Life Isnt a Word, Is a Felling escrita por JulietCraig


Capítulo 6
Capítulo 3. Best Friend




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Capitulo 3. Best Friend

 

Ele. O que julgava ser o meu melhor amigo e me tinha literalmente deixado para trás. Agora queria falar comigo.

- Aqui tem. A ver o seu pai?

- Sim… Toca bem não toca? – Perguntei a esmeralda. Tinha orgulho de quem me tinha posto no mundo.

- De tanto que já ouvi, mesmo que toca-se mal já aguentava tudo. – Respondeu-me rindo-se. – A menina sabe bem que o dom que tem nesses dedinhos. Herança Familiar.

Ela tinha razão. Eu não o negaria nunca. Tinha em mim, todo o meu avó, pai e mãe, e podia o provar ao pegar numa guitarra e tocar. Era autónomo e único.

Desliguei a televisão, pois a partir do momento em que tinha acabado o videoclip só deu músicas e musicas que não me entravam no ouvido. 

Comecei a ficar farta de estar ali. Era domingo de manhã, e não havia testes nem matéria para estudar. Não tinha os pais em casa e aquele silêncio fazia-me dor de cabeça. Poderia ir ter com o Thomas, mas não me valia de nada. Não o queria ver, nem me magoar mais do que suportava.

Vesti a t-shirt que me tinha emprestado e nunca a pediu de volta, dos Korn, uma saia de pregas preta e as típicas converse. Estava frio, por isso o meu inseparável casaco acompanhou-me por mais uma vez.

Não sabia bem por onde ir. Queria ver pessoas. Todo o tipo delas. Gordas, Magras, Bonitas, Feias, Loiras ou Morenas. Decidi ir até a praça municipal. Lá encontraria o que precisava.

A minha cabeça pensava continuamente em Thomas. Aquele local trazia tantas lembranças, recordações das horas que ali passamos apenas a olhar para quem por ai passava. Tudo o que poderíamos descobrir através de uma expressão, uma voz ou até uma peça de roupa. Tentar descobrir se tinham família com filhos, que tipo de CD comprariam ou que prato nos servir iam num jantar formal. Era uma maneira de passar o tempo, rir e esquecer o mundo que existia a nossa volta. Éramos só nós e um espaço de uma escada, ocupada por turistas e pessoas como nós, apenas a passar o seu tempo inútil.

Tinha-lhe ensinado tudo o que sabia sobre música e tudo o que havia por detrás do grande palco. Ainda podia ver os seus olhos a brilharem, os seus lábios desenharem um sorriso, quando lhe contava as histórias de Syn e de Johanna.

Passava pelas pessoas sem lhes olhar. Não queria enfrentar ninguém, apenas seguir o meu caminho. Enquanto mudava de faixa do meu mp3 constantemente, não encontrava a melodia com voz que encaixa-se aos meus sentimentos naquele momento. Parei numa dos The Offspring, apenas para me lembrar do primeiro concerto a que tinha ido. Tinha apenas seis anos, estava ao colo do meu pai e de mão dada a minha mãe, e entoava na minha fina voz de criança, todo o refrão do Pretty Fly. Recordava-me que havia sido uma noite mágica, e talvez ali percebi realmente a realidade onde vivia. O mundo da música.

Lembro-me do flash das câmaras ofuscarem-me os meus pequeninos olhos, e de sentir diversos cheiros no ar. Mais tarde, descobri que eram tabaco, álcool, e todo um outro tipo de substâncias que não me dava ao trabalho de pronunciar.

Olhei, finalmente, para as pessoas que passavam ao meu lado. Todas diferentes. Algumas turistas, outras passeavam, outras ainda tinham um dia de trabalho pela frente, e havia ainda aquelas que o trabalho tinha por fim acabado. Mas nenhuma me era conhecida.

Sentei-me no lugar habitual, sem que alguém reparasse em mim. Tinha uma vida normal para quem era filha de dois guitarristas famosos. Aliás, uma vida até bastante parada agora.

Problemas com o álcool pertenciam-me mas quem podia dizer mal? Tinha nascido disso.

Na rua, muitos eram aqueles que olham julgando conhecer-me, sem saberem realmente de onde. Na escola, só os mais próximos sabiam em que ventre tinha sido gerada, e mantinham-no em segredo. Alguns diziam que era parecida com aquela guitarrista que subia para cima das colunas e tocava sentada no meio do palco. Mas afinal quem acreditava que alguém que estava prestes a pisar a linha dos trinta, mas tinha uma energia de quinze, poderia ser mãe de uma adolescente? E, quando alguém decidia me emprestar uma guitarra para eu tocar era comparada ao famoso guitarrista Synyster Gates, pelo qual algumas gritavam. Era engraçado ver alguém a sonhar conhecer o seu ídolo que vivia ali ao seu lado sem saberem.


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Notas finais do capítulo

Estes três primeiros capitulos são uma introdução à história. A partir dos próximos começa mais acção :) Reviews?



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