Mystic Falls escrita por Larissa Armstrong


Capítulo 22
O meu sonho com Salvatore


Notas iniciais do capítulo

olá, espero que gostem ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/446855/chapter/22

V

Tudo o que eu pensava enquanto andava ao lado de Stefan era o quanto eu me sentia diminuída. Lembro de todos os olhos em cima de mim e lágrimas brotam em meus olhos. Tudo o que eu queria era sair de lá, de modo que todos me esqueçam.

Eu quero esquecer. Esquecer que confiei nele e deixei de confiar na pessoa que sempre esteve ao meu lado, e nunca percebi. Stefan.

Sinto vontade de socar a minha cara ou bater a cabeça contra parede, mas só aperto meu pulso esquerdo o mais forte que eu posso, fingindo estar apertando o pescoço do Blaine. Enterro minhas unhas no pulso, e Stefan de repente afasta a minha mão com um tapa de leve.

–Nem pense nisso.

A vergonha me toma e apenas baixo a cabeça. Ele para de repente e me segura pelos braços.

–Valentina, isso é burrice. Se tiver alguém que tem que se machucar de verdade é ele, e eu já fiz a minha parte acabando com o rosto daquele cretino. Eu sei que você está morrendo de raiva, mas não desconte em si mesma. Se quiser, soque a minha cara o mais forte que você puder, mas não se machuque. Por favor.

–Obrigada, Stefan. – eu indago, considerando e muito a oferta de socar sua cara.

Ele se aproxima de mim e beija a minha testa.

–Eu realmente gosto muito de você, e eu te digo, não se culpe. Não vai acrescentar em nada.

–Desculpa, mas nada vai me fazer sentir melhor. Eu estou coberta de tinta preta e todos da escola viram a humilhação. Não acho que estou me culpando, - minto, por que estava sim – só me sinto... patética.

Ele suspira, derrotado.

–O que vai fazer?

–Sair do internato.

–Não.

–Eu vou.

–Você vai mesmo dar esse gosto de vitória para ele e ela? Vai sair com o rabo entre as pernas e deixar que pensem que venceram? Você é burra?

Paro por alguns segundos, digerindo lentamente suas palavras.

–Você tem razão. – digo, sentindo-me forte imediatamente. – eu vou continuar para arrancar a cabeça deles e pendurar no meu quarto.

–Não era exatamente isso o que eu esperava, mas fico mais tranqüilo sabendo que você fica. – Stefan sorri, e eu retribuo o melhor que posso. –Você vai ficar bem. Você sempre fica.

Algo naquelas palavras me faz perguntar se Stefan sabia do meu passado tortuoso com a minha mãe. Um calafrio percorre a minha espinha, mas deixo para lá e continuo andando até meu quarto.

Eu preciso de um banho agora! Eu pensei tirando minha blusa e desabotoando minha calça, pegando umas roupas pra dormir, até que Stefan fala:

–Hm... Valentina... –virei pra olhar pra ele.

–O quê? – falei franzindo a testa.

–Eu to aqui. E você... Hm, você tá tirando a roupa e... Só de... Sutiã...- ele não conseguia falar olhando pra mim. Ele balança a cabeça e faz um sinal com a mão. - Deixa pra lá! – fiquei vermelha na hora.

Onde é que eu tava com a cabeça pra não perceber que eu tava tirando minha roupa com ele ainda no quarto?

–AH. – foi tudo o que eu consegui falar, e em seguida abotoei a minha calça rápido, peguei minha blusa do chão me cobrindo e entrando no banheiro correndo.

–Mas eu disse deixa pra lá! É sério, eu não ligo de você tirar a roupa na minha frente! – Stefan gritava enquanto eu fechava a porta do banheiro. Ri comigo mesma. O velho Stefan havia voltado.

Lavei meu rosto na pia branca do banheiro, água preta correndo para o ralo. Passei meus dedos por meu cabelo cheio de tinta, que já estavam endurecidos. Eu estava patética. E ainda tinha a parte do Blaine. Que doía muito mais do que uma tinta. Tudo o que tinha acontecido lá no cinema... O meu beijo com ele. As nossas risadas. O lance da moto. Tudo aquilo era pura enganação, puro fingimento. Mesmo não querendo, as lágrimas acabaram brotando em meu rosto.

Chorei baixinho, pra o Stefan não ouvir e querer matar de vez o Blaine. Ouço dois toques na porta.

–Valentina? – Stefan me chama num tom evidente de preocupação do outro lado da porta.

–HUM! – se eu falasse, provavelmente ele teria percebido minha voz chorosa.

–Você... Você está bem?

–Uhum! – eu disse limpando meu rosto novamente.

–Você está mesmo? Me deixa entrar!

–O quê? – eu disse tentando que minha voz se pareça o mais normal possível. -Não, você não pode entrar hm... eu to... Eu to nua!

