Blood Slaves escrita por Jéssica Aurich


Capítulo 3
Negação


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoas! Como foi o feriado de todo mundo?

Capítulo fresquinho e tenso, e como ontem foi natal, amanhã vou postar o próximo de presente (nada de esperar uma semana inteira). Essa foi uma das poucas partes que não deu para mudar tanta coisa, e que precisava estar presente.

Não esqueçam de comentar!

Boa leitura



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Acordei no dia seguinte com um humor renovado cujo motivo tinha nome e sobrenome. A conversa na aula de biologia foi estranha, certo. Ainda assim eu ansiava por mais.

Tomei um café da manhã reforçado e saí de casa encontrando uma Forks escondida sob o gelo. Tive que tomar mais cuidado para dirigir, demorando o dobro do tempo para chegar na escola. Minha mente insistia em retornar a Edward Cullen. Só agora eu percebia que a conversa tinha girado ao meu redor. Eu queria saber mais sobre ele, o que realmente tinha acontecido para se ausentar, o que se passava em sua cabeça.

Parei o carro em uma vaga qualquer do estacionamento e segui andando. Vi Edward na entrada de um dos prédios. Inevitavelmente iria passar na frente dele. Estava formulando várias formas de iniciar a conversa, extremamente distraída. A única coisa que me avisou sobre o que viria foi o grito dos que estavam presentes no estacionamento.

Tudo passou em um flash de segundo. Uma van deslizava rapidamente em minha direção e bateu em meu corpo, jogando-me para trás. Meu corpo se chocou contra algo duro que me arrastou para longe.

As coisas se acalmaram e pude observar a cena. A van havia batido numa árvore, que se partiu ao meio. A van, obviamente, estava destruída e o motorista dentro dela todo ensanguentado. Era para eu estar entre aquela árvore e aquela van. Era para eu estar morta. Senti uma falta de ar e meu coração parecia que ia sair da boca.

— Bella? Bella, fale comigo. — Só então percebi no que havia batido: Edward Cullen. Seus braços eram como gelo contra minha pele e me seguravam com força. Edward Cullen salvou minha vida.

— Você não... — Tossi forte para tentar recuperar o fôlego. Quando tirei minha mão de frente da boca, havia sangue nela.

— Ei, calma, já chamaram a ambulância, melhor não se esforçar. — Queria discutir, mas preferi deixar para depois. A adrenalina estava abandonando meu corpo e as dores nas costas começaram a aparecer, bem onde tinha me chocado contra Edward.

— Ai... — resmunguei de dor. Edward me pegou no colo para colocar na maca. Os paramédicos finalmente haviam chegado. Atrás deles vinha um homem baixinho e moreno, com bochechas afogueadas e cara de desespero. Charlie.

— Filha! — Eu estava sendo imobilizada na maca e colocada dentro da ambulância. Meu pai foi diretamente falar com eles e entrou na maca junto conosco.

Chegando ao hospital, passei por alguns exames e fui colocada na sala das emergências. Ao meu lado estava o motorista da van, que reconheci ser o Tyler, um dos meus colegas. Ele havia recebido apenas os primeiros socorros, enrolado em bandagens. Parecia ter tanta sorte quanto eu de ter escapado com vida.

Enquanto esperava pelo médico, pensei no ocorrido. Era para eu estar morta. Ainda não conseguia assimilar isso. Não entendi como Edward conseguiu me salvar, estava muito longe no momento do acidente. Mesmo se corresse jamais seria capaz de me alcançar. Impossível. E aquela frieza de sua pele? Parecia que estava sendo abraçada por um pedaço de gelo. Além disso, minhas costas ainda doíam do choque. Precisávamos conversar, e dessa vez a conversa giraria ao seu redor.

— Isabella? Você está bem? — Tyler finalmente havia acordando. Acho que o acidente esgotara suas energias.

— Acho que sim, estou esperando o médico.

— Por favor, me desculpa! Desculpa, desculpa, desculpa, eu estava indo tão rápido, e perdi o controle do carro...

— Ei, calma, você não teve culpa, foi um acidente!

— Tive sim, e poderia ter te matado. Perdão!

— Calma, está tudo bem.

— Não, não está! Precisa deixar que eu te compense por isso.

— Tyler? Como está se sentindo? — Salva pelo gongo. E que gongo.

Um homem jovem, em seus trinta e poucos anos, loiro, físico de modelo e voz aveludada. Manchas escuras embaixo dos olhos, pele extremamente clara e jaleco branco. Aquele deveria ser o Dr. Carlisle Cullen. Minha suspeita foi confirmada por Edward, que saiu de trás do pai adotivo. Ele parecia novo demais para ter todos aqueles filhos.

