Tão diferentes... Tão parecidas escrita por IsabelleBah


Capítulo 15
O Deus do novo mundo


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem a leitura



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Levo um susto quando Victor levanta de uma vez e começa a correr. Apenas observo enquanto o Detetive, o Rafael e o Guilherme correm na direção dele e o imobilizam no chão. Patético. Onde ele achou que iria?

— O que mais me incomoda é que você tinha razão._ Sussurrei para que apenas Melissa ouvisse, ela ainda estava escorada em mim._ Eu sabia que era ele, só não queria admitir que ele tivesse chegado ao ponto de matar seus amigos.

— Se não te conhecesse Karol... Diria que ainda nos considera seus melhores amigos. Sempre dizendo que devemos desconfiar de todos. Mas você se recusava a admitir que pudesse ser eu ou Victor. Você é a pessoa mais egoísta que conheço.

— Como?_ Há essa hora, já estava admitindo que se tem alguém que consegue me deixar confusa, é a Melissa.

— Você preferiu ver mais gente morrer a admitir que o Victor seja o assassino e que ele faz isso pra se vingar de nós duas. Você não queria que ninguém soubesse que também tem culpa no cartório. Vai me chamar de mentirosa?

Fiquei calada. Sabia que ela estava certa. E seu sorriso mostrou que ela também sabia. Tirei seus braços de cima de mim bruscamente e me virei para ela.

— Contenha sua felicidade Melissa. Ainda não provamos que ele é o assassino e você não tem provas disso. Sem falar que não vamos sair dessa numa boa.

— Vocês também não têm provas contra mim, mas tem argumentos. E é exatamente o que vou usar contra ele. Sobre o passado, foi há muito tempo. Vou conseguir contornar isso.

Só então me ocorreu um detalhe.

— O Detetive não te prendeu?  _ Acuso com raiva.

— Eu manjo dos paranauê. _ Ela diz em tom de deboche. Agarrei a gola de sua camisa mais uma vez.

— Como fez isso?

— Calminha aí, Karol. Eu não vou fugir não, nem se eu quisesse. Estamos cercadas, esqueceu?

Ia retrucar dizendo que mesmo assim, ela poderia machucar alguém. Mas nesse momento escuto um estalido e vejo que Rafael lançou Victor com tudo em direção a parede.

— ME DIZ QUE NÃO É VERDADE!_ Ele tinha os olhos arregalados, mas acabou abaixando a voz, quase como um sussurro._ Me diz que você realmente não matou aquelas pessoas e teve a cara de pau de vir chorando na minha direção, me diz que não foi tudo teatro. Diz-me... Que meu amigo não é um duas caras, ASSASSINO!_ Ele gritou a ultima palavra, o rosto todo envolto pela raiva.

— NÃO SOU! ACREDITEM EM MIM! PORQUE EU FARIA ISSO? AS MORTES NEM SEQUER ATINGIRAM MELISSA DIRETAMENTE!_ Eu quase acreditei devido ao desespero em seu rosto e eu sua voz. Quase. Mas não tive mais muito tempo para pensar. Melissa passou voando por mim, agarrou o pescoço de Victor cravando suas unhas de modo que vi um filete de sangue escorrendo.

— NÃO ME ATINGIRAM DIRETAMENTE? VOCÊ PODERIA TER MATADO MEUS AMIGOS, MAS PREFIRIU MATAR OS SEUS!_ Ela cuspia na cara dele, sua voz estava ficando rouca, gritava a todo pulmão._ PORQUE MATANDO OS MEUS PARECERIA QUE ALGUÉM QUE ME ODEIA ESTAVA FAZENDO ISSO. MATANDO SEUS AMIGOS MAIS PRÓXIMOS, OU PIOR, GAROTAS COM QUE SE APROXIMAVAM DE VOCÊ, PARECERIA ALGUÉM ENCIUMADO. VOCÊ FEZ DE TUDO PARA ME INCRIMINAR._ Ela derrubou-o no chão com um soco e passou a chuta-lo. Rafael atirou-se na direção deles para detê-los.

O Detetive se aproximou a passos largos e começou a bater a mão na parede para chamar atenção. Seu rosto estava totalmente vermelho.

— JÁ CHEGA DESSA PALHAÇADA! SENTEM TODOS AGORA!

Todos se sentaram. Menos Melissa (N/a uiiiii rebelde). Puxei seu cabelo de modo que ela caísse sentada.

— Aiiiii!!!

— Cale a boca.

— Agora... Podemos conversar como pessoas civilizadas?_ Ele perguntou com uma carranca.

— Sim..._ Todos responderam de cabeças baixas.

— Ótimo! Melissa, porque tem tanta certeza de que foi o Victor? Só por parecer uma vingança a você? Como ele matou aquelas pessoas? Ele estava presente em outros lugares! Pessoas o viram!

— Sinceramente... Você deveria acreditar mais nas pessoas que trabalham com você. A Karol já respondeu a todas essas pessoas.

— Eu respondi?_ (N/a O.o ela respondeu?)

— Sim, respondeu. O Death Note (N/a hn? A é!)

Ela... Acredita em mim? De todas as pessoas, logo a Melissa acredita em mim?

— Você já conhecia a lenda do Death Note?_ Perguntei. Só pode ser isso.

