Revolução dos Sem Almas escrita por Lockey


Capítulo 11
Rabugenta


Notas iniciais do capítulo

- Depois de um tempo voltei para escrever mais capítulos -



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 A noite estava fria e a lua reinava como sempre, no alto, iluminando a escuridão de Pan Gu. O grifo fazia manobras breves e por vezes abocanhava alguma coruja que passava desatenciosa, o que fazia Plaza se assustar e despertar. Percebeu, já próximo, as luzes do acampamento em que morava e ansiava por uma cama bem confortável para dormir.

A criatura pousou no cercado fazendo levantar uma camada de poeira do chão. Assim que largou as últimas penas do grifo cambaleou e caiu de joelhos, estava demasiada cansada.

— Plaza, entre - Uma voz feminina disse se aproximando da feiticeira e ajudando-a se levantar. - Como você se intromete em um problema grande desses.

— Você não sabe o que aconteceu, então não fale dessa forma, Lorna - Outra feiticeira saiu de uma das tendas e pôs-se a amarrar o grifo em uma cerca. - Precisamos sair daqui, logo.

Lorna ajudou Plaza a chegar até a barraca de Bell.

— Decepção é o que me resume nesse momento - A feiticeira já dizia antes mesmo de pôr os olhos na aprendiz. - Como ousa ajudar um bárbaro? Será preciso explicar a você o motivo de sairmos da Cidade das Feras?

— Ele era o Ancião, por Pan Gu - Plaza explicou-se após sentar em uma almofada não muito confortável. - Desde quando deixamos de ajudar as pessoas?

— Desde quando fomos expulsas daquela cidade - Bell gritou.

— Você foi expulsa! - Plaza não estava bem, o cansaço estava a obrigando falar coisas que se arrependeria depois.

— É melhor que ela descanse, Bell - Lorna fitou a velha enquanto mordia os lábios. - É melhor para vocês duas. Cabeça quente só gera confusão atrás de confusão.

— Não! Preciso dar um recado - Plaza sentiu um pingo de suor brotar da têmpora. - Precisamos nos juntar à Cidade das Plumas.

— É melhor mesmo ir descansar, Plaza. No seu caso cabeça quente gera delírios. - Bell deu uma gargalhada breve.

Lorna espantou-se com o aviso da amiga. Até que não seria má ideia, as forças revoltantes estão crescendo cada vez mais, os sem almas estão atacando com poder em dobro que antes.

— A anciã que disse isso? - Lorna quis saber, estava interessada.

— Não importa se foi Candy ou qualquer sacerdote daquela árvore velha - Bell socou o tapete embaixo de si. - Somos feiticeiras e não anjos babões.

— Você sempre me surpreende, velha - Plaza levantou-se enraivecida. - Quando mais avança na vida mais rabugenta se torna.

— Saia! - Bell levantou-se com dificuldade cutucando Plaza com seu cajado. - Agora! Saia!

Lorna pegou nas mãos de Plaza e levou-a para fora da barraca.

— Só não entendo o motivo da anciã nos querer lá - Lorna disse pensativa enquanto andava passando a mão pela cerca próxima ao grifo. - Mesmo que os povos de Pan Gu estejam em harmonia, é meio difícil ver bárbaros ou feiticeiras vagando pela Plumas. Me diga, Plaza, quando viu um deles em Feras?

— Uma ou duas vezes - Plaza tinha que concordar, era raro ver um deles na sua cidade natal. - Mas não pertencemos mais àquela cidade, afinal, ela está infestada de sem almas.

— Ficamos sabendo - Lorna entristeceu. - Espero que Thomas esteja bem.

— Ele está, nesse momento, tomando uma bela de uma cerveja na Cidade do Dragão, acompanhado por uma harpa e gritos de bárbaros cachaceiros - Plaza deixou um sorriso escapar. - Não se preocupe.

Lorna sorriu e pôs-se a olhar o céu noturno. Haviam poucas estrelas, mas uma lua muito grande e poderosa.

— Acha que Bell mudará de ideia? - Lorna perguntou.

— Se até amanhã cedo aquela velha não der resposta partirei sozinha para a Plumas.

 

Suava frio e o coração batia acelerado. Todas aquelas cenas que evitou lembrar por muito tempo vinham à tona agora em sua cabeça. Acordou assustada levantando os braços para o alto, remexeu-se e chutou a barraca em que dormia.

— Merda - Disse ao despertar espontaneamente. - Merda, merda.

Plaza apanhou o cobertor e abriu a barraca. Um frio fez gelar sua espinha e eriçar os cabelos do corpo. Apertou mais o cobertor contra o corpo nu, bloqueando a visão de suas partes mais íntimas. 

As tochas faziam sombras assombrantes quando o vento batia nelas, mas o que realmente a preocupou naquele momento foi uma sombra diferenciada. Era maior, com braços e pernas, cabelo longo. Estava vendo coisas?

Fez brotar um besouro em seu dedo e mandou-o voando, silenciosamente, até alguns metros diante de si. Podia sentir o calor através do inseto. Era alguém. Os pelos da nuca eriçaram quando sentiu o inseto ser esmagado. Quando se deu por conta a sombra estava mais próxima.

— Qual é, já conheço seus truques - Lorna apareceu, fazendo Plaza quase ter um infarto. - E conheço você.

Plaza voltou para a barraca tirando o cobertor de seu corpo. Ouviu ser abertas novamente e o vento frio passou por suas partes baixas. Lorna entrou, inquieta. Abaixou-se para Plaza, tocando seus seios endurecidos enquanto apalpava os lábios de baixo da feiticeira.

— Senti saudades. - Plaza gemeu enquanto esticava seu corpo de excitação.

— Amanhã te acompanharei, seja pra onde for, estou contigo - Lorna desceu seus lábios mais para baixo dos seios até chegar na vulva de Plaza. - Sempre.


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Notas finais do capítulo

Como está? Estão gostando? :P



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