Blood Slaves escrita por Jéssica Aurich


Capítulo 22
Adeus ao passado - Bella/Edward's P.O.V.


Notas iniciais do capítulo

Leitores lindos, já estou com o capítulo de segunda e vou postar logo hoje, porque essa semana tenho um trabalho importante e provas, então acho que só vou conseguir escrever alguma coisa no fim de semana que vem, peço desculpas, e espero que entendam :/

Sobre o capítulo, temos POV dos dois dessa vez, foi necessário, e por favor, não crucifiquem o pobre do Edward, entendam o momento pelo qual ele está passando, assim como entendem a Bella :)

Lembrando: Os pensamentos que Ed escuta estão em Itálico!

Boa leitura ♥



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Bella’s P.O.V.

— Acho que você tem muito que me dizer Isabella. — Claro que ele iria aparecer agora.

— Então resolveu dar o ar da sua graça? — Olha, não é que o sono ainda não tinha levado minha capacidade de alfinetar embora? — Realmente, tenho muito que te contar.

— Começando por aquela mensagem. Que mensagem foi aquela?

— O que eu faço da minha vida não é da sua conta e ainda tive a delicadeza de te informar. — Eu definitivamente não estava com saco para crise de ciúmes.

— Tanto não é da minha conta que foi MINHA marca que foi vista no pescoço da MINHA humana. — Ótimo, ele tinha se informado antes de me encher o saco. Isso facilitava minha vida. — E quando venho te procurar aqui no hospital, descubro que você foi correndo para os braços daquele cachorro. Posso sentir o fedor dele em você!

— TEM NOÇÃO DA MERDA QUE ESTÁ FALANDO?

— TEM NOÇÃO DO PERIGO QUE CORREU? VOCÊ NÃO VIU O ESTADO DO PAI DELE?

— TANTO VI QUE FIQUEI COM MEDO DO QUE PUDESSE ACONTECER COM VOCÊ E SUA FAMÍLIA!

— Você não tem que ser a salvadora da pátria, Isabella, somos grandinhos, sabemos nos cuidar!

— Eu não estava tentando ser a salvadora e sim tentando concertar a merda que a gente fez! — Ele me olhou como se não tivesse feito nada de errado. Respirei fundo. — Edward, você tem que começar a assumir seus erros. Tem noção do quanto sua família sofre quando age assim?

— Você fala essas coisas, mas você é a humana imprudente que foi atrás de um cachorro gigante.

— Talvez eu não tivesse que concertar tudo sozinha se você estivesse aqui como deveria! — O que me lembrava... — Onde você estava, Edward? — perguntei, cruzando os braços.

— Me alimentando, é claro. Estava explodindo depois daquela mensagem que me mandou e só conheço uma maneira de desestressar.

— Não acredito no que estou ouvindo. Você me morde e depois vai atrás da sua doadora?

— São situações complet...

— Merda nenhuma — explodi. Agora ele tinha passado dos limites. — Eu aqui resolvendo uma confusão que só aconteceu depois que você me mordeu para depois você ir atrás da sua doadorazinha? Eu fui o que, Edward, o lanchinho da tarde?

— Ela é apenas o alimento, a maneira como nos unimos naquela clareira...

— Edward, eu tenho cara de idiota? Você acabou de usar a mesma desculpa que qualquer um usa quando trai. Quer saber? Para mim chega.

— Era você que estava se esfregando com o cachorro. — O que a falta de argumentos não faz com alguém?

— E quer saber? Amei cada segundo! — Entrei na minha picape deixando aquele vampiro babaca rosnando para trás. Quem ele pensava que era? O conde Drácula?

Gladis em todo o seu companheirismo pegou de primeira e saiu cantando pneus, sem engasgar nem nada. Já tinha passado da hora do Edward crescer. Todos nós sofremos no passado, mas chega uma hora que o sofrimento tem que virar aprendizado, caso contrário é apenas um tormento para os que nos cercam também.

De repente Gladis bateu contra algo bem sólido. Freei o máximo que consegui e rezei mil vezes antes de descer do carro para conferir o que era. Só me faltava mais aquela. Desci receosa e quase dei um grito quando vi um homem estatelado no chão. Como desgraça nunca é pouca, senti gotinhas de chuva começando a cair. Valeu, Forks! Aproximei-me do homem rezando para que ele estivesse vivo. Desejei não ter rezado tanto.

— Mãos para cima, doçura! — O homem (que estava vivo demais para o meu gosto) virou para mim com uma arma na mão. Claro que eu tinha que cair em uma armadilha, lobos e vampiros já não faziam minha vida fantasiosa o suficiente. — Obrigado pelo ferro velho.

Senti uma pancada na nuca e cai no chão. Pensei que ele deveria ter mais respeito com Gladis antes de me entregar a dor e o cansaço.