— Não. Mas chegou aos meus ouvidos o que você descobriu._ Então ela realmente acreditou? Comecei a ouvir risadas. Olhei para frente e quem ria era o Rafael.

— Claro! Não conseguimos criar uma conclusão logica, então vamos inventar.

Melissa fez uma carranca.

— Faça o seguinte. Pense em todos os assassinatos que ocorreram e me diz se não fazem sentido se você aceitar a existência do Death Note.

Depois de um tempo pensando ele disse:

— A Sandra. O assassinato da Sandra não faz sentido. Ninguém viu alguém do acampamento entrando na floresta, nem saindo. E não tinha nenhuma roupa suja de sangue, provas nem nada. E é obvio que não foi um suicídio. Que eu saiba, não tem como escrever no Death Note: Morreu porque se rasgou toda. E se ele tivesse usado outra pessoa ele teria de ter anotado o nome dela. Ou seja, ela teria tido um ataque cardíaco.

O Detetive soltou um som esganiçado. Olhei para ele e ele estava com a mão na boca, olhando pasmo para Rafael.

— O que foi? _ Perguntei preocupada. Ele estava ficando muito pálido.

— Como Sandra foi assassinada de uma maneira tão brutal relacionei logo a vingança. Como ninguém fora do acampamento a conhecia, não me preocupei com a entrada do outro lado da floresta... A entrada que fica na fazenda de Patrícia. Onde um fazendeiro teve um ataque cardíaco. O pai da Patrícia... Teve um ataque cardíaco durante nossa estadia no acampamento. A casa dele é depois da floresta._ ele ficou repetindo isso desesperado. Parecia acreditar agora.

— E Limpe._ Ele continuou, gesticulando com as mãos._ Também se suicidou no mesmo dia. O que poderia explicar os dois assassinatos ocorridos na floresta.

— E Fernanda..._ Disse com a voz embargada. Dei uma tossida para melhora-la quando todos olharam para mim._ Quando a Fernanda caiu da escada... Empurraram-na. Depois Leonardo perguntou o nome completo dela. Eu pedi pra ela dar um falso. Depois eu vi uma mensagem com o nome falso dela. Leonardo mandou a mensagem com o nome da Fernanda para o refeitório, lá estava lotado e ninguém desconfiaria de um aluno usando o telefone do refeitório. E depois morreu. No dia ainda não sabíamos o que havia acontecido. Mas o senhor já deve saber, não? O que aconteceu?

E o Detetive respondeu lentamente, com o olhar fixo em um ponto qualquer:

— Ataque cardíaco...

Todos nós ficamos em um silencio pesado. Passei a encarar Rafael. Quando ele pareceu que ia ceder, sua expressão se tornou dura novamente.

— Claro! Porque é muito logico acreditarmos em uma lenda sobre um moleque revoltado que ficou maluco e resolveu sair matando meio mundo com seu diário._ Ele tornou a rir._ O máximo que ele provavelmente fez, foi fazer uma capa de chumbo para o caderno e sair dando uma cadernada na cabeça de todos.

Pelo canto dos olhos vi Victor se levantando de uma vez, com Guilherme e John segurando ele. Eles tentaram disfarçar a atitude de Victor. Mas todos o encararam surpresos. E ele não se intimidou. Encarou Rafael com um ódio que eu nunca vi em seu olhar antes.

— Nunca... Insulte... Kira... Na minha frente!_ Ele disse pausadamente devido a respiração descompassada. Os dentes e os punhos cerrados. Os olhos faiscando e a face vermelha. Parecia um animal, pronto pra atacar. (N/a tamo junto Victor ò.ó) Foi quando ele se desvencilhou dos amigos e abriu os braços fechando os olhos. Sussurrava em voz baixa, como se invocasse algo.

Tudo começou a tremer. Folhas e poeira entraram junto a uma ventania avassaladora. O vento estava tão forte que pensei que pudesse levantar voo a qualquer momento. Não conseguia manter meus olhos abertos. Ao meu redor escutei Fernanda gritando e ao mesmo tempo se engasgando. Reprimi a vontade de rolar os olhos. Como que alguém é tão burro a ponto de abrir a boca numa ventania de poeira assim? Do nada, a ventania para tão inesperadamente como quando começou.

Começo a abrir meus olhos lentamente. Não estamos mais dentro de um ônibus. Estamos... Não sei onde estamos! O lugar ao mesmo tempo é escuro e claro. É como se as paredes fossem pretas e tivesse uma janela aberta. Mas sei que não é o caso. Não estamos em um lugar que tenha paredes. Não parece nem mesmo tem um chão. É como se eu tivesse flutuando. É como se eu tivesse em um vácuo. Ou talvez morrido. Já que percebo que não estou respirando, mas não sinto a necessidade do mesmo. Não consigo ver ninguém ao meu redor. Apenas uma única figura a poucos metros na minha frente.

— Quem é você?_ Tomo um susto quando percebo que minha voz ecoou ali. Mas eu não abri minha boca.

Ele sorri sinistramente e uma voz de homem invade minha cabeça:

—  Sou aquele que um dia ousou ser Deus. I am Kira.


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Notas finais do capítulo

Amo quando o Kira aparece *-*



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