Life Isnt a Word, Is a Felling escrita por JulietCraig


Capítulo 46
Capítulo 38. The Talk


Notas iniciais do capítulo

Queria tentar postar a história completa o mais rapido possivel :)



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O dia de Natal passou rápido e cansativo, e suspirei quando finalmente me deitei na minha cama. A calma invadia o meu corpo e o silêncio relaxava-me.

Ouvi a despedida de Syn, afirmando que ia até casa do Johnny. Estavam viciados uns nos outros.

Bateram de seguida na minha porta. Sabia que era a minha mãe, que tinha esperado que Syn saísse para vir falar comigo. Continuava a fazê-lo, como sempre.

- Querida, podes falar?

A voz dela era doce e suave. Eu queria tanto falar com ela, como ela comigo. Precisava da minha mãe. Assenti com a cabeça, sorrindo ao mesmo tempo, e ela começou.

- Bem, eu nem sei por onde começar. Estive algum tempo fora, imagino que algumas coisas devem ter acontecido. E também sei da proposta do Robert – Respirou fundo, e eu acompanhei-a – Espero, que aceites, porque apesar deste mundo ser difícil, era um prazer que o fizesses.

- Eu não sei mãe.

- Fala com o teu pai sim querida? Não quero ser apenas eu a dar a minha opinião, mas tens a minha autorização. Era isso que eu queria realmente que soubesses. Por outro lado, como guitarrista, digo-te que é muito complicado e aconselhar alguém a seguir este mundo é arriscado, e tens de fazê-lo por ti. Apenas por ti minha querida. Eu e o outro pai seguimos o nosso sonho. Tu tens de seguir o teu.

Abracei-a com as lágrimas a escorrer-me pela cara. Era tão fácil falar com ela.

Respirei. A conversa era difícil a partir de agora.

- Obrigada mãe. – Parei para ganhar coragem, sob o olhar curioso dela. – Mãe, tu ainda o amas?

O meu sangue borbulhava nas minhas veias, ansiosas por receber o veneno. Sentia-me tonta, mas consegui-me manter consciente.

- Claro. O Brian é especial, e nunca o vai deixar de o ser. Na primeira vez que o vi, o desejo consumiu-me por completo… - A expressão confusa do seu rosto desapareceu, e tornou-se agora séria. – Mas se o que queres saber é se eu sei do teu pai e do Zacky, sim sei.

Gelei. O meu corpo ficara estático, e a minha voz morrera. Não sabia o que pensar, nem como agir. Pensei que a minha mãe fosse chorar e berrar ao saber, assim como eu fiz. Mas continuava séria, e infeliz, olhando para baixo.

Não era de todo uma situação normal. Nem aceitável. Por outro lado, eles tinham apenas uma filha em comum. Não eram casados, nem sabiam o conceito prático de pecado. E apesar de terem fé, nunca a quiseram-me impingir.

Olhei para o rosto da minha mãe, esperando que ela falasse de novo. A sua voz tinha bloqueado como a minha, e sabia que o sofrimento também fazia parte dela. Mas precisava de saber se tinha sido Syn a contar-lhe ou ela descoberto sozinha, como eu.

- Mãe… Como é que…?

A força voltara ao rosto de Jo, que agora me voltar a olhar preparando-se para falar. Nos seus olhos lia-se o desgosto, mas também a culpa.

- Juliet, eu sei que o teu pai já te tentou explicar isto. Nós estamos muito tempo sem nos ver, temos desejos como toda a gente blá blá. Mas há culpa nisto tudo. Eu e o teu pai temos a culpa. Gostamos demasiado um do outro, mas também da bebida, e não estávamos prontos para estar só com uma pessoa.

Tu tinhas apenas dois anos quando isto começou. Uma noite eu estava estafada num quarto de Hotel, e bêbada. O teu pai estava noutro canto do mundo, e eu sentia-me sozinha. Queria uma noite de prazer, queria sentir-me desejada. Jack entrou no meu quarto, com mais uma garrafa de vodka. Nada estava a fazer sentido, mas bebemos a até ao fim e nem foram precisos 5 minutos para ele ir buscar outra.

Lembro-me perfeitamente, quando me olhou através do cabelo negro, e me beijou. Os lábios dele eram ternos e suaves, e eu não me importei como o que estava a fazer, até que dei por mim nua, a dormir debaixo dos mesmos lençóis que os dele.

Continuamos a faze-lo durante anos. Um dia voltei para casa mais cedo do que o previsto, mas julguei que Syn apenas chegasse no dia a seguir ao meu. Entrei pela porta aos beijos com Jack, e fomos até ao quarto onde encontrei o teu pai com o Zacky. O nojo foi terrível, e os gritos foram imensos e terríveis. Afinal tínhamos sido os dois traídos.

Não lhe consegui tocar durante mais de uma semana, e quando voltei a olhá-lo, chorava imenso no seu peito. Isto aconteceu tudo há uns seis anos. Sei que o teu pai continua com o Zacky muito raramente, e as vezes o álcool não me deixa raciocinar e envolvo-me com o Jack. Mas depois acaba tudo, e continuo e continuei a amar o Syn da mesma forma que amo o Brian.

Olhei para o rosto de dor da minha mãe. Senti-a o mesmo que ela. O ser traída e o trair.

O meu coração estava magoado, e ao tempo aliviado por ter a certeza que os meus pais estavam minimamente bem.

- Querida, estás bem? – A voz da minha mãe estava serena, mas não feliz.

