POV ROSE.

Quando eu desliguei o telefone na cara de Liss eu tive esperança que nunca mais eles fossem correr atrás de mim, mas esse negócio de esperança nunca deu certo comigo. Estávamos eu e Suzan sentadas no pé de uma das escadas e ela estava me contando sobre umas historias de sua infância, e por Deus ela não era toda santa como parecia. Eu estava dando risada quando algo aconteceu, eu não sabia se real ou não, mas apenas sabia que Dimitri Belikov esta parado na porta da casa de Suzan e olhando diretamente para mim, e eu não gostei nada disso.

Levantei tão rapidamente que Suzan ficou assustada, mas não dei atenção, afinal ela não estava em perigo, o que estava em perigo de verdade era meu auto controle. Fui em direção ao russo maldito que estava com toda aquela pose de guardião badass que ele tem.

— O que você esta fazendo aqui? – Sibilei. 

— Você sabe muito bem o que estou fazendo aqui.

—Serio? Porque eu não me lembro de Suzan ter contratado alguém para fazer palestra de lições zen, camarada. – Falei.

Tempos novos com apelidos velhos, isso não vai funcionar.

—Pensei que você fosse madura Rose, mas pelo jeito velhos costumes nunca morrem – Ele não precisou dizer mais nenhuma palavra.

Aquela resposta apenas acendeu o fogo de quando ele disse não me amar, eu fiz o que devia ter feito naquele dia que ele me falou isso, peguei uma de suas mão e segurei com tanta força que poderia ter ate quebrado, mas isso não foi suficiente para mim, então eu soquei a cara dele. Não que fosse fácil ele tentou se esquivar mas eu já sabia disso, afinal fui sua aluna. Eu vi a dor no seus olhos, afinal minha mão era grande e forte e um murro delas era capaz de deixar um belo vermelhão.

— Rose, para, o que você esta fazendo? – Suzan falou desesperada agarrando meus braços, não que ela conseguisse com algum sucesso me segurar.

— Apenas dando boas vindas a um bom e velho amigo – Falei encarrando Dimitri.

— É sempre bom te ver novamente – Falou ele sarcasticamente. Pelo jeito as coisas tinham mudado, o Deus Anti Social tinha virado o Rei do Sarcasmo. 

Antes de me retira eu o encarei e tentei intimida-lo, não obtive sucesso, sei que Suzan falava alguma coisa para mim, só que eu não conseguia ouvir eu estava muito irritada para isso. Então simplesmente me retirei dali porque não sou muito boa em auto controle. Fui direto para o meu quarto, bufando e chutando tudo o que aparecia na minha frente.

“Maldito Belikov” pensei “ O que ele esta pensando? Acha que pode vim aqui e me arrastar para corte?” Me joguei na cama “ Espero que Suzan o expulse daqui a ponta pé!” esse meu ultimo pensamento antes de adormecer: Suzan dando um pé na bunda do Dimitri, e que bunda.

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Acordei com o meu estomago roncando, até parecia que tinha um mostro dentro dele. Não era para menos, quando olhei para o relógio percebi que já faziam 4 horas que estava dormindo e já era hora do jantar, não pensei em muita coisa apenas passei a mão no cabelo e sai correndo, só tinha algo em mente: COMIDA.

Quando entrei na sala de jantar toda contente tive uma surpresa: A mesa estava cheia, ponto positivo, mas não tinha ninguém ali. Estava indo a sala de estar para procurar por Suzan e o resto do pessoal, quando ouvi vozes vindo do corredor.

— Estão chegando – Falei para mim mesma e sentei no meu lugar.

A porta se abriu e Suzan entrou rindo e logo atrás dela estava o Dimitri, quero dizer guardião Belikov.

— O que ele está fazendo aqui? – Perguntei chocada.

— Rose – Susan ralhou - Ele é um convidado. Comporte-se.

Todos nós sentamos na mesa, e infelizmente, Dimitri se sentou à minha frente, tive a satisfação de ver que ele estava com uma compressa de gelo nas mãos.

— Bem...- o pai de Susan iniciou um brinde – Estou feliz pelo nosso convidado, que veio de tão longe...

— E que nem precisava ter vindo – Murmurei.

Achei que ninguém tinha ouvido, mas quando olhei para frente Dimitri me encarava. Dei de ombros e o olhei como se dissesse “O que foi?”. Ele apenas suspirou e continuou prestando atenção no que Edward Zelekov estava falando, sorri.

— Então vamos comer – Suzan sorriu – Já que todos estamos aqui.

— Algumas pessoas não precisavam estar, Suzan – Sorri de modo angelical – Mas algumas pessoas gostam de fazer viagens desnecessárias.

— Rose...

