.

_ Oi. – Respondo contendo um sorriso no rosto por tê-lo visto e caminho para dentro do elevador.

_ Espere. – Ele profere, segurando delicadamente o meu braço direito e me puxando para fora do elevador, assim que ele faz isso, as portas se fecham, e o elevador desce, deixando-me a sós com Nicolas naquele corredor de hotel.

Ficamos nos fitando pelo que pareceu minutos, e então ele prossegue:

_ Soube que você irá embora hoje.

_Sim, a viagem está marcada para as 10h00min.

Ele olha para o relógio em seu pulso e dá um leve sorriso.

_ Então acho que ainda temos um tempinho.

Ele retira as minhas mãos das malas e me puxa em direção ao seu corpo, coloco os braços ao redor de seu pescoço, e ele ao redor de minha cintura, e então nos abraçamos.

Queria poder ficar assim até o dia depois do sempre, mas sabia que não podia, então me solto delicadamente de seus braços, e respiro fundo, sentindo o seu perfume doce e agradável.

_ Tenho que ir, minha mãe está me esperando lá em baixo.

_ Só uma coisa. – Diz ele ainda me prendendo pela cintura, ele aproxima a sua testa da minha e devagar leva os seus lábios até os meus, não aprofundamos o beijo, apenas ficamos assim, com os lábios se tocando, do modo mais meigo possível.

Separo-me dele e aperto o botão do elevador, logo as portas são abertas e eu entro, ele permanece do outro lado apenas me fitando, enquanto eu abaixo a cabeça envergonhada, antes que as portas se fechem, dou uma última olhada e vejo um brilho no olhar de Nicolas, e um sorriso torto em seus lábios.

*************

_ Por que demorou tanto? – Pergunta minha mãe colocando a xícara de café no pires.

_ Tive alguns probleminhas. – Respondo sentando-me e pegando um pedaço de mamão que havia na minha frente.

_Temos exatos 1 hora para despedirmos de todos e voltar para casa, imagina como eles não estão eufóricos para saberem das novidades? – Minha mãe se referia ao meu pai, Mariana (minha irmã) e a Maria, mas aposto que ela já devia ter contado todos os detalhes pelo telefone. – Antônio irá nos acompanhar até o aeroporto.

_ Tudo bem. – Respondo monótona, ainda pensando no episódio de alguns minutos atrás.

Termino o café da manhã, cada uma de nós pegamos as malas, e seguimos em direção a porta giratória do hotel, a conta já tinha sido paga pelo estúdio de gravação, a única coisa a se fazer era pegar o carro e ir embora.

Antônio estava a nossa espera, segurando a porta do banco do carona para que a minha mãe entrasse, ao mesmo tempo em que pegava as malas e colocava no bagageiro.

Antes que eu pudesse abrir a porta do passageiro, sinto uma mão ao redor de meu pulso e vejo ser Nicolas.

_ Antes de você ir, tenho algo para você. – Ele coloca a mão dentro do bolso de sua calça e tira de lá uma pulseira de ouro, o pingente era uma guitarra. – Para não se esquecer de mim.

_ Não esquecerei. – Respondo admirando o meu pulso em que ele tinha acabado de encaixar a fenda.

_ Entre minha filha, não podemos nos atrasar. – Ouço a voz abafada de minha mãe dentro do carro.

Dou uma última olhada, e então entro, estávamos voltando para a realidade.

Antes de embarcarmos, Antônio me entrega uma sacola com várias cópias de meu cd.

_ Fique para você. – Diz ele dando uma palmada nas minhas costas. – Tenho certeza que fará o maior sucesso.

_ Espero que sim. – Respondo dando um rápido abraço.

Escuto a voz vindo dos auto falantes chamando os passageiros do nosso vôo, minha mãe se despede mais uma vez de Antônio, e então seguimos viagem.

A última coisa que vejo pela janela do avião, antes das nuvens tamparem tudo, é a torre do hotel onde tínhamos nos hospedados.

“Suas bochechas estão coradas?

Você já teve aquele medo de não conseguir mudar do tipo

Que gruda como se tivesse algo em seus dentes?”

Do I Wanna Know? – Arctic Monkeys


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Notas finais do capítulo

Não se esqueçam de comentar!!!!
P.s: Ainda fico com raiva pelo comportamento de Pocahontas! XD
Look de Melissa: http://www.polyvore.com/back_home/set?id=147339731



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