O médico retirou as primeiras bandagens para tratar dos ferimentos e eu cometi o erro de olhar. Aqueles machucados abertos voltaram a sangrar. O cheiro do sangue me deu vertigem e senti uma ânsia de vomito. Antes que percebesse, estava inclinada para o lado da cama colocando meu café da manhã para fora e Edward segurava meu cabelo para longe do meu rosto. Que ótima maneira de encontrar o cara mais perfeito da escola, Bella.

— Isabella? Está com enjoo? — Dr. Carlisle apareceu ao meu lado.

— Não, quer dizer, sim. Mas não é nada demais, é só o Tyler. — Ele trocou um olhar com Edward e voltou a falar comigo — Espere um pouco, querida.

Fiquei com as mãos ao redor do nariz e da boca, tentando amenizar aquele fedor enquanto Tyler terminava de receber seu atendimento. Logo o doutor terminou e veio me atender.

— Então enjoa com a visão de ferimentos. — Não era bem a visão disso, mas não estava a fim de discutir.

— Então, doutor, já posso ir para casa?

Carlisle analisava meus testes e fez um exame rápido ele mesmo. Quando tocou minhas costas senti dor. Pediu licença e levantou um pouco a blusa para ver: onde eu havia colidido com o Edward já estavam se formando manchas arroxeadas. O próprio Edward observava tudo calado e com cara de preocupação.

— Bom Isabella, teve muita sorte. Não teve nenhuma fratura ou sangramento interno. Seu único problema parece ter sido o impacto na hora que foi salva.

— Edward te contou o que aconteceu?

— Sim. Muita sorte eu estar perto de você no momento do acidente, - Edward soltou sua voz suave pela primeira vez. — ou agora teria muito mais com que se preocupar que meros hematomas.

Impressão minha ou aquilo soou quase como uma ameaça? Por que ele me salvaria e depois ficaria soltando aquele tipo de comentário? Aquilo só aumentou minhas desconfianças. Carlisle lançou um olhar reprovador para o filho.

— Vou prescrever alguns analgésicos e anti-inflamatórios para tomar. Fora isso está liberada para ir para casa. Seu pai a aguarda na sala de espera.

Tive dificuldades para me levantar, por causa da dor, então Edward me ajudou. Como podia ser tão educado em seus gestos e ao mesmo tempo tão grosso com suas palavras? Aproveitei a situação para sussurrar em seu ouvido.

— Posso falar com você um instante?

— Mas seu pai está te esperando.

— Tenho certeza de que não se importa em esperar mais um pouco.

Ele seguiu na frente até um pequeno corredor ao lado da sala de emergências. Quase tive que correr para acompanhá-lo. Quando se virou para me encarar não parecia muito contente. E olha que eu nem tinha falado com ele ainda!

— E então? — perguntou rudemente.

— Bom, antes de tudo queria agradecer pelo que fez, sério. — Seus ombros e sua feição pareceram relaxar um pouco. — Se não fosse por você, provavelmente não estaria aqui.

— Só fiz o que qualquer um teria feito, não foi nada demais.

— E é sobre esse demais que eu queria falar com você. — Percebi que a tensão retornou — Não pense que sou ingrata: não sou. Agradecerei milhões de vezes se preciso for.

— Não precis...

— Mas quero muito entender que aconteceu. Vi você bem longe de mim antes da van aparecer. Nem se fosse o Flash conseguiria chegar a tempo.

— Está enganada, eu estava perto de você. — Ele me encarou da mesma maneira que fez na aula de biologia, deixando-me um pouco desnorteada. Olhei para baixo. De maneira alguma me enrolaria dessa vez.

— Não, não estava. Tenho certeza. Outra coisa, não acha estranho que eu tenha ficado cheia de hematomas só por ter colidido com você?

— O impacto foi forte.

— Então como não fomos lançados longe? Não, Edward, tem algo muito estranho aqui e precisa me explicar.

— Não preciso fazer nada. Já fiz demais salvando sua vida — soltou entredentes, franzindo a testa. Parecia quase arrependido.

— Sabe, se isso o desagradou tanto, por que me salvou? — respirou profundamente.

— Também não tenho ideia — dito isso virou e saiu de perto de mim rapidamente. Se ele achava que se livraria de mim tão fácil assim estava muito enganado.

Fui encontrar com meu pai na sala de espera. Ele ficou aliviado ao saber que eu estava bem. Seguimos calados na viatura. Repetia a cena várias vezes em minha mente e cada vez mais tinha certeza do que tinha acontecido. Estremeci ao lembrar da árvore e da van destruídas.

“Também não tenho ideia.” Será que se arrependeu tanto assim de ter me salvado? Em casa, tomei os remédios que o Dr. Cullen havia receitado e senti um sono extremo por conta deles. Rapidamente adormeci em minha cama.

E sonhei com Edward Cullen.


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