–Uh. – ele disse, mesmo não o vendo, aposto que ele estava com um sorriso malicioso nos lábios. – AGORA EU QUERO ENTRAR MESMO VALENTINA! – ele gritou indignado. Eu ri alto.

–Me deixa tomar Bqnho Stefan! – ele suspirou.

–Tá, tá bom. Não demora, por favor.

Tirei minhas roupas, entrando no chuveiro e pondo uma boa quantidade de shampoo em minhas mãos. Tive que usar quase o frasco todo até meu cabelo voltar a cor normal. Suspirei ao vê-los loiros novamente. Passei condicionador e depois tirei a tinta do meu corpo, esfregando-o quase até o ponto de me machucar.

Pus meu pijama, peguei meu secador na gaveta e sequei meu cabelo. Saí do banheiro, exausta.

Stefan estava na minha cama, deitado. Alisando alguma coisa que... Cerrei os olhos, chegando mais perto dele. Não consegui me controlar e sorri. Stefan estava alisando meu porta-retratos, a foto que eu tirei há dois anos atrás, quando fui visitar uma fábrica de doces com Matheus, um grande amigo meu.

Stefan percebeu que eu estava olhando pra ele, então colocou o porta-retratos no lugar, meio que envergonhado. Pressionou os dois lábios sorrindo. Deu tapas no colchão, para que eu me deitasse. Suspirei e subi na cama, sentando do seu lado.

–Você tá bonita naquela foto. – ele sorriu olhando pra mim.

Ele passou o braço por meu ombro, e eu me aconcheguei em seu peito. Isso era tudo o que eu queria. Colo e aconchego. Com seu outro braço ele alisava a minha cintura, subindo os dedos pelo meu tronco e acabou fazendo carinho em meu cabelo. Estava quase dormindo quando ele me deitou na cama, me cobrindo até o ombro. Me viro e seguro sua mão. Por fim, adormeço.



E de repente estava no quarto de novo. De pé. O quarto estava escuro e não tinha ninguém, fui até a porta para abri-la, mas no meio do caminho ela se abriu de forma rápida, apressada. Stefan segurava uma loira. Ele tentava fechar a porta e ela chupando seu pescoço, com as duas pernas entrelaçadas nele.

Mas quem é essa vadia? Ela estava pendurada no pescoço dele como uma animal enfurecida.

Ele a jogou na cama com força, e ela caiu com tudo, tirou o cabelo do rosto e... Espera. Aquela ali sou eu! Olhei aquilo tudo confusa. Mas como? Stefan não parecia me ver, só aquela ‘’eu vadia’’ que estava de pernas abertas, alisando a parte inferior das suas coxas. AH, fala sério! Eu não sou oferecida assim!

Revirei os olhos. Stefan mordia os lábios de forma maliciosa. Tirou a blusa, indo de joelho até aquela garota. Sim, aquela garota. Me recuso a pensar que aquela sou eu. Ele tirou a blusa dela bruscamente, lambendo os lábios quando se olhar foi de encontro com seus peitos. Ela sorria safadamente. E eu olhava tudo aquilo com os olhos cerrados. Stefan tirou o short da garota e jogou do outro lado do quarto. Ele tirou a sua própria calça e puxou o lençol pra cima deles dois.

Eu só conseguia ver o movimento dos lençóis, e aquela garota gemendo, as vezes até gritando. Seus gritos/gemidos se alternavam em: ‘’mais rápido Stefan’’ ou ‘’ assim Stefan’’ ou até mesmo ‘’ não para Stefan’’ isso não me ofenderia SE ELA NÃO GEMESSE COM VOZ DE ATRIZ PORNÔ. Eu não acredito que isso está acontecendo. Estou com ciúmes de mim mesma? Eu ri alto. O movimento no lençol parou e Stefan e a ‘’eu’’ colocaram a cabeça pra fora.

–Quem é essa, amor? – ela disse a ele, com uma voz dengosa, olhando pra mim.

Aí eu acordei.

Abro meus olhos e já é de manhã.

Levantei assustada, meu corpo suado, minha respiração ofegante. Stefan estava a minha frente com a boca cheia de espuma, com minha escova de dentes na mão e a pasta em outra.

–Eu... Eu ouvi mal ou você estava gemendo e gritando meu nome? – ele levanta a sobrancelha e se segurava pra não rir.

–Hã? – MERDA! AQUELA VADIA GEME QUE NEM UMA ATRIZ PORNÔ E EU TENHO QUE PAGAR O PATO. –Você tá falando o que Stefan?

Ele sorriu com malicia.

–Você sabe. Eu aposto que você estava sonhando comigo não é? –ele ainda sorria pra mim daquela forma irresistível.