Ninguém pareceu notar minha ironia e continuaram a jantar alegremente ignorando a nuvem sombria que havia sobre a minha cabeça, a não ser Suzan, mas ela disfarçou maravilhosamente.

— Então, guardião Belikov – Edward tentou parecer cortes – Como está sendo ser guardião da princesa Dragomir?

Dimitri demorou um tempo para responder.

— É uma experiência interessante – Ele falou devagar – A conheci na academia, então já pegamos um certa intimidade.

— Isso! – Concordei – Ele também foi meu instrutor na academia, vocês não fazem ideia de como Dimitri é sociável, ele adora pegar intimidade, não é mesmo?

Eu o encarei sorrindo e pude ver a máscara de durão cair pela primeira vez desde que chegara, ele estava furioso. Que comesse a guerra.

— Nossa, falando em intimidade. – Continuei a falar – Sabe, estou com uma vontade enorme de ler um livro, como é o nome mesmo? – Encarei Dimitri – A lembrei, nome é “A Cabana”, conhece Belikov? – Para todos parecia uma simples pergunta, mas Dimitri entendeu que eu estava jogando sujo com ele.

— Não conheço, mas recomendaria um livro pra você – Falou ele me encarando com seus lindos olhos escuros - Disciplina: a trilha do sucesso.

Ponto para Belikov.

— Ah, não, obrigada. Isso é livro de auto ajuda e a ultima coisa que preciso e de ajuda com a minha disciplina, afinal graças a minha disciplina e minha imprudência que ajudei a salvar pessoas do lado obscuro.

Ponto para Hathaway.

Dimitri apenas continuo a me encarar, eu sei que toquei numa ferida que dói, mas ele destruiu o meu coração. Ok, destruiu me coração? O que agora, estou virando uma dama do drama e romance?

O senhor Zelekov percebendo que tinha algo de errado e mudou o assunto, mas eu nunca perdia a oportunidade de fazer ou melhor tentar deixar Dimitri constrangido ou apenas provoca-lo, foi assim o jantar todo. Fui a primeira me retirar da mesa alegando que estava com dor de cabeça e fui direto para meu quarto.

Tomei um banho relaxante e estava me preparando para deitar quando alguém bateu na porta.

Quando abri a porta, surpresa, novamente.

Dimitri estar na casa de Suzan ate ai vai, mas Dimitri na porta do meu quarto? Esta de sacanagem.

— O que você quer? – Perguntei secamente.

Ele me olhou dos pés da cabeça antes de falar.

— Precisamos conversar – E simplesmente entrou.

— Hey,eu não te convidei para entrar no meu quarto, camarada. – Cruzei os braços.

— Não me culpe, Rose – Falou ele, sentando na única cadeira que tinha no quarto – Você passou a noite toda jogando seus joguinhos, agora você vai me escutar.

— Eu não quero ouvir nada que você tem para falar – Disse.

— Rose, eu sei que você não queria que eu estivesse aqui, mas se você tivesse escutado Hans, isso tudo não estaria acontecendo – Falou ele sem tirar um minuto seus olhos do meus.

— Eu não tenho nada mais com a corte. Já falei isso. Será que é difícil de entender. – Joguei os braços para o alto, exasperada.

— Você não tem escolha, você vai por bem ou eu vou ...

— Vai fazer o que ? Vai me arrastar ate lá? – Perguntei me aproximando dele – Mas camarada você esqueceu uma coisa, eu não sou mais sua aluna, agora eu sou sua igual, eu sou uma guardiã.

Quando falei isso ele simplesmente levantou rápido, rápido demais e me prendeu na parede.

— Você sempre foi minha igual, Roza – Falou ele.

No momento que ele falou meu apelido com aquele sotaque russo, eu tive a certeza que o amor não morre. Então o beijei. Ele a principio não correspondeu, mas não demorou muito para que ele retribuísse. Seus lábios era como eu lembrava, doces e fervorosos. Seu beijo que primeiro veio suave, se tornaram violentos e famintos. O seu beijo me consumiu. E Havia fogo em toda parte, porque ele estava em toda parte. Suas mãos reconheciam minha pele, queimando-a. Seus lábios sentiam o gosto de cada centímetro do meu. Ele me beijou com mais força, sua respiração em minha boca, e eu sabia que era aquilo que faltava em meu mundo.

Eu podia continuar beijando o amor da minha vida, mas eu ainda sou Rose Hathaway. Então dei uma joelhada no estômago de Dimitri, o que era obvio que ele não esperava. Seus olhos se arregalaram, em estado de choque e eu aproveitei este momento e o empurrei para fora do meu quarto.

— Boa noite, camarada!- E bati a porta na cara dele.

O amor não morreu, mas mesmo assim ainda estou com raiva.