...- E ai? Positivo ou negativo? – Falei as pegando de surpresa...

POV Sam

Droga! Aquele maldito tinha que ter aparecido!

– E ai? – Perguntou de novo.

– Não sei do que esta falando Benson. – Fingi indiferença.

– Sabe sim! O teste da Carly. Deu positivo ou negativo. – Repetiu. Que ódio que eu estou dele nesse momento. Carly me encarou, e assentiu, permitindo que eu contasse.

– Negativo. Ela não esta grávida. – Falei cansada. Ambos estávamos decepcionada com o resultado. Acho que nutrimos esperanças demais.

– Carly... Quanto tempo faz que você e o Brad...bem, fizeram? – Freddie perguntou sem graça. Eu ri da cara dele.

– Ah... eu acho que uns cinco dias. – Falou Carly. Ele riu. Como assim ele riu? Ele faz uma pergunta dessas e depois ri? Que tipo de maníaco ele e?

– Meu deus! E lógico que ia dar negativo. – Disse obvio. Como assim?

– O que? – Carly estava confusa. E eu também.

– Só se pode saber se esta grávida ou não depois de no mínimo 12 dias. E lógico que ia dar negativo. – Freddie ria. O que ele sabia sobre testes de gravidez?

– O que você sabe sobre isso? – Desafiou minha amiga morena.

– Mais que vocês. Era aprender sobre essas coisas nojentas, ou ser pai de mil e uma crianças em toda Seattle. Sabia que já tentaram o truque da barriga comigo umas 10 vezes?! – Falou normal. Ah meu deus! Que cara mais tarado!

– Mas e os sintomas? – Carly insistiu. Ela não ia desistir assim tão fácil.

– Devia ser uma diarréia ou coisa do tipo. A questão e: Você tentou dar o golpe da barriga em Brad e não deu certo. Admite. Eu não sou tão burro. – Ele sorriu vitorioso. Ah não! Ele não vai fazer a Carly chorar na minha frente não! Meti a mão na cara dele.

– E vê se aprende a não falar assim na minha frente.- Disse vendo ele acariciar a parte em que eu bati, que estava vermelha com a marca de minha mão.

– SUA LOUCA! Você e quem pra me bater sua nerd! Se fizer isso de novo vai ver! – Ele disse nervoso e eu ri.

– E VOCÊ ? PENSA QUE E QUEM PRA FALAR ASSIM NA MINHA FRENTE? – Gritei de volta. Eu havia me sentido extremamente desconfortável com aquilo.

– Eu vou falar para o Ted que você veio aqui. Ai vamos ver quem ri por ultimo! – Ele ameaçou. Eu ri. Ele e muito idiota.

– Com que provas? – Mostrei a mão sem aliança. Eu havia deixado escondida no quarto para pensarem que eu estava lá. E Carly fez o mesmo.

– O único ferrado aqui e você...Benson. – Olhei para sua mão com a aliança. Eu e Carly saímos. Começamos a correr em direção ao acampamento e ele veio atrás da gente.

– Vamos ver quem encontra o Ted primeiro! – Gritei. Ele começou a correr e estava quase na nossa frente. Pulamos a cerca e começamos a correr pela praia até chegar ao acampamento que estava escuro.

– Nossa.... – Murmurei vendo o breu a minha frente. Era estranho sermos o único som dali.

POV Carly

Apesar de não ouvirem, eu chorava. Chorava silenciosamente para que ninguém notasse meu sofrimento. Não queria ser consolada, apenas queria lidar com aquilo sozinha. Não queria abraços, palavras de solidariedade ou muito menos olhares de pena. Eu só queria chorar.

– Vou indo. – Controlei a voz e disse para a Sam. Pude ver seu sorriso e depois um abraço.

– Fica bem. Eu cuido do Freddward. – Riu. Eu sorri e parti em direção a minha casa. Silenciosamente trilhei passos até o jardim e me deitei nas espreguiçadeiras, embrulhada em um cobertor vermelho. Tirei os sapatos e liguei o mp3 na musica mais alta, tentando sair daquele mundo. Tentando sair de mim.

“I believe if I knew where I was going, I'd lose my way
I believe that the words that he told you are not your grave
I know that we are not the weight of all our memories
I believe in the things that I am afraid to say
Hold on, hold on”

POV Freddie

Cheguei cansado e com a face doendo. Eu sabia a gravidade do que havia feito, mas... eu não sei. Simplesmente não sei por que eu disse aquilo. Não sei se era ódio ou outra coisa. Eu acho que aquilo foi todo o peso que eu sentia. Eu tive que descontar em alguém, só que eu esqueci dos sentimentos. A Sam esta no jardim. Ela parece triste e preocupada. Esta tão diferente. Sinceramente eu acredito que um dia eu e Sam poderemos ficar juntos. Eu acredito que um dia poderemos ser quem somos, mas não agora por que somos covardes. Aquela pessoa, que sou agora, não sou eu de verdade. Acredito que um dia poderei concertar isso. Liguei o radio.
“I believe in the lost possibilities you can't see
I believe that the darkness reminds us where light can be
I know that your heart is still beating, beating, darling
I believe that you fell so you would land next to me”

POV Sam

Eu estava perdida em meus pensamentos. Pés no chão e cabeça alem das nuvens. Talvez em uma dimensão tão longe, que nem mesmo a imaginação seria capaz de chegar lá. Todo aquele peso. Doía. Todos os que não tem coragem para enfiar uma faca, cortam com palavras. A dor e maior. Pude ver nos olhos dele quando disse aquele absurdo. Eram tristes. Como se precisasse de alguém ali. Quando estão tristes, falam “ Você nunca iria saber como e estar assim.” . Então a vontade de dizer que já senti essa dor e maior. Pode não ser a mesma ocasião, mas convivi com esses medos e pesadelos me atormentando a vida inteira. Falei palavras erradas, quebrei coisas, agi errado e me arrependi. Me encolhi ali mesmo na grama e liguei o iPod no volume máximo.

“Cause I have been where you are before
And I have felt the pain of losing who you are
And I have died so many times
But I am still alive”

POV Geral

E naquela noite ficaram presos em seus mundos. Cada um com sua distração. Todos tentando refletir e colocar os pensamentos em ordem. Machucados por perderem quem eram, e egoístas para não partilhar essa dor com alguém. Para não falar o que sentiam. Mau sabiam, que mesmo em lugares diferentes, eles compartilhavam a mesma dor , compartilhavam a mesma incerteza, os mesmos pensamentos, as mesmas coragens e principalmente, ouviam a mesma música. Um som, que secretamente falava: Amanhã será melhor, acredite.