Demorei a conseguir falar, mas ela esperou calmamente. Eram demasiadas coisas a ponderar naquele momento.

- Eu…Não sei.

- Juliet, tanto eu como o teu pai, temos culpa disto. Agora estamos bem. – Sorriu-me, e por momentos, conseguir respirar. – Não nos vais censurar?

- Não mãe. – Sorri. – Custa, mas se vocês estiverem bem, não tenho de ficar magoada.

Jo voltou a sorrir-me, e ajeitou-se na minha cama, segurando-me nas mãos de uma forma mais alegre.

- O Brian disse-me que andaste com o Thomas… Como é que acabou tudo?

Mordi os lábios. Apesar do tempo que não estávamos juntas, as ferias que ela tirava de meses, deram para ela me conhecer melhor que uma mãe.

- Eu só gosto dele como amigo…

- E o Jack?

- Foi um presente. – Respondi alegremente. Adorava aquele cão.

 Jo respirava longamente, e eu esperava. Por fim, a sua boca abriu-se para falar.

- E o Baker?

Virei a cara, mordendo o lábio inferior. Este ardia-me, de tanto raspar os dentes nele.

Não podia mentir a minha mãe, mas sabia que Brian não permitia que eu estivesse com o Zacky.

- Querida, eu sei que o teu pai, bem. Tenta perceber.

- E tu, mãe…

- Juli, por mim é claro que podes andar com o Zacky. Eu adoro-o, e não quero saber de nada. Promete-me só que tens cuidado com ele.

- Como assim?

- O Zacky gosta muito de ti. Não preciso de falar com ele para saber isso, mas esta relação vai ser muito difícil.

Baixei o olhar. A mão de Jo, pegou no mesmo rosto levantando-o suavemente na sua direcção, e os seus lábios mostraram um sorriso.

- Aproveita. – Olhou para cima, e voltou a olhar-me, rindo-se. – Bem e como foi?

Fiquei ainda mais confusa. A minha mãe era bem pior do que eu no que se tratava de confusões, principalmente nas suas palavras. Era preciso muito hábito para acompanhar o seu raciocínio, e quinze anos não eram suficientes.

 - Juliet, eu não sou parva. E conheço o Zacky. – Riu-se novamente, e eu continuava sem perceber. – Como é que aconteceu?

Percebi onde ela queria chegar, e estremeci. Era complicado falar de como tinha me envolvido com o Zacky, nunca tinha falado disto com ninguém.

- Não foi nada… - Menti.

Ela caiu em riso.

- Estás a gozar com a minha cara, Juliet Craig Haner?

- Tudo bem. – Resmunguei. – No dia dos prémios, antes de eu ir ter com vocês.

- Correu tudo bem? – A sobrancelha dela ergueu-se.

- Sim, Mãe. – Ri-me. – Não te preocupes, que nós sabemos o que fazemos.

Lembrei-me que isso não era completamente verdade, mas superei esse facto ao relembrar o porquê de quer tanto falar com a minha mãe. Queria perceber a última parte do sonho que me atormentava a meses.

- Ainda bem. – Sorriu, sem deixar o seu ar de ansiedade. – Que mais te atormenta Juliet?

- Bem… - Não sabia como lhe explicar, mas o melhor era resolver este assunto de uma vez. – Eu tive um pesadelo mãe. Sonhei que o Thomas pegava num bebé, e me pedia que não matasse o Syn, porque a criança precisava dele…

A mão de Jo percorreu-me o rosto, e olhou-me fixamente. Tentava perceber-me, algo que nem eu era realmente capaz de fazer. Suspirei, com o medo que me raspava as veias, e tentei permanecer calma.

- Querida, eu penso que não estou grávida. – Riu-se como tinha feito ao longo da conversa. – Mas posso fazer o teste por via das dúvidas. Mas querida, sabes que se estivesse grávida…

A sua mão baixou até ao estômago, como se esse fosse rebentar. O seu olhar também baixou, e a sua voz perdeu a forma. Observei-a com calma, e ela permaneceu estática.

Sem ter a certeza de quer ouvir o que a perturbava, peguei na sua mão pedindo que falasse.

- Se eu tiver grávida… O filho é pouco provável ser do Syn.

Cortou quando disse o nome do meu pai, e voltou a baixar os olhos. Abracei-a de imediato.

- Bem que momento tão familiar.

Olhei para Syn, que se encontrava a porta do meu quarto, observando-nos maravilhado. A minha mãe limpou as lágrimas que tinham caído, e colocou a sua cintura nos braços dele. “Estás bem?”, pareceu sair da boca do meu pai, e confirmei pelo aceno de cabeça da minha mãe.

Saíram do meu quarto, e liguei a aparelhagem. Estava um CD de Led Zeplin na aparelhagem, e continuei a ler o livro do Romeu e Julieta que tinha “roubado” a minha mãe, uns dias antes.

As palavras de Romeu eram tão intensas. Perguntei a mim mesma, se algum dia viveria um amor assim, se algum dia encontraria um Romeu assim.

Talvez a minha história estive perto que a Julieta vivera. O meu pai não queria que eu amasse a pessoa que eu escolhera inconscientemente. Não sabia se era a certa para eu amar, e também não sabia como ia aquela história continuar.

A minha cabeça tinha um turbilhão de ideais dentro de si, e apenas sabia que hoje era sábado. Aceitar a proposta de Robert, e deixar a escola, era algo aliciante. Mas por outro lado, eu não sabia se era aquilo que queria fazer da vida.


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Notas finais do capítulo

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