Agatus - A Descoberta escrita por Letícia Francesconi


Capítulo 45
Noite


Notas iniciais do capítulo

Bem, eu não iria postar esse capítulo, mas faltava alguma coisa mais quente entre Kat e Raj. Eu esstava pensando em postá-lo, mas a coragem não veio. Não sou boa com romances, mas eu tentei. Espero que gostem meu amores. Loyele, o capílo é seu ( já disse que o Raj/Suraj é seu :3 )
Beijinhos



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Caí deitada no tatame, a dor que emanava de minha panturrilha havia se decepado. Os outros feiticeiros desabaram ao meu lado, ruidosamente. A sala de treinamento era um complexo abafado de armas.

– Lembre-me de nunca mais fazer isto – ofegou Raj.

Diana se ergueu, entorpecida. Os cabelos dourados estavam estranhamente embolados.

– Você quem levou a flecha – Diana se recostou no baú velho da sala. Fez uma careta grotesca. – e nós que pagamos o pato.

Guardou a adaga e resmungou alguma coisa ilegível. Jake se levantou, ajudando Raj a se içar. Continuei estirada no tatame. Raj estendeu a mão, mas resmunguei em protesto. Se agachou, verificando minha perna.

– Como se sente?

Ponderei um instante, os olhos cerrados.

– Cansada.

– Não – riu ele. – Ainda dói?

Encostou os dedos gélidos em minha panturrilha. A dor sumira depois que partimos do deserto. A dor que a flecha provocara em meu peito, havia desaparecido subitamente. O corte em minha panturrilha tinha esvaecido.

Raj, de início, pareceu se espantar. Ajudou-me a levantar, buscando algo em seus bolsos.

– A minha varinha – disse ele, ofegante. – Ramech.

Olhou-me assustado. Os olhos arregalados estavam trêmulos.

Kat.

– Raj, eu não a vi – declarei. – Eu juro, quando me entregou Fadheela, não estava com ela em mãos.

Raj massageou as têmporas e suspirou.

– Vamos voltar – decidiu.

– Não podemos voltar – rebateu Diana. O clima da sala de treinamento se tornara tenso em questão de segundos. Minha boca tinha gosto de suor.

Raj a encarou seriamente.

– Voltamos para resgatar você – apontou a menina de cabelos dourados. – por que não minha varinha?

Diana intimidou Raj, pondo-se em sua frente.

– Se quiser morrer, vá sozinho.

Fiquei desnorteada com o ato de Diana. Ela poderia agarrar Raj pelo pescoço e arrancar sua cabeça em questão de segundos. Arfei com a ideia, estando ciente de que a náusea irritante viria a qualquer momento.

– Não vou sozinho – Raj me fitou, um sorriso brotou em seu rosto.

Me desesperei. Não poderíamos voltar naquele lugar cáustico. Não queria arriscar minha vida por uma simples varinha de luz. Eu teria de fazer algo para convence-lo.

Diana riu debochadamente, cruzando os braços.

– A ruivinha não sairá daqui.

Ignorei os dois e cerrei os olhos. Desejei que Raj esquecesse esta história. Sei que era errado, Ramech era especial para ele, assim como Peter é para mim, mas existiam milhares de varinhas semelhantes àquela. Estava esgotada e gostaria de descansar minha mente. Então utilizei a mesma para extinguir seu conceito. Eu possuía um poder e já estava na hora de exerce-lo.

Quando abri os olhos, Raj estava me encarando, o sorriso torto era arrasador. Piscou os olhos, aparentando estar tonto. Jake franziu o cenho, segurando o braço da irmã, arrastando-a para fora. Diana grunhiu, firmando os pés no solo.

– Kat – sorriu Raj. Seus dedos gelados passearam por meus cabelos. – Está tão linda.

Ele parecia estar embriagado.

– Onde está Ramech? – o testei.

Ele deu de ombros e permaneceu sorrindo.

– Não preciso dele – me deu um beijo rápido – Você é minha proteção - e sumiu da sala de treinamento.

Jake e Diana observaram a cena, incrédulos.

– O que você fez? – indagou Jake, perturbado.

– Não sei do que está falando – dei de ombros, cinicamente, falhando ao ausentar-me da sala. Os olhos de Diana me cercavam, como uma cobra manipulando um rato indefeso.

– Seu poder é colossal, ruivinha – sibilou ela. – Mesmo sendo filha de Richard, não existem explicações sensatas para seu domínio.

– Eu disse que ela usa magia negra – lembrou Jake em um murmúrio. – E acho que não estou errado.

Agora, os dois me cercavam. O olhar de Diana me fazia oscilar, tentando alcançar Fadheela. Diana riu ao notar meu medo momentâneo e inútil.

– Olha, ruivinha... Acho que não precisa de Fadheela para me assustar – apertou os meus pulsos intensamente. Senti uma lágrima rolar por meu rosto. – Se usa magia negra ou não, neste momento, não nos importa – seu sorriso se tornava mais afiado à medida que falava – iremos descobrir.

– Já basta, Diana – disse Jake em uma risada escarninha.

Os dois me libertaram, e dei um suspiro de alívio por me soltar do olhar de Diana. A náusea havia chegado e minha cabeça girava. Jake e Diana desapareceram de meu campo de visão. Outro suspiro me encontrou.

...

Tomei um banho, não tão demorado, como imaginei. Trancei o cabelo – não era um penteado que me agradava – finalizando com a flor de Lótus que Raj me dera. Vesti minhas roupas esquisitas que arrisquei improvisar. Uma camiseta sem mangas, alva, estampada com balões de corações. Usei a mesma calça skinning de sempre.

