Revolução dos Sem Almas escrita por Lockey


Capítulo 1
Uma reunião das Feras.


Notas iniciais do capítulo

"A preocupação já toma conta de todos,Os anciãos estão fazendo o que pode,Uma harmonia eles devem ter em mente,Unir-se será a melhor proteção."A meeting of the beasts -



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Era tarde, o sol completamente laranjado estaria em poucos minutos escondendo-se nas montanhas que rodeiam a Cidade das Feras, não é um dos mais bonitos locais de Pan Gu, porém as feras gostam de seu habitat desértico e montanhês. Na caverna do Ancião da cidade, a voz grossa e estilo militar já ecoava, uma reunião entre as principais pessoas da cidade, eles já estavam se organizando.

– Não, não e digo novamente, não. Precisamos proteger cada animal dentro desta cidade, não quero ver ninguém saindo do perímetro, pode ser fatal. - Dizia Frank, o atual ancião da Cidade das Feras.

A túnica de Frank estava pouco encardida, reluzia-se pelas tochas fixadas na parede da caverna. Sua barba felina de cor avermelhada e seu cabelo dava a impressão de que era idoso.

– Norte, Sul e Oeste estão totalmente protegidos. Temos guardas suficientes para deter qualquer Sem Alma... assim espero. - Sua expressão era preocupado, isso todos ali notavam.

– Precisamos treinar, temos várias feiticeiras aqui na Cidade das Feras, nós seremos totalmente úteis. - Lyx era a treinadora das feiticeiras da cidade, ela que ensinava tudo que sabia.

– Sim, isso eu sei. - Frank deu uma volta na enorme rocha que servia como mesa. - Lynx, treine em qualquer canto da cidade, mas não na ala leste, está totalmente desprotegida.

– Sim, senhor. Quero treinar domesticação desses Sem Almas. - Lynx dizia com uma voz preocupada, sabia que Frank retrucaria.

– Domesticação? Você vai usar Sem Almas para domesticação? Você sabe que isso não é seguro.

– Mas precisamos. - Lynx assentiu com um olhar feroz. - Se você quer proteger esta cidade, deixe-nos treinar.

– Treine, qualquer morte de uma feiticeira, isso será totalmente culpa sua. - Dizia Frank sentando-se fortemente, fazendo todos ali ficarem mais preocupados.

– Thomas, e a vigília? Como está a vigília nas montanhas? Apareceu algum Sem Alma? - Frank dizia bebericando um pouco de água quente.

– Apareceu algumas Martas, mas fora isso. - Thomas sentou-se na rocha mais próxima de Frank.

– Com todo respeito Frank... você já viu alguma Marta por aqui? Apenas alguma vez? - Thomas tornara-se o mais preocupado do local. Era forte, seu rosto era quase idêntico ao de Frank, exceto pela barba e cabelos engros.

– Nunca, isso está ficando fora de série. Martas não costumam viver muito em locais desérticos, elas preferem o campo. Mas averiguarei isso, daqui uns tempos os Sem Almas aquáticos estarão andando como nós. - Frank deu uma gargalhada tosca para aliviar a tensão.

– Lynx, faça o que quiser, treine elas, vá em frente, tome cuidado. Thomas, preciso que reforce sua vigília. Eu preciso urgentemente ter uma conversa com o Ancião da Cidade das Plumas e das Espadas. - Frank teve um arrepio intenso.

– Sim, senhor. Mas... o que falará com eles? - Lynx perguntou curiosa.

– Precisamos unirmos, compartilhar o que tivermos. Lynx, peça à Aurora que possa reunir todas as montarias que voam, as terrestres quero que fiquem onde estão. - Ao dizer, Frank levantou-se. - Viajarei amanhã, ahh, peça à Aurora que deixe um Grifo separado para mim, amanhã ao amanhecer partirei. Frank deixou a caverna e rumou para sua outra caverna, a qual servia de moradia.

A caverna de Frank talvez seria a mais grande da Cidade das Feras, era adornada com ossos de monstros que já passaram pela cidade. As tochas fixadas na parede eram sempre trocadas às noites. Frank adentrou pela porta de rochedo e deu de cara com seu filho, quieto sobre um pedregulho.

– O que está fazendo? - Perguntou Frank, observando o rosto pálido do garoto, sua juba felina de cor avermelhada.

– Nada pai, estou apenas... pensando. É esquisito como tudo isso está acontecendo, logo nesse mundo tão perfeito. - Talles dizia lentamente e preocupado.

– Você lembra da sua mãe, e devo admitir que ouço você chorando quase toda noite. Ela foi levada por esses monstros, devemos vingar a morte dela. - Frank dizia triste, trocando as tochas que já estavam desgastadas.

– É, confesso. Minha mãe foi uma pessoa boa pai, uma das melhores feiticeiras que teve em Pan Gu, você sabe. E com tamanho poder ela ainda foi pega por esses bichos. - Taller sentava-se observando as ações do pai.

– Poder não é tudo. Sua mãe não tinha cérebro meu filho, ela fazia tudo por luta e mais luta, não sabia pensar, ela não tinha o luxo da inteligência. Você tem, você sabe pensar antes de agir meu filho. Você será o novo ancião dessa cidade, talvez em breve... ou não. - Dizia Frank, sentando-se ao lado do filho.

– Tá bom. Espero que eu seja tão bom quanto você, pai. - Taller deu um forte abraço em Frank, um relacionamento de pai e filho surpreendente.

– Agora preciso ir deitar, amanhã farei uma viagem, talvez leve alguns dias, ou até mesmo semanas. Quero que seja forte, ajudará no que for preciso. - Frank dizia preocupado, sabia a reação do filho.

– Sair? Nessa tumultuação você vai sair? Tá louco? - Talles corria para fora da caverna, já não suportava a morte da mãe, ele nem imaginava como seria perder o pai.

Frank deitou-se em sua rocha, pensativo por alguns minutos, porém logo adormeceu. Talles estava do lado de fora, caminhando pela terra lisa.

– Dane-se essa Cidade, não quero perder meu pai, não quero. - Dizia baixo para que ninguém ouvisse, o sofrimento dele aumentava ao pensar em um anúncio, "O ancião da Cidade das Feras morreu". Era difícil para ele.

– Como ele tem a coragem de dizer que em breve serei o novo ancião dessa cidade tosca? Pouco me importo para essa merda. - A raiva tomava conta dele, era facilmente rendido pelas emoções.

As horas haviam passado, a noite já estava praticamente negra. Frank e Talles já estavam dormindo, ambos.


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Notas finais do capítulo

É isso, espero que tenha saído bom... :)



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