–Não. Não estava. Você deve ter deixado a TV ligada e se atrapalhou ok? – revirei os olhos. Tentando ser o mais convincente possível.

–A TV não estava ligada. E pode assumir que estava sonhando comigo. Você se contorcia enquanto gemia Valentina! – ele riu alto, como se tivesse amando isso tudo. Cerrei os olhos.

–Eu não sonhei com você, e você ia usar minha escova de dente? - ele riu.

–Não mude de assunto. Diga-me como foi esse tal sonho. – colocou as mãos no queixo, como se fosse um terapeuta ouvindo seu paciente, só faltava o bloco de notas. Joguei o travesseiro na cara dele. Rindo.

–EI! – ele fez uma cara hilária. - Você mexeu com quem não devia senhora Sanches. Mexeu com Ares, - ele se levantou, pondo a mão na cintura e falando com um ar de discurso. – Deus da guerra, e do... – eu fiz cara de entediada e joguei outro travesseiro na cara dele, dessa vez mais forte. Cruzei os braços. Ele respirou fundo. – É MELHOR VOCÊ CORRER! – ele disse, subindo em cima da cama pra me pegar. Fui mais rápida e dei a volta na cama, correndo em direção da cama da Hayley.

Era difícil correr pelo pânico dele correndo atrás de mim e por que eu tava rindo muito. Stefan de repente estava do meu lado e então atravessei a cama da Hayley pisando nela e correndo pra minha, ele correu atrás de mim gritando que nem um louco, e já estava indo em direção a porta quando ele me pressionou contra ela.

Mordi os lábios, as nossas respirações ainda descontroladas. Paramos de rir aos poucos. Passei meus braços por cima dos seus ombros, ele passou os braços por minha cintura, nossos lábios estavam muito perto de se encontrar então fechei os olhos, já presumindo o que iria acontecer.

Até que então senti algo contra minhas costas, me fazendo cair no chão, em cima do Stefan. Olhei pra porta assustada. Hayley boquiaberta, cobrindo a boca com a mão.

–Gente... É... Desculpa. – ela parecia estar morrendo de medo que a gente matasse ela. Seria um ótimo motivo. Estava prestes a beijar o Stefan, se ela não abrisse a porta BEM QUANDO EU ESTAVA ENCOSTADA NELA! Respirei fundo, me levantando e saindo de cima de Stefan. Quer dizer, tentando, por que ele me segurava pra eu não sair de cima dele. Revirei os olhos, batendo no peito dele com força, ele riu e me soltou.

–Que é que ele tá fazendo aqui? – Hayley riu, colocando a sua bolsa na cadeira.

–Bom dia pra você também maninha! – Stefan falou se dirigindo a Hayley, que riu em seguida.

–Stefan estava me fazendo companhia. Ontem, depois que você saiu com o Jeremy, você não vai acreditar no que o Blaine e a Taylor fizeram.

Contei tudo o que aconteceu comigo, ela parecia não acreditar. Nem eu, nem ela esperava por isso, Stefan ouvia tudo isso com raiva, de vez em quando opinando e ameaçando a vida do Blaine.

–E foi isso que aconteceu. –suspirei.

–Ele é simplesmente o rei dos cretinos! Como é que ele pode jogar tinha em você? – ela revirou os olhos. – Eu sei como você pode se vingar – ela sorriu – Você vai ser a mais bonita do baile, e então ele vai ter uma noção de tudo o que perdeu – ela sorri mais ainda.

–Não, ela não precisa mostrar a ninguém o quanto ela é bonita ok? Não inventa. – Stefan revirou os olhos.

–Que fofo Stefan, você está com ciúmes dela! – Hayley disse, Stefan ficou boquiaberto.

–O que? Não, nada disso!

–Assuma-se Salvatore. – ela ria, eu também. Ele revirou os olhos rindo também.

–Ok, ok, eu sinto um pouco de ciúmes, mas não é nada gritante sabe? – ele disse, eu me joguei em cima dele, o abraçando, Hayley se jogou em cima também, só pra atrapalhar. Nós três ficamos rindo que nem uns idiotas.

Aí o Stefan teve que ir pro quarto dele, pegar seus livros e tudo mais. A Hayley foi pro banheiro tomar um banho e eu o acompanhei até a porta.

–Obrigada, Stefan. – eu sorri pra ele. Aquela frase realmente foi sincera. Eu realmente estava agradecida a ele por tudo isso. Ele sorriu pra mim, alisando meu rosto e tocando seus lábios nos meus, agora mais rápido que na ultima vez no carro. Tirou meu cabelo do rosto, colocando uma mecha atrás da minha orelha.

–Conta comigo. Sempre. – e me beijou novamente, indo pro seu quarto. Suspirei alto, me jogando na cama e sentindo seu cheiro no meu travesseiro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mystic Falls" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.