Pensei exageradamente no que havia me ocorrido. Christine tinha razão, Jake e Diana não estavam do nosso lado. Eles odiavam Richard e detestavam Victoria, mas queriam a seguir, apenas para vencerem. Eu precisa sair daquele local aterrorizante, salvar minha mãe, salvar Alisha e... Reencontrar David. Não tinha uma noção certa de onde estávamos. Talvez na Índia ou, até mesmo, na Austrália. Não sabia se a fortaleza de Richard se localizava em outra dimensão, em outro continente... Eu estava perdida. Minha mãe era uma feiticeira, meu pai estava vivo. Um mundo novo e atemorizante, ao mesmo tempo fascinante, surgira para mim, em um flash. Foi tudo tão inesperado...

Raj bateu em minha porta quando escovava meu cabelo.

– Entre.

De início, não o encarei. Escovava, despreocupadamente meus cabelos rebeldes. Raj pigarreou, voltando minha atenção para seu rosto perfeito, não o fitei nos olhos. Estava diferente, um diferente agradável aos olhos. Usava uma bata indiana azul-turquesa, completamente abotoada. O cabelo, recentemente molhado, estava partido para o lado, parecia maior do antes, o negro mais intenso. Ainda assim, lindo. Estava semelhante à um galã de BollyWood, perfeitamente perfeito.

Perdi a fala quando um sorriso tímido surgiu em sua face, o mesmo sorriso de quando eu o conhecera na casa de Victoria.

– Oi – sussurrou. Meu coração derreteu e, rapidamente, tratei de continuar a escovar os cabelos, tentando esconder o rubor.

Não pude deixar de sorrir.

– Olá – dei uma risadinha nervosa.

Raj se sentou ao meu lado, retirando a escova de minhas mãos.

– Eu estava pensando – pôs o objeto na cômoda, lentamente. – Christine não deve ter o escondido tão longe assim.

Estremeci quando seus dedos peteavam meus cabelos, delicadamente.

– O livro? – encarei-o pela primeira vez.

Ele assentiu, envolvendo os braços em minha cintura. Meu nervosismo aumentou.

– Acho que a... Bem, o covil de Alaris, talvez – não sabia o que estava falando. O seu perfume de Lótus era intenso, me deixando inquieta. Queria o agarrar e sentir melhor seu perfume adocicado.

Ele sorriu, percebendo a minha perturbação mental. Apanhou uma mecha de cabelo e jogou-a atrás de minha orelha, em um movimento suave.

– É – beijou meu pescoço, pausadamente. – Talvez.

Não me contive. Envolvi meus braços em seu pescoço, beijando-o intensamente. Ele pareceu não compreender minha reação inusitada, mas cedeu ao meu toque. Seus lábios eram perfeitos. Tão magníficos que poderia os beijar o dia inteiro.

Nos separamos quando não havia mais ar. Raj sorriu maliciosamente, enquanto me recuperava. Ruborizei quando percebi os arranhões em seu pescoço.

– Ah, me desculpe, Raj...

– Não, meu anjo – beijou-me rapidamente, parando para me encarar. – Não se preocupe.

Suas mãos passearam por minhas costas, e temi ao notar a intensidade das coisas. Mas eu estava confusa. As carícias de Raj me deixavam louca, fora de órbita.

Sem pensar, desabotoei sua bata perfeita. Ele pareceu aprovar meu ato. Retirei-a em uma velocidade assustadora, para mim. Seu tórax moreno estava a mostra, um motivo para me deixar tonta, mas resisti minhas fraquezas. Raj sorriu ao retirar minha camiseta “exótica”. Escondi meu sutiã de coraçõezinhos com o lençol da cama. Rimos juntos.

– O que foi? – perguntei. Fiquei rezando para que meu rosto não estivesse igual a um pimentão.

– Está linda – sua voz era tão... Sedutora.

Corei quando ouvi sua voz suave em minha mente. Raj me abraçou intensamente, beijando minha nuca. Fechei os olhos com a sensação maravilhosa, lembrando de que não precisava me martirizar por David, ele estava com outra garota, melhor do que eu. Precisa me concentrar em Raj, o que era melhor para mim.

Deitei-me, involuntariamente, escondendo-me debaixo dos lençóis. Raj riu, tentando me alcançar.

– É um ótimo esconderijo – sussurrou ele.

Ele me pegou, delicadamente, em seu colo. Não me debati, apenas fitei seus olhos negros, ansiando um beijo. Raj sentou-me na cama, beijando minha clavícula. Seus dedos acariciavam meus cabelos, deixando-os completamente bagunçados. Desabotoei meus jeans, em um ato desajeitado, mas Raj me ajudou.

– Obrigado.

Ele sorriu maliciosamente, prosseguindo com suas carícias. Considerei isto como um “não tem de que”. Gemi baixinho quando ele mordeu minha orelha. Raj iniciou uma trilha de beijos em meu braço, terminando-a em minha nuca. Senti um calor pesado quando nossos corpos se encontraram. Acariciei seu braço esquerdo, contornando seus músculos perfeitos.

Nunca havia passado tanto tempo com uma pessoa, não tão perto. Não tinha experiências com garotos, muito menos com sexo. Passei aquela noite com Raj, o que me salvou de pensamentos importunos. Era tão bom saber que alguém me amava. E sabia que Raj queria-me bem.


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Notas finais do capítulo

:3 comentem ♥



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