Edward’s P.O.V.

— Edward, que confusão foi essa? — Carlisle apareceu. Provavelmente escutou toda a briga. E se alguém escutasse? Isso se não escutou realmente.

— Ninguém ouviu — respondi depois de sondar a mente de quem estava ali. — Quando eu desaprendi a lidar com as mulheres? Logo eu que sempre tive quem quisesse?

— É muito fácil arrumar alguém para passar a noite, meu filho, mas para dividir uma existência? Exige esforço da parte dos dois. — Senti o peso das palavras de Carlisle e me lembrei do que Bella havia dito, sobre eu estar magoando a minha família. Eu sabia que Carlisle não estava se referindo exclusivamente a Bella e eu.

— Carlisle, eu...

— Edward, me diga com sinceridade. Você está usando aquela moça? Ela é mais uma de suas conquistas? — Eu ia responder que não, nunca havia sido atraído por uma humana antes, mas ele acrescentou: eu achava que você tinha visto o quanto ela é especial. Achei que ela seria aquela a mudá-lo. Temo que minhas esperanças foram em vão.

Carlisle se lembrou de como eu era quando estava com Elizabeth, como fiquei depois de sua morte, o quanto minha família sofreu quando me afastei e a felicidade de quando eu voltei, que só aumentou quando eu encontrei Bella. E então ele pensou na mordida que ela mostrou a todos eles.

— Carlisle, eu queria trocar com você agora, queria que você pudesse ler meus pensamentos, porque eu sinto coisas... São tão contraditórias... Eu não consigo admitir nem para mim mesmo.

— Pois é melhor começar a tentar, meu filho. — De alguma forma ainda consigo te entender e acreditar em você. Senti naquelas palavras todos os sentimentos contraditórios que o próprio Carlisle sentia, e que só não mudavam porque acima de tudo ele me amava até mais do que meu próprio pai um dia amou. — Pare de se fechar, pois pela conversa que ouvi, aquela garota não vai aguentar como nós aguentamos.

Muitas das coisas que eu disse... Não, que eu esfreguei na cara da Bella não eram o que eu realmente queria. Não eram nem o que eu pensava. No momento da raiva, só pensamos em magoar o outro, não importa como. Rosalie estava certa em dizer que sou um idiota.

Quando voltei para casa mais cedo, fui recebido com pedras de todos os lados, exceto por Alice, que já havia conversado comigo antes. Fui vendo o que aconteceu pelas memórias de cada um e como reagiram. Jasper olhou para mim decepcionado, como se eu fosse um fraco, Rosalie, como sempre, mandou que eu fosse para o inferno, e Emmett me deu um soco na cara. Não que tivesse doído realmente, mas a intenção dele ficou bem clara. Mesmo sem conhecer Bella direito, ela já era como uma irmã para ele. Engraçado, não era para eu ser o irmão?

Alice pensou na ligação que Bella e Carlisle receberam e eu fui direto para o hospital atrás dela, precisávamos ver o que ia acontecer. Qual não foi a minha surpresa quando descobri que Carlisle pediu para ela falar com o cachorro fedido. Fui até sua casa, não ia deixar ela sozinha com uma bomba relógio, mas ela não estava lá. Fiz as ligações. Claro que ela tinha ido para a reserva. O que antes era só raiva, virou também uma preocupação que eu nunca havia sentido antes, e essa mistura perigosa me fez explodir com ela. Com a minha humana.

Como que para combinar com a cena ocorrida, começou a chover. Senti como se estivesse dentro de um filme, daqueles bem ruins. E foi parado ali, em frente ao hospital, que recebi a ligação que mudaria tudo.

— Edward, a Bella... — Era Alice. — Tive uma visão, ela...

— Alice, se acalma e diga onde a Bella está. — Respirei fundo, tentando seguir meu próprio conselho.

— Eu não sei! Não sei que lugar é aquele, só sei que não saiu de Forks. Ela está ferida, Edward, encontre-a!

Desliguei o celular e sai disparado, deixando Carlisle, hospital e todo o tipo de sentimento confuso para trás. Precisava do meu lado frio agora, do meu lado caçador. Inspirei fundo deixando que todo o tipo de aroma me preenchesse, e fui separando aos poucos. Logo um se destacou entre os demias, um metálico, que eu conhecia bem demais para minha sanidade. O elixir dos deuses. Estava um pouco fraco, misturado com a chuva, mas definitivamente era o cheiro dela.

Corri o mais rápido que pude, seguindo meu faro, e não demorei a encontrar um corpo desacordado, jogado no meio do mato que beirava a estrada. Peguei-a no colo e logo percebi que o cheio vinha de um corte na nuca. A sede me invadiu como uma flecha, mas simplesmente parei de respirar, ignorando aquilo. Minha Bella precisava